terça-feira, 26 de agosto de 2014

A INGENUIDADE DA MÃE.

O filho mimado, superprotegido pela mãe que via nele sua realização de mulher, embora frequentemente alertada pelo pai, cresceu não precisando acertar em nada. A mãe passava-lhe a mão na cabecinha e dizia que adotara o método summerhill. Iria educá-lo em liberdade e não na repressão como sua mãe o fizera.
Assim foi, e ele cresceu. Chegou aos 32 anos como um fracasso em pessoa. O casal acabou se separando, o pai morreu depois num acidente e a mãe, que conseguia o seu dinheiro da aposentadoria do pai, continuou pondo a mão na cabeça do filho e a achar que ele era um gênio e que não devia ser forçado a nada.
Assim ele não se fixava em nenhum emprego e todo empreendimento que assumia, fracassava. Não deu certo em nada, nem no namoro, nem no trabalho, nem nas coisas que criava. Elas acabavam assim que ele começava a agir. Ninguém mais o queria por perto. Mas ela o via como um gênio. Ai de quem criticasse o menino ou o garoto já com mais de 30 anos.
Punha-lhe na mão dinheiro e quando era dinheiro grande, ele alegava ter perdido ou ter sido assaltado. Ela acreditava piamente nele. Um dia, um irmão dela lhe disse que o menino se drogava. Ela virou fera. Sabia quem era o filho. Nunca! Filho dela poderia ter defeitos, mas não se drogava. Segundo ela, vivera 30 anos com ele, era a mãe e ela saberia. Não, o filho dela apenas tinha traumas vindos do pai. Ela o protegia porque ele era um filho sofrido, mas droga, nunca! Não o filho dela.
O rapaz foi enterrado no dia seis de maio. Morrera de overdose. Ela aprontou um auê com os médicos. Para ela, o moço morreu de parada cardíaca. Médicos não sabem nada! O filho dela nunca se drogou!
Oremos pelas mães que têm certeza de que nunca erraram, nunca erram e nunca errarão.

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