quinta-feira, 8 de setembro de 2022

A PATRIOTADA "IMBROCHÁVEL" DE JAIR BOLSONARO, NO 7 DE SETEMBRO.

 


Em duzentos de independência do Brasil, nunca houve um dia mais propício para qualquer cidadão brasileiro que ainda não perdeu a razão e o bom senso, sentir vergonha de ter nascido neste país, do que este 7 de setembro de 2022. Nunca antes na história, um presidente da república avacalhou com tamanha força de vontade uma data cívica e de tamanha importância para a nação. Em Brasília, Jair Bolsonaro transformou o dia da independência do Brasil numa festa paroquial da seita miliciana da qual ele é o mito, com direito a “veio” da Havan desfilando como autoridade, primeira-dama como princesa do baile, comício eleitoral e um coro de “imbrochável”, puxado por ele mesmo, para exaltar a sua masculinidade tóxica, frágil e duvidosa. Só faltou um bingo tendo o coração de Dom Pedro I como prêmio.

Nesse desbunde cívico-militar em glória de si mesmo, o atual presidente da república usurpa a máquina pública em favor de sua campanha à reeleição, considerando como povo brasileiro apenas o gado que saiu às ruas para apoiá-lo. A fatiota patriótica promovida pelo pior governante que esse país já teve, deveria entrar para a história como o dia da vergonha nacional. E a vergonha é ainda maior para aqueles que saíram de suas casas para incensarem um genocida responsável pela morte de milhares de cidadãos brasileiros, como se este fosse o santo padroeiro de sua quermesse. Estes se prestaram a ouvir de um chefe de estado um discurso estruturalmente machista, que atribui juízo de valor à prática religiosa e à aparência de duas mulheres – a sua esposa e a esposa do seu principal adversário político - as colocando em lados opostos de acordo com o seu padrão moral e estético. Nenhuma novidade, vindo de um sujeito que disse que não estupraria uma colega de parlamento por ela não lhe despertar desejo sexual.  

O que dizer de patriotas que obedeceram à voz de comando do sociopata que os regia, e repetiram a plenos pulmões que ele é “imbrochável”? O que dizer desses apaixonados pela pátria, que se alvoroçaram com a presença de empresário sonegador de impostos Luciano Hang, a versão fascista do “Louro José”, o reverenciando como um grande herói nacional? O que dizer de patriotas que dizem ser contra a corrupção e a velha política, mas se ajuntaram para festejar o dia da independência prestando continências a um político que estava usando e abusando do poder público, se aproveitando do cargo que ocupa e se utilizando da máquina administrativa e de sua aproximação com as Forças Armadas, para favorecer a sua candidatura à reeleição? Essa marmota apoiada por um bando de patriotários bolsonaristas não passou de uma grande patriotada. Um ufanismo estúpido e hipócrita, que ratifica o quanto o bolsonarismo é débil, tosco, virulento e irascível.

Depois dessa farândola militarizada patrocina da pelos cofres públicos, que mais parecia uma comemoração ao dia da independência da Suécia, devido a quase exclusiva adesão de brancos e elitistas ao evento, resta ao Brasil real, aquele que voltou a passar fome graças a política do atual governo, proclamar a sua independência nas urnas no dia 2 de outubro, e se libertar definitivamente do jugo fascista do bolsonarismo.  



Ricardo Nêggo Tom.

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