quarta-feira, 6 de maio de 2009

Lições da estiagem

Apesar de ter índices pluviométricos anuais médios, a população da nossa região, particularmente os agricultores, está sendo atingida pelo flagelo da estiagem de forma recorrente. Em quatro safras nos últimos sete anos tivemos perdas expressivas na produção em função da falta de chuvas no momento adequado. Que lições tiramos de cada estiagem para nos prepararmos de forma a reduzir os impactos da próxima estiagem? Que alternativas para ações foram desenvolvidas para substituir a necessidade de transportar grandes volumes de água com caminhões-pipa, que estão corroendo os orçamentos das prefeituras?Partindo da premissa de que a próxima seca não é uma questão de “se” ela vai ocorrer, mas sim, uma questão de “quando” ela virá, e de que o Estado vai continuar sendo abençoado com quase dois metros de chuva por ano, fica evidente que devemos administrar melhor a água da chuva. Precisamos de um vigoroso e ousado programa de captação, armazenagem e utilização multifuncional da água. Os agricultores precisam receber incentivos para construir cisternas e grandes reservatórios em forma de açudes revestidos para guardar água, não apenas para sua família e seus animais, mas também para irrigar a produção agrícola. Na Austrália, que é um país com índices pluviométricos muito baixos, a população já aprendeu a tratar a água como um bem escasso e a tratam com muito zelo. Cada produtor guarda a água da chuva. Numa visita a um agricultor, antes mesmo de lhe dizer quanta terra sua propriedade tem, ele lhe informará, orgulhosamente, “eu tenho 8 mil metro s cúbicos de água”.Nossas políticas de crédito rural, voltadas majoritariamente para o custeio de lavouras não “mexem o ponteiro”. Precisamos de investimentos que mudem a história das propriedades rurais entre “antes da água” e “depois da água”.

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