quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O MEU CÉU, COMEÇA AQUI

Confesso que tenho pena dos materialistas! Tenho pena dos ricos que somente têm contas bancárias, bens materiais e capital! Tenho pena porque seus sonhos são tão pequenos que acabam todos no túmulo. Sempre mais a experiência de cada dia torna verdadeiras as palavras de Jesus: “Nenhum rico entrará no Reino dos céus”. Na vida o rico escolheu somente o mundo material e os sonhos passageiros. Nada eternizou. Fim. Não cultivou a realidade espiritual de sua vida. Não sonhou as estrelas e o universo. Não sonhou deuses e fraternidade universal. Esqueceu de olhar o infinito e olhou somente para si mesmo. Morrendo, ficou apenas consigo mesmo. Ficou com o inferno da solidão.
Meu céu começa aqui. Finados, doenças, morte, perdas, tudo faz pensar na razão do existir. No propósito do viver humano. Na direção dos passos. No horizonte que os olhos buscam. Nos anseios infinitos do coração. Há um desejo em cada coração humano, desde aqui e agora, de estar em tudo e em todos. Estar aqui e em cada uma dos bilhões de estrelas do infinito universo. De estar aqui e ao mesmo tempo estar nos mistérios das profundezas do mar. Estar aqui e agora e ao mesmo tempo estar nas asas dos pássaros para experimentar a liberdade. Estar em mim mesmo e ao mesmo tempo estar em cada coração humano, especialmente em corações gêmeos e enamorados. Estar em mim mesmo e estar no coração de quem está em todos os seres, como presença misteriosa, desconhecida, que faz cada realidade ser única e irrepetível.
Meu sonho de céu é do tamanho do universo. Não me contento com idéias de céu onde vou me encontrar com familiares e conhecidos, céu de santos de cabeça torta e de cara séria, céu de descanso eterno, céu de um lugar longe daqui, céu do mundo do lado de lá, céu semelhante às nossas igrejas, tristes e silenciosas, céu de apenas um pouquinho melhor do que aqui. Um Deus que tenha preparado este céu para seus filhos e filhas seria muito pobre. Um Deus que tenha preparado para seus filhos e filhas “uma mansão” como se precisássemos de cozinha, copa, banheiros e quarto para dormir. Esse céu é muito pequeno e cabe apenas nos corações e mentes com dimensões muito pequenas.
Meu céu é estar em tudo e em todos. Meu céu - e o de todas as pessoas que acreditam no infinito da vida -, terá a dimensão deste universo. Meu céu será penetrar no segredo de cada ser. Saberei dos segredos dos peixes e dos pássaros, dos insetos e de todos os animais. Saberei dos segredos de cada estrela do céu e de cada beleza na profundidade dos mares. Saberei dos segredos que os cientistas levam anos para tentar penetrar. Tudo será claro como a luz do sol. Saberei dos segredos de cada coração humano e estarei face a face com todos eles. Saberei sentir, tocar, amar, ver e contemplar o Criador de tudo isso, face a face, coração a coração. Por isso, desde agora, começarei a amar a beleza e a grandeza, a doçura e a ternura, a vida e o amor, a paz e a harmonia, a liberdade e a convivência, o beijo e o abraço, porque céu será tudo isso em plenitude.

A MORTE, TEMA TABÚ.

