domingo, 1 de março de 2015

´PROIBIDO TER OPINIÃO.

Vivemos a era do pré e do pós conceito, porque o conceito desapareceu. Compramos o alimento pré-cozido, recebemos a notícia pré-selecionada e pré-comentada; aceitamos os dogmas do pregador e não das Igrejas e não elaboramos mais nada.
Caímos na preguiça mental, da qual falava Chesterton no livro Ortodoxia, no capítulo: “O suicídio do pensamento”. É como se alguém mastigasse e arrotasse ou defecasse a seguir, sem tempo de digerir e aproveitar o que mastigou. É a síndrome do gafanhoto.
O conceito nos ajudaria a assimilar o imediatismo da mídia e a urgentização produzida pelo marketing de tudo, inclusive da fé. Mas na era do pré-conceito não nos dão tempo de elaborar conceitos. Poucos tomam tempo para assimilar, comparar, analisar. Abdicaram de pensar. A grande maioria aceita e opina sem ter refletido.
Vivemos de pré-conceito e pós-conceito, mas o conceito foi suprimido. É proibido ter opinião elaborada, num mundo onde todos opinam sem primeiro pensar. A isto chamam de “politicamente correto”. Mas é medo de pensar e expressar o pensamento. Mesmo que discorde e pense diferente, o entrevistado diz que não tem nada contra porque seria discriminado e silenciado.
Na verdade, a proposta é “discorde apenas do que é permitido discordar”. Quanto ao resto, se for polêmico, diga que não tem nada contra, mesmo que tenha. Abdique de pensar e de opinar e sobreviva.
Comunicar deveria ser outra coisa. Jesus morreu porque ousou discordar. Se apenas orasse não teria sido morto. Mas discordou dos donos da situação. Hoje na mídia e nos governos quem elogia e concorda tem espaço. Quem discorda é afastado ou excluído.
Concordar sempre e em tudo é submissão e subserviência. Discordar sempre e em tudo é insolência. Concordar e discordar com critério é sinal de maturidade. Quantos conseguem esta franqueza?

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