sexta-feira, 29 de novembro de 2013

DEUS JÁ ESTÁ EM TUDO E EM TODOS.

“Vem, Senhor Jesus...”. “O Senhor virá...”. “O fim está próximo, preparai-vos...”. Nunca entendi isso! Vem de onde? Onde está escondido? Será que Deus é alguém que a gente tem que chamar para que venha? Parece tudo tão engraçado! Tudo bem. São maneiras de falar, de expressar desejos. Também não consegui entender tanto esforço e caras feias que são feitos para rezar. Líderes religiosos e manipuladores do povo e de grupos, que criam situações de emoções fortes, de lavagem cerebral, de rostos que se desfiguram, de corpos que caem no chão, de contorções demoníacas, de possessos por espíritos... Um Deus que precisa dessas manifestações é um Deus cruel e explorador das fraquezas humanas! Entendo, pela minha experiência, que Deus é serenidade. Onde está a serenidade, ali está Deus.
NÃO HÁ UM DEUS DE FORA PARA DENTRO. Procuramos demais um Deus nas alturas. Um Deus no alto dos céus. Um Deus longe. Por isso as igrejas estão cheias e se enchendo sempre mais de desesperados, que gritam por Deus com aleluias e améns intermináveis. Tudo não passa de momentos de purificação e desabafo, onde as pessoas botam para fora as situações de pressão social, de desespero perante a doença, as crises e a solidão humana. As celebrações de descarrego nem precisam ser feitas em igrejas. Para os jovens, as baladas são momentos de descarrego que ajudam. Não solucionam. Como não solucionam todas as bênçãos, descarrego e milagres encomendados que acontecem em muitas igrejas. Se solucionassem, o Brasil não seria esse hospital que é. Todos seriam curados pelos milagreiros exploradores da miséria humana.
HÁ UM DEUS DE DENTRO PARA FORA. “O Reino de Deus está dentro de vós”. Esse alerta do mestre Jesus nos faz pensar, nos faz sentar, nos faz ajoelhar na solidão de nossa vida e sentir que é de dentro de nós que desabrocha toda a realidade espiritual. O mesmo mestre falou: “Entra no teu quarto e reza”. É o quarto de nossa intimidade, de nossa vida, de nossos desejos. As fontes nascem do interior da terra. Assim a vida nasce de dentro de nós. Deus é a água viva que sacia todos os desejos humanos.
ELE JÁ ESTÁ. Deus já está. É só deixar nascer, desabrochar, jorrar, florescer. Ele nasce de dentro da flor e do pássaro. De dentro da terra e do sol. De dentro do mar e do ar. Ele já está em tudo e em todos. É só permitir que Ele mostre seu rosto. Em cada ser há um rosto de Deus.
NATAL É DESABROCHAR DEUS. É deixar nascer. É deixar que deite na gruta de nosso coração. Que chore e sorria. Que escute e fale. É no silêncio da gruta de Belém que Ele se manifesta e não nas ruas barulhentas de Jerusalém. É no silêncio e serenidade das igrejas, das grutas, dos encontros, das solidões pessoais que Ele nasce, desabrocha e floresce. É sempre no silêncio e na serenidade. Deus é serenidade.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

ABRIR JANELAS É VIVER!

Seguidamente me faço essa pergunta: as janelas existem para serem fechadas ou abertas? Observa-se que nas casas há muito mais janelas fechadas do que abertas. Casas com janelas fechadas ficam poluídas. Cheiram mal. São ambiente favorável para criação de aranhas e outros insetos. Nota-se que pessoas fechadas em si mesmas gostam de janelas fechadas. Pessoas tristes e deprimidas apreciam ambientes fechados. É certo que para a proteção de chuvas e ventos fortes é necessário fechar janelas. Mas o normal é que as janelas fiquem abertas. É preciso exercitar-se para abrir muitas janelas.
ABRIR JANELAS É SER AMIGO DA LUZ. Muito mais do que abrir janelas das casas para que entre a luz do sol, é necessário abrir as janelas da mente para que a casa da vida seja invadida pela luz da verdade e da criatividade, pelo calor da paz e do amor, pela energia da fé e da esperança. Um bom livro é um sol que enriquece as idéias. A Palavra de Deus é um facho de luz a iluminar todos os passos e decisões da vida.
Que bonito conviver com pessoas de janelas abertas, que aproveitam todas as oportunidades para se enriquecerem mentalmente e espiritualmente. Pessoas de leitura e de capacidade de reflexão, pessoas que dedicam tempo para palestras, cursos e viagens são pessoas que vão se enriquecendo. Buscam continuamente luz para sua vida e vão se tornando pessoas iluminadas.
ABRIR JANELAS É PERMITIR QUE ENTREM ARES NOVOS. Há casas fechadas que cheiram mal. São poluídas. São ambientes para criação de insetos. Também há pessoas poluídas. É necessário abrir janelas para que entrem os ares novos do entusiasmo para limpar o desânimo. Entrem ares novos de alegria para varrer a tristeza e a amargura. Entrem ares puros de fé e esperança, que eliminem a indiferença e a desesperança. É preciso debruçar-se sobre a janela da vida e ficar respirando o oxigênio da vida e da paz.
ABRIR JANELAS É DEIXAR O MUNDO ENTRAR. É acolher. É viver num estado de mudança e renovação. Janelas são comunicação. São o através da vida, onde os olhos tomam a liberdade de contemplar o longe. De vislumbrar os horizontes. De observar o infinito do universo e o colorido das paisagens. Tudo neste universo deve ser janela. Tudo deve me levar ao longe. Cada realidade é uma janela que me conduz à vida e ao Deus da vida. Pela janela da vida entram em mim todas as imagens. Mas é preciso abrir e abrir-se. Tomar a iniciativa da abertura.
O UNIVERSO É UMA GRANDE JANELA PARA DEUS. Exupéry, autor do “Pequeno Príncipe”, chama atenção a todos os seres humanos para que façam de todas as realidades janelas para o além. Cada criatura é uma janela aberta para o Criador. A beleza da flor é uma janela para ver a beleza de Deus. O canto do sabiá é uma janela para escutar a música de Deus. O rosto do ser humano é uma janela para ver o rosto de Deus. Por isso, viver é abrir janelas e quanto mais janelas vou abrindo, mais vou tornando a própria morte uma grande e definitiva janela para ver Deus face a face.

O QUARTO REI MAGO.

No relato do evangelista Mateus, são três os reis magos que viram a estrela e foram adorar o recém nascido rei dos judeus. Num conto inesquecível, Henry Van Dyke fala de um quarto rei. Chamava-se Artaban e também viu a estrela. Ele acertou com os outros magos - Gaspar, Melchior e Baltazar - o dia e o local do início da viagem. Mas um ferido à beira do caminho atrapalhou seus planos. Socorreu a vítima e deixou com ela víveres, óleo e dinheiro. Isto significou a perda de três dias. Quando chegou ao local os três companheiros já haviam partido. Sozinho, Artaban teve de enfrentar o deserto e seus perigos. A estrela desapareceu e ninguém sabia dar-lhe pistas concretas. Mas os moradores de uma choupana informaram que os reis haviam passado por ali. Esclareceram também que o rei-menino, juntamente com a mãe e o pai, ameaçados de morte, também havia passado por ali, a caminho do Egito.
O panorama mudava agora. Em vez de uma aldeia judia, o novo rei estava na imensidão do Egito. Ele não desistiu e envolveu-se numa série de episódios, guiado sempre pelo coração. As informações eram poucas e contraditórias. Passaram-se anos e os cabelos do mago começaram a branquear e os presentes reservados ao novo rei foram gastos em socorrer pobres e feridos.
Finalmente - 33 anos depois - Artaban chega a Jerusalém numa sexta-feira cheia de boatos. E os habitantes da cidade informaram que, em meio a dois ladrões, o rei dos judeus havia sido crucificado. Tentando chegar ao local, o mago foi surpreendido por um terremoto, enquanto densas trevas envolviam a cidade. Uma telha levada pelo vento atingiu a Artaban. Nas penumbras da inconsciência ele chegou à conclusão que sua vida fora um fracasso, falhara em seu objetivo, embora o coração o aprovasse em seus gestos de amor. Sua vida não fora inútil. Lamentava apenas ter chegado algumas horas atrasado. Porém uma voz vinda dos céus garantiu-lhe: você não falhou, você me encontrou já no início da viagem... Artaban, cheio de espanto, quis saber em que circunstâncias. “Tive fome e me destes de comer, estive preso e viestes ver-me, fui peregrino e me acolhestes... todas as vezes que fizestes a um destes pequenos, a mim o fizestes”, garantiu o Salvador.
O foco de nossa fé não está nas orações, nas novenas, nos cultos, nem mesmo na moralidade de nossos atos. O foco é a adorável pessoa de Cristo e o mandamento do Amor. De resto, a incessante busca de Deus passa pelos nossos irmãos, especialmente os mais necessitados. O local teológico de Deus é a história humana. Foi ali que o quarto rei mago o encontrou.

O RECUO DE ANTÃO.

No dia 17 de janeiro festeja-se o dia de Santo Antão: Antão. Nasceu no Egito no ano 251. Seus pais eram ricos e o educaram na fé cristã. Órfão na adolescência, reservou à sua irmã parte da herança e doou o restante aos pobres. Foi morar isolado, como eremita, na periferia de uma aldeia. Incomodado pela atração que seu estilo de vida causava nos peregrinos, internou-se no deserto. Mais tarde, atravessou o rio Nilo e passou a habitar o cume de uma montanha, próxima a Fauim, onde viveu até os 105 anos.
A vida de Antão coincide com o momento em que refluía a perseguição aos cristãos. A conversão do imperador Constantino, no início do século IV, marcou uma virada de página na história: os bispos trocaram os cárceres e a clandestinidade por palácios e títulos de nobreza; os perseguidos passaram a perseguir os “hereges” que não rezavam pelo mesmo catecismo; o Estado assumiu a tutela da Igreja em troca da legitimidade sagrada com que se revestia a autoridade civil incensada pelo clero.
Antão, desgostoso com essa nova conjuntura, tomou em mãos, prometeicamente, o fogo da espiritualidade dos mártires, criando paralelos sintonizados com a situação anterior: em lugar do cárcere, refugiou-se na ermida; na falta de perseguidores, resistiu às tentações do demônio; livre de torturas, abraçou jejuns e penitências. Assim, tornou-se pioneiro da vida monástica na tradição cristã.
O recuo de Antão é, ainda hoje, uma lição de sabedoria. Na verdade, Antão trocou tantas vezes de lugar para ir em busca de si mesmo. É como aqueles turistas que viajam à Índia para tentar encontrar, do outro lado do mundo, o que estão buscando no próprio coração. Todos tentando evitar em seus futuros túmulos o epitáfio cunhado por Fernando Pessoa: “Fui o que não sou”.
Recuar é dar um tempo para si mesmo. Hoje, muitos o fazem em função da saúde física. Malham durante horas, preocupados com a aparência frente aos olhos alheios. Mas não são capazes de isolarem-se em sua interioridade, orando, meditando, deixando a subjetividade fluir ao sabor do Espírito.
Às vezes deixamos de orar com medo de que a luz divina nos faça enxergar nossas contradições, carências e faltas, ofensas e omissões. Medo da conversão, que é uma categoria de trânsito - a vida vinha nesta direção e, agora, deve abraçar outra. Ou, então, fazemos da oração uma repetição de fórmulas, sem que se modifique a nossa atitude perante os outros. Continuamos egoístas, mesquinhos e acomodados. Ou buscamos na oração algo “diferente”, qual uma droga que nos excita, sem que o serviço ao próximo, principal exigência evangélica, ocupe preponderância em nossa vida.
Antão é um desafio emblemático nesses tempos de aldeia globalizada, em que nunca estamos inteiramente a sós, ainda que não haja ninguém em casa. À nossa volta, solicitam-nos a TV, o rádio, o telefone. E, sob o pretexto de que não podemos nos desligar - já que informação é poder -, deixamos de nos religar interiormente. Assim, aprofunda-se o nosso vazio espiritual e, como um organismo desprovido de alimento, aos poucos esgarçam-se os nosso valores. Fazemos concessões antonicamente inconcebíveis, vamos sendo comidos pelas bordas, corroídos por uma rotina que nos empurra para a indigência subjetiva.
Como no Universo não há vazios - ensina a física -, nossa subjetividade vai se dilatando para abrigar a vaidade, a prepotência, as ambições desmedidas. Entre o nosso discurso e os nossos impulsos mais interiores cria-se uma defasagem. Inseguros, tornamo-nos agressivos, que é o modo mais pueril de tentar encobrir o mal-estar que sentimos conosco. O problema é que descontamos nos outros, que nada têm a ver com a nossa incapacidade de seguir o exemplo de Antão ao menos uma vez ao dia.
Se ao menos dedicássemos uma hora por dia para, como Antão, ficarmos no “cume da montanha”, provavelmente veríamos a vida com outros olhos e não experimentaríamos essa indigência espiritual que nos faz irritadiços, com sérios riscos de nos arrastar ao cinismo. Não vale o pretexto da falta de tempo. Neste caso, basta trocar uma das três refeições por um tempo de nutrição espiritual: a leitura de um texto bíblico, a música sacra, o silêncio inebriante. Não para mero deleite espiritual, como quem tenta fazer de Deus o seu objeto de consumo. Mas para dilatar o coração na direção do amor.
Antão era uma pessoa feliz. Porque encontrou o seu próprio centro - Aquele que habita o mais íntimo de nós mesmos e nos faz descentrar no outro. Essa é uma experiência mística, que todo amor conhece. E Péguy tinha razão: é também a meta de todo projeto político que merece ser levado a sério.

