quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

SAI MAIS BARATO

“Um morto na esquina pode ser mais importante do que cem mortos no outro lado do mundo.” Com este axioma repetido nas redações ao longo de quase um século, a imprensa construiu um modelo paroquial de cobertura e cidadania interrompido apenas no caso das grandes guerras ou catástrofes.

Os vazamentos do Wikileaks estão forçando a mídia a alargar os seus horizontes. Os editores de Internacional deveriam retribuir e eleger Julian Assange como o seu grande benfeitor, porque obrigou os veículos a ampliar o espaço e o tempo que a mídia concede à política internacional.
É inacreditável e inaceitável que um país com pretensões de grande potência como o Brasil não tenha percebido a importância do acompanhamento regular dos acontecimentos nos quatro cantos do mundo. A globalização da economia multiplica os interesses, o país dos imigrantes transforma-se rapidamente em país de emigrantes, o turismo de massas converte o mundo em parques temáticos, mas nossa mídia continua olhando para o umbigo. Sai mais barato.





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