segunda-feira, 20 de julho de 2015

ATITUDE PARA MELHORAR O BRASIL

Chegamos a um ponto limite. A ameaça de Eduardo Cunha de "explodir o governo" é, na verdade, ameaça de explodir o país, ou melhor, de explodir a economia.

Quem paga por isso? Você, caro leitor.

Se quem lê estas palavras for antipetista, a reação provável será a de subir em um banquinho e discursar contra os (supostos) pecados dos governos petistas que conduziram a economia a essa situação. Se for da esquerda caviar, discursará sobre "estelionato eleitoral" e sobre a necessidade de uma desnecessária "crítica pela esquerda" que nada mais é do que colaboração com o golpismo e com o afundamento da economia.

Chega de politicagem. Os 200 milhões de brasileiros não querem saber disso. O país precisa sair dessa. Até mesmo para a oposição não interessa herdar uma massa falida, caso vença em 2018.

O golpe não acontecerá como pensa a direita golpista. Haverá uma guerra política antes. Nesse interim, quem chegar ao poder encontrará um país economicamente arrasado e terá que dar respostas que a parcela da população que apoia o golpe espera que sejam dadas.

O golpe não acontecerá ou acontecerá após uma luta fratricida e, nesse contexto, os setores da sociedade que condescendem com tal estupro da democracia acreditam que bastará tirar o PT do poder para tudo se resolver como por mágica.

Não será assim. Quem assumisse agora encontraria uma crise muito pior do que a que há neste momento e demoraria para dar alguma solução a ela, se é que daria. Afinal, a sabotagem mudaria de lado. O ajuste fiscal, agora, teria que ser muito mais duro e quem herdar o butim estará esperando uma farra com a chave do cofre que lhe cairá nas mãos.

A única solução viável, neste momento, é um pacto político. Caberia às lideranças do governo e da oposição, aos movimentos sociais, ao empresariado, à mídia e até ao Ministério Público, à Polícia Federal, ao Judiciário e a quem mais puder colaborar, sentarem-se todos para discutir uma agenda mínima.

Pelo lado das investigações de corrupção, a partir de agora deveriam ocorrer discretamente. Não se propõe que sejam abandonadas, mas devem deixar de ser espetáculo. Já.

Pelo lado do Congresso e dos partidos, é chegada a hora de aprovar medidas, com celeridade e eficiência, para equacionar receita e despesa.

Pelo lado da mídia e das lideranças políticas à direita e à esquerda, seria tranquilizador para o país se todos aparecessem publicamente comunicando à nação que diferenças serão postas de lado até que a economia se estabilize.

Ao contrário do que poderia pensar a oposição, ela lucraria muito ao demonstrar que está colocando o país acima de suas ambições políticas. Ao governo caberia reconhecer a colaboração da oposição, recompensando-a publicamente pela atitude madura e responsável.

À mídia, caberia parar de colocar lenha na fogueira, desfazendo a imagem de golpista e de abutre com que é vista por amplos setores da sociedade.

A oposição já ganhou discurso para 2018. E se atuar para que o país saia da crise, terá esse ativo a seu favor. O governo e o PT, poderão argumentar que não hesitaram em compartilhar decisões com os representantes da minoria, em um gesto de desprendimento e republicano. A mídia, finalmente poderia demonstrar sua utilidade.

A alternativa a iniciativas republicanas a serem adotadas por TODOS os agentes políticos e econômicos é o caos, é o estabelecimento de uma situação imprevisível que certamente irá surpreender inclusive àqueles que pensam que estão ganhando o jogo.

A situação econômica do país já começa a mudar de patamar. É como se o paciente tivesse que tomar uma colher de sopa de um remédio amargo todos os dias, mas como só aceita tomar uma colherinha de café a doença, além de não ceder, ameaça piorar. Ou esse paciente para de agir como criança ou sua gripe irá se transformar em pneumonia.

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