MORANDO COM O INIMIGO.

A cada ano, os acidentes no grupo de crianças com idade abaixo de 14 anos resultam em quase 6 mil mortes e mais de 140 mil internações hospitalares, somente na rede pública de saúde. Entre as vítimas de traumas e intoxicações ocorridas dentro de casa, um terço são crianças de até nove anos. Nessa fase, elas são submetidas diariamente aos riscos do ambiente em que vivem. Só os traumas físicos vitimam cerca de 200 mil crianças e adolescentes brasileiros, causando lesões para o resto da vida.
De acordo com o governo brasileiro, cerca de R$ 63 milhões são gastos no Sistema Único de Saúde com acidentes que envolvem crianças e adolescentes. Estima-se que pelo menos 90% dessas lesões podem ser evitadas. E prevenir não é tão difícil. Embora o termo “acidente” implique em uma situação imprevisível, estar atento às potenciais situações de risco pode evitar danos irreparáveis.
Os adultos devem ter consciência que o mais banal dos objetos pode ser um brinquedo interessante para uma criança e que ela não é capaz de avaliar riscos. Portanto, as crianças nunca devem ter acesso a materiais cortantes, objetos perigosos e substâncias tóxicas.
Os acidentes mais perigosos com crianças ocorrem dentro de casa e costumam aumentar no período de férias, quando elas ficam ainda mais tempo neste ambiente, nem sempre adaptado às suas necessidades e limitações. Aproximadamente 13% dos óbitos na infância são causados por acidentes domésticos, que poderiam ser evitados com medidas simples de prevenção.

Cozinha - Considerando as diversas dependências das residências, os especialistas avaliam que os ambientes mais propícios à ocorrência de acidentes, por ordem de risco, são: cozinha, banheiro, escadas e corredores, quarto, sala, elevador, lavanderia, piscina, quintal e garagem.
A cozinha é o lugar mais perigoso. Nela ocorrem a maioria das queimaduras, lesões cortantes, lacerações e intoxicações, entre outros acidentes. Dona Edite dos Santos Radtke, avó de Dimitri Radtke de Oliveira, de dois anos de idade, sabe bem os riscos que este ambiente da casa oferece. “Tempos atrás, o Dimitri queimou o dedinho no fogão, mas felizmente a lesão foi leve”, conta. “Agora, para evitar acidentes mais graves, nunca deixo ele sozinho na cozinha, sei que é muito perigoso”, diz.
Dimitri também já deu um susto na família quando caiu da escada de sua casa, com um ano de idade. “Colocamos um portãozinho na escada para impedir a passagem, mas, mesmo assim, ele sacudiu, arrancou o portão e acabou caindo”, conta a avó Edite. “Tenho que estar sempre atenta aos seus movimentos”, acrescenta.
Maria Eliane Fresqui, mãe de Isabelly Fresqui de Macedo, três anos, também recomenda vigilância integral. “Quem cuida de criança precisa ficar sempre de olho nelas, não há outra alternativa”, afirma.
Mesmo com todos os cuidados, Eliane conta que Isabelly já queimou levemente o pé com a água do chimarrão e também já tomou um choque breve. “Graças à Deus, foi só um susto, porém, não dá pra vacilar, pois pode não haver uma segunda chance”, declara Eliane.
Durante as brincadeiras, a criança adquire novas habilidades e aumenta progressivamente sua interação com o ambiente, mas ainda não possui a capacidade de avaliar os perigos ao seu redor. Por isso, é essencial que os pais examinem o ambiente em que os filhos vivem e eliminem os possíveis fatores de risco.

FALTA DE CUIDADOS COM A ÁGUA, VAI AFETAR O FUTURO DE HUMANIDADE.

Em junho de 1967, como conseqüência da Guerra dos Seis Dias, os países árabes começaram a usar o petróleo como arma. A escassez e elevação do preço ameaçaram a estrangular a economia ocidental. Hoje, mesmo com o petróleo a 100 dólares ao barril, a humanidade tem consciência de que o futuro depende mais da água do que do petróleo. O petróleo tem alternativas, a água não.
Saint Exupéry afirma que o homem é prisioneiro dos poços. É impossível distanciar-se muito deles. Mesmo assim a água, no passado, era considerada sem valor e suas reservas inesgotáveis. Abundante e barata como a água, se dizia. Hoje essa concepção infantil foi abandonada e os estudiosos alertam que o caminho para o futuro passa necessariamente pela água. Não se trata apenas de calcular o seu valor comercial, mas garantir a condição de sobrevivência do homem.
O cuidado com a água deve mobilizar os poderes públicos e os cidadãos particulares. Afinal, todos somos predadores, esbanjamos e poluímos a maior de nossas riquezas e condição de vida.
A construção de açudes, o aproveitamento da água da chuva, seu uso, a maneira racional da irrigação são alguns dos objetivos, com resultado direto para a produção agrícola. Não mais podemos depender de chuvas regulares, não mais podemos esbanjar água ou poluí-la, nem mesmo pensar que a solução está em poços de profundidade. A solução passa por todos. Sabendo cuidar, a água não vai faltar. Mas se insistirmos na insensatez no seu uso, estaremos - literalmente - fechando o caminho do futuro.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

FAZER O QUE SE PODE E FAZER BEM É CUMPRIR A PRÓPRIA MISSÃO

Estar aqui e não estar. Estar fazendo a refeição e pensar no trabalho que se tem que fazer. Fingir estar escutando uma pessoa, e no silêncio da mente, estar construindo uma resposta de defesa. São muitas as manifestações de não ser realista. Feliz e contente com a vida é a pessoa que está onde está, que coloca todo o ser naquilo que está fazendo.
SER QUEM SE É, sem dupla personalidade e sem duas caras. Sem fingimentos e sem máscaras. Ser o mesmo no trabalho e no lazer, na família e na comunidade, na convivência com pessoas do dia-a-dia e/ou com pessoas estranhas. É o documento de identidade e autenticidade que se revela nas palavras e compromissos, nos encontros pessoais e nos momentos de surpresa.
FAZER O QUE SE PODE, sem viajar com a imaginação no que deveria ou poderia ser feito. Fazer o que está ao alcance das mãos e das possibilidades. Há pessoas que vivem de sonhos. Vivem no que gostariam de fazer e perdem o único momento que podem ter, que é o agora. Fazer o que se pode, e fazer bem, foi o lema de um homem que revolucionou os relacionamentos humanos criando, no dia-a-dia, a fraternidade humana e a fraternidade universal. Esse homem, Francisco de Assis, dizia: “Faça poucas coisas, mas as faça bem”. Fazer o que se pode e fazer bem é cumprir a missão pessoal.
USAR O QUE SE TEM, limitando o desejo do muito possuir. “Satisfazer minhas necessidades é o bastante”, escrevia o grande mestre da humanidade, Gandhi. E dizia mais: “As necessidades são poucas, os desejos e as ambições são infinitos”. Por isso, uma fonte de paz e de sentir-se bem é lutar pelo necessário e usar bem o que se tem. Que os sonhos do consumismo fiquem com as pessoas vazias de si mesmas e insatisfeitas com a vida. A vida deve estar acima de todas as coisas. Tudo deve cooperar para o cultivo e o cuidado da vida. O que não leva a mais vida pode e deve ser dispensado. Não merece tempo e nem perda de energia.
VIVER ONDE SE ESTÁ. É dizer “presente” a si mesmo. É dizer “presente” ao trabalho que se está fazendo, à comida que se está degustando. É estar presente na criança que se está acariciando, na pessoa com quem se está conversando, na oração que se está balbuciando. Viver onde se está é gostar da casa que se tem, da cama que acolhe nosso cansaço, da cidade e da vizinhança que nos aconchegam, da terra-mãe que nos sustenta, da água que bebemos e da chuva que encanta nosso olhar. Viver onde se está é sentir-se enamorado da pessoa que se escolheu, é escolher projetos que podem ser realizados, é cultivar sonhos que as mãos podem realizar. Viver onde se está é ter um passado, sem estar preso a ele. É estar no momento presente, projetando-se para um amanhã. Acima de tudo, é viver o passado e o futuro no agora. É ser semelhante a Deus que tudo reúne no momento presente.

TEMOS QUE ENCONTRAR UMA MANEIRA DE RENOMEAR A PAZ.

É tanto e tão brutal o estado de guerra que se apossou de nossas cidades que já temos pudor de falar em paz. Nossa linguagem se põe a desejar e expressar anseios de mais armas, mais segurança. E tudo isso acaba redundando em mais violência enfim. Não sabemos mais como invocar a paz a fim de que ela batize nossas ruas e avenidas manchadas de sangue, nossas casas e janelas crivadas de balas perdidas e, sobretudo, nossa gente, ferida, assustada, amedrontada, apavorada e acuada.
Quando os lábios se encontram tão secos e desencantados que a eles já não aflora o recitar do santo nome da paz e do amor, é preciso urgentemente buscar novos nomes, outras palavras, alteradas referências para dizer e clamar aquilo que o coração traz como seu anseio mais profundo.
Creio que é preciso, portanto, aqui e agora,  renomear a paz. Garimpar a memória e a criatividade, a ciência da língua e a beleza da forma para encontrar nova maneira de dizê-la. Pois ela tem que ser dita e nomeada. O ser humano é ser de linguagem e o que não nomeia não acontece, não toma corpo, carne e sangue. E como de palavra se trata; e como a aliança entre palavra e espírito é sempiterna, peçamos auxílio a mestres espirituais de ontem e de hoje. Mestres do espírito e artesãos da palavra, eles podem ajudar-nos a encontrar novas maneiras de expressar o que tanto desejamos.
A luminosa figura de Thomas Merton é o primeiro a quem recorremos. Monge trapista norte-americano do século XX, foi pioneiro em quase tudo, inclusive na arte de ser contemplativo enclausurado no mosteiro e ter um coração batendo ao ritmo febril dos grandes problemas de sua época. Vivendo duas guerras mundiais, e mais a Guerra Fria onde seu país estava comprometido até os dentes, e mais a Guerra do Vietnam perpetrada por seu país com um saldo de muitos milhares de jovens mortos, Merton foi uma grande testemunha do empenho pela paz. A seus ensinamentos devemos o precioso desvelar da etimologia do termo Paz.
A palavra paz vem do latim pangere, que significa comprometer-se, concluir um pacto, estabelecer um acordo entre duas partes. Para Merton, portanto, o termo paz vem de pacto. E o ensino mertoniano nos permite evoluir para a convicção de que a noção mais profunda de paz é a noção bíblica de aliança. Ao fazer uma aliança com seu povo, Deus quer desde sempre que a paz reine dinamicamente na terra, exprimindo sempre esse pacto fundamental de vida, que não permite que as criaturas se matem entre si em ódios estéreis. Elas devem amar-se sob o olhar bendito e abençoado do Criador.
A um outro mestre mais próximo de nós, porque residente em nosso país, dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito de São Felix do Araguaia, pedimos agora auxílio para renomear a paz. Além de língua de profeta, coração de pastor e um intransigente e radical ardor no compromisso com os irmãos, Dom Pedro é também místico e poeta ardente. Escreve versos e crê em Deus, como ele mesmo diz. Com a maestria de sua escrita e a inspiração de sua lira, escreveu: “O antigo e perene nome da Paz é a justiça. Mas, hoje, a paz tem também um nome novo: a solidariedade. Esse nome é a tradução socio-política-econômica do termo ‘caridade’. A única versão não hipócrita da civilização do amor”.
Assim, a paz que parece haver desaparecido da nossa convivência, tomando o rumo ignorado de paragens longínquas e inatingíveis, hoje deve ser renomeada pela linguagem da aliança e da justiça. Um pacto que nos ajude a superar a terrível situação de injustiça que vivemos e que instila ódio e violência nos corações. Uma aliança que nos relembre quem somos e para que existimos: para o amor que constrói e é fecundo, trazendo vida em abundância para todos.

