quarta-feira, 31 de outubro de 2018

PARA PENSAR: O DOM DA PAZ


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No Sermão da Montanha, é a sétima bem-aventurança: "Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus". Quem são os pacíficos? Os que estão em contato com a paz. Se você tiver esse canal aberto, você não vai ser um violento. E quem tem a paz? Quem põe a sua confiança em Deus. A violência nasce da agitação interior. Mas se você se colocou nas mãos de Deus, por que você seria violento? Por que teria ódio? Daí o grande Salmo, que é o salmo da paz: "O Senhor é o meu pastor, nada me pode faltar ..."
É a paz que o Cristo prometeu: "Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz ..." Esse era o fundo do coração de Cristo. Lá no fundo, estava a paz (ninguém pode dar o que não tem!). A paz como repouso no Ser. Nós recebemos o Ser. Este é o milagre da existência - e sobretudo do ser humano, onde o dom da existência se combina com o da consciência. Sabemos que existimos; e é isso o que nos separa dos animais. Mas, por isso, também sabemos que morremos; a uma certa luz escura, a vida pode parecer uma corrida para a morte - o que, num certo sentido, ela é. Por isso é que a dádiva do Ser é só o começo de um caminho: para o ser humano, ela não vem completa, pronta, acabada (como é o caso dos animais). Há toda uma série de desafios até que finalmente desembarquemos no Ser. O encontro com o Sagrado é uma etapa importante nesse itinerário - porque o que chamamos de Sagrado, no fundo, é o mistério do Ser. Assim se dirigiu Javé a Moisés, no deserto, de dentro de uma sarça ardente: "Eu sou aquele que Sou!"
Quando esse encontro se torna efetivo - como no caso das pessoas espiritualmente realizadas -, a sensação é a de uma liberdade que não conhece limites; o que são Paulo chamou de "uma paz que transcende todo entendimento".

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