O próximo 2 de novembro é Dia de Finados, os que findaram, os mortos. Será, no futuro, o dia de cada um de nós. Mas quem encara este destino inelutável?
Entre crianças de seis anos de idade convidadas a escrever cartas a Deus, uma propôs: “Deus, todo dia nasce muita gente e morre muita gente. O Senhor deveria proibir nascimentos e mortes, e permitir a quem já nasceu viver para sempre”.
Faz sentido. Evitar-se-iam a superpopulação do planeta e o sofrimento de morrer ou ver desaparecer entes queridos. Mas quem garante que, privados da certeza de finitude, essa raça de sobre-humanos não tornaria a nossa convivência uma experiência infernal? Simone de Beauvoir deu a resposta no romance “Todos os homens são mortais”.
É esse ideal de infinitude que fomenta a cultura da imortalidade disseminada pela promissora indústria do elixir da eterna juventude: cosméticos, academias de ginástica, livros de auto-ajuda, cuidados nutricionais, drágeas que prometem saúde e longevidade. Nada disso é contra-indicado, exceto quando levado à obsessão, que produz anorexia, ou à atitude ridícula de velhos que se envergonham das próprias rugas e se fantasiam de adolescentes.
Um amigo com câncer terminal, ao me chamar para conversar sobre a morte, observou: “Outrora, era tabu falar de sexo. Hoje, é falar de morte”. Concordei. A morte clandestinizou-se nessa sociedade que incensa a cultura do prolongamento indefinido da vida, da juventude perene, da glamourização da estética corporal. Nem sequer se tem mais o direito de ficar velho. Nós, que já temos acesso ao Estatuto do Idoso, somos tratados por eufemismos que visam a aplacar a “vergonha” da velhice: terceira idade, melhor idade ou “a turma da dign/idade”. A usar eufemismos, sugiro o mais realista: turma da eterna idade, já que estamos próximos a ela.
No tempo de meus avós morria-se em casa, cercado de parentes e amigos, no espaço doméstico impregnado de pessoas e objetos que constituíam a razão de ser da existência do enfermo. Hoje, morre-se no hospital, um lugar estranho, cercado por pessoas – médicos, enfermeiras, auxiliares – cujos nomes ignoramos. A agonia é suprimida pelos avanços da ciência - o coma induzido, a medicação que elimina a dor. Não há quase choro nem vela nem fita amarela. O rito de passagem – unção dos enfermos, luto, missa de 7º dia, proclamas – é quase imperceptível.
“Morrer é fechar os olhos para enxergar melhor”, disse José Martí por ocasião da morte de Marx. As religiões têm respostas às situações limites da condição humana, em especial a morte. Isso é um consolo e uma esperança para quem tem fé. Fora do âmbito religioso, entretanto, a morte é um acidente, não uma decorrência normal da condição humana.
Morre-se abundantemente em filmes e telenovelas, mas não há velório nem enterro. Os personagens são seres descartáveis como as vítimas inclementes do narcotráfico. Ou figuras virtuais dos jogos eletrônicos que ensinam crianças a matar sem culpa. A morte é, como frisou Sartre, a mais solitária experiência humana. É a quebra definitiva do ego. Na ótica da fé, o desdobramento do ego no seu contrário: o amor, o ágape, a comunhão com Deus.
A morte nos reduz ao verdadeiro eu, sem os adornos de condição social, nome de família, títulos, propriedades, importância ou conta bancária. É a ruptura de todos os vínculos que nos prendem ao acidental. Os místicos a encaram com tranquilidade por exercitarem o desapego frente a todos os valores finitos. Cultivam, na subjetividade, valores infinitos. E fazem da vida dom de si – amor. Por isso Teresa de Ávila suspirava: “Morro por não morrer”.
“No nascimento, somos filhos de nossos pais; na ressurreição, seremos filhos de nossas obras”.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

“AQUELA HORA”.

Um amigo meu, bastante filosófico nas suas colocações, quando fala da morte de alguém, ou da morte como tal, costuma usar a expressão “Aquela hora”. Raramente usa o substantivo morte. Não gosta dele e não se sente bem pronunciando.
Temores à parte, numa coisa ele tem razão. A morte não é eterna, ela tem duração. Pode ser dez minutos, um minuto, uma hora, cinco horas, alguns dias, mas ela é certamente mais curta que a vida.
Muitíssimo mais curta. É um túnel que nunca é maior do que a estrada. A estrada não começa nele e não acaba nele. Os túneis são o que são: passagens. Às vezes escuras, às vezes iluminadas, mas passagens.
Numa sociedade como a nossa, que escolheu tornar-se uma civilização de morte, e que aceita a morte dos outros com enorme naturalidade e até indiferença, sem emoção nenhuma e que todos os dias vê vidas sendo desperdiçadas do berço à velhice, acaba ficando insensível.
Só dói a morte dos parentes ou a própria morte. A dos outros passa a ser um mero acidente, simples estatística. Vale a pena a troco de nada num mundo como esse, refletir de vez em quando sobre a inexorabilidade da morte. Tudo o que nasceu vai morrer um dia. E não serve só para os seres humanos. A coisa mais certa, depois do nascimento, é a morte. Nasceu, vai morrer. Não há como fugir.
Se tem que ser, então é melhor vivermos uma vida tranqüila de quem sabe que um dia vai morrer, mas quando for não irá como suicida num carro em altíssima velocidade, ou depois da injeção de drogas ou venenos letais.
Se o céu existe, e eu aposto nisso, o certo é chegar lá e poder dizer para Deus: Eu sabia que vinha, não sabia quando, mas fiz muito bem o meu vestibular.
Nos dias de hoje há muita gente fazendo o seu vestibular para a morte violenta. Pena que vestibular para a morte não seja o mesmo que vestibular para o céu. Oremos para que Deus nos ilumine e nos ensine a viver como quem sabe que morrerá, e a morrer como quem soube viver direito. Nem todo mundo consegue.

COMO VOCÊ AMA?

