sábado, 30 de junho de 2018

VAI DOER POR MUITO TEMPO

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Em tempos de crise mundial, os consumidores param de consumir e, com isso, os produtores param de produzir. Quando o comerciante não vende porque o consumidor não compra, o industrial não fabrica porque seu produto vai encalhar e quem empresta dinheiro aumenta o juro porque o tomador de empréstimos não terá como pagar. A isso chama-se ‘ciranda “, mas é ciranda que agora gira ao inverso. Um não compra porque não tem dinheiro, o outro não vende porque um não compra e o outro não faz porque não venderá ao revendedor. E outro não empresta para quem produz porque o produto não será comprado. Mesmo sem você entender os complicados mecanismos de produção, venda, revenda, compra, empréstimo, mercado futuro, commodities,já percebeu que os produtos ficarão mais caros e o parcelamento da dívida será mais complicado.
O mundo ficou mais pobre, o cinto do mundo apertou mais e parece que afivela não está resistindo. Pelo ralo escorreram cerca de 30 trilhões de dólares que já causaram o fechamento de milhares de fábricas mundo a fora e a perda, por enquanto, de milhões de empregos na Europa, nos EUA e no Brasil.  Vem grande sofrimento mais adiante...

Onde entra a religião nesta ciranda? Ela falou e falou contra a usura e os juros, mas não foi levada a sério. Casamento de consanguíneos é sempre um casamento de risco. Dinheiro que casa com dinheiro para gerar mais dinheiro acaba gerando um aborto econômico

Estão certas centenas de passagens da Bíblia que sugerem cuidado com o dinheiro que gera dinheiro. Já dizia São Paulo: “O amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” Alguém achou que o trabalho humano valia menos do que o dinheiro no banco. E muitos bancos, ao invés de pôr o dinheiro para trabalhai puseram-no para descansar.
O dinheiro que faria, não fez! Era dinheiro errante e sonambulo. Aqueles. trilhões de dólares perdidos estão doendo. Doerão por muito tempo. Pense nisso.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

OTIMISMO X PESSIMISMO.

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Não deixa de ser curioso observar as diferentes reações do ser humano frente a certos obstáculos. Ao adoecer, algumas pessoas só pensam na recuperação; outras sentem que jamais voltarão a ter saúde. Diante de uma situação de risco, os otimistas decidem enfrentá-la, pois acham que as chances de sucesso são boas; os pessimistas recuam, antevendo a catástrofe. Para começar um namoro, o otimista se aproxima de alguém que despertou seu interesse; o pessimista evita o primeiro passo, imaginando uma rejeição inevitável.

As diferenças não param aí. Se de um lado, há alegria de viver, generosidade, desprendimento, do outro há certa tendência ao egoísmo e à tristeza, às vezes disfarçada de falsa euforia. O otimista está sempre cheio de planos e projetos, é inovador, contagiando com sua esperança as pessoas que o cercam. O pessimista é mais comedido nos gastos e nos gestos, costuma ser conservador, só se interessa por coisas que já foram testadas e agradam à maioria.

Quais serão os fatores que impulsionam o ser humano na direção de um comportamento positivo ou negativo em relação à vida? Vale a pena levantar algumas hipóteses. Antes de mais nada, acredito que não se trate de um mero condicionamento ou hábito de pensar. Quer dizer, não adianta acordar de manhã com a disposição de mudar e de tomar atitudes positivas. Esse tipo de otimismo será falso, superficial e não levará ao sucesso almejado.

Tenho impressão de que há algo de inato em nosso comportamento. Certas pessoas possuem forte impulso vital. Portadoras de uma energia inesgotável, são movidas por um combustível que falta à maioria dos mortais. Nelas, a alegria de viver é transbordante. Nada as deixa tristes e, em certas situações, parecem levianas porque não dão muito peso a sofrimento algum. Esse fenômeno inato provavelmente está ligado à bioquímica de nossas células cerebrais.

Outro fator que predispõe ao otimismo ou ao pessimismo é a avaliação crítica de nosso passado. Por exemplo, se uma pessoa de 40 anos fizer uma retrospectiva de sua vida e concluir que teve progressos indiscutíveis, haverá bons motivos para o otimismo em relação ao futuro. Se, ao contrário, na hora de somar e subtrair, o saldo for negativo, o pessimismo prevalecerá. Essa auto-avaliação não abrange apenas conquistas de ordem material. O que mais interessa é o sucesso como ser humano. Conseguir dominar os impulsos agressivos, ter uma vida sentimental e sexual satisfatória, ser tolerante para com as diferenças de opinião são condições que conduzem ao otimismo.

Finalmente, há um terceiro fator, sem dúvida o mais importante de todos, que orienta nossa atitude. Esse fator é a coragem. Pessoas que não têm medo de ousar tendem ao otimismo. Elas não temem o sofrimento e o fracasso. Sabem que o forte não é aquele que sempre acerta, mas aquele que corre o risco de errar e sobrevive à mais dura queda. Os seres humanos mais felizes suportam bem a dor e costumam ter uma rotina mais criativa e alegre. Seu otimismo leva ao sucesso, pois consideram eventuais derrotas um aprendizado que os tornará ainda mais fortes. O oposto acontece com o pessimista. Ele fica paralisado, não por convicção, mas por medo. Não tem medo porque é pessimista. É pessimista porque tem medo. E assim vai passando pela vida, cada vez mais inseguro e acomodado e - o que é pior - cada vez mais invejoso.

quinta-feira, 28 de junho de 2018

A ESTÓRIA DO CELULAR

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Larga o celular minha filha! Esquece este celular marido... Lá ia ela querendo um minuto de atenção, brigando com todos que não ofereciam uma conexão. Ficava no vácuo, no vazio da não aproximação.

