terça-feira, 9 de janeiro de 2024

NÃO PODEMOS PERDER A ESPERANÇA.

 

A razão moderna se mostrou irracional ao construir o princípio de autodescrição. As próprias religiões, fontes naturais de sentido, participam da crise de nosso paradigma civilizacional e, em muitas delas, vige o fundamentalismo violento.

Em que se agarrar.? O espírito humano recusa o absurdo e sempre busca um sentido que torne a vida apetecida. Resta-nos um único sustentáculo: a esperança. Ela é como uma árvore: ela se verga mas não se quebra. Como nos foi mostrado antropologicamente, a esperança é mais que uma virtude ao lado das outras. Ela representa, independentemente do espaço e do tempo histórico, aquele motor interior que sem cessar nos faz projetar sonhos de dias melhores, utopias viáveis, caminhos ainda não andados que podem significar uma saída para um outro tipo de mundo.

É atribuída a Santo Agostinho, o maior gênio intelectual e cristão do Ocidente, africano do século V da era cristã, a seguinte afirmação que nos poderá, eventualmente, alentar:


Todo ser humano é habitado por três virtudes: a fé, o amor e a esperança. Diz o sábio: se perdemos a fé nem por isso morremos. Se fracassamos no amor, sempre podemos arranjar outro. O que não podemos é perder a esperança. Pois a alternativa à esperança é o suicídio por absoluta falta de sentido de viver.

Entretanto, a esperança possui duas formosas irmãs: a indignação e a coragem. Pela indignação rejeitamos tudo o que nos parece mau e perverso. Pela coragem, empenhamos todas as nossas forças para mudar  o que é ruim em bom e o que é perverso em benéfico.

Não temos outra alternativa senão nos enamorarmos destas duas formosas irmãs da esperança:  indignarmo-nos  e rejeitar firmemente esse tipo de mundo que impõe tantos sofrimentos à Mãe Terra a todos da humanidade e da natureza Se não podemos superá-lo pelo menos resistir a ele desmascarar sua desumanidade. E ter a coragem de abrir caminhos, sofrer pelo parto de algo novo e alternativo. E crer que a vida tem sentido e a ela cabe escrever a última página de nossa peregrinação por esta Terra.

Pense nisso enquanto de digo até o próximo texto.

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