Somente as crianças sabem perguntar. Somente às crianças sobra tempo para perguntar. Ou quem tem um coração e uma vida de criança. Quem assume a frase do mestre Jesus “Se não vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos céus”. A criança escutou a professora que ensinava: “Deus tem um coração tão grande que ama a todas as pessoas indistintamente”. A criança logo pensou nas pessoas que viviam com ela lá em casa. Eram quatro - pai, mãe, irmãozinho e avó. Não duvidou. Escreveu em seu caderno a pergunta: “Deus, não é difícil para você amar a todas as pessoas, pois lá em casa somos somente quatro e eu não consigo!”.
OS ADULTOS ESTRAGAM TUDO. Nem sempre. Mas estragam quando colocam condições. Quando colocam o “se” diante das propostas e decisões. Amam não amando. As crianças - e quem tem vida de criança - não fazem exclusões. Não existe o amor excludente. Esse eu amo. Esse outro eu não amo. As crianças, mesmo ocorrendo um desentendimento, logo refazem a amizade e brincam da vida. Tudo depende do centro de interesse. Quando o centro de interesse sou eu, parto para atitudes de seleção e de escolha para mim. E o amor vai padecendo. Quando o centro é fora de mim, o amor vai crescendo.
AMAR É PENETRAR EM TODO O SER. Isso é que faz a diferença entre nossa maneira de amar e a de Deus. Vivemos demais o perto. Aquilo que é o simplesmente tocável. Vemos e vivemos a casca de cada ser e de cada fato. Temos dificuldade de entrar em cada ser. Assim é com as pessoas. Amamos as aparências. Amamos um corpo. Ficamos na casca. Quando as aparências não encantam, perde-se o encanto do amor. Uma flor merece ser amada por si e não pela beleza que é. O sabiá merece ser amado por si e não pela melodia de seu canto. O sol merece ser amado por aquilo que é e não somente pela luz e pela energia que nos traz. Muito mais as pessoas. Cada um merece ser amado por aquilo que é: mesmo sangue, mesmos desejos, mesmo destino, mesma filiação divina, mesma semelhança com o Criador. Amar é penetrar o mistério de cada realidade. Com respeito e encantamento.
DEUS AMA TUDO E COM TODAS AS FORÇAS. Deus é amor. É a grande declaração de São João evangelista. Ele que viu, conversou, escutou a voz, colocou o peito no peito do mestre, saudou e abraçou com ternura, pode expressar seu sentimento dizendo: Deus é amor. E a grandeza do amor de Deus, que devemos aprender, é que ele se ama a si mesmo em cada ato de amor. Amando as flores, os pássaros, a água, os astros e tudo o que existe, está amando a si mesmo, porque tudo é obra de seu amor. Amando a todas as criaturas humanas está amando a si mesmo, pois em cada criatura está seu rosto, está sua vida e amor, está seu coração. Amar do jeito de Deus é ligar-se a tudo e a todos, porque em tudo e em todos estamos nós presentes: eu sou o outro, sou a água, a terra, o mar, a chuva, o vento, sou o universo. Nosso destino é nos fazendo amor do jeito de Deus e, assim, seremos muitos mais do que nossas mãos tocam, nosso olhos vêem, nossos ouvidos escutam e nosso coração deseja.

CRIANÇAS… TODAS AS CRIANÇAS.

Todas as crianças querem a paz no mundo, mas nem todas são educadas livres da ótica da discriminação, do preconceito, em condições de encarar, como dotados de igual dignidade, brancos, negros, amarelos e indígenas.
Todas as crianças gostam de falar com Deus, mas nem todas aprendem que Deus ama, sem distinção, muçulmanos, judeus, cristãos, adeptos do candomblé, do Santo Daime, e até mesmo quem não crê.
Todas as crianças necessitam brincar, mas nem todos os pais têm condições de evitar que enveredem pela senda do trabalho precoce, do ponto de esmola na esquina, da exploração sexual, das sendas do crime.
Todas as crianças adoram perder tempo com seus amigos e amigas, mas algumas tornam-se adultas antes do tempo, devido à agenda sobrecarregada imposta pela família, com aulas de balé e natação, de idiomas e de música, sem nunca terem se sujado no barro. Ou, empobrecidas, são obrigadas a lutar desde cedo pela sobrevivência.
Todas as crianças são dotadas de incomensurável fantasia, mas muitas não têm sonhos próprios, porque delegaram à TV o direito de imaginar por elas. Assim, crescem saturadas de (des)informações que não processam, vulneráveis em seu código de valores e confusas quanto aos princípios éticos a serem abraçados.
Todas as crianças são generosas, mas nem sempre há quem lhes ensine partilhar o que acumulam nos armários, na lancheira e no coração.
Todas as crianças precisam de muito amor, mas nem todas conhecem quem preste atenção no que falam e fazem, passeie com elas nos fins de semana, evite barganhar o carinho sonegado por presentes e promessas.
Todas as crianças gostam de doces, mas nem todas são educadas para apreciar frutas e verduras, evitando desde cedo preencher com a boca o que lhes falta no coração.
Todas as crianças adoram ouvir histórias, mas nem todas conhecem quem se disponha a contar-lhes o mundo da carochinha ou a ler para elas os textos sagrados.
Todas as crianças imitam adultos que admiram, mas nem todas aprendem a conhecer Jesus e Francisco de Assis, Gandhi e Che Guevara, e crescem empolgadas com o exterminador do passado, do presente e do futuro.
Todas as crianças são sedentas de alegria, mas como esperar que sorriam se os adultos discutem na frente delas ou expressam seu racismo, seu ódio e sua ganância por dinheiro e bens?
Todas as crianças ignoram a morte como ameaça real, e nenhuma delas se propõe a matar o semelhante, a fabricar ou comercializar armas, a bombardear populações civis. Se uma criança rouba, droga-se ou mata é porque o mundo dos adultos condenou-a a ser o reverso de si mesma.
Todas as crianças adoram sonhar, mas se não encontram pelo caminho quem infle os seus sonhos, como um balão que voa rumo à utopia, correm o risco de buscar na química das drogas o que lhes falta em auto-estima.
Todas as crianças são convencidas de que, entregue nas mãos delas, o mundo seria bem melhor, pois nenhuma delas suporta ver o semelhante com fome, na miséria ou vítima de guerras.
Todos nós deveríamos cultivar para sempre a criança que um dia fomos.