A QUARTA FROTA ESTÁ NOS MARES DO SUL.

No dia 12 de julho os EUA decidiram reativar sua IV Frota Naval - a que vigia os mares do Sul -, atuante entre 1943 e 1950, em decorrência da Segunda Guerra, e desde então desativada. Compõem a frota 22 navios: quatro cruzadores com mísseis; quatro destróieres com mísseis; 13 fragatas com mísseis; e um navio-hospital.
Segundo as autoridades usamericanas, o objetivo é “realizar ações humanitárias”. Então, para que tantos mísseis? E, nesse intuito, por que não começar por permitir que Porto Rico recupere a sua soberania, suspender o bloqueio a Cuba, devolver a base naval de Guantánamo (retirando os prisioneiros de lá e do limbo jurídico a que estão condenados) e reduzir os subsídios agrícolas que estrangulam o livre comércio?
Segundo o almirante Gary Roughead, chefe das operações navais, a IV Frota visa a combater o tráfico de drogas, de armas e de pessoas, bem como a pirataria que ameaça o fluxo do livre comércio nos mares do Caribe e da América do Sul.
Não seria mais sensato começar por combater o tráfico de drogas e armas dentro dos EUA que, segundo relatório da ONU divulgado em junho, figuram entre os maiores consumidores desses dois produtos letais?
É a velha história do lobo mau pretendendo enganar o chapeuzinho vermelho. Quem acredita que nariz tão grande é apenas para cheirar a netinha? Não é muita “coincidência” a IV Frota ser reativada no momento em que Cuba aprimora sua opção socialista, Daniel Ortega volta a presidir a Nicarágua, o Brasil descobre reservas petrolíferas sob a camada pré-sal, e a América do Sul se vê governada por pessoas como Maduro, Dilma, Correa, Kirchner, Morales  e se empenham em reduzir a dependência de seus países em relação aos EUA?
O comandante da IV Frota é o contra-almirante Joseph Kernan, de 53 anos. Não fez carreira na Marinha convencional, e sim na força de elite (SEAL) destinada a operações especiais de combates não-convencionais e repressão ao terrorismo. Muito humanitário...
Os EUA sentem-se incomodados com a atual conjuntura latino-americana.
A exemplo da União Européia, a Unasul integrará o Mercosul e a Comunidade Andina de Nações, incluindo a Guiana e o Suriname. A integração completa desses dois blocos foi formalizada em Brasília em maio deste ano, durante reunião dos presidentes sul-americanos. A Unasul ficará sediada em Quito; seu Banco do Sul, em Caracas; e o parlamento em Cochabamba, na Bolívia.
Ainda por trás da fantasia de vovozinha, Tio Sam quer impedir que a China tome conta dos mares do Sul. Hoje, 90% do comércio mundial depende de navios, e Pequim se empenha em ampliar e proteger suas rotas, incluindo as que conduzem ao nosso Continente.
O governo brasileiro já manifestou sua desconfiança à Casa Branca. As recentes descobertas de petróleo nas costas brasileiras, no momento em que o barril passa dos US$ 140, com certeza suscitam a cobiça dos EUA, cujos fornecedores, como a Venezuela, não são confiáveis.
Com tantas embarcações de alta tecnologia e poder de fogo em nossos mares, os usamericanos poderão pesquisar a plataforma submarina e controlar a navegação de nossos países rumo à África e à Ásia.
Ensina a zoologia que todo animal acuado se defende com ferocidade. É o caso de Tio Sam, cuja moeda perde poder de compra, a economia mergulha numa crise de longo prazo, o atoleiro no Iraque não mostra nenhuma luz no fim do túnel, e os brancos republicanos se vêem na iminência de transferir o poder para o negro democrata.

QUANTO MAIS HUMILDE E ESCONDIDO O SERVIÇO, MAIS DIGNO

Deus distribuía seus dons às árvores e essas escolhiam os atributos de beleza que desejavam. Eu quero ser forte, disse o cedro. Meu ideal é ser saudável, disse a cerejeira. Ao trigo Deus concedeu a flexibilidade e a beleza das ondas. A laranjeira pediu frutos doces e dourados. A palmeira reivindicou para si a elegância. A paineira garantiu flores multicoloridas. A urtigueira conquistou o poder de castigar os que se aproximavam e o jasmim quis para si o perfume mais inebriante.
Chegando a vez do umbuzeiro, Deus quis saber: o que você quer? Sombra para o descanso dos viajantes. Todos têm sombra, observou Deus. O que mais você quer? Para dar muita sombra preciso de corpulência e quero que minha lenha seja frágil e esponjosa para que não resista a um prego e quebre-se à menor pressão. Deus ficou surpreso: porque você não pede flores, frutos, uma madeira forte para fabricar berços ou navios? E o umbuzeiro observou: houve uma vez, no mundo, um homem bom, que pregava a justiça e o amor. Foi perseguido, preso e morreu pregado numa cruz, cruz feita com a dor de uma árvore irmã. Por isso eu peço a ternura, a fragilidade e a capacidade de servir!
Ainda há sonhadores na face da Terra. Por detrás de aparente fragilidade, ocultam-se pessoas fortes, sensíveis e generosas. São pessoas que optaram pelo serviço. Não escolheram honras, o sucesso ou a eficiência. “ Sonhei que a vida é alegria, acordei e vi que a vida é serviço, servi e com isso descobri a alegria” escreveu o poeta indiano Tagore. E o próprio Filho de Deus garantiu: “Eu não vim para ser servido, mas para servir” (Mt 20,28).
É o serviço que dá dignidade a todas as profissões e a todas as pessoas. O povo costuma dizer: quem não vive para servir, não serve para viver. E quanto mais humilde e escondido o serviço, mais digno.
Educar um filho é apontar para ele o caminho do serviço. Isso significa uma vida com sentido e significado. Isso não implica em padronizar. É a diversidade que cria a riqueza. Um time de futebol não pode ser composto por onze artilheiros. Ele pode receber a glória momentânea. Mas isso não seria possível sem o trabalho, por vezes escondido, dos companheiros.
De resto, cada um tem sua medida interior. O evangelho fala da diversidade dos talentos. E esses talentos devem ser colocados a serviço dos outros. Enterrar o talento é a pior de todas as opções, a opção do egoísmo. Servir é o outro nome do amor. E a vaidade, muitas vezes, torna mesquinhos os melhores atos. O serviço torna densos e preciosos os menores gestos. Que o diga o umbuzeiro ou a humilde fonte de água.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

RELIGIÃO E ELEIÇÕES 2014.


Na campanha presidencial de 2014, veremos reprisar o que tanto afetou a de 2010: o fator religioso. O debate em torno da questão do aborto assumiu mais importância do que demandas urgentes, como melhoria da saúde e da educação, ou projetos como a reforma agrária e a preservação da Amazônia. O aborto e outros temas ligados aos direitos reprodutivos e à sexualidade são apenas o biombo que encobre algo mais ameaçador: o fundamentalismo religioso como força política.
A globocolonização neoliberal, ao se impor ao planeta hegemonizada pelo capitalismo como sistema ideal de sociedade, se chocou com princípios religiosos de Estados e sociedades islâmicas que não distinguem laicidade e religiosidade.
No Brasil, embora a “questão religiosa” esteja formalmente equacionada desde o século XIX, quando houve a separação oficial entre Igreja e Estado, há um óbvio ressurgimento da apropriação do espaço público por instituições religiosas. Não cabe aqui a distinção entre esfera pública reservada ao Estado e esfera privada à religião. Público e privado são faces de uma mesma moeda e, embora diferenciadas, não podem ser separadas.
A religião goza do direito de expressão pública e de recusar ao Estado o monopólio do controle da sociedade. Porém, como o Estado, não tem o direito de “professar” uma religião e atuar contra o pluralismo religioso, não se pode admitir que a religião se aproprie do Estado para universalizar, via legislação civil e mecanismos de controle, seus princípios e normas doutrinários.
O fundamentalismo religioso nasceu nos EUA, no início do século XX, com o objetivo de evitar a erosão, pelo secularismo, das crenças fundamentais da tradição protestante, como a expiação substitutiva realizada pela morte de Jesus e o seu iminente regresso para julgar e governar o mundo, e a infalibilidade da Bíblia tomada em sua literalidade, como a criação direta do mundo e da humanidade por Deus, em oposição ao evolucionismo e ao darwinismo.
Em meados do século passado, os fundamentalistas cristãos se convenceram de que não bastava pregar no interior dos templos e converter corações e mentes. Era preciso impor à sociedade tudo isso que concorre para o “bem dela”, como a criminalização do aborto e da homossexualidade, do uso do álcool e do fumo e até mesmo de projetos que visam a reduzir a desigualdade social, considerada reflexo da vontade divina.
Tal empreitada só é possível pelo controle das instituições políticas que, de fato e de direito, decidem o que é legal (bem) e o que é ilegal (mal) ao conjunto da sociedade. Um pastor ou padre pode convencer seus fiéis de que ingerir bebida alcoólica é contrário ao mandamento divino. Um governante pode muito mais: decretar a lei seca e entregar à Justiça todos que produzirem e comercializarem produtos etílicos.
Nos nichos religiosos fundamentalistas do país, se choca o ovo da serpente, à semelhança do que ocorre em países em que princípios derivados de tradições religiosas dispensam um texto constitucional e nos quais não se concebe uma laicidade independente da religiosidade.
Até agora os possíveis candidatos à Presidência em 2014 ensaiam seus discursos na defesa do governo petista, na crítica a este governo ou na promessa de aprimorar o que já fez. Por enquanto, trata-se de obter meios que assegurem mais tempo de campanha eleitoral na TV e posterior condições de governabilidade.
Ano que vem, as candidaturas terão de tratar também dos fins, dizer a que e para que vieram. Aí é que a porca torce o rabo. Na caça aos votos, os candidatos serão pressionados pelos lobbies religiosos, que se julgam os únicos intérpretes da vontade divina, a darem mais importância à temática do moralismo farisaico, que insiste na pureza das mãos sem que se abram os braços aos pobres e excluídos caídos à margem da sociedade, na contramão do que ensina a Parábola do Bom Samaritano 

NÃO ESQUEÇA: OLHE AS ESTRELAS.

