segunda-feira, 11 de agosto de 2014

MUITA OCUPAÇÃO, MEMOS VIDA.

Parece que todos nos tornamos donos do mundo. Temos um senso de posse muito grande! Todos ocupados demais. O tempo foi mal dividido. Uma hora é curta demais. O dia deveria ter trinta horas. Vinte e quatro horas são poucas. A semana é traidora. Começamos e logo está nos anunciando o sábado. O mês passa depressa demais. O ano é cruel. Não nos avisa, passa depressa e nos envelhece. E porque estamos demais ocupados e preocupados, nos tornamos abobados, esquecendo de viver.
Fisicamente não fazemos exercícios. Nós, os seres caminhantes, esquecemos de caminhar. Não nos alimentamos bem, porque temos pressa e preferimos uma comida rápida a uma refeição prazerosa. Dormimos mal e pouco, e essa atitude se reflete no cansaço e no desgosto de fazer as tarefas costumeiras. Estamos sempre com obrigações atrasadas, com serviços a fazer. Temos a sensação de estar sempre atrasados. Esquecemos e não temos tempo de sentar e sentir que existimos. Não nos lembramos de fazer uma respiração mais profunda e relaxante. Tudo isso porque estamos sempre ocupados ou preocupados.
Emocionalmente vivemos estraçalhados em nossas relações pessoais. Os relacionamentos necessitam de tempo e entrega confiante. Não será esse um dos motivos de muitos homens e mulheres trocarem de relacionamentos muito seguidamente? Não serão os relacionamentos muito superficiais, que qualquer descontrole emocional desfaz, por não dar-se tempo? Vemos que as pessoas sofrem com isso, as crianças se sentem coisas e a sociedade se torna um mercado, um relacionamento mercantil. Falta coração no pulsar do vai e vem  dos relacionamentos. Parece que os animais nos ensinam em seus relacionamentos. Eles se dão tempo e afetividade.
Intelectualmente somos apenas profissionais. Estudamos e lemos em vista do ganhar mais dinheiro e de ser mais eficaz no trabalho. Isso é bom. Mas basta? As famílias reservam e dedicam um espaço para o televisor e a geladeira, para o fogão e o roupeiro, para os perfumes e os remédios, mas dificilmente reservam um espaço para livros, revistas e jornais. Porque estamos ocupados demais não nos damos tempo para a leitura que favorece o crescimento humano e espiritual e para estarmos informados das mudanças de nossa sociedade.
Espiritualmente dispensamos as relações de amor com Deus e com o próximo. Em geral as temos como tempo perdido. Ou são buscadas somente nas horas de “pronto-socorro” e de “emergência.” A espiritualidade se tornou descartável. Usa-se e joga-se fora. Trocasse de espiritualidade e de igreja conforme as conveniências. Não dedicamos tempo para nos conectar conosco mesmos e nos programarmos para um crescimento eterno.
A pergunta é essa: o que é que nos faz estar sempre tão ocupados?
Na verdade, estamos sempre ocupados em fazer um pouco de tudo e, de repente, fazendo coisas que não terão o menor significado daqui a alguns anos.

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