QUERO SER FELIZ

É sempre tempo de recomeçar. É sempre tempo de fazer a contabilidade entre o custo e o benefício

O inverno fora duro e parecia nunca mais ter fim. Impaciente e magro, um urso olhava para a paisagem desolada e para o lago congelado. Ele precisava, de qualquer maneira, encontrar alimento. Uma lufada de vento trouxe ao urso um inegável cheiro de comida e ele partiu, imediatamente, em sua busca. Seu instinto lhe sugeria muita prudência. Acabou encontrando um acampamento de caçadores, providencialmente, deserto. E lá, em meio a uma vigorosa fogueira, um panelão cheio de comida. O urso enfiou a cabeça nas gostosas iguarias e sem hesitar, abraçoua panela.
Um calor insuportável começou a lhe queimar a boca, as patas e o peito. Era uma sensação que ele não conhecia, mas interpretou como uma coisa que queria roubar-lhe a comida. Continuou abocanhando a comida e apertou com força a panela, mas teve de rugir de dor. Quanto mais rugia, mais apertava a panela. Meia hora depois, quando chegaram, os caçadores viram um enorme urso, encostado a uma árvore. Morrera em conseqüência das queimaduras. Mesmo morto, tinha a expressão de que ele ainda estava rugindo de dor.
Ser feliz é o desejo, mais que isso, uma obsessão, que nos acompanha ao longo da vida. Todos os nossos atos, ao longo de toda a vida, têm uma direção única: a felicidade. Mesmo quando optamos por algo que nos machuca, no momento, jamais perdemos o foco da felicidade, mesmo que seja para mais adiante. Mas na realidade nem mesmo sabemos bem o que é ser feliz. Confundimos, muitas vezes, momentos de prazer com felicidade. A miopia, por vezes, faz-nos optar pelas águas de uma cisterna poluída, deixando de lado fontes cristalinas. Santo Agostinho, que na primeira parte da vida correu em busca da felicidade, deu-se conta de coisas que eram “belas pelo avesso”.
Na vida, algumas vezes, abraçamos coisas que parecem sinalizar a felicidade. Imediatamente, ou com o passar do tempo, nos damos conta que isso não nos faz feliz. Pelo contrário, origina sofrimentos. Mas não queremos largar a panela. Seria suficiente desistir. Acabamos derrotados por algo que nos parecia trazer felicidade.
Determinados erros justificam-se pela inexperiência juvenil. Com o passar dos anos devemos aprimorar o juízo crítico. Não podemos querer apenas abraçar aquilo que nos faz felizes agora. Precisamos pensar no dia seguinte. As feridas podem nos levar ao desastre.
É sempre tempo de recomeçar. É sempre tempo de fazer a contabilidade entre o custo e o benefício. E se algo não nos favorece, tenhamos a lucidez, que o urso não teve: largar a panela.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

PROPINODUTO TUCANO: 15 ANOS DE MISTÉRIO E IMPUNIDADE.



Quem escreve é Elio Gaspari numa pequena nota publicada em sua coluna de domingo na Folha, sob o título "Alstom":

"Ou o tucanato paulista tem uma estratégia capaz de causar inveja ao comissariado petista que pretende livrar seus caciques das penitenciárias pelo mensalão, ou está numa tática suicida, jogando o escândalo do propinoduto denunciado pela Siemens para dentro da campanha eleitoral do ano que vem. Pelas provas, depoimentos e cifras, esse caso ultrapassa, de longe, o mensalão. Ali não há o domínio do fato, o que há são fatos dominantes".

