sábado, 9 de fevereiro de 2013

TÓXICOS AGRIDEM O PULMÃO

O mais comum é que uma pneumonia seja desencadeada por bactérias que se instalam nos pulmões, mas a doença também pode ser provocada por vírus, fungos e até substâncias tóxicas inaladas. O incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS), matou em minutos mais de 230 pessoas asfixiadas pela inalação da fumaça. Entre os sobreviventes, além das queimaduras, uma das principais ameaças é justamente a pneumonia química. Apesar de terem conseguido deixar o local do incêndio com vida, inalaram muita fumaça, carregada de gás carbônico e outros tóxicos resultantes da queima de materiais diversos.
Os sintomas da pneumonia química podem começar a aparecer até cinco dias depois da exposição aos tóxicos, conforme alertou o Ministro da Saúde Alexandre Padilha. Por causa da lesão provocada pelo ar quente no aparelho respiratório, o pulmão perde a capacidade de expelir as substâncias danosas. “Os primeiros sinais de que é preciso buscar ajuda médica são: tosse, falta de ar, irritação na garganta, secreção ligeiramente rosada”, esclarece. 
A fumaça que fica nos pulmões inflama os alvéolos, as estruturas que fazem o transporte do oxigênio para o sangue. No começo, eles ficam vermelhos, depois incham e descamam. O corpo reage e envia células de defesa, mas nesse processo parte do sangue acaba entrando nos alvéolos, ocupando o lugar do ar, o que causa insuficiência respiratória. 
O tratamento consiste em desintoxicar o corpo, por meio de respiradores artificiais que levam oxigênio a todo o organismo. Se não for tratada corretamente, a pneumonia química pode levar o paciente à morte. Daí a necessidade de procurar atendimento médico imediato diante de qualquer suspeita.
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 20 pessoas envolvidas com o incêndio em Santa Maria procuraram os serviços de saúde depois do ocorrido apresentando cansaço e falta de ar. Pelo menos cinco foram internadas, sem dano físico, mas com quadro de pneumonia química. 

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