quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O TEMPO CERTO

Ocasião Oportuna, o momento certo. No futebol, numa orquestra, numa solenidade, existe sempre o momento certo. Não antes, nem depois. Há um tempo certo para a fruta madura. Antes é verde, depois apodrece.

Os gregos também se debruçaram sobre o tempo e acharam melhor dar-lhe duas dimensões. Cronos é o tempo comum. É o tempo do calendário, da cronologia. Já o Kairós é o tempo de Deus. É a passagem de Deus pela nossa vida e que suscita tempos especiais, mágicos, densos de vida e de salvação. São esses momentos que fazem a diferença na cronologia de nossa vida.
Na impossibilidade de engessar o tempo, para melhor situá-lo, nós o cortamos em fatias: minutos, horas, dias, meses, anos e séculos. Também tentamos percebê-lo através de três dimensões: passado, presente e futuro. Ou ainda: ontem, hoje e amanhã. Mesmo assim, não sabemos comportar-nos diante desses três estágios. Preocupamo-nos com o ontem e amanhã e descuidamos o hoje. O passado é definitivo e imutável, o futuro é desconhecido. Na realidade, sobra apenas o momento presente. Isso sugere que o tempo é um presente de Deus.
O já citado Santo Agostinho deu-se conta que ele jogava para o futuro suas decisões, que implicavam mudança de vida: “Amanhã, sempre amanhã, por que não hoje?” O raciocínio está correto. Deus oferece sempre, e a todos, o perdão, mas não garante a ninguém o dia de amanhã. O tempo de Deus – kairós – é hoje. O passado deve ser entregue à misericórdia, o futuro à providência. Peregrinos, terminais, sem previsão de chegada, temos em mãos a preciosa moeda do presente. É com ela que podemos construir a eternidade. O tempo pode ser definido com espaço do amor do Pai.

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