Amigos virtuais, relações virtuais, receitas virtuais e afetos virtuais, tudo precisa ser repensado na busca de maneiras de se encaixar na vida real. Carinho a distância, tudo vai determinando novas formas de ser e sintonizar, para quem assim desejar. A voz distante que afaga, é afago que se dissolve mais rápido. É palavra que não grava, mas agrada.

Um limite para o celular às vezes é difícil de alcançar. É barco que todos embarcam. Uns pulam e se afogam no mar, outros se perdem no trajeto porque não desviam a atenção. Mas existem aqueles que seguram firme o leme e tem claro onde querem chegar e como querem utilizar. Podem se atrapalhar, mas não se perdem na estória do celular. Estabelecer limites para o seu uso precisa de equilíbrio. Definir o lugar que ele ocupa na sua vida é primordial: dependências, facilidades ou mesmo de inutilidades. Tudo precisa ser repensado, construído e ou transformado.

Adultos equilibrados transmitem orientações coerentes e constroem crianças seguras que absorvem o positivo dessa nova geração...

No mundo real entra o mundo virtual que pede por demarcação de espaço.

Os meios de comunicação vão ajudando e atrapalhando o ouvir-se. Depende de quem interpretar e de como utilizar. Algumas vezes ajudam, outras atrapalham, e assim vamos seguindo achando nossa própria receita.

Lá pelas tantas... Pega o celular minha filha e vem aqui me ajudar, não sei como me conectar...


terça-feira, 26 de junho de 2018

LEVEI 70 ANOS PARA APRENDER

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Um dos maiores problemas com o qual o ser humano pode conviver é a busca de aprovação pela família ou sociedade. Não espere que as pessoas à sua volta vejam o seu desempenho no momento e na hora que você mais precisa que isso aconteça. Os que vivem em sua volta, na maioria das vezes, gostam de você do jeito que é bom para eles. Poucos sabem entender que cada um tem o seu caminhar e a sua forma de enxergar a vida.
Não espere que as suas verdades, conquistadas com muito esforço, sirvam também para os demais. O processo de aprendizado é individual.
Não espere que o óbvio seja companheiro de todas as suas verdades. Só você vê o mundo da sua maneira. Ninguém trilhou o mesmo caminho que você.
Não espere que, depois de viver junto com alguém, as coisas possam ficar melhores. Não, não ficam. As pessoas vêm até nós com suas virtudes e seus defeitos. Ninguém consegue ser o que nós esperamos que seja. Por um minuto até pode, mas o dia inteiro não será possível. Ou você aceita a pessoa como ela é ou irá ter problemas de relacionamento.
Não espere que um dia a pessoa mude e passe a ser como você gostaria que ela fosse. Isso nunca acontece. O caminhar é individual. As pessoas só mudam quando decidem mudar. Ninguém tem o controle da vida do outro.. Não espere que seu amigo entenda... Ele vê você exatamente da forma como demonstrou lhe entender e ler. As pessoas se revelam e se mostram nas dificuldades.
Não espere que os amigos de festas venham lhe ajudar, eventualmente, no transporte dos móveis de sua mudança de casa. A expressiva maioria deles não gosta de você. Gosta e aprecia o que você lhes oferece como distração ou alimento.
Não espere ter muitos amigos. Poucos nos aceitam como somos. Poucos têm a energia compatível. Não espere que sua felicidade esteja nas mãos dos outros. Eles também buscam a deles. Felicidade é uma mera combinação de mente aberta com oportunidade escancarada. Ser feliz é uma determinação e não uma busca. Felicidade é essência e não matéria.
Não espere, portanto, que seu bolso lhe traga esta felicidade. A satisfação que emana de um bem, em nossa vida, leva em si poucas horas de prazer. O que não se toca "esconde" a essência da vida feliz. A felicidade está DENTRO de nós. É só saber usar.Não espere que, finalmente, seguir os outros venha lhe dar a paz que você busca. Ela está em seu equilíbrio emocional e na forma como você verbaliza as suas verdades. Eles são a base do seu e do meu plantio.

O DESENVOLVIMENTO DA CULTURA CONSISTE EM SUPERAR A LOGICA


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Estamos aí nos preparando para  novas edições de eventos, e quem tem ido a feiras e exposições como Fenasoja, Fenamilho, Expofeira e tantas outras sai de lá dizendo: “É sempre a mesma coisa”. O que muda são os shows, o resto é o resto. Não fossem os shows, todas, ou quase todas seriam um fracasso de público e negócios.

Os comandantes destes eventos tem a tendência a pensar que só é verdadeiro aquilo que os seus olhos veêm. A cultura só progride quando se realizam atos fora do comum. Se combatemos todas as idéias novas e incomuns, perdemos a batalha da concorrência. Nosso país tem ficado para trás porque existem pessoas demais que respeitam a lógica.
Quem só dá importância àquilo que é valorizado por existir não passa de um imitador,
É preciso coragem para afirmar aquilo que é fora do comum, aquilo que ninguém, acredita. Talvez seja qualificado de “louco”. Num país onde todos são daltônicos, afirmar que o Sol é vermelho ou que determinada roupa é vermelha constitui um ato de heroísmo, pois quem assim o fizer será considerado louco por inventar uma cor inexistente. Mas a verdade pode estar com um indivíduo entre milhões, apesar de ser muito difícil a uma só pessoa com visão convencer mil cegos. Entendo que temos que pensar no novo. Aquilo que ainda não foi feito. Tem que ousar. Quem se recusa a aceitar o que não é usual e habitual está condenado a repetir insucessos e malogros. Precisamos procurar contribuir para o desenvolvimento da cultura, atentos ao fato de que a logica não deve servir de limite para as nossas iniciativas. Pensem nisso.

domingo, 24 de junho de 2018

ENQUANTO O AQUARIUS,,,



Termômetro da crise de indiferentismo que assola nossa sociedade, a questão migratória continua a mostrar-se um sintoma terrível e de alta negatividade. O barco Aquarius, que transporta mais de 600 migrantes – entre eles sete mulheres grávidas e mais de cem menores desacompanhados – resgatados da costa líbia, permaneceu por vários dias parado no meio do mar. Esperava poder atracar em algum porto italiano ou na ilha mediterrânea de Malta. Porém, ambos os países recusaram-se a abrir seus portos para acolhê-lo.

