segunda-feira, 4 de junho de 2018

REENCONTRAR-SE, QUE EMOÇÃO.

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De pés descalços na grama da vida andava e observava outros andares. Uns seguiam devagar, outros corriam, outros ainda parados absorviam o momento. A emoção do reencontrar-se consigo mesmo se fazia presente.

Seguiam apoiados por alguma mão a lhes guiar, até que pudessem seguir sozinhos. Eu também fui conduzida até que pudesse sozinha andar. Em sequência guiei outros andares que passaram pelo meu caminho, e como um deleite observava quem eu conduzi, auxiliando outras pessoas nessa passagem, ensinando-os subir, descer, e se desafiar. Era mágico observar com todo carinho quem agora assumia direções e contribuia com o caminho do outro. Cada um guiava do seu jeito, uns calma e tranquilamente, outros mostravam a ansiedade, mas leve era seu deslocar.

Andavam em círculo, sem destino, sem direção, ou mesmo na contramão, mas, andavam de acordo com como compreendiam e percebiam o seu viver. A necessidade de cada um se fazia presente. O desalento também ocupava um lugar, mas não representava tudo que estava sendo sentido. Era preciso ressignificar.

A música da vida embalava-os entrando pelos ouvidos e resgatando emoções. A melodia e o ritmo penetravam nos poros, nas entranhas daqueles que procuravam se conectar.

O toque com a grama fazia-os se sentirem vivos, únicos, absortos nesse andar. Uns dançavam a vida que de dentro deles transbordava, outros corriam, assumiam riscos. Outros ainda contemplavam, com o olhar para o alto e para o chão, a procura do seu ontem e do seu amanhã.

Sob céu azul e serenidade seguiam os ciclos, misturavam-se as histórias, e todas representavam uma maior, a sua. Era a verdade do universo a se mostrar e unificar.

Alguém lá no fundo se abraçou e chorou. Era o momento da transformação, de mãos dadas consigo mesmo enxugou suas próprias lágrimas e seguiu. De olhos fechados para os desafios que viriam naquela existência seguia seu viver. A compreensão não alcançava, tudo que precisava experimentar. Mas conectava-se consigo, e com o seu andar, e confiava na ajuda que viria. Essa fé o manteria e mesmo que por vezes a venda nos olhos impedisse de ver além, de enxergar o amanhã, seguia da melhor maneira possível.

Eu, sentada a beira do caminho, observava esses andares. Momento este que representava a chama da emoção sentida. Era a transformação do amor, a vida que se mostrava presente nos registros de carinho impressos nas pessoas que passavam por aquele lugar.

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