Para quem não entende do que se trata, como é o meu caso, parece uma mensagem cifrada. Só sei que está-se falando da denúncia de um caso de corrupção com cartéis e propinas envolvendo duas multinacionais e três governos tucanos nas obras do metrô e dos trens urbanos de São Paulo, um caso que se arrasta há mais de 15 anos.

O caso começou a ser investigado na Suíça, a partir de depoimentos e provas apresentados pelos próprios corruptores sobre o seu "modus operandi", sem que no Brasil se consiga chegar aos chamadores corrompidos. Vira e mexe aparece no noticiário o nome de algum bagrinho tucano do segundo ou do terceiro escalão, mas as investigações feitas no Brasil misteriosamente empacam num determinado ponto, e a impunidade sobrevive impávida.

Os leitores têm dificuldades para entender o que está acontecendo, como se pode ver pelas perguntas feitas nesta mensagem de Nicola Granato (Santos, SP) publicada na Folha do último sábado:

"Será que nos casos Alstom e Siemens, só participou essa arraia-miúda constantemente citada nas reportagens? Será que essas pessoas tinham o poder de, sozinhas, decidirem sobre o destino de tantos milhões de reais? Quando começarão a aparecer os verdadeiros beneficiários desse escândalo cautelosamente chamado de cartel?".

Também gostaria de saber as respostas, mas a cada dia fica mais difícil entender o que está acontecendo. No mesmo dia da publicação da carta do leitor, o jornal informa que "sem apoio do Brasil, Suíça arquiva parte do caso Alstom". As autoridades suíças esperaram por dois anos que os procuradores brasileiros se manifestassem sobre o material que para cá enviaram pedindo que fossem interrogados quatro suspeitos, mas não receberam nenhuma resposta, e desistiram.

Imagina-se que o Brasil seria o principal interessado em esclarecer o caso, já que os cofres públicos paulistas foram as maiores vítimas da armação multinacional, mas não é isso que mostra o Ministério Público Federal brasileiro. É inacreditável a justificativa dada para a falta de colaboração das autoridades brasileiras: a Procuradoria da República em São Paulo atribuiu tudo a uma "falha administrativa". De acordo com esta versão, o gabinete do procurador Rodrigo de Grandis, responsável pelas investigações sobre as ações da Alstom no Brasil, arquivou o pedido dos suíços numa pasta errada e isso só teria sido descoberto na última quinta-feira. Que gracinha!, como diria a nossa amiga Hebe Camargo.

Por aí se tem uma ideia do interesse das autoridades judiciárias e policiais brasileiras em esclarecer o caminho do dinheiro que rendeu à multinacional francesa cerca de 1,5 bilhão de reais, mais do que seus próprios executivos planejavam, e alguns capilés de bom tamanho para quem ajudou seus executivos nesta tarefa.

Na página 66 da última Veja, em reportagem na qual denuncia que "esquema de corrupção da multinacional Alstom também atingiu as estatais Eletronorte e Itaipu", ou seja, o governo federal, claro, a revista junta mais uma peça, assim meio de passagem, ao quebra-cabeças da grande maracutaia do PSDB, sob o título 1 bilhão: "Uma conta bancária descrita pela Polícia Federal como "lavanderia de dinheiro" para empresários e políticos foi utilizada pela Alstom para pagamento de propina a integrantes do governo do PSDB em São Paulo, indicam as investigações".

Que empresários, que políticos, quais integrantes do governo em São Paulo? Isso a revista não conta nem as autoridades brasileiras parecem interessadas em saber.