O ministro do interior da Itália, Matteo Salvini, tuitou uma declaração seca e cortante: "Salvar vidas é um dever. Transformar a Itália em um enorme campo de refugiados, não. A Itália não vai mais ceder e obedecer. Desta vez, HÁ ALGUÉM QUE DIZ NÃO". Enquanto isso, os migrantes aguardavam, o sol queimava e as provisões escasseavam. E o ministro seguia convicto de que naquela situação, acolher os migrantes do Aquarius não equivalia a salvar vidas.

O exército de Malta não abriu os portos para o Aquarius, mas levou a bordo provisões para 24 horas. Foi quando brilhou, como luz de esperança, a decisão do recém-eleito presidente da Espanha, Pedro Sánchez. A Espanha acolheria o barco para “evitar uma tragédia humanitária” e abriria o porto de Valencia.

Acompanhando a decisão de Pedro Sánchez, várias cidades e regiões do país se comprometeram a receber um determinado número de passageiros do Aquarius: o país basco, a cidade de Madrid, a região de Baleares, entre outras. Barcelona havia oferecido seu porto antes do pronunciamento do presidente, que acabou por escolher Valencia para o desembarque dos refugiados.

Diante de uma Europa que parece criar um crescente bloqueio antimigrantes e uma mentalidade cada vez mais hostil ao acolhimento deles, a Espanha aparece como exceção de solidariedade e humanidade. Mesmo nos tempos mais agudos da crise migratória, a política espanhola evitou voltar as costas aos refugiados e transformá-los em bodes expiatórios. E o recém empossado presidente marca sem dúvida um ponto político e diplomático adotando uma posição de acolhimento diante do fechamento de seus dois vizinhos.

Na França, recente pesquisa feita pela revista L´Express mostrou que, entre os católicos ouvidos, menos da metade se declarou aberta à acolhida dos migrantes. E mesmo os que são mais lúcidos e positivos sobre essa questão revelam um alto nível de pessimismo em relação ao sucesso da integração dos estrangeiros que batem às portas de seu país. A maioria crê que eles não conseguirão integrar-se.

Trata-se realmente de uma tragédia, mas de dupla dimensão. Por um lado, a tragédia real dos migrantes que atravessam longuíssimas distâncias, enfrentam um sem número de dificuldades e perigos em busca de uma vida com um mínimo de decência para si e suas famílias. Tantos encontraram a morte enquanto buscavam a vida.

Não menos grave, porém, é outra tragédia, de igual senão maior peso. Trata-se da incapacidade crescente que se percebe nas sociedades ocidentais de abrir espaço para a hospitalidade e o acolhimento do outro que precisa de ajuda. Rejeitar e mandar de volta pessoas que saíram de suas pátrias porque não têm outra opção para continuarem vivas é algo muito grave.

Parece que o migrante é alguém que, por não ser cidadão do lugar onde procura a chance de uma nova vida, não é plenamente humano. A ética, os direitos humanos e todas as instâncias que regem o funcionamento de uma sociedade reconhecem ao estrangeiro e ao migrante os mesmos direitos permitidos a todo ser humano. No entanto, por interesses econômicos e uma malsucedida política de fronteiras, os refugiados são cada vez mais considerados por muitos uma ameaça aos interesses dos países onde desejam se instalar.

O “sintoma” do estrangeiro sublinha os limites dos estados-nação e a consciência política que os configura. Interiorizamos essas limitações e tendemos a reagir com a convicção de que estrangeiros e migrantes não gozam dos mesmos direitos que nós. Porém, urge tomar consciência de que a dignidade humana pertence aos seres humanos, quaisquer que eles sejam, independentemente de seu reconhecimento pela lei, ou da posse de papéis que atestam sua cidadania.

Enquanto o Aquarius e seus passageiros distribuídos em embarcações auxiliares singram rumo à Espanha, esta grave questão se levanta sempre com mais força. Está em jogo não a nossa cidadania, mas a nossa identidade de seres humanos.

sábado, 23 de junho de 2018

HÁ LISURA NA LAVA JATO?

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A corrupção é inerente à história humana. Até no grupo de apóstolos escolhidos por Jesus havia um corrupto: Judas Iscariotes. E quantos de nós podem dizer com sinceridade que nunca furtaram manta de avião, sonegaram o imposto de renda, embolsaram o troco excessivo entregue por engano pela caixa do supermercado?

A corrupção decorre da impunidade e da imunidade. Impunidade de empreiteiras, empresas, frigoríficos e bancos que, graças ao caixa dois, tinham (e muitos ainda têm) em mãos juízes, políticos e fiscais. E imunidade assegurada por essa aberração constitucional chamada foro privilegiado, que derruba o princípio angular do direito e legitima a verdade de que nem todos são iguais perante a lei.

Agora, surgiu uma pedra no meio do caminho de corruptos e corruptores: a Lava Jato. Em si, necessária e urgente. É a primeira vez na história do Brasil que políticos graduados e donos de empresas são encarcerados e obrigados a devolver aos cofres públicos parte do que roubaram.

