quinta-feira, 8 de junho de 2017

QUEM É ÉTICO É FELIZ.

O professor João Adalberto Guimarães, brasileiro em um intercâmbio na Europa, entrou numa estação de metrô em Estocolmo, capital da Suécia. Ele notou que havia, entre muitas catracas normais e comuns, uma de passagem grátis livre. Então questionou a vendedora de bilhetes o porquê daquela catraca permanentemente liberada, sem nenhum segurança por perto. Ela, então, explicou que aquela era destinada às pessoas que, por qualquer motivo, não tivessem dinheiro para o bilhete da passagem. Com sua mente incrédula, acostumado ao jeito brasileiro de pensar, não conteve a pergunta, que para ele era óbvia: “E se a pessoa tiver dinheiro, mas simplesmente não quiser pagar?” A vendedora espremeu seus olhos límpidos azuis, num sorriso de pureza constrangedora e questionou: “Mas por que ela faria isso?” Sem resposta, ele pagou o bilhete e passou pela catraca, seguido de uma multidão que também havia pago por seus bilhetes. A catraca livre continuou vazia.

A cultura de levar vantagem está em decadência. Impossível ser feliz e não ser honesto. Muitos já se deram conta de que é urgente uma nova postura para garantir a realização pessoal. Fazer o que é certo quando ninguém está vendo é o jeito mais sereno e transparente de viver a ética. Para recuperar a confiança na humanidade é necessário transformar o coração humano. O espaço ideal para lapidar a existência é a família. Quando a convivência familiar for alicerçada nos valores humanos universais, será possível vislumbrar um ser humano correto, ético, transparente e, sem dúvida, feliz.

Amontoar bens materiais às custas de injustiças e espertezas nunca foi e nunca será uma expressão da dignidade. É deprimente conviver com pessoas que só pensam em si mesmas e que fazem da ganância um jeito sutil de fragilizar as relações humanas. A catraca vazia, destinada aos que vivem sem o mínimo, mas necessitam se deslocar, é um termômetro da honestidade e da transparência. Um dia, talvez, perto e longe de nós, serão muitas as catracas vazias, pois a humanidade terá recuperado sua postura ética. Não há dúvidas: quem é ético é feliz!

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