A VERDADE NOS FAZ LIVRES

Com algum destaque foi informada a existência, no Nordeste brasileiro, do Clube dos Jumentos. A entidade confere títulos de “cidadão honorário” a pessoas e instituições que se destacam pela burrice. Em tempo: nada contra o burro, um animal que não merece a fama que tem. Pelo contrário, possui larga folha de serviços e, muitas vezes, tem se mostrado até mais inteligente que outros animais, como é o caso do cavalo.
O clube dos jumentos até mesmo possui mandamentos que norteiam as atitudes dos associados. De resto, esses mandamentos não são tão burros como se poderia supor. Pelo contrário, eles são carregados de sabedoria e bom senso. Estes são os mandamentos do clube:
01 - Reconhecer que ainda se pode aprender, em qualquer idade.
02 - Evitar o orgulho e a excessiva auto-suficiência.
03 - Admitir que os pontos de vista dos outros também têm valor.
04 - Aprender, diariamente, alguma coisa.
05 - Transmitir aos outros aquilo que sabemos, sem ares de superioridade.
06 - Pedir e aceitar a entreajuda e as correções.
07 - Adquirir o método de falar pouco e ouvir tudo.
08 - Manter aceso o facho da alegria e da simplicidade
09 - Cultivar a sociabilidade e compreensão para com todos.
10 - Reconhecer os próprios erros
Na realidade, todos esses mandamentos são sensatos e não revelam qualquer tipo de burrice. Colocados em prática tornariam mais agradável a vida nas famílias, locais de trabalho e nos grupos. Duas dessas normas merecem destaque: a primeira e a última.
Nunca se pode dizer “agora é tarde demais”. O romano antigo, Catão, começou a estudar o grego, idioma sabidamente difícil, aos 80 anos. E diante do espanto de seus amigos, observou: se não o fizer agora, quando o farei?
A vida é um eterno aprender. O que não podemos é insistir no erro. Quando admitimos o erro, estamos perto de superá-lo. A Verdade nos faz livres, observa o Evangelho. Nosso pecado só é perdoado se for admitido. A sabedoria popular observa: errar é humano, persistir no erro é burrice. Alguém inventou uma variante: errar é humano, culpar os outros pelo erro é ainda mais humano, sem deixar de ser burrice.
Um ministro que pretende convocar um plebiscito sobre o aborto, um programa de TV que mantém uma dúzia de pessoas, em meio a futilidades, numa casa durante semanas, permanentemente vigiadas por câmeras de TV, certamente, merecem entrar no Clube dos Jumentos. A lista para outros homenageados continua aberta.

PESOS E MEDIDAS…

A necessidade de medir é quase tão antiga quanto a de contar. Quando o homem começou a construir suas habitações e a desenvolver a agricultura, precisou criar meios de efetuar medições. Atualmente, dispomos de vários instrumentos que nos permitem medir, mas quando não existiam esses meios, como o homem fazia para determinar comprimentos?
Na Inglaterra do século XII, o rei Henrique I determinou que a distância que ia do seu nariz à extremidade do polegar representaria o comprimento de uma jarda. Resultado: quando mudava o rei, mudava também o tamanho da jarda. Foi assim durante muitos anos, em diversas regiões do mundo.
Antigamente, para medir comprimento, o homem utilizava o próprio corpo como referência, ou seja, usava como padrões determinadas partes do corpo. Assim, surgiram medidas como a polegada, o palmo, a jarda, a braça, o cúbito (distância do cotovelo à ponta do dedo médio).
Cada povo tinha o seu próprio método de medição e a confusão era geral. A comunicação entre os diferentes povos ficou cada vez mais difícil e acabou atrapalhando o comércio. Para acabar com a diferença das grandezas, em 1789 o Governo Republicano Francês pediu à Academia de Ciência de França que criasse um sistema de medidas baseado numa constante natural, para acabar de vez com arbitrariedade das grandezas. Assim surgiu o Sistema Métrico Decimal, que engloba as medidas de metro, para comprimento; litro, para volume; e quilograma, para massa.
Muitos países adotaram o sistema métrico, inclusive o Brasil, em 1862. Entretanto, apesar das qualidades do sistema, não foi possível torná-lo universal. Além disso, o rápido desenvolvimento científico e tecnológico passou a exigir medições cada vez mais precisas e diversificadas.
Em 1960, o Sistema Métrico Decimal foi substituído pelo Sistema Internacional de Unidades, que abrange os diversos tipos de grandezas físicas (tempo, temperatura, corrente elétrica etc), não somente as medições que interessavam ao comércio e à indústria, mas tudo o que diz respeito à ciência da medição.

A luz define o metro

A palavra metro, que deu nome ao Sistema Métrico Decimal, é derivada do termo grego “metron”, que significa “medida”. Mas, afinal, como foi definido o comprimento do metro? O metro padrão, criado no ano de 1799, foi definido como a décima milionésima parte da distância entre o Pólo Norte e o Equador, medida pelo meridiano que passa pela cidade de Paris, na França.
Hoje, o metro é baseado no espaço percorrido pela luz no vácuo em determinado período de tempo (1/299.792.458 de um segundo), o que lhe confere uma precisão indiscutível na calibragem de instrumentos científicos. Apenas três países não usam o mesmo Sistema Internacional de Medidas que o resto do mundo: Estados Unidos; Libéria, na África; e Myanmar, na Ásia.

sábado, 26 de outubro de 2013

O GAÚCHO PATETA, DOS ESTUDIOS DA WALT DISNEY

A partir de 1941, os estudios Disney se envolveram com o Departamento de Estado do Governo Roosevelt para fins de investida comercial na América do Sul. Os mercados europeus estavam fechados pela guerra, assim, os EUA precisavam de parceiros comerciais na própria América, bem como em fazer aliados e estreitar relações com os governos do Brasil e da Argentina, especialmente.