Mas há lisura na Lava Jato? Infelizmente os fatos demonstram que não. Promotores buscam vaidosamente a luz dos holofotes; prisões são feitas antes da devida investigação e solidez de provas; frequentes vazamentos jamais são apurados e os responsáveis punidos; e as informações contrabandeadas dos autos para a mídia são preconceituosamente seletivas, focando uns partidos e poupando outros...

No tsunami de corrupção que assola o Brasil, a Lava Jato constitui uma exceção. Onde estão os criminosos descobertos pela Operação Zelotes? Todos soltos. Onde os responsáveis pela catástrofe provocada pela Samarco, em Minas? Todos em liberdade. E as maracutaias do metrô de São Paulo? Debaixo do tapete.

O elitismo é um carrapato que suga privilégios da Justiça. Quanto tempo levará o STF para condenar os culpados e absolver os inocentes? Até hoje o STF não levou nenhum político com mandato à cadeia. E no passo de tartaruga que caracteriza a nossa suprema corte, pode ser que muitos crimes prescrevam. Além disso, a polícia manda algemar, a Justiça manda ao Gilmar…

Uma pergunta que não quer calar: como toda essa montanha de dinheiro roubado pelos réus da Lava Jato transitou do Brasil ao exterior? Levada em mala de turista? A nado? Enfiada em tubos de pasta de dente?

Se o Banco Central tem olhos para qualquer quantia acima de 10 mil reais movimentada entre bancos, como justificar a cegueira diante de vultosas quantias da corrupção?

Não basta espalhar veneno pela casa para acabar com os ratos. Do mesmo modo, enquanto as instituições brasileiras não passarem por profundas reformas, como erradicar o foro privilegiado e divulgar na internet todos os atos públicos, dos salários dos políticos às licitações, os ratos continuarão à espreita, dispostos a aproveitar as múltiplas brechas hoje existentes.

O moralismo causa indignação. Mas não inibe a corrupção.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

NÓS SOMOS OS BONS

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A cena do escalpo pertence ao imaginário de todas as vítimas do cinema com pipoca, repleto de cenas de violências e, não raramente, de falsificações da história. Quem não lembra de um índio americano arrancando o couro cabeludo de um colonizador, durante uma cena na qual a faca brilha e talvez a câmara foque algumas gotas de sangue? Quem não foi contagiado pela sensação de que escalpo corresponde à barbárie, e barbárie corresponde a sociedades primitivas, distantes dos padrões de civilização que gostaríamos de vivenciar?

Pois estava com isso na cabeça, justamente porque não conseguia falar da desumanidade que atingiu o coração do Mar Mediterrâneo, este cemitério que já abriga mais de trinta mil almas nos seus abismos. Pensei na cena do escalpo porque a gente não imagina que pessoas pertencentes a uma civilização milenar possam cometer gestos tão bárbaros. Quando nos mostram as decapitações cometidas por terroristas fanáticos, nós reforçamos o nosso preconceito contra os muçulmanos e nos dissociamos imediatamente: eles, os bárbaros; nós, os bons. Nós temos medo de perder o emprego, nós temos medo de não entender a língua do outro, nós não gostamos da comida deles, não queremos ouvir as suas orações e não apreciamos a sua música: é mais cômodo pensar que decapitam as pessoas, que são bárbaros, todos bárbaros; e nós somos bons.

A nossa comida é boa, os nossos processos são higiênicos, a nossa pele é mais saudável, a nossa língua é mais poética, a nossa sociedade é mais organizada, a nossa política é mais democrática, as nossas crianças são mais educadas. Até o nosso medo é melhor: é justificado, porque eles são bárbaros.

No início do século XVIII, nos Estados Unidos, uma resolução na Nova Inglaterra estabeleceu um prêmio em esterlinas pelos escalpos dos indígenas americanos. O escalpo era uma prova de morte e era mais leve do que a cabeça decapitada. A primeira resolução oferecia quarenta esterlinas por escalpo. Anos mais tarde, uma segunda resolução elevou o prêmio a cem esterlinas. Em Massachussets, o prêmio pago pelos escalpos era de cem esterlinas para meninos com mais de doze anos e homens, cinquenta esterlinas para os escalpos de mulheres e crianças. Não tenho memória de nenhum filme mostrando bárbaros colonizadores retirando o escalpo de pessoas pertencentes aos povos nativos dos Estados Unidos. A ética cinematográfica parece corroborar ainda a tese da guerra justa: os bons reagem para se defenderem.

No início do século XXI, passados mais de trezentos anos, estamos neste ponto do horror: crianças dentro de jaulas, no país que ataca povos em nome dos direitos humanos e da democracia, mas se recusa a salvar povos dentro das suas fronteiras. Estamos neste ponto: portos fechados no Mediterrâneo, com governos do Mediterrâneo que sistematicamente expulsam migrantes e criticam, em pleno surto de amnésia, os vizinhos que fazem o mesmo. É que nós somos bons, mas não quando o problema é nosso: neste caso, voltamos ao ponto anterior, a guerra justa, a reação motivada, os náufragos que não pertencem a ninguém, o escalpo seletivamente esquecido na tela do cinema, a morte perdida no mar de notícias.

No início do século XXI, países do Mediterrâneo abrem um porto de um lado e erguem um muro do outro. Países sem fronteiras com o Mediterrâneo não querem sequer ouvir falar de migrantes e, antes de tudo, constroem uma barreira. Passados trezentos anos, já juntamos trinta mil cabeças no abismo do mar que une os povos da civilização ocidental. O abismo cobre tudo, especialmente a memória. Não há escalpos materiais a horrorizar as notícias dos nossos jornais. Passados trezentos anos, estamos lobotomizados, incapazes de interpretar as ondas do mar que cobrem os cadáveres, inaptos para perceber o que há de simbólico: a decapitação da vida e, quando não da existência, a morte da dignidade.

