quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

RENDER VIROU UM VERBO POLÍTICO E RELIGIOSO

Nos dias inteligentes de hoje há poucos socialistas radicais e poucos capitalistas selvagens. Mas alguns insistem. Não é fácil para esta pessoa educada na visão capitalista, pragmática e eufórica do possuir, lucrar muito, ter mais e fazer mais admitir que é possível lucrar menos e ser mais altruísta. A grande maioria dos empresários já descobriu que partilhar e melhorar a situação dos seus trabalhadores trará, se não maiores, melhores dividendos.

Para alguns, esse credo não faz sentido. É difícil entender quem não se apossa quando tem chance e quem não mostra resultados. “Ser” não é um verbo suficiente para o capitalismo ou para os pregadores pragmáticos. Render virou um verbo político e religioso. Moderadamente até que é bom. Quando se torna obsessivo acaba em desequilíbrio. Na Bíblia, centenas de passagens mostram quanto os juros e o abuso do poder financeiro ofendem a Deus.
Para algumas pessoas, ter mais, conquistar, avançar e mostrar eficácia é sinal de bênção. Existem até Igrejas a justificar o capitalismo. Acentuam o Deus que dá e o fiel que vence, porque conseguiu mais e cresceu na posse de bens. Não por acaso usa-se a expressão “tomar posse”, “apossar-se”, porque orar e conseguir uma loja, um carro, uma empresa, é sinal de bênção. Omitem o porquê seguido de interrogação e passam ao porquê exclamativo.

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