Disney foi usado para tais finalidades, por isso criou dois personagens para agradar os sulamericanos. Foram criados o Joe Carioca (Zé Carioca) e El Gaucho Goofy (Pateta Gaúcho), este já existia, mas foi redesenhado como um tipo cowboy dos pampas com a finalidade de fazer-se simpático ao povo argentino.

Como se vê, o uso político-comercial do gaucho (ou gaúcho) foi uma ideia anterior aos jovens estudantes do Colégio Júlio de Castilhos de Porto Alegre, quando, na década de 1950, resolveram dar um perfil mais definido ao “tipo ideal” (Weber) do Rio Grande do Sul.

Os jovens sulinos, representados basicamente por Paixão Cortes e Barbosa Lessa, estavam inventando uma tradição, como tantas outras que se criam mundo afora, à guisa de suporte de feitos heróicos para fins de coesão social, mitos políticos (comumente de direita, como Joana D'Arc na França) e mesmo meros produtos comerciais passíveis de virarem fetiches mercadológicos.
Vejam que a própria ideia já é de segunda mão, os rapazes do Julinho chegaram tarde ao mercado do gaucho. Disney chegou primeiro.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A ARTE DE CUIDAR DOS ENFERMOS

O cuidado, mais que uma técnica ou uma virtude, representa uma arte e um paradigma novo de relação para com a natureza e com as relações humanas, amoroso, diligente e participativo. Retomo aqui algumas ideias referentes às atitudes que devem estar presentes em quem cuida de enfermos, em casa ou no hospital.
Compaixão: é a capacidade de colocar-se no lugar do outro e sentir com ele. Não dar-lhe a impressão que está só e entregue à sua própria dor.
Toque da carícia essencial: tocar o outro é devolver-lhe a certeza de que pertence à nossa humanidade. O toque da carícia é uma manifestação de amor. Muitas vezes, a doença é um sinal de que o paciente quer se comunicar, falar e ser ouvido. Quer identificar um sentido na doença. O cuidador pode ajudá-lo a se abrir e a falar.
Assistência judiciosa: o paciente precisa de ajuda e a cuidadora(o) deseja cuidar. Essa convergência gera a reciprocidade e a superação do sentimento de uma relação desigual. A assistência deve ser judiciosa: tudo o que o paciente pode fazer, incentivá-lo a fazer; e assisti-lo somente quando já não o pode fazer por si mesmo.
Devolver-lhe a confiança na vida: o que o paciente mais deseja é recuperar a saúde. Daí ser decisivo devolver-lhe a confiança na vida: em suas energias interiores, físicas, psíquicas e espirituais. Incentivar gestos simbólicos, carregados de afeto. Não raro, os desenhos que a filhinha traz para o pai doente suscitam nele tanta energia e comoção que equivale a um coquetel de vitaminas.
Fazê-lo acolher a condição humana. Normalmente o paciente se interroga perplexo: “Por que isso foi acontecer comigo, exatamente agora em que tudo na vida estava dando certo? ” Tal questonamento remete a uma reflexão humilde sobre a condition humaine que é, em todo o momento, exposta a riscos e a vulnerabilidades inesperadas.
Quem é sadio sempre pode ficar doente. E toda doença remete à saúde, que é o valor de referência maior. Mas não conseguimos saltar por cima de nossa sombra e não há como não acolher a vida assim como é: sadia e enferma, bem-sucedida e fragilizada, ardendo por vida e tendo que aceitar eventuais doenças e, no limite, a própria morte. É nestes momentos em que os pacientes fazem profundas revisões de vida. Não se contentam apenas com as explicações científicas (sempre necessárias), dadas pelo corpo médico, mas anseiam por um sentido que surge a partir de um diálogo profundo com seu Self ou da palavra sábia de um parente, de um sacerdote... Resgatam, então, valores cotidianos que antes sequer percebiam, redefinem seu desenho de vida e amadurecem. E acabam tendo paz.
Acompanhá-lo na grande travessia. Há um momento inevitável em que todos devem morrer. É a lei da vida, sujeita à morte: uma travessia decisiva. Ela deve ser preparada por toda uma vida que se guiou por valores morais generosos, responsáveis e benfazejos.
A presença discreta, respeitosa do cuidador, do parente próximo ou da amiga, pegando-lhe a mão, susurrando-lhe palavras de conforto e de coragem, convidando-o a ir ao encontro da Luz e ao seio de Deus, pode fazer com que o moribundo saia da vida sereno e agradecido pela existência que viveu. Morrer é cair nos braços de Deus.
Aqui o cuidado se revela muito mais como arte que como técnica e supõe no agente de saúde densidade de vida, sentido espiritual e um olhar que vai para além da morte. Atingir este estágio é uma missão a que o enfermeiro(a) e também os médicos(as) devem buscar para serem plenamente servidores da vida. Para todos valem as sábias palavras: “A tragédia da vida não é a morte, mas aquilo que deixamos morrer dentro de nós enquanto vivemos”.