O pequeno avião avançava em meio à noite. Lá embaixo se sucediam montanhas, rios, florestas e pequenas cidades. De repente caíram os sistemas de comunicação e orientação da rota, o painel de controle apagou-se. O aparelho voava às cegas. Pilotos e engenheiro de voo tentaram, inutilmente, consertar o defeito. Já em pânico pediram à aeromoça que procurasse descobrir se havia, entre os passageiros, um técnico em eletrônica. Não havia.
Os passageiros perceberam que algo de errado estava acontecendo. Após minutos de ansiedade, uma passageira entrou na cabine de comando. Você é técnica em eletrônica, perguntou o piloto? Diga-me qual é o problema, talvez eu possa ajudar, explicou a passageira. Se você não entende de eletrônica, saia da cabine, pois não tem nenhuma serventia aqui! Com calma ela insistiu: qual é o problema? Você não vê? Nosso instrumental parou de funcionar, não sabemos onde estamos, nem para onde estamos indo.
Eu posso ajudá-lo, garantiu com convicção a passageira. Sei de uma coisa que nunca falha. Nunca falhou no passado e nunca vai falhar no futuro. Mostra-me o mapa da rota, o ponto de partida e o nosso destino. As estrelas serão nosso guia. Ela era astrônoma e conhecia o caminho das estrelas. Sentou ao lado do piloto e com os olhos fixos no céu, orientou o voo que prosseguiu sem problemas e, algum tempo depois, o esplendor da aurora anunciou que eles estavam salvos.
Nossa civilização colocou todas as suas certezas no progresso e na técnica. A euforia é substituída pelo pesadelo quando os apagões revelam uma caminhada sem rumo. E nesse impasse não aparecem salvadores confiáveis. É um voo no escuro, sem indicações seguras do lugar e do destino, um voo em direção à catástrofe.
A ciência e a técnica não têm a chave da salvação. Precisamos de pessoas que estudem os céus e contemplem as realidades divinas. Já a mãe dos Macabeus exortava a um dos filhos em meio às dificuldades: Meu filho, olha para o céu! (2Mc 7,28)
No portal da Bíblia, encontramos: No início, Deus criou o Céu e a Terra. Não podemos separar o que Deus uniu. A Terra é o caminho, o Céu é o destino. Um céu sem terra seria alienação, uma terra sem céu seria um voo cego na escuridão.
Certa mentalidade moderna pensa que Deus interfere em nossa busca de felicidade. À semelhança do Filho Pródigo, queremos ser felizes sozinhos. E, de repente, nos descobrimos no país das trevas, da fome e 
da solidão. Aí sentimos a saudade da casa do Pai. E a porta e os braços do Pai estão sempre abertos para seus filhos e filhas. É preciso, algumas vezes, esquecer o painel eletrônico e olhar para as estrelas.

A MOBILIDADE HUMANA

A mobilidade humana está recebendo um olhar técnico e estratégico. Planejamentos e projeções ocupam horas de trabalho em diversos gabinetes e seminários. O crescimento das cidades e metrópoles tem dificultado o fluxo normal de pedestres e meios de transporte. Vias subterrâneas, elevadas, pistas alternativas, ciclovias e tantas outras alternativas buscam dar um alívio para uma população que se movimenta todos os dias. 
É admirável como são projetados alguns entroncamentos e rotatórias. Mentes pensantes tentam minimizar o impacto do trânsito na vida das pessoas. Melhorias são perceptíveis. Por outro lado, todos os dias um número elevado de carros passa a fazer parte de uma frota que é maior do que a capacidade dos trajetos. Gastar horas no trânsito parece fazer parte da rotina diária. Congestionamentos não impedem que muitos continuem descartando a alternativa do transporte coletivo. 
Se existe tal realidade quanto aos meios de transporte, não se pode deixar de recordar que as pessoas, na profundidade do ser, estão em constante movimento. Há uma mobilidade interior que provoca avanços, retrocessos, acertos e erros. Aqui parece residir a dinâmica do existir. De um lado para o outro, busca-se o desconhecido e o infinito. Assemelha-se a um desejo quase insaciável que dinamiza as artérias e, por vezes, acelera os batimentos cardíacos. 
A inquietação que invade a todos tem provocado verdadeiras peregrinações. A própria insatisfação pode ser identificada como um desejo de encontrar um significado para os acontecimentos e sentimentos, por vezes desconcertantes. Não restam dúvidas de que viver é movimentar-se. Porém, todo o itinerário tem uma direção. Então, para onde a humanidade se volta? 
Tem sido comum, na interlocução com as pessoas, perceber a infelicidade, mesmo que não falte nada materialmente. É urgente sair do anonimato e da indiferença e abraçar a espiritualidade como uma forma harmoniosa de movimentar-se em direção à transcendência. Somente quem se movimenta em busca do Absoluto será capaz de equacionar as contradições e confirmar as convicções. Ser feliz depende da forma como são agrupadas as energias e harmonizados os passos, dando aos movimentos um conteúdo de esperança. A mobilidade supõe um horizonte de inspiração.

domingo, 24 de novembro de 2013

PARA PENSAR: O QUE É NATAL?

Por que algumas pessoas são egoístas durante o ano todo e nos últimos dias de cada ano passam a refletir e aceitar alguns conceitos de boa convivência e bondade? O mês de dezembro teria alguma magia? Seria isto? Seria uma confluência de poderes religiosos, místicos, astrológicos e climáticos? Seria alguma tentativa de negar o quanto alguns foram cruéis nos outros onze meses? Seria uma forma de passar uma imagem falsa de ser uma boa pessoa repleta de bons princípios? Confesso que eu não sei, só sei que o real significado do Natal não é entendido por muitos. Natal não é simplesmente ficar embasbacado com enfeites e luzes nas mais diversas cidades e ruas do mundo. Natal não é uma simples troca de presentes num “amigo oculto” que cada vez mais tem variações confusas. Natal não é se empanzinar com as mais diversas guloseimas servidas na noite. Natal não é ter a árvore natalina mais colorida, bonita e repleta de cores do bairro. Natal não é nada material meus caros! Então, será que vocês têm de fato um Natal? Claro que não é preciso deixar de ter estes eventos que descrevi acima, pois é possível ter o Natal com tudo isto, mas ressalto que também é possível ter e entender o Natal sem nada disto. Pensando assim, fica evidente que o Natal em si não está vinculado naquilo que se tem e se produz na noite do dia 24 de dezembro, mas naquilo que se sente e que se deseja fazer durante todo o ano. Muitos têm uma bela ceia, um fabuloso “amigo oculto”, uma animada e uma iluminada festa, todavia podem estar distantes do Natal. Espero que você que me ler agora não se enquadre neste grupo de pessoas.

Natal é a expressão maior da compaixão e da aceitação. Natal é entender o diferente e excluir a imposição. Natal é “multi-color”, “multi-religião”, “multi-orientação”, “multi-ideologia”, “multi-idioma” e “multi-partidário”. Portanto, ao Natal não se deve instituir cor de pele, religião específica, orientação sexual, ideologia pessoal, país e desejo político. Neste sentido, é possível entender que o significado do Natal transcende fronteiras e desejos pessoais. Natal é ser bom. Bom mesmo, sem interesses para ser chamado pelos outros artificialmente de “gente boa”. Natal é poder e querer ofertar sem esperar nada em troca. Natal é ter bons princípios com expurgo da mesquinhez e do individual. No Natal, não há espaço para “olhar para o umbigo”. Natal é entender o quanto nos afastamos de nós mesmos por desejos um tanto quanto obsoletos e materiais. Natal é perceber que você não está acima de tudo e que não pode controlar os outros. Natal é escutar. Natal é amar, mas amar do fundo do coração e não como muitos dizem após uma boa transa - “eu te amo, baby”. Natal é respirar todas as manhãs, ver o pôr do sol todas as tardes, escutar o canto dos pássaros ao amanhecer, namorar a lua ao anoitecer e compreender que temos tudo e não aproveitamos nada. Natal é verificar que o valor das pessoas não está simplesmente na roupa vestida, no perfume usado, no carro comprado, na jóia ostentada, no cargo ocupado e nas posses conquistadas, mas sim na própria pessoa. Esta mesma pessoa que sorri, chora, canta, dança, dorme e olha para você e você nem percebe. Natal é ser fraternal de modo que se eu tenho um e meu “irmão” tem zero, portanto ambos terão meio. Natal é entender que a divisão é espontânea e não imposta por força de lei. Natal é enxergar que sua postura, conduta e atitudes refletem muito além de você e atingem os outros. Natal é poder estar com quem você ama e chorar no ombro daqueles que você confia. Natal é ter humildade para pedir desculpas caso tenha errado e aceitar as desculpas caso tenha sido magoado. Natal é fazer o seu melhor e buscar crescer sem derrubar seu ninguém. Natal é ser “abençoado” por não aceitar a hipocrisia, o preconceito, o ditatorial e o corrupto. Natal é cheirar seus filhos, beijar sua esposa e abraçar seus pais e irmãos, pois eles possibilitaram você ser o que você é. Natal é valorizar seus amigos por que eles sempre estarão contigo independente do que aconteça. Natal é se deleitar com a pureza e a inocência das crianças e quem sabe incorporar mais isto na nossa vida. Atrevo-me a dizer que, em muitas coisas, quando crescemos ao invés de evoluir fazemos é “involuir”. Talvez, se o mundo fosse comandado pelas crianças seria mais leve, pacífico e repleto de boas brincadeiras.

Enfim, o significado do Natal está intimamente relacionado ao nascimento de Jesus. Portanto, não cometi nenhum erro, pois tudo, que descrevi acima, foi buscado e desejado por ele independente de uma data específica. Então, Natal é quando o ser humano de fato assume o papel humano nas relações.

Diante de tudo isto, retorno aos questionamentos levantados no início.

Qual seria o porquê de querermos nos aproximar destas boas atitudes somente nos últimos 10 dias do ano? Isto não tem cabimento! Todos os dias deveriam ser,dentro desta lógica, natalinos. Não precisamos marcar no calendário os dias para sermos bons e doar agasalhos, fazer campanhas de comidas para pessoas carentes ou ter outros atos de apoio ao próximo. Isto deveria ser universal e contínuo. Bem amigos, depois de tudo, eu desejo um feliz natal a todos e torço para que você que me ler seja mais “natalino”, inclusive nos outros meses e dias do ano.

“Lembre-se, se o Natal não é achado em seu coração,
você não o achará debaixo da árvore.”
(Charlotte Carpenter)

sábado, 23 de novembro de 2013

APRENDENDO A RECEBER.

Um dos mais importantes aprendizados da vida é saber equilibrar o dar e o receber. A maioria de nós foi condicionada pelo conceito cristão de que a verdadeira virtude consiste em dar, em ajudar o outro, em ser solidário.

É claro que esta é uma qualidade valiosa, mas tão importante quanto ela é saber receber. Por incrível que pareça, muitas pessoas não conseguem fazer isto, principalmente, porque possuem uma autoestima baixa e não se consideram merecedoras de amor e atenção.

Então, aceitam doar-se incondicionalmente sem que recebam de volta, na mesma proporção, o respeito e a admiração que devotam ao outro.
Isto acontece principalmente nas relações afetivas, muitas pessoas acabam se devotando ao outro sem limite e este não corresponde na mesma medida ao seu amor.

Tão importante quanto ser capaz de amar é querer e se permitir ser amado, ter a consciência do valor intrínseco que se possui como ser humano, e desejar tudo de bom que a vida tem a oferecer.

Libertar-se da autorrejeição, dedicar a si mesmo amor e compaixão é o passo inicial para que se desenvolva o dom de ser receptivo ao amor. Isto exige despojar-se do medo e abrir-se plenamente para compartilhar o próprio ser.

O que é dar?"...
...A menos que você se dê, você não dá absolutamente nada.

Você pode dar dinheiro, mas você não é o dinheiro. A menos que você se dê, quer dizer, a menos que você dê amor, você não sabe o que é dar.

"...E o que é receber?" ...a mesma verdade quanto ao receber: a menos que você seja capaz de receber amor, você não sabe o que é receber. Você quer ser amado, mas você não pensou sobre isso: você é capaz de receber amor? Há tantas barreiras que não lhe permitem recebê-lo!

