quarta-feira, 3 de outubro de 2018

DITADURA NUNCA MAIS!

Resultado de imagem para tortura ditadura militar

“Memória de um tempo em que lutar por seu direito é um defeito, que mata...”

Assim cantava Gonzaguinha lembrando de forma sofrida e pungente a “legião dos esquecidos”, os mortos e desaparecidos do período da ditadura militar.

Hoje, quero lembrar os que venceram aquela guerra, como o Coronel Brilhante Ustra, ídolo e herói do mito que o homenageou chamando-o de “o terror de Dilma Rousseff”.

E era...

“No início, não tinha rotina. Não se distinguia se era dia ou noite. O básico era o choque. Se o interrogatório é de longa duração, com interrogador experiente, ele te bota no pau de arara alguns momentos e depois leva para o choque, uma dor que não deixa rastro, só te mina. Muitas vezes usava palmatória; usaram em mim muita palmatória. Fui jogada em uma cela, onde fiquei a maior parte do tempo sozinha. Voltei a apanhar muitas vezes, sem que me fizessem nenhuma pergunta. O estresse é feroz, inimaginável. Descobri, pela primeira vez, que estava sozinha. Encarei a morte e a solidão. Lembro-me do medo quando minha pele tremeu. Tem um lado que marca a gente pelo resto da vida...”

- Dilma Roussef, em depoimento à Comissão da Verdade.

“Ah, mas era uma guerra”, dizem os seguidores do mito. “Vale tudo na guerra...”

É... vale tudo numa guerra:

“Fui espancada por ele ainda no pátio do DOI-CODI. Ele me deu uma bofetada com as costas da mão, me jogando no chão, e gritando ‘sua terrorista’. Depois chamou outros agentes que me arrastaram para uma sala de tortura.

No dia seguinte ele levou meus filhos para me ver. Eu estava numa sala, amarrada à cadeira do dragão, nua, vomitada, urinada... meus filhos tinham 5 e 4 anos. Foi a pior tortura que enfrentei...”

- Amélia Teles, militante do PCdoB, em depoimento sobre seu encontro com o Coronel Ustra.

“Ah, mas pelo menos na época dos militares a gente podia sair de casa tranquilo, sabendo que ia voltar...”

Na manhã daquele 25 de outubro, Vlado tomou café da manhã com Clarice, sua mulher, ao lado de Ivo, 9 anos, e André, 7, seus filhos. Vladimir era jornalista, trabalhava na TV Cultura, de São Paulo, e resolvera apresentar-se espontaneamente ao quartel do II Exército, no DOI-CODI, para prestar esclarecimentos sobre suas ligações com o PCB.

Era um homem pacato e tranquilo.

Nunca mais voltou para casa.


Estamos muito próximos de voltar a este tempo. Desta vez poderá ser eu, você, nossos filhos ou nossos netos. Pense bem: #elenão.

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