SE NA ITÁLIA É ASSIM, IMAGINE NO BRASIL

A Itália é o país onde se vive mais na Europa, mas nem todos os anos de vida ganhos são de boa saúde. O programa de vigilância “Passi d’Argento”, promovido pelo Ministério da Saúde junto a 24 mil pessoas com mais de 64 anos em 18 regiões italianas e na província autônoma de Trento, mostra uma realidade preocupante.
Cerca de 60% dos entrevistados declararam enfrentar problemas econômicos, 20% vivem sozinhos e 51% recebem ajuda nas atividades principais da vida cotidiana. Além disso, 9% dos entrevistados fumam, cerca de 19% enfrentam problemas por consumo de álcool e 38% declararam não ter sido vacinados contra o vírus influenza na última estação.
Em média, as pessoas que têm dificuldades em duas ou mais atividades cotidianas – como usar o telefone, controlar a medicação, fazer compras, cozinhar ou cuidar da casa – somam mais de 37%, com significativa variação por regiões: 27% no Norte da Itália, 34% no Centro e 49% no Sul e nas ilhas. Também é relevante o número de pessoas com dificuldades para locomover-se de um lugar a outro da casa, lavar-se, tomar banho, vestir-
se, comer ou usar os serviços higiênicos automaticamente – 16%.
Por outro lado, 14% dos entrevistados têm problemas de visão, 18% de audição e 15% de mastigação; 60% são hipertensos, 64% sofrem de pelo menos uma doença crônico-degenerativa (33% de doenças cardiovasculares, 13% tumores, 20% diabetes, 25% de doenças respiratórias).

LIXO MOSTRA QUE GESTOS SIMPLES BENEFICIAM TODOS

Por mais ameaçadores que sejam os riscos oferecidos pela proliferação de lixões e pela poluição em geral, estudos e pesquisas sempre alertam que medidas abrangentes e complexas precisam ser acompanhadas de atitudes simples. Em outras palavras, de nada adianta investir fortunas em projetos mirabolantes se não houver um controle na raiz do problema, o que implica no envolvimento do ser humano.
Quanto custa a limpeza pública de uma cidade de porte médio, no caso Horizontina. O preço financeiro é elevado. E ganha proporções maiores ainda quando se relacionam obras indispensáveis que poderiam ser realizadas com o dinheiro empregado nesse serviço.
É evidente que uma cidade, independente do seu tamanho, precisa ter um sistema eficiente de coleta e destinação de lixo. Principalmente num momento em que o consumismo e o decorrente descarte são massivamente incentivados. Mas existem formas de racionalizar desde a produção até o destino final do lixo.
Está comprovado que se houver bom senso e controle é possível gerar menos resíduos. Também é de conhecimento universal que o cuidado na separação, em particular entre orgânico e seletivo, tem duplo efeito positivo – o reaproveitamento protege mais o meio ambiente e ainda gera renda para um número incalculável de pessoas.
Não se admite mais a ignorância e a omissão sobre o tema e, em especial, o desprezo aos princípios da cordial e saudável relação entre as pessoas e dessas com o meio ambiente. Jogar lixo no chão, em arroios e riachos, misturar materiais, danificar lixeiras e/ou contêineres provocam um duplo prejuízo – para a natureza e para o bolso do cidadão, podendo se tornar até trágico. O lamentável, e injusto, é que todos são obrigados a pagar, inclusive aqueles que, guiados pela conscientização, respeitam a legislação e as regras básicas da convivência em sociedade.

O DESEMPREGADO

Apresentou-se na firma de colocação de mão-de-obra. Após horas na fila de desempregados, chegou a sua vez de ser entrevistado:
- Sabe fazer o quê?
- Bem, entendo de construção civil, meu pai trabalhava no ramo. Gosto de culinária e acho que não me daria mal na agricultura.
- Hum! Hum! O que tem feito ultimamente?
- Sou andarilho, espalho novas idéias e boas notícias.
- Ora, isso tudo é muito vago. Quero saber quais são as suas aptidões.
- Sou bom em recursos humanos. Sei organizar grupos e incentivar pessoas.
- Considera-se um homem dotado de espírito de competitividade?
- Sou mais pela solidariedade. Gosto de somar esforços, unir o que está dividido, quebrar distâncias, incluir os excluídos.
- Na área da saúde, tem algum conhecimento?
- Sim, às vezes faço curas por aí.
- Isso é exercício ilegal da medicina. Só os médicos e os medicamentos cientificamente comprovados podem curar. Ou será que você também embarcou nessa onda de que meditação cura?
- É, meditação traz boa saúde. É o meu caso. Medito todas as manhãs ou ao anoitecer. Às vezes passo toda a noite meditando. E, como vê, gozo de muito boa saúde.
- Que mais sabe fazer?
- Sei pescar