A primeira é esta: você não se respeita; daí, quando o amor chega a você, você não se sente bastante adequado para recebê-lo. Mas você fica em tal atribulação, que não pode nem mesmo ver um fato simples: por você nunca ter aceito a si mesmo como é, você jamais foi amado... - como você pode conseguir receber o amor de alguém?

Você sabe que você não é digno dele, mas você não quer aceitar e reconhecer essa ideia tão estúpida, que o alimentou, de que você não é digno de amor. Assim, o que fazer? Você simplesmente recusa o amor. E, para recusar o amor, você tem de encontrar desculpas.

A primeira e a mais importante desculpa é que "isso não é amor - eis porque não o aceito". Você não acredita que alguém o ame. Quando você mesmo não se ama, quando você não se viu - sua beleza, sua graça, sua grandiosidade -, como você pode acreditar nisso quando alguém lhe diz: "Você é belo. Vejo em seus olhos uma insondável profundidade de tremenda graça. Vejo um ritmo em seu coração, em sintonia com o universo".

Você não pode acreditar em tudo isso - é demais. Você está acostumado a ser condenado, você está acostumado a ser punido, você está acostumado a ser rejeitado, você está acostumado a não ser aceito como você é - essas coisas você recebe muito facilmente.

O amor terá um tremendo impacto em você, porque você terá de passar através de uma grande transformação antes de recebê-lo. Primeiro, você tem de aceitar-se sem nenhuma culpa. Você não é um pecador como os cristãos e outras religiões continuam ensinando-lhe.

...Para evitar a rejeição, é melhor rejeitar o amor. Eis porque as pessoas não aceitam o amor.

Elas desejam, elas anseiam por ele. Mas, quando chega o momento e alguém está pronto para derramar seu amor em você, você se retrai. Seu retraimento tem uma psicologia profunda. Você tem medo: isto é lindo, mas quanto vai durar? Mas cedo ou mais tarde, minha realidade será revelada. É melhor estar alerta desde o começo.

...Amor quer dizer intimidade, amor quer dizer duas pessoas chegando cada vez mais perto, o amor quer dizer dois corpos, mas uma única alma. Você tem medo: sua alma!? Uma alma de pecador, sobrecarregada com más ações de milhões de vidas...? Não! É melhor se esconder, é melhor ficar numa posição em que a pessoa que o ama o rejeite. É o medo da rejeição que não lhe permite receber amor.

Você não pode dar amor, porque ninguém jamais lhe disse que você nasceu um ser amoroso. Eles lhe disseram: "Você nasceu em pecado!". Você não pode amar nem pode receber amor tampouco. Isso diminuiu todas as possibilidades do seu crescimento. OSHO

TIRE PROVEITO DA TUA REFLEXÃO


Talvez, poucos minutos atrás, você estava refletindo sobre a tua vida, sobre uma frase lida, sobre uma fala de alguém.

Realmente, quais seres evolutivos, sabemos a importância que deve fazer a reflexão em nossas vidas.

Não raro, nos deparamos deitados em nosso leito, ou sentados contemplando o céu, ou ainda andando e sentindo a natureza e... refletindo.

No âmbito escolar é muito comum o exercício da reflexão: seja numa interpretação de texto, seja na análise de uma poesia ou na apreciação de uma peça de arte, seja um quadro ou uma escultura.

No ambiente empresarial a reflexão também é muito exercida: na elaboração de um orçamento, na previsão do semestre ou ano seguinte, na análise de resultados, na confecção de uma planilha de investimentos, etc.

Mas, a reflexão de nada vale se não for conduzida à ação ou à tua evolução.

Agora, agindo com grande sinceridade, quantas coisas que você determinou fazer, quantas maneiras que se propôs a agir, que não ficaram de lado beirando o esquecimento? Muitas, não? Pois é... como quer evoluir se tua reflexão não deixa de ser mera reflexão?

Perceba que a palavra reflexão possui conceitos diferentes diante de diferentes áreas, matérias ou disciplinas, mas todas conduzem ao mesmo ponto: ação. Veja:

Na psicologia: virtude onde o pensamento se volta para si com o objetivo implícito e explícito de examinar seus elementos e combinações.

Na filosofia: atenção aplicada às operações do entendimento, aos fenômenos da consciência e às próprias idéias.

Na administração: Consideração atenta de um assunto. Cálculo, raciocínio. Aplicação do entendimento e da razão.

No dicionário: ato ou efeito de refletir, prudência, juízo, tino, pensamento sério. Meditação.

O que está esperando? Reflita e Ação!

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A GENTE ACOSTUMA MAS NÃO DEVIA.

O noticiário dos últimos tempos sobre a cena política brasileira me faz recordar uma crônica da grande Marina Colasanti. Começa assim: “Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.” Acostumar-se à injustiça, ao sofrimento, à dor imerecida, segundo a escritora, vai desgastando a vida, de tanto se acostumar. Acostumar-se a ser ludibriado pela corrupção e descaso que reina entre nossos políticos também. 
Quando aparece um novo escândalo de corrupção envolvendo os membros do Legislativo, Executivo e Judiciário, somos invadidos por um sentimento de revolta que já passou a ser uma rotina emocional dentro do peito arfante e fatigado. Parece que a sadia indignação vai tomar outros peitos, fazer arfar outros pulmões. E que, enfim, vai haver um movimento forte o bastante para tomar atitudes sérias e adotar medidas dignas da gravidade do caso. 
Mas depois começa o de sempre, ao qual, infelizmente, estamos mais que acostumados. 
Percebemos então que novamente a velha história vai se repetir, e todos serão inocentados. Dentro de algum tempo - pouco! - não se falará mais no caso, que passará a fazer parte da memória (fraca) nacional. E nos acostumamos um pouco mais: a ser enganados, a escutar mentiras, a presenciar por parte daqueles que elegemos atitudes e condutas que combinam com tudo, menos com a honestidade e a decência mínimas que se exigem de um cidadão que tem mandato parlamentar.
A única coisa que nos vem à mente enquanto tentamos sufocar a dor e o queixume é tentar adivinhar quando irá aparecer um novo escândalo, que deverá ser muito maior que o anterior. Tomado por esse sentimento de revolta, a cada dia que passa o povo brasileiro vai se deixando levar para uma grande armadilha antidemocrática ao chegar à conclusão de que esses Poderes, que deveriam ter todo o respeito da sociedade civil, só servem para acobertar mentiras e desonestidades.
Percebemos, mas nos acostumamos. Enxergamos a monstruosidade e o engano, mas nada fazemos. Não deveríamos, mas encolhemos nossa capacidade de indignação ética ao escolher o silêncio cansado e cúmplice. Preferimos calar, dar de ombros e administrar o amargo sabor de descrença que de nós se apossa. Não adianta mesmo. Por que se aborrecer? Não vai dar em nada mesmo... 
A crônica de Marina Colasanti descreve com primor a sucessão dos sentimentos que são os nossos. E, sendo nossos, são os de todo um povo. “A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.” Sufocando dor e desalento, o Brasil vai se acostumando a mais um escândalo, a mais uma mentira, a mais uma indignidade. Enquanto isso, espera o próximo, que não se sabe quando nem em que dimensões virá. Em meio à floresta de trevas formada pela mentira, o engano, o despudor, procura abrir caminho para encontrar uma réstia de luz, de transparência, de razão para acreditar. Em não encontrando, espera. Talvez amanhã a luz se deixe encontrar. 
Enquanto isso, a corrupção grassa, a responsabilidade recua, a coragem capitula, o desalento impera. Tudo porque a gente se acostuma, embora não deva. Tudo porque é melhor fingir que não viu ou não entendeu. Ou fazer de conta que não dói tanto assim. E poder continuar fingindo que a consciência está tranqüila, e a cabeça no travesseiro será imediatamente seguida do sono que não tem por que não vir. A gente realmente se acostuma. Embora saiba que não devia.

A GERAÇÃO PÓS-MODERNA.

A pós-modernidade não nega a modernidade; antes, celebra suas conquistas, como o positivismo entranhado nas ciências, a razão tecnocientífica a pontificar sobre a intuição e a inteligência, o triunfo do capitalismo em suas versões neoliberal e, agora, neofascista, contrapondo, por via da guerra, o fundamentalismo econômico - o capital como valor supremo - ao fundamentalismo religioso.
Frente ao darwinismo socioeconômico, a cultura mergulha em profunda crise. Os valores monetários do mercado se sobrepõem aos valores morais da ética. Os grandes relatos se calam, a história como processo se desacelera, as ideologias críticas agonizam. O futuro recua perante o imperativo de perenização do presente. Tudo se congela nessa idéia absurda de que a vida é ‘aqui e agora’. A velhice é encarada como doença e a morte como abominação. A felicidade é reduzida à soma de prazeres e os bens finitos mais cobiçados que os infinitos.
Sabe-se o que não se quer, não o que se quer. As utopias ruíram com o Muro de Berlim. Maio de 68 não logrou expandir-se além das fronteiras do corpo liberto do peso da culpa. Os projetos revolucionários quedaram como a estampa do Che pregada na parede ou reproduzida na camiseta. “E há tempos nem os santos têm ao certo / a medida da maldade. / Há tempos são os jovens que adoecem. / Há tempos o encanto está ausente. / E há ferrugem nos sorrisos. / E só o acaso estende os braços / a quem procura abrigo e proteção,” canta Renato Russo.
Hegel nos ensinou a pensar a realidade e seu discípulo, Marx, a transformá-la. Esqueceram-se do ensinamento bíblico de que é preciso mudar o coração de pedra em coração de carne. O novo, na ciência e na técnica, não fez novo o coração humano, agora assolado pelo sentimento de impotência, de fatalismo, de cinismo. É a cultura do grande vazio respirada pelos jovens de hoje. Caminham de Prometeu a Narciso e, no meio do percurso, deixam à margem o heroísmo de Sísifo. Não lhes importa que a pedra role ladeira abaixo, importa é desfrutar da vida.
Capitulados diante das exigências de construir o novo, olvidados Hegel e Marx, as mudanças históricas sonhadas por minha geração de 68 agora se resumem ao corpo, à moda, aos gostos e caprichos individuais. Na prateleira, a literatura libertária é substituída por esoterismo, astrologia e auto-ajuda. Já que a sociedade é imutável, há que desfrutá-la. E já que não se pode mudar o mundo, ao menos há que encontrar terapias literárias que sirvam de vacina contra um profundo sentimento de frustração e derrota.
Na ânsia de eternizar o presente, buscam-se artifícios que prolonguem a vida: malhação, dietas, vitaminas, cirurgias estéticas etc. Urge manter-se eternamente jovem. Velhice, rugas, obesidade, cabelos brancos, músculos flácidos, perda de vigor juvenil e beleza física, eis os fantasmas que amedrontam a alma lúdica, luxuriosa, de quem não sabe o rumo a imprimir à existência. Como apregoa o Manifesto Hedonista (E. Guisan 1990), “o gozo é o alfa e o ômega, o princípio e o fim.”
Privatiza-se o existir, encerra-se num individualismo que se gaba de sua indiferença frente aos dramas alheios, e predomina a insensibilidade às questões coletivas. A ética cede lugar à estética. A política é encarada com nojo e, a vida, como um videoclipe anabolizado por dinheiro, fama e beleza.
Surge a primeira geração sem culpa, despolitizada de compromissos, repleta de jovens entediados, céticos, insatisfeitos, fragmentados. Geração de reduzida capacidade de maravilhar-se, entusiasmar-se, comprometer-se. Uma geração desencantada: “Vivo en el número siete, / calle Melancolia, / quiero mudarme hace años / al barrio de la alegria. / Pero siempre que lo intento, / ha salido ya el tranvía / y en la escalera me siento, / a silbar mi melodía” (J. Sabina).
Agora cada um tem a sua verdade e ninguém se incomoda com a verdade do outro. Nem se deixa questionar por ela. O diálogo face a face é descartado em favor do diálogo virtual via internet, onde cada parceiro pode fingir o que não é e disfarçar sua baixa auto-estima. Nas relações pessoais, inverte-se o itinerário de minha geração, que ia do amor ao sexo; agora, vai-se do sexo ao sexo, na esperança de que, súbito, desponte o milagre do amor.
Nesse nebuloso mundo pós-moderno, a visão é obscurecida. Perde-se a dimensão da floresta, avista-se apenas uma ou outra árvore. Assim, fica-se indignado com a violência urbana e clama-se pela redução da maioridade penal e pela pena de morte. Quem se indigna com a violência estrutural de uma nação que condena milhões de jovens à desescolarização precoce e ao desemprego? 
Vale de (mau) exemplo a Justiça de Bush, que condenou a 100 anos de prisão o soldado que, no Iraque, estuprou e matou uma jovem de 14 anos. Enquanto isso, a chuva de bombas made in USA tira a vida de 700 mil iraquianos, sem distinguir inocentes, crianças e idosos. Quem haverá de pagar por tamanha atrocidade?