No início do século XXI, estamos parados há trezentos anos: naquele ponto em que as cabeças são levadas a prêmio e a culpa não é nossa. Porque hoje as resoluções são diferentes, e não somos nós que invadimos, são os outros. E não matamos com as nossas mãos: que culpa temos, se eles não sabem nadar? E se são perseguidos, os governos não são nossos. E se são impedidos de entrar, é porque não têm visto. E se desprezamos qualquer sentido ético da nossa conduta é porque tecnicizamos as leis. Regulamentamos fluxos e não o desenvolvimento das pessoas. Somos promotores de escalpos. Somos o aplauso, somos a vergonha, somos a impotência, somos os eleitores, somos os agentes da lei. Somos a desumanização. O coração do Mediterrâneo. O berço da civilização ocidental.

quinta-feira, 21 de junho de 2018

ELEVADORES

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Em tempos onde se fala frequentemente de acessibilidade, o elevador passou a ser praticamente uma obrigação. Em alguns prédios eles são velozes, mesmo assim a pressa faz com que eles pareçam demorados. Tal como outras coisas criadas pelo homem, o elevador começou de forma simples, inicialmente nada mais sendo que uma plataforma puxada pela força do homem e dos animais. Sabe-se que os Egípcios já utilizavam métodos elevatórios para tirarem água do Nilo em 1500 a.C., através da força de animais. O arquiteto romano Vitruvius, que viveu no século I a.C., descrevia um princípio de utilização de uma plataforma suspensa para transportar pessoas e materiais pesados dentro de uma cabina vertical. O primeiro elevador conhecido foi o que o rei Luís XV mandou instalar, em 1743, no Palácio de Versalhes. Foi só no ano de 1854 que um americano, Elisha Graves Otis, inventou o primeiro sistema de segurança. Esta inovação permitiu a utilização do elevador por pessoas. Hoje, Elisha Graves Otis é reconhecido como o homem que inventou o elevador, pois foi graças às suas extraordinárias inovações, para o adequar ao uso humano, que todos nós podemos ser transportados dentro de arranha-céus com mais de cem andares, de uma forma segura.

Mesmo sendo um meio comum, algumas pessoas ainda sentem medo de andar de elevador. Outros optam pelas escadas para não perder a oportunidade de fazer exercício físico. O elevador é o lugar das palavras e também do silêncio. Alguns até olham para o teto, outros cumprimentam e ensaiam diálogos. O assunto mais frequente nos elevadores é em relação ao clima. Para além das palavras, o espaço delimitado de um elevador não deixa de ser um lugar de breve convivência. Fica até divertido quando alguém de bom humor está no elevador. Dependendo da situação, todos acabam rindo. Por outro lado, o elevador não deixa de ser um termômetro da aproximação ou do distânciamento das pessoas. A espontaneidade deveria perpassar todos os ambientes, inclusive poderia pegar carona em todos os elevadores. Mas sabemos que nem sempre é assim. Algumas pessoas preferem desconhecer a presença do outro. É bem verdade que nem todos estão abertos para estabelecer trocas, mas ninguém está isento de reconhecer o semelhante. Um sorriso, uma humilde palavra: para quem quer, é muito fácil a convivência humana.

Num dia desses, ao entrar num elevador me deparei com uma dica, que chamou imediatamente minha atenção: ‘tarefa do dia: ser feliz!’ Todos os usuários daquele elevador, diariamente são convocados à felicidade. A velocidade dos dias é tamanha, que é necessário colocar lembretes nos espaços de maior circulação. Para além das preocupações e exigências cotidianas, ser feliz é condição para continuar dando sentido à vida. Ninguém deveria passar um dia sem experimentar uns minutos de felicidade. Afinal, viver é a especialidade que requer determinação e alto investimento. Subindo ou descendo de elevador ou utilizando as escadarias, a vida vai adquirindo sabor e possibilitando a oxigenação daqueles pensamentos que nem sempre contribuem para o essencial. Como tudo seria difertente se todos levassem a sério a mais interessante tarefa diária: ser feliz. Não é dificil ser feliz, basta ser leve e sensivel. Alguns elevadores transportam tristezas. Elas pesam demais. Outros, sobem e descem com pessoas que não abrem mão da felicidade. Que os elevadores se transformem em espaços de muita alegria e de intensa convivência.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

SOU AMOR



Paulo – 1 Corintios: 13 (Porém o maior delas é o amor)



Amo meu corpo, minha mente e meu espírito.

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Com o amor que sinto por mim mesmo, amarei a todos

Aqueles que me amarem.

Com o amor engrandecido de todos os que me amam,

Amarei todos os meus.

Com o amor para mim mesmo e o amor para os meus,

Amarei todos os estranhos.

Com todo o meu amor, amarei os que não me amam

Juntamente com os que me amam.

Banharei todas as almas com meu amor, sem egoísmo...

No oceano do meu amor, os membros da minha família,

Todas as nações e todas as criaturas nadarão igualmente...

Toda a Criação se alegrará com a irradiação do meu amor.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

APRENDENDO COM A ESCASSEZ

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A paralisação dos caminhoneiros obrigou-nos a enfrentar, sem alternativa, a escassez de produtos essenciais ou ao menos a ameaça de que isso viesse a acontecer.

Durante a paralisação não houve diferença entre ricos e pobres. Aos primeiros também faltou combustível para se deslocarem até onde pudessem adquirir os produtos desejados.

Um abastado advogado paulistano se viu obrigado, pela primeira vez na vida, a andar de metrô. Em rua da Zona Norte do Rio vizinhos se puseram de acordo para alternarem seus carros como lotação até o centro da cidade.

Em muitas famílias a incerteza quanto à volta dos caminhoneiros às estradas forçou-as a moderarem o consumo de alimentos, evitando o desperdício.

Todos os dias, 45 mil toneladas de alimentos vão para o lixo no Brasil. As perdas sobre o que é cultivado chegam a 64% e acontecem por toda a cadeia produtiva, sendo, segundo o Instituto Akatu, 20% na colheita; 8% no transporte e armazenamento; 15% na indústria de processamento; 1% no varejo; 20% no processamento culinário e nos hábitos alimentares.

De que vale ser rico quando não se pode fugir da escassez? No cerco romano a Jerusalém, no ano 70, as mais ricas famílias judaicas ofereciam barras de ouro em troca de um punhado de trigo ou uma cesta de tâmaras. Em vão. Ouro não é comestível...

A sabedoria é considerar suficiente o necessário. No entanto, somos pressionados por poderosa engrenagem publicitária que nos induz a considerar imprescindível o que é, de fato, supérfluo. O desejo incontido de possuir algo gera ânsia de consumo em alguns e lucro para outros. A fantasia estimula o desejo. A publicidade cria a fantasia. Não se compra uma roupa, e sim um estilo de vida.

Um padre me contou que, na Quaresma, não incentiva os paroquianos a se privarem dos prazeres da mesa. Promove mutirão de coleta de supérfluos, tudo isso que, em casa, ocupa espaço nos armários e não é utilizado: peças de vestuário, carrinho do bebê, pratos e talheres fora de uso etc. Tudo é destinado a um bazar em bairro de famílias de baixa renda, onde os preços são simbólicos.

Livrar-se de excessos faz bem à alma e ao corpo. Seja de bens materiais, seja disso que acumulamos no espírito: mágoas, ódio, inveja etc. A vida fica mais leve quando ousamos nos despojar.

Europeus da geração do pós-guerra não costumam deixar comida no prato. Guardam a lembrança da escassez. Mas quem sempre teve o privilegio de desfrutar da abundância sofre frente à possibilidade de escassez. A simples ideia de se privar de certos confortos causa tormento. Como a meu vizinho enfurecido diante de seus dois possantes carros estacionados na garagem com gasolina suficiente apenas para uma situação de emergência.

A maioria da população vive em permanente escassez: de salário digno, moradia confortável, serviços de saúde adequados, educação de qualidade, transportes individual e coletivo, acesso à cultura e arte etc.

Isso nada tem a ver com despojamento, e sim com flagrante injustiça, fruto de um sistema econômico que torna os ricos cada vez mais ricos e multiplica a multidão de pobres e excluídos.

“Vim para que todos tenham vida e vida em abundância”, proclamou Jesus (João 10, 10). A escassez de bens essenciais e direitos é grave violação de direitos humanos e ofensa a Deus. Frente a isso não devemos admitir a escassez da bem-aventurança da fome e sede de justiça.

sábado, 16 de junho de 2018

NA EDUCAÇÃO DE NOSSOS FILHOS, TODO EXAGERO É NEGATIVO

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Proteja-o, não o cubra.
Ajude-o, não o substitua.
Abrigue-o, não o esconda.
Ame-o, não o idolatre.
Acompanhe-o, não o leve.
Mostre-lhe o perigo, não o atemorize.
Inclua- o, não o isole.
Alimente-o de esperanças, não as descarte.

Mostre-lhe que o amor é paciente e agradável,não é invejoso, não se exibe, não se incha de orgulho.

Conscientize-o de que tudo que somos e temos acontece por vontade e misericórdia de Deus, não por sorte, acaso ou mera coincidência.

Valorize-o com seus dons, habilidades e talentos, não seus fracassos e defeitos.

Não exija que seja o melhor, peça-lhe para ser bom e dê exemplo.
Não o mime em demasia, rodeie-o de amor.

Não faça tudo por ele, deixe que ele seja criativo e tenha iniciativa.

Não responde por ele, confie na sua potencialidade.
Não o mande estudar, prepare-lhe um clima de estudo.
Não fabrique um castelo para ele, vivam todos com naturalidade.
Não lhe ensine a ser, seja você como quer que ele seja.
Não lhe dedique a vida, vivam todos em família com amor, paz, justiça e fraternidade.

LEMBRE-SE DE QUE SEU FILHO NÃO O ESCUTA, ELE O OLHA.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

DIA SEM SOL

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Tempo nublado; silêncio na madrugada... A idade me ensina que a tristeza vista no imediatismo do meu coração é falsa...
Acostumamos a idolatrar os dias ensolarados... e, de fato, são belos e bela é a vida na possibilidade de agir, andar, encontrar amigos e companheiros; contudo, a quietude dos dias nublados revela-nos os limites do nosso modo estar no mundo...
Vivemos acelerados, falamos e agimos preenchendo a vida para que esta não tenha nenhum vazio...
Compramos, vendemos... Nos mostramos, olhamos a estamparia do mundo... O tempo é tempo ocupado...
Assim, nos dias nublados tendemos a ficar melancólicos... Qual será o nosso medo?
Penso que temos medo de nos encontrarmos... De ver desnudados sonhos reprimidos, fragilidades camufladas...
Ninguém cresce longe do próprio coração...
Urge ousadia e coragem para viver o tempo livre, desbravando nosso próprio mundo desabitado...
Pensar, cochilar... ler um poema, ouvir uma canção... O ócio é criativo. Ele pode não ser utilitário para a lógica do mercado e do espetáculo... mas o é para que cuidemos de nós...
Robóticos, não brincamos...
Utilitaristas, não sonhamos...
Só conhecemos o que pode a força bruta... pouco sabemos do que pode o corpo no bailado das nuvens, vivenciando as potências da ternura e da suavidade...
Antes escrevíamos longas cartas; hoje, trocamos pequenas mensagens previamente codificadas no reducionismo de calar a força das palavras e de, ruidosamente, evitar as lições do silêncio...
Não fujamos da dança das nuvens...
Tempo livre... é tempo de amar e brincar, dar-se a preguiça e dar-se aos voos da vida sonhada...
Todos, nos dias atuais, sabem os dados que nos identificam socialmente... poucos, e muitas vezes nós próprios, desconhecemos o que somos nas batidas melodiosas do nosso coração... Nele, mora nossa história... e nosso eu adiado.

quinta-feira, 14 de junho de 2018

ASSIM SERÁ.

“Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com
Deus.”
Jesus. (LUCAS, 12:21.)
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 Guardarás inúmeros títulos de posse sobre as utilidades terrestres, mas se não fores senhor de tua própria alma, todo o teu patrimônio não passará de simples introdução à loucura.
Multiplicarás, em torno de teus pés, maravilhosos jardins da alegria juvenil, entretanto, se não adquirires o conhecimento superior para o roteiro de amanhã, a tua mocidade será a véspera ruidosa da verdadeira velhice.
Cobrirás com medalhas honoríficas o teu peito, aumentando a série dos admiradores que te aplaudem, mas, se a luz da reta consciência não te banhar o coração, assemelhar-te-ás a um cofre de trevas, enfeitado por fora e vazio por dentro.
Amontoarás riquezas e apetrechos de conforto para a tua casa terrena, imprimindo-lhe perfil dominante e revestindo-a de esplendores artísticos, contudo, se não possuíres na intimidade do lar a harmonia que sustenta a felicidade de viver, o teu domicílio será tão-somente um mausoléu adornado.
Empilharás moedas de ouro e prata, à sombra das quais falarás com autoridade e influência aos ouvidos do próximo, todavia, se os teus haveres não se dilatarem, em forma de socorro e trabalho, estímulo e educação, em favor dos semelhantes, serás apenas um viajor descuidado, no rumo de pavorosas desilusões.
Crescerás horizontalmente, conquistarás o poder e a fama, reverenciar-te-ão a presença física na Terra, mas, se não trouxeres contigo os valores do bem, ombrearás com os infelizes, em marcha imprevidente para as ruínas do desencanto.
Assim será “todo aquele que ajunta tesouros para si, sem ser rico para com Deus”

quarta-feira, 13 de junho de 2018

ALÉM DE MOCINHOS E BANDIDOS.

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É necessária a entrada em cena de um novo ator, que indique a saída. Caso contrário, no lugar de novela brasileira, teremos um filme de Tarantino no qual todos se matam.

Durante os últimos dois anos, os brasileiros acompanham, embasbacados, uma novela que parece não mudar de rumo. Mocinhos pertencentes ao Poder Judiciário, ao Ministério Público e à Polícia Federal desmascaram políticos e empresários corruptos, usando todos os instrumentos da lei, e até por momentos extrapolando seus limites. Isso não diminui o justo entusiasmo dos espectadores com os mocinhos, pois estão revoltados e nauseados com os bandidos que roubaram o dinheiro do povo.

Acontece que a trama se complicou. Os mocinhos fizeram um serviço aplaudido por todos, mas no caminho foram destruindo possíveis saídas para a trama, pois não possuem os instrumentos para solucionar o imbróglio. Tampouco ajudam os meios de comunicação, que alimentam o público com os últimos lances do dia, sem parar para discutir para onde se dirige o desfecho.

Se faz necessária a entrada em cena de um novo ator, que indique a saída do labirinto. Caso contrário, no lugar de uma telenovela brasileira, teremos um filme de Tarantino no qual todos os personagens se aniquilam entre si.

Fim da metáfora.

A crise brasileira é uma crise política. Os partidos perderam sua legitimidade, pois todos eles embarcaram em manobras de conjuntura, olhando para as nuvens, e não para o céu, para os ganhos e perdas deles, e não do pais, Como se Temer ficar ou sair fosse um programa político para o futuro do Brasil. Estamos presos a bolhas que nos apequenam.

Chegou a hora de a sociedade civil exigir dos políticos comprometidos com o bem público a se disporem a trabalhar juntos, pensando no futuro, e não em candidatos. Devem fazer avançar uma frente política, suprapartidária, que coloque como prioridade no Congresso Nacional a reforma política.

Só uma reforma política que diminua o número dos partidos, permita ao eleitor ter maior informação e controle sobre seus representantes e reduza o custo e regule o financiamento das campanhas, poderá permitir que o próximo Congresso não seja uma versão do atual, que inviabiliza a governabilidade.

Uma frente parlamentar, de políticos dos mais diversos partidos, que inclusive possa gerar a base de uma nova agrupação eleitoral, com um programa mínimo de reformas básicas que tirem o pais do atoleiro.

Um programa que acompanhe os sentimentos amplamente difundidos na cidadania: em favor de um Estado que se concentre em oferecer serviços públicos de qualidade e apoie os setores mais desfavorecidos, e de uma economia com menos amarras burocráticas e carga tributária.

Uma frente que lute por uma reforma da Previdência que elimine primeiro os privilégios mais gritantes usufruídos por políticos e setores de funcionários públicos, para logo ter a legitimidade necessária para fazer avançar outras medidas mais amplas.

Uma frente que possa ser o embrião de um partido político que se assuma como um centro radical, sensível tanto às necessidades sociais como às demandas empresariais legitimas, que modernize o Estado, avesso ao corporativismo e com um sólido código de ética, aberto às transformações de valores promovidos por grupos identitários e às exigências de respeito ao meio ambiente.

Poderemos assim mudar de rumo, salvar a democracia e recuperar a esperança.

terça-feira, 12 de junho de 2018

LIANE A NAMORADA QUE SONHEI.


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Eu estava a suplicar por carinho, companheirismo e amor. Eu gritava de forma estrondosa por alguém que me proporcionasse tais alegrias. E por motivo do destino fomos apresentados um ao outro.

Você mudou totalmente o meu modo de pensar, me fez enxergar que o amor não é só contato de lábios ou abraço caloroso, e sim um sentimento que desperta lá no fundo de nossos corações.

Sei que é muito cedo para falar de amor, mas não posso guardar só para mim um sentimento tão forte como esse que você me fez sentir. É um doce remédio que alivia as minhas preocupações e me dá forças para fazer de minha vida algo muito especial.

Às vezes na vida perdemos oportunidades magníficas de felicidade. Mas essa eu não vou perder, que é a de estar ao seu lado. Gosto e admiro muito você

Minha companheira, só queria lembrar que tem algo dentro de mim que pertence a ti, algo que tinha jurado nunca mais entregar a ninguém, mais isso foi antes de te conhecer.

Hoje posso afirmar que ele é todo teu. E se há um motivo pra que ele bata tão forte desde quando me levanto, até mesmo a hora de ir deitar, esse motivo leva teu nome.

Como explicar tudo o que você consegue despertar em mim sem ao menos um toque? Como pode me passar tanta segurança sem ao menos um olhar? Como pode me fazer sorrir sem ao menos dizer nada?

É nessas horas e com essas perguntas que você descobre que não importa o tempo que ele existe, não importa como ele chegou em ti, ele simplesmente está ai para ser vivido, para ser sentido.

Hoje tenho a mais pura certeza de que é você mesmo quem eu amo, quem eu preciso, quem eu quero para fazer e ser feliz.

Por tanto tempo procurei alguém como você, e agora que encontrei eu não quero nunca te perder, eu não sei o que vai ser da minha vida sem teu amor, sem teus carinhos, eu te amo minha vida, eu te amo muito mesmo! Tenho tanto medo de viver sem você que a cada minuto que passa aumenta esse amor, um amor tão puro e verdadeiro, um amor lindo e perfeito.

Depois que te conheci a minha vida mudou, eu ando com um sorriso no rosto, eu sou mais feliz. Você é a única pessoa que me faz tão bem, a única pessoa que está me fazendo feliz. Peço todos dias, todas as noites, para que Deus abençoe nosso namoro, e que possamos ficar juntos pra sempre.

Eu quero envelhecer do seu lado, eu quero ser o velho mais chato que existe, mas eu quero estar do seu lado. Eu tenho é sorte de ter te encontrado! Eu te amo muito menininha, e vou te amar pra sempre, vou cuidar de você, te mimar, fazer suas vontades, te botar pra dormir e dizer que te amo em seu ouvido eternamente.

domingo, 10 de junho de 2018

A AUSÊNCIA DA PÁTRIA

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Passei o último feriado com as cartas de Sêneca. Faminto de consolo e esperança, suas palavras brilham como Sol, depois de vinte séculos. Livres de ilusão, as cartas não cultivam dissabores, antes produzem um sentimento de autonomia e liberdade diante dos reveses destino e da humana condição.

Uma filosofia sem arroubos, madura, pronunciada a meia voz, ensaiando um repertório de escolhas capazes de nos libertar da dispersão e da tristeza de que somos presas. E impedir nossa entrada num labirinto de dor e aflição, de onde mal conseguimos sair, tão prisioneiros nos sentimos.

As cartas de Sêneca podem servir como guia de sobrevivência ao Brasil atual, ao profundo mal-estar que nos fere a cada dia, com seu instinto de ódio e guerra, dos súditos da cólera e das paixões tristes, movidos por slogans e ações políticas que redundam em teatro de bonecos. As cartas oferecem um sabor de exílio, no entanto para dentro, como quem tempera seus instintos, num alternar-se de triunfo e desventura, que foi quanto vivemos nos últimos vinte anos, em compasso de espera de novas eleições.

Passeio no jardim, de olhos cansados e audição precária, enquanto leio Sêneca para esconjurar o travo amargo que nos cerca e não dá trégua. A carta sobre a virtude traz uma leveza singular, assim como aquela sobre o uso do tempo e ainda outra acerca das vantagens da vida solitária. A conclusão da carta sobre as paixões diz: “amamos nossos vícios, preferimos defendê-los e desculpá-los.” Fecho suas páginas, expulso, de repente, de uma impossível harmonia.

Porque o Brasil é uma ideia fixa, rumor de fundo, paixão e desengano, dolorosa ferida, hábito feroz. Como desligar-se de seus reveses e rupturas, esse meu vício cruel, que desculpo e defendo. Talvez porque não aceite uma cidadania “in vitro”, separada por estamentos, redimida tão somente pela força das armas quando assassinam uma vereadora e atiram na caravana de um ex-presidente, sem contar as mortes no morro e no asfalto, insultos aos direitos humanos, vergonha da sociedade civil.

Longe de seus destinos, uma parte do Brasil vai à deriva, enquanto outra parte, ativa, silenciosa e resiliente não perde o norte. Setores do campo e da escola, da periferia e da universidade sentem as dores do parto. Um Brasil a contrapelo, maior que seus representantes, centrado na ética do trabalho e da palavra, radicado em práticas mutualistas, já se tornou irreversível, desde as camadas populares.

As cartas de Sêneca dirigem-se hoje para uma ideia republicana em ato, concreta e cidadã, com um profuso sentimento de paz, construído passo a passo com a simetria de oportunidades iguais para todos.

Como disse Sophia de Mello Breyner: “Quando a pátria que temos não a temos, perdida por silêncio e por renúncia, até a voz do mar se torna exílio, e a luz que nos rodeia é como grades".