segunda-feira, 4 de maio de 2009

Garrafas versus fontes

O negócio de água engarrafada incentiva a privatização, afirmam ativistas. A água engarrafada é segura e amigável com o meio ambiente, responde a indústria.BROOKLIN, Canadá.- Quatro grandes corporações controlam a maior parte do mercado mundial de água engarrafada e constituem uma ameaça para as empresas públicas que fornecem o líquido, segundo informe do não-governamental Instituto Polaris, do Canadá. O negócio movimenta cerca de US$ 50 bilhões por ano, e as empresas que predominam são Nestlé, PepsciCo, Coca-Cola e Danone, de acordo com o estudo “Dentro da Garrafa”. Essas empresas “conseguem enormes lucros a partir da água que obtêm grátis ou a preço muito baixo de fontes públicas”, disse ao Terramérica Tony Clarke, autor do estudo. Cerca de 20% dos norte-americanos e 17,5% dos canadenses somente consomem água engarrafada, acrescentou. De acordo com fontes da indústria, as vendas mundiais do setor aumentaram 40% entre 2000 e 2003, quando o consumo por pessoa chegou a 90 litros nos Estados Unidos e 51 litros na América Latina. “O mercado das engarrafadoras aproveita os temores sobre a qualidade da água de fontes públicas”, argumenta Clarke, sugerindo que a água engarrafada também está relacionada com problemas de saúde. Em 2004, meio milhão de litros da marca Dasani, que é filtrada, tratada e engarrafada pela Coca-Cola, tiveram de ser retiradas do mercado britânico porque apresentavam altos níveis de bromatos cancerígenos, acrescentou. “Pode haver casos semelhantes de contaminação, mas ninguém examina a água engarrafada com a freqüência necessária”, ressaltou.

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