sexta-feira, 3 de novembro de 2017

A INFÂNCIA E SUAS LEMBRANÇAS

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O que acontece na infância, não permanece na infância. Recentemente chegou às minhas mãos um breve artigo com esse título. Achei interessante a abordagem. Todos os fatos, atitudes, olhares e até a mais simples palavra, tudo fica registrado e acompanha a trajetória pessoal. O negativo e o positivo vão dando formato à história de cada um. Uma vida adulta feliz e saudável está intimamente interligada com os primeiros anos de vida. Não é determinante, mas as vivências da infância deixam marcas e até resquícios. A superação é até capaz de remover o que cria desconforto, mas sempre ficará um sinal aqui, outro ali. Há quem não consegue deixar a infância na infância. A vida torna-se pesada, os dias perdem o brilho, o amanhã se reveste de nebulosidade.

Com uma ajuda profissional, é possível, aos poucos, amenizar e harmonizar os resquícios e as cicatrizes do passado. As lembranças tendem a serem insistentes. Há que se ter uma certa habilidade de deixar no ontem o que pertence ao ontem. É uma verdadeira batalha diária alocar cada coisa no seu tempo e priorizar os melhores pensamentos em relação ao amanhã, que tem seu início no hoje. Ainda bem que existem momentos da infância que não envelhecem. É como se tivessem acontecido recentemente. Quantos risos sem motivos, quantas brincadeiras envolventes, quanta energia misturada com pequenas e grandes alegrias.

Quando olho para uma criança em situação de vulnerabilidade, sinto uma vontade imensa de ajudar, de estender a mão, de proteger. Pessoas adultas mais humanizadas dependem do cuidado destinado à infância. Não basta lamentar a existência de adultos desencontrados. É urgente fazer algo para ofertar o melhor às crianças de hoje. Caso contrário, os problemas do amanhã terão um volume ainda mais acentuado. O ponto de partida é a família, espaço sagrado de acolhida da vida e de encaminhamento da estrutura existencial. Algumas coisas materiais podem até faltar, mas é imprescindível, porém, diálogo, afeto e colo. A agressividade de muitos adultos não foi por falta de brinquedos, mas justamente por falta de ternura. Que a infância possa delinear uma vida adulta feliz.

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