terça-feira, 26 de maio de 2009

JUSTIÇA IV

Mas os sinos, felizmente, não tocavam apenas para planger aqueles que morriam. Tocavam gambém para assinalar as horas do dia e da noite, para chamar à festa ou à devoção dos crentes. e houve um tempo. não tão distante assim, em que se toque era o que convocava o povo para acudir às catástrofes, às cheias e aos incêndios, aos desastres, a qualquer perigo que ameaçasse a comunidade. Hoje, o papel social dos sinos encontra-se limitado ao cumprimento das obrigações rituais e o gesto iluminado do camponês de Florença seria visto como obra desatinada de um louco ou, pior ainda, como simples caso de polícia. Não há pior engano do que o daquele que a si mesmo engana. E assim é que vamos vivendo.
Não tenho mais o que dizer. Ou sim, apenas uma palavra para pedir um instante de silêncio. O camponês de Florença acaba de subir uma vez mais à torre da igreja, o sino vai tocar. Ouçamo-lo por favor.

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