VOCÊ SABIA: O BEM EXISTE.

Deus criou o universo, criou a terra, nossa casa, nosso planeta, encheu-o de água, verde, pássaros, peixes, insetos de todos os tipos. Encheu-o de vida. Encheu-o de flores e frutas. Fez dele um jardim. Depois pensou: vou criar alguém bem parecido comigo. Criou o homem e a mulher. Contemplando toda sua obra de arte, viu que tudo estava perfeito. A Bíblia nos diz que Deus, depois de ter criado tudo, “viu que tudo era bom”. Nada do que sai de Deus é mau. Tudo é bom. Deus é a fonte do bem, da paz, da harmonia, do amor, da vida, da alegria e da felicidade. 
A pessoa que pensa que é Deus quem faz os vendavais e os acidentes, quem cria a fome e a violência, quem cria o deficiente físico e mental, quem inventa a doença e a morte, essa pessoa é cruel e irresponsável. Coloca nos ombros e na obra de Deus aquilo que é totalmente criação nossa. Deus é bem, sumo bem, grande bem e eterno bem.
O MAL NÃO EXISTE. O que existe é a ausência do bem. Ausência de pessoas de bem e que fazem o bem. Então, o mal é como o preenchimento do vazio deixado pela ausência do bem. As pessoas más agem porque as pessoas de bem se omitem, se calam e deixam de fazer sua parte, como parceiros da obra de Deus. Na medida em que o bem é feito, o mal desaparece.
O FRIO NÃO EXISTE. Existe a ausência do calor. Na medida em que o calor vai tomando conta, o frio desaparece. Assim na medida em que as pessoas vão esquentando a sociedade com atitudes de amor e dedicação, o frio da indiferença e descrença desaparece.
A ESCURIDÃO NÃO EXISTE. Existe a ausência da luz. A noite é escura pela ausência do sol. O sol chegando faz desaparecer a escuridão. Nossa sociedade necessita de muitas pessoas que sejam luz, que iluminem com sua fé e esperança, com seu otimismo e construção do bem, e assim a escuridão da preguiça e do comodismo irão desaparecendo.
O ÓDIO NÃO EXISTE. Existe a falta do amor. Das pessoas que amam. Dos gestos de amor. O vazio do amor no coração das pessoas faz com que a negação do amor, que recebe o nome de ódio, se faça presente. E como o coração humano somente se realiza na medida do amor, é possível fazer desaparecer o ódio com a força positiva e a presença do amor.
A MORTE NÃO EXISTE. Existe a ausência da vida. A busca e o cultivo da vida é a destruição da morte. A essência de Deus é vida. Tudo é vida. Deus gera somente vida. Quem é de Deus e escolhe Deus, está envolvido de vida e a morte não tem espaço.
UM DIA HAVERÁ SOMENTE O POSITIVO. O positivo é o partido de Deus. Em Deus não há sombra de negativismo. Quem está com Deus está com a vida e o amor, com a paz e a alegria, com a felicidade e a luz, com o calor e o bem total. É a vitória da vida e do bem. A vitória de Deus sobre todos aqueles que se escolheram a si mesmos e por isso viveram na escuridão e no desamor.

TERRA: TEMOS QUE ALIVIAR SUAS DORES.

Inegavelmente, estamos enfrentando, com o aquecimento global já iniciado, uma situação dramática para o futuro do planeta e da humanidade. Não apenas os grupos ecológicos estão altamente mobilizados, mas também grandes empresários e os Estados centrais e periféricos.
Vivemos tempos de urgência, pois não é impossível que a Terra, repentinamente, entre num estado de caos. Até que ele se transforme em generativo, podem ocorrer catástrofes incomensuráveis, atingindo a biosfera e dizimando milhões de seres humanos. Não consideramos esta situação uma tragédia cujo fim seria desastroso, mas uma crise que acrisola, deixa cair o que é agregado e acidental e libera um núcleo de valores, de visões e de práticas alternativas que devem servir de base para um novo ensaio civilizatório. Depende de nós fazermos com que os transtornos climáticos não se transformem em tragédias, mas em crises de passagem para um nível melhor na relação ser humano e natureza. É neste contexto que convém trazer à baila o conceito de resiliência, não muito usado entre nós, mas com crescente circulação em outros centros de pensamento.
O termo possui sua origem na metalurgia e na medicina. Em metalurgia resiliência é a qualidade dos metais que recobrarem, sem deformação, seu estado original após sofrerem pesadas pressões. Em medicina do ramo da osteologia é a capacidade dos ossos crescerem corretamente após sofrerem grave fratura. A partir destes campos, o conceito migrou para outras áreas como para a educação, a psicologia, a pedagogia, a ecologia, o gerenciamento de empresas, numa palavra, para todos os fenômenos vivos que implicam flutuações, adaptações, crises e superação de fracassos ou de estresse.
Resiliência comporta dois componentes: resistência face às adversidades, capacidade de manter-se inteiro quando submetido a grandes exigências e pressões e, em seguida, é a capacidade de dar a volta por cima, aprender das derrotas e reconstituir-se, criativamente, ao transformar os aspectos negativos em novas oportunidades e em vantagens. Numa palavra, todos os sistemas complexos adaptativos, em qualquer nível, são sistemas resilientes. Assim são cada pessoa humana e o inteiro sistema-Terra. 
Os riscos advindos do aquecimento global, da escassez de água potável, do desaparecimento da biodiversidade e da crucificação da Terra que possui um rosto de terceiro-mundo e pende de uma cruz de padecimentos, devem ser encarados menos como fracassos e mais como desafios para mudanças substanciais que enriquecerão nossa vida na única Casa Comum. Resignar-se e nada fazer é a pior das atitudes, pois implica renunciar à resiliência e às saídas criativas. 
Os estudiosos da resiliência nos atestam que para sermos resilientes positivamente precisamos antes de tudo cultivar um vínculo afetivo, no caso, com a Terra: cuidá-la com compreensão, compaixão e amor; aliviar suas dores pelo uso racional e contido de seus recursos, renunciando a toda violência contra seus ecossistemas; o Norte deve praticar uma retirada sustentável no seu afâ de consumo para que o Sul possa ter um desenvolvimento sustentável e em harmonia com a comunidade de vida. Importa alimentar otimismo, pois a vida passou por inúmeras devastações e sempre foi resiliente e cresceu em biodiversidade. Decisivo é projetarmos um horizonte utópico que dê sentido às nossas alternativas que irão configurar o novo que nos salvará a todos. Importa manter a saúde num ambiente doentio e assim Gaia será também saudável e benevolente para com todos.

PARA CHEGAR BEM AOS 80 ANOS DE IDADE É PRECISO ADOTAR CUIDADOS AOS 20.

O envelhecimento começa assim que o ser humano pára de crescer, isto é, no final da adolescência, quando os processos normais de reparação do organismo assumem um ritmo mais lento. O corpo vai mudando devagarinho, na maioria das vezes sem que a pessoa se dê conta. De repente, já não se consegue fazer algo que pouco tempo atrás era tão fácil.
Mas o homem descobriu que a velhice, fenômeno biológico, psicológico e social que atinge o ser humano na plenitude de sua existência e altera sua relação com o tempo, não é sinônimo de doença, tristeza e inatividade. Mais do que isso: pode ser uma fase de saúde, disposição e alegria. O primeiro e mais importante passo é compreender e aceitar o processo. Sabendo como será, é possível mudar hábitos de forma planejada, fazer projetos para o futuro, tomar os devidos cuidados para prevenir doenças e ter muito boa qualidade de vida durante a chamada terceira idade.
Para estar bem aos 80, no entanto, é precisar adotar hábitos, ou cuidados, a partir de agora - esteja com 40 anos, 30 ou até menos. Isso inclui uma boa alimentação, abandono do fumo e do álcool e redução do estresse, atitudes que melhoram o dia de hoje e garantem a saúde na velhice, principalmente se adotadas antes de ela ocorrer.

Dicas - Para quem tem dúvidas sobre por onde começar, as recomendações são muito simples. O café da manhã, por exemplo, deve ser tomado como se fosse a refeição mais importante do dia. Frutas, sucos, queijo, pães e café com moderação compõem uma dieta adequada (leia ao lado). Beber pelo menos um litro de água durante o dia também é relevante.
Leitura de um jornal para se manter atualizado, atividade física (ao menor sinal de desconforto, parar) e evitar o sol entre 10 e 16 horas fazem parte do elenco de dicas. Um banho, seguido de rigorosa higiene e vestir-se sempre com capricho também estão nesta relação.
Ocupar o tempo com trabalho e/ou estudo, ser produtivo, fazer visitas, telefonar e/ou escrever para parentes e amigos e acrescentar um passatempo à rotina são igualmente importantes. O almoço deve ser leve, rico em fibras (legumes, frutas e verduras), com preferências para carnes magras. No meio da tarde, cai bem um lanche (fruta, gelatina...). O jantar deve ser leve e nutritivo e o dia, encerrado com a leitura de um bom livro, com um filme de qualidade ou mesmo um bom programa de televisão.
Para complementar, não ficar sentado por longos períodos. Quando for necessário permanecer nesta posição, procurar descansar as pernas em um banquinho. Se não estiver com sono, evite deitar-se muito cedo. Se tiver dificuldade para dormir, gastar o máximo de energia durante o dia em longas caminhadas. Esses procedimentos não livram ninguém plenamente das conseqüências negativas do envelhecimento, mas ajudam a retardá-las ou evitá-las.
Regras de ouro da dieta equilibrada
O alimento é fundamental para a manutenção de todos os nossos processos vitais. Quase tudo que somos fisicamente é resultado do que comemos. Uma dieta adequada é aquela que assegura a ingestão equilibrada de açúcares, gorduras, proteínas, vitaminas, sais minerais, água e fibras. Assim, ao pensar em dieta, pense em que só a variedade pode garantir esse equilíbrio. O abuso de qualquer tipo de alimento em detrimento dos outros pode trazer prejuízos. 
Veja as regras de ouro: evite, o máximo que puder, frituras, comidas e bebidas industrializadas, gorduras de origem animal e excesso de sal ou açúcar. Frutas, verduras e legumes variados e água são bem-vindos em grande quantidade. Prefira os cortes magros da carne de boi e a carne de peixes e aves. Não passe fome: faça seis refeições por dia: café da manhã, almoço e jantar mais reforçados, e três pequenos lanches entre eles.
Não se deixe seduzir por modismos, pela dieta que o médico prescreveu para a sua vizinha ou por essa ou aquela pesquisa, reportagem ou artigo: não há milagres para se reduzir ou manter o peso. Apenas a mudança de hábitos, produzida com muito esforço, disciplina e persistência é capaz de proporcionar equilíbrio nutricional e saúde.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

