quinta-feira, 9 de julho de 2015

O PSDB É HOJE UM ARREMEDO DO QUE UM DIA FOI

Em sua luta por convocar um terceiro turno eleitoral capaz de retirar de Dilma Rousseff o mandato legítimo que o povo lhe outorgou, o PSDB deixou de lado todos os escrúpulos, esqueceu todas as lições políticas que deveria ter aprendido ao longo do tempo e passou a ser não mais que ridículo instrumento da vontade pessoal e soberana de seu presidente – o senador Aécio Neves, aquele mesmo que foi batido duas vezes na urnas das Minas Gerais em 2014 e que foi batido também nas urnas pela atual ocupante do Planalto.

E Aécio Neves sabe que o tempo conspira em seu desfavor, sabe bem demais que só será presidente por um golpe do azar, seja à moda antiga, seja à moda paraguaia, porque se tiver de esperar para outubro de 2018 terá sido tarde demais para ele – é que a fila no PSDB começou a andar já no dia 27 de outubro de 2014. E por ordem de preferência, por ser o PSDB um partido eminentemente conservador paulista, os candidatos naturais têm nome, sobrenome e biografias: o o governador Geraldo Alckmin e o senador José Serra.

De elitista, dono de políticas neoliberais que tanto infelicitaram o povo brasileiro e povos de várias nações desenvolvidas, o PSDB tornou-se o partido dos golpistas que sequer tem a bravura, a coragem de chamar pelo nome o que tramam, conspiram, intentam – rasgar a ordem democrática, abrir regime de exceção, tomar pela força de pseudo-tribunais o que não conseguiu pela vontade soberana do povo brasileiro.

O PSDB esquece apenas que antes há de combinar com o povo: não se derruba presidentes legítimos do dia para a noite sem que se tenha como pagar o alto preço da traição à pátria.

E de povo o PSDB entende muito pouco ou quase nada: alguém já fez um corte racial e social na plateia das convenções do PSDB? Alguém já localizou em meio àquelas "massas cheirosas", na expressão de Eliane Cantanhede, alguém com cara de povo, ou seja, morena, negra, pobre e que fala um português ao arrepio da norma culta? Não. Porque, então, não seria uma convenção do PSDB. Porque para ser convenção tucana tem que ter aquele clima de convenção norte-americana, com balões coloridíssimos no teto e nas laterais do palco, com o candidato feito de literalmente papelão, vestidos à moda "casual chic", com blazer azul marinho e calça jeans de grife, sorriso armado o tempo todo, quentinhas à la carte, ar condicionado por volta dos 18 graus.

Pelo que observo nas redes sociais, pelo que vejo nas movimentação de mais que uma dezena de partidos que apoiam a presidente no Congresso Nacional, arrisco-me apenas a expressar o seguinte:

- Que o PSDB se prepare para a guerra se quer levar a ferro e a fogo sua tentação golpista.
- Não será uma guerra nem rápida e nem fácil.
- Mas, ao fim, vencerão as forças democráticas e os trabalhadores e restará ao PSDB escrever seu ultrajante epitáfio no rodapé da história brasileira: Aqui jaz um partido que nasceu democrata e morreu de joelhos, golpista, corpo gangrenado e sem alma nenhuma.

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