É UM SOL NA NOITE

É noite muito escura. Um menino anda pela rua com o pai. Surpreendendo o pai pergunta: onde está o sol? Ele também vai dormir? Onde ele se esconde? Ele também vai para a cama? O pai tenta explicar aquilo que é muito normal e comum, mas que também pode tornar-se uma pergunta surpresa para quem vive envolvido em si mesmo e no materialismo do dia-a-dia, e que esquece, ou acha que não tem tempo, para fazer e responder às perguntas da vida.
O SOL CONTINUA EXISTINDO. Aqui em nosso lado da terra é escuro. Noutro lado está a luz. Em certas noites o sol nos visita através da lua. O sol bate na lua e vai nos dizendo: eu continuo existindo. No meio da escuridão, na lua se faz presente o rosto do sol. Há os que preferem a escuridão. Gostariam de negar o sol. Gostariam de afirmar: o sol não existe. Mesmo assim, na escuridão da noite, o sol continua existindo. Teimosamente, de manhã, está lá no horizonte para nos dizer um “bom dia!” Mesmo que as nuvens venham esconder seu rosto, ele continua existindo e fazendo sua caminhada e sua missão.
DEUS CONTINUA EXISTINDO. Deus é como o sol. Muitas crianças grandes perguntam: onde está Deus? Deus desapareceu de minha vida! Onde está Deus? O mal tomou conta da terra! Há milhões de pessoas que afirmam: Deus está morto! Deus não existe! Essas pessoas estão andando na noite da vida. Estão na noite da descrença. E porque em seu coração e em seu orgulho o Grande Sol desapareceu, não significa que deixou de existir. Ele está no outro lado da vida. No outro lado dos fatos. Deus continua o mesmo como o sol continua o mesmo na noite da terra. Inutilmente as criaturas tentam negar o Criador. Inutilmente o filho tenta negar o Pai. Mesmo que o filho desapareça na escuridão da maldade, do orgulho e da auto-suficiência, o Sol-Deus continua brilhando para as pessoas que buscam sua luz, energia e calor.
UM DEUS NA NOITE DA VIDA. Não há como viver sem o sol. Mesmo que ele não esteja presente, sua presença é necessária. A vida da noite está ligada à vida do dia. Assim, muitas pessoas, no desespero das dificuldades, sofrem a tentação de dizer que Deus as abandonou. Ou mesmo numa situação de sociedade desordenada e violenta, surge a tentação de dizer que “o dono abandonou o mundo”. Na verdade, Ele continua como um sol que, no outro lado da vida, continua presente e sendo a luz, o calor e a energia. E mesmo sabendo que mais de sete milhões de brasileiros, que milhões de outros seres humanos nesta terra, sejam descrentes e mesmo neguem o Sol da humanidade, Ele continua existindo e vencendo todas as noites da vida. Teimosamente, Ele nasce em cada rosto de criança, em cada manifestação de vida de nosso universo. E chegará um tempo em que a noite será como o dia.

O QUE GOSTARIA QUE FALASSEM NO MEU VELÓRIO.

Já participei de muitos enterros. É o fato que mais dá ibope. É o encontro dos parentes e amigos. É o momento das conversas sérias, mas, em geral, é o momento das conversas inúteis. O que menos se conversa é sobre a morte e sobre a pessoa falecida. É uma falação de todos os assuntos, quase sempre de negócios e política. A sociedade moderna fala em acabar com os velórios. Nas grandes cidades já foram extintos. Não só o velório, como também a morte. Esconde-se o doente nos hospitais e o morto nas funerárias. O que menos interessa são os parentes e a casa. Tudo é terceirizado. Quem sabe a gente consiga terceirizar a própria morte. Não faltarão empresas para esse serviço. Mas,o que se fala, na morte e no velório, no enterro e pós-enterro, da pessoa falecida?
GOSTARIA QUE FALASSEM QUE FUI UMA PESSOA AMIGA. Bom mesmo seria que nada falassem. Provavelmente errariam. É difícil saber o que se passa no segredo do coração humano. Não gostaria que falassem: “Esse também se foi”. Dá impressão de um despacho. Gostaria que falassem que fui uma pessoa amiga, que as pessoas se sentiam bem estando perto, que era uma pessoa de boa convivência. Mas, para que falem dessa maneira, devo viver desde agora desse jeito.
GOSTARIA QUE FALASSEM DE MINHA DEDICAÇÃO. Que fui uma pessoa que não pensava tanto em si mesma, mas nas necessidades dos outros. Que falassem do tempo que dediquei aos outros, que sempre arranjava tempo para a comunidade e as organizações, para estar junto com quem necessitasse. Que falassem dos meus gestos e atitudes de compreensão e desprendimento. Mas, para isso necessito desde agora ser uma pessoa desapegada e dedicada.
GOSTARIA QUE FALASSEM DA MINHA ALEGRIA. Que eu cantava, que eu ria, que eu gostava dos ambientes alegres e serenos. Que meu rosto traduzia minha vida de satisfação e de bem com a vida. Que falassem que minha companhia era agradável e que onde eu estava não havia tristeza. Mas, para que falem assim, devo desde agora viver desse jeito!
GOSTARIA QUE FALASSEM QUE FUI UM VENCEDOR. Que não tinha medo de enfrentar novas situações. Que sempre encontrava uma solução para os problemas. Que falassem do meu amor pelo trabalho e pelo esporte, da minha luta pelo bem das comunidades e organizações. Que bom se falassem que onde coloquei minha mão e minhas idéias sempre deu certo! Que tinha uma fé num Deus vencedor. Mas, para que isso aconteça, tenho que ser agora um vencedor no meu dia-a-dia e em cada iniciativa.
GOSTARIA QUE NÃO FALASSEM QUE FUI UM PERDA. Não gostaria de ser um perda. Gostaria que falassem que minha vida foi uma soma nesta humanidade. Que foi um ganho. Mas, para que isso aconteça, desde agora devo aprender a somar com minhas ações construtivas.

PASSAM AS MERCADORIAS, AS PESSOAS SÃO BARRADAS.

A globalização suprimiu fronteiras, aproximou países e continentes. Permitiu a passagem de mercadorias, capitais e informações. Mas a circulação de pessoas está cada vez mais restrita. As divisas que se abrem para transações comerciais se fecham para o trânsito de migrantes. E não são apenas postos alfandegários: prolifera, em quantidade e em diversidade, a construção de muros.
Os dois mais em evidência estão entre Israel e Cisjordânia e entre os Estados Unidos e México. Motivado por razões étnicas e pela dificuldade de encontrar o caminho da paz, Israel está erguendo um muro ao longo de mais de 700 quilômetros da “linha verde” - o marco internacional de reconhecimento como limite do território israelense -, ou indo além dela. Os norte-americanos querem bloquear a passagem de migrantes clandestinos por quase 1,2 mil quilômetros com uma armação de oito metros de altura de aço e concreto. Praticamente um terço da fronteira entre os dois países ficará intransponível.
É natural que os países se defendam de eventuais invasões, e isto a história tem registrado durante milênios. É concebível ainda que uma nação adote medidas para que suas leis sejam respeitadas, usando os limites territoriais como mecanismo de proteção e de emancipação. Mas não é justo separar famílias, cercar povoações ou submeter grupos que precisam se deslocar para trabalhar a freqüentes humilhações, como está ocorrendo na Cisjordânia. Também é reprovável a utilização da fronteira como instrumento de coação e controle - caso dos EUA em relação ao México. A aparente segurança intramuro contrasta com a exclusão e o medo de fora, normalmente subprodutos de injustiças históricas.
Os muros estão separando o mundo subdesenvolvido do desenvolvido, ricos e pobres, e oferecendo um terreno fértil à xenofobia. Está claro que interessa a superpotências, como os Estados Unidos, a riqueza, a mão-de-obra barata, enfim, as fontes de lucro que países influenciados - ou dominados - economicamente podem gerar. Sua gente, não. O mais grave é que os exemplos que partem de nações poderosas podem se disseminar, criando barreiras entre cidades, entre bairros. A fartura de um lado impedindo que a miséria do vizinho sequer se aproxime.

NOSSA SENSIBILIDADE DECORRE DE VALORES ASSIMILADOS.

Cho Seng-Lui, estudante sul-coreano de 23 anos, antes de meter uma bala na própria cabeça assassinou 32 pessoas na Universidade Virgínia Tech, a 17 de abril. Não é a primeira vez que, nos EUA, estudante entra armado numa escola e dispara a esmo contra colegas. Eis o efeito deletério de uma cultura bélica. Milhões de crianças usamericanas brincam agora de assassinar bonequinhos virtuais em seus videogames, orgulhosas porque seus avôs lutaram no Vietnã e os pais no Iraque.
A mídia transformou o massacre de Virgínia numa comoção mundial. Isso é bom, educa a nossa sensibilidade para que episódios semelhantes sejam considerados hediondos. E com certeza faz refletir aqueles que, no Brasil, votaram a favor do comércio e do porte privado de armas.
Aliás, pesquisa da Clínica de Lesão Medular da Associação de Assistência à Criança Deficiente de São Paulo, revela que a principal causa de lesões graves na medula, no Brasil, são armas de fogo: 41,24%. Os acidentes de carro ficaram em segundo lugar (32,68%).
Na mesma semana do massacre em Virgínia, a Justiça dos EUA soltou da prisão o terrorista Posada Carriles que, em 1976, mandou pelos ares 73 passageiros que viajavam a bordo do vôo da Cubana de Aviação, minutos após decolar do aeroporto de Barbados.
Exceto em Cuba e na Venezuela, onde Carriles perpetrou inúmeros de seus crimes, a liberação do terrorista não produziu nenhum comoção. Nem o fato de a mesma Justiça usamericana manter nos cárceres de Miami cinco cubanos, presos há 4 anos por atuarem preventivamente contra eventuais ações terroristas promovidas pelos fundamentalistas da comunidade cubana ali residente.
Posada Carriles em liberdade e os cinco cubanos antiterroristas presos fazem lembrar o paradoxo do julgamento de Jesus em Jerusalém. Conforme o costume, o governador romano deveria conceder indulto a um prisioneiro. Na Fortaleza Antônia, Pilatos expôs o dilema à claque espalhada pelo pátio: “Jesus ou Barrabás?” O aglomerado de pessoas sabia muito bem que a entrada lhe fora facultada no recinto oficial por ser confiável e não se atrever a contrariar o poder. Compunha-se desse tipo de gente que, perante autoridades, desparafusa a própria coluna vertebral e oscila qual boneco, para trás e para frente, dando seu acordo a tudo. A resposta foi uníssona: “Solte Barrabás!” O bandido ganhou liberdade. O Justo, após ser torturado, viu-se conduzido à morte na cruz.
Esperar que Obama puna Posada Carriles é querer Ali Babá à frente da repressão aos 40 ladrões! O que mais causa espanto é constatar a leniência da grande mídia, capaz de provocar comoção pela morte de 32 alunos e professores da Virgínia Tech e amenizar o impacto, na mesma semana, de 200 iraquianos assassinados pelas tropas invasoras dos EUA.
Nossa sensibilidade decorre dos valores assimilados. Um senhor de escravo não se incomodava com os gritos lancinantes emergidos da senzala, assim como nós, brasileiros, bebemos chope na calçada ocupada pelas mesas do bar sem nos sentir incomodados com o enxame de crianças de rua suplicando por esmola e comida.
Na minha infância e adolescência era inconcebível um jovem não ceder seu banco no ônibus a uma mulher ou pessoa mais idosa. Hoje, a indiferença é notória, agravada por uma presunçosa altivez de quem se julga feliz por ter chegado primeiro... É essa falta de ética que leva uma sociedade a clamar por redução da maioridade penal, em vez de aumento de vagas nas escolas e postos de trabalho. Joga-se gasolina para apagar o fogo...
No processo de incorporação de valores, a mídia exerce papel preponderante. Trata com desdém o bloqueio da Casa Branca a Cuba e, com indignação, o direito de Evo Morales e Maduro defenderem os interesses de seus países. E o silêncio cúmplice permite que os EUA mantenham Porto Rico - nação outrora soberana - anexada a seu território e transforme a base naval de Guantánamo em cárcere sem lei para supostos terroristas.
Que grau de comoção produziria a notícia de que uma base naval cubana se instalou, esta manhã, nas costas da Califórnia?

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O MEU SIMPLES LEGADO.

O meu presente determina meu futuro. Meu futuro depende da maneira como vivo meu presente. Tudo está interligado. Não há possibilidade de viver o hoje sem pensar no amanhã. O hoje é caminho do amanhã. É fundamento e determinação do amanhã. As pessoas que vivem o hoje, desligado do amanhã, são pessoas sem perspectivas e sem esperança, pois o hoje determina o amanhã. Meu amanhã será meu legado do hoje. E qual legado estou semeando no meu hoje?
VOU DEIXANDO UM LEGADO NAS PESSOAS. Que bom poder deixar um legado de boas relações com todas as pessoas! Um legado de solidariedade e serviço, de convivência construtiva e de fraternidade. Que bom poder marcar muitos corações, milhares de corações humanos com minha presença positiva, presença de fé e de esperança, de luta e de conquistas. Cada coração humano merece ser marcado pela minha presença e minha passagem por este jardim de Deus, feito de rosas e espinhos, mas com um destino de ser somente um jardim de rosas e um pomar de frutas sadias.
VOU DEIXANDO UM LEGADO EM MINHA COMUNIDADE. Não são necessários monumentos e nem deixar o nome gravado nas ruas e praças. Não são necessárias placas de homenagem e lembrança. Mas é necessário e recompensador, que na história da comunidade, as pessoas lembrem e registrem: tal pessoa passou por aqui e foi muito útil em nossa comunidade. Tal pessoa deixou marcas pelo seu serviço, dedicação e amor pela comunidade. Aquela árvore plantada, aquela obra feita, aquela casa bem cuidada, aquela canção ou texto, aquele fato, lembram e trazem no presente o legado dessa pessoa.
VOU DEIXANDO UM LEGADO NA HUMANIDADE. Alguém ouviu falar de um monumento ou de uma rua dedicada ao nome de Hitler? Nunca ouvi falar e creio que não exista. Ele é um legado negativo para a história. Fica esquecido e rejeitado. Mas as cidades estão marcadas por monumentos e ruas para pessoas construtivas e positivas como um Gandhi e tantas outras pessoas. Cada pessoa deve deixar um legado para a humanidade, ali onde viveu e fez sua história. Nada é isolado na história da humanidade. Quando me elevo, elevo o mundo. Quando me rebaixo, rebaixo o mundo. Meu legado deve elevar a humanidade.
VOU DEIXANDO UM LEGADO ETERNO. Nada se apaga nesta humanidade. Tudo fica registrado. Especialmente o que é feito por amor e em nome do amor. Somente cabe na bagagem do coração aquilo que fazemos em nome do amor. O amor é que eterniza os atos e as escolhas que se fez na vida. Que bom poder realizar a passagem por este mundo como alguém que não ficou esquecido no tempo, mas carregou todo o tempo para a eternidade, por causa da marca inapagável do amor.

O PALHAÇO E O NOSSO FUTURO

O fato, é que estava ocorrendo um incêndio nas cortinas do fundo do teatro. O diretor enviou então o palhaço que já estava pronto para entrar em cena, avisar a toda a platéia do fato. Suplicava que acorressem para apagar as chamas. Como se tratava de um palhaço, todos imaginavam que era apenas um truque para fazer rir as pessoas. E estas riam que riam. Quanto mais o palhaço conclamava a todos, mais esses riam. Pôs-se sério e começou a gritar: “O fogo está queimando as cortinas, vai queimar todo o teatro e vocês vão queimar junto”. Todos acharam tudo isso muito engraçado, pois diziam que ele estava cumprindo esplendidamente seu papel.
O fato é que o fogo consumiu o palco e todo o teatro com as pessoas dentro. Termina Kierkegaard: “Assim, suponho eu, é a forma pela qual o mundo vai acabar no meio da hilariedade geral dos gozadores e galhofeiros que pensam que tudo, enfim, não passa de mera gozação”.
Essas palavras de Kierkegaard se aplicam perfeitamente a muitos cientistas, empresários, bispos e até a gente do povo que pensam ser o aquecimento global uma grande enganação ou um alarme desnecessário. Dizem que o fenômeno é, em grande parte, natural e que a Terra tem condições por si mesma de encontrar o equilíbrio ótimo para a vida. E vivem como os ricos do Titanic, rindo e se afundando.
Por outro lado, muitos são os que tomam as advertências a sério, Estados e grandes instituições, também entre nós. Sabem que se começarem agora, com apenas 2% do PIB mundial poderão equilibrar o clima global e continuar a aventura planetária com perspectivas de esperança.
O fato inegável é que estamos face a um problema global. Não afeta apenas este ou aquele ecossistema ou região, mas seu conjunto - a biosfera e o inteiro Planeta. Somos todos interdependentes e as ações de todos afetam a todos para o bem ou para o mal. Tardiamente, só a partir dos anos 70 do século passado ficou-nos claro que a Terra é um superorganismo vivo, Gaia, que regula os elementos físicos, químicos, geológicos e biológicos de tal forma que se torna benevolente para todas as formas de vida, especialmente da nossa.
Mas agora, dada a intervenção prolongada e persistente do processo produtivo mundial, ela chegou a um ponto em que não consegue, sozinha, se auto-regular. Precisa de nossa intervenção que vai muito além de apenas preservá-la e cuidá-la. Temos que efetivamente resgatá-la e curá-la. Pois, em termos cósmicos, é um planeta já velho, com recursos limitados e dificuldades de auto-regeneração.
Como somos o principal agente desestabilizador pode acontecer que ela não nos considere mais benevolentemente e queira continuar sem nós. A dinâmica do processo de produção e consumo ilimitados não consegue manter o equilíbrio do planeta. Somos obrigados a mudar na linha do que sugere a Carta da Terra: assumir um modo sustentável de vida. Este somente se alcançará mediante a cooperação mundial e a percepção espiritual de que o planeta é Terra-mátria, prolongamento de nossa própria existência terrenal.

OS DE GRAVATA

Tento não criar raiva e ressentimento com os engravatados, mas está um tanto difícil! Sempre mais, vejo-os como dominadores e exploradores do povo, como chefes que querem se apossar das consciências e das emoções. Chefes e exploradores da insegurança, da pobreza material e espiritual do povo. Chefes e donos das leis e do poder sobre o povo. Em tudo há casos especiais. Há exceções. Benditos e que sejam valorizados os casos especiais, que são poucos, no contexto atual.
GRAVATA CHEIRA A POLÍTICO CORRUPTO. Ver os engravatados andando pelo plenário, mão no bolso, ares de superioridade, tanto deputados como senadores, provoca uma ânsia de vômito em qualquer cidadão consciente e crítico. E saber que isso não tem volta dentro de uma democracia que temos, porque eles continuarão fazendo a democracia para si! Somente um tornado ou furacão escala cinco poderá acabar com esse sistema injusto, que nenhuma eleição vai resolver, nem elegendo anjos, porque as cadeiras já estão contaminadas com o vírus da impunidade e da corrupção. Muito mais enojam as gravatas nesses colarinhos brancos cheios de hipocrisia e falsidade.
GRAVATA CHEIRA A IGREJAS CORRUPTAS. Há exceções. Nem dá para entender como um São Francisco de Assis esfarrapado cabe ao lado de um Edir Macedo, de um RR Soares e de tantos outros pastores e sacerdotes engravatados que se tornam donos da Palavra de Deus, donos do tempo na mídia, donos das verdades, donos das igrejas e donos da insegurança e desespero das pessoas.
Deverão aparecer - e sempre aparecem em tempo oportuno - Cristos e profetas que entrem nos templos de todos os tipos para derrubar as mesas da exploração religiosa. Para gritar bem alto: “Minha casa é casa de oração e não lugar de negócios”. Os templos se tornaram os shoppings sagrados que enriquecem os donos das igrejas. É só constatar os fariseus, de vestes bonitinhas, de sapatos vermelhinhos e de gravatas e ternos encantadores! E o povo aplaude e chora!
GRAVATA CHEIRA A INJUSTIÇA. Juízes, advogados, promotores e toda uma “família abençoada” pelas leis injustas, que julgam simplesmente pela lei e deixam de lado o humano e a caridade. Sabendo que a única lei que deve reger todas as leis é o mandamento do amor, pode-se perceber que a gravata da justiça se tornou a gravata da injustiça e do desamor. A impunidade e o “deixa passar o tempo” se tornaram os instrumentos de nosso judiciário que se privilegia com a injustiça.
GRAVATA CHEIRA A PESSOAS PRIVILEGIADAS. Não radicalmente, mas até certo ponto, podemos dividir nossa sociedade entre engravatados e os sem-gravata ou entre privilegiados e excluídos. O fato é que os dez por cento de engravatados dominam os noventa por cento despidos de seus direitos de sobreviver com dignidade. E ainda os dez por cento se dão o direito de pisar e condenar os noventa por cento que se atrevem a fazer manifestos, greves e insurreições!

terça-feira, 19 de novembro de 2013

TIRE PROVEITO DA TUA REFLEXÃO.

Talvez, poucos minutos atrás, você estava refletindo sobre a tua vida, sobre uma frase lida, sobre uma fala de alguém.

Realmente, quais seres evolutivos, sabemos a importância que deve fazer a reflexão em nossas vidas.

Não raro, nos deparamos deitados em nosso leito, ou sentados contemplando o céu, ou ainda andando e sentindo a natureza e... refletindo.

No âmbito escolar é muito comum o exercício da reflexão: seja numa interpretação de texto, seja na análise de uma poesia ou na apreciação de uma peça de arte, seja um quadro ou uma escultura.

No ambiente empresarial a reflexão também é muito exercida: na elaboração de um orçamento, na previsão do semestre ou ano seguinte, na análise de resultados, na confecção de uma planilha de investimentos, etc.

Mas, a reflexão de nada vale se não for conduzida à ação ou à tua evolução.

Agora, agindo com grande sinceridade, quantas coisas que você determinou fazer, quantas maneiras que se propôs a agir, que não ficaram de lado beirando o esquecimento? Muitas, não? Pois é... como quer evoluir se tua reflexão não deixa de ser mera reflexão?

Perceba que a palavra reflexão possui conceitos diferentes diante de diferentes áreas, matérias ou disciplinas, mas todas conduzem ao mesmo ponto: ação. Veja:

Na psicologia: virtude onde o pensamento se volta para si com o objetivo implícito e explícito de examinar seus elementos e combinações.

Na filosofia: atenção aplicada às operações do entendimento, aos fenômenos da consciência e às próprias idéias.

Na administração: Consideração atenta de um assunto. Cálculo, raciocínio. Aplicação do entendimento e da razão.

No dicionário: ato ou efeito de refletir, prudência, juízo, tino, pensamento sério. Meditação.

O que está esperando? Reflita e Ação!

DILMA VENCERIA NO PRIMEIRO TURNO, DIZ PESQUISA DP IBOPE

Dilma venceria em primeiro turno a disputa presidencial nas eleições de 2014 em todos os cenários válidos mostrados por uma pesquisa Ibope divulgada na noite desta segunda-feira.

Ela não precisaria de um segundo turno para manter-se na presidência contra os possíveis candidatos de oposição: Aécio Serra pelo PSDB; Eduardo Campos ou Marina pelo PSB.

Na disputa contra Aécio e Campos, Dilma seria eleita em primeiro turno com 43% dos votos, contra 14% do tucano e 7% do socialista.

Se a escolha do PSB fosse Marina, e a do PSDB fosse Aécio, Dilma teria 42%, contra 16% da candidata do PSB e 13% do senador tucano.

Nas simulações de segundo turno entre os pré-candidatos considerados pela pesquisa, a candidata do PT à reeleição vence todos seus adversários de oposição.

O levantamento realizado pelo Ibope também pesquisou a rejeição dos possíveis candidatos à Presidência da República, que mede o porcentual de eleitores que não votariam em um concorrente de maneira alguma.

Os números mostram que Dilma passou a ser a candidata menos rejeitada entre os possíveis concorrentes, posto que era de Marina no levantamento anterior.

Serra mantém-se como o candidato com a maior taxa de rejeição, com 49%, seguido por Eduardo Campos (42%), Aécio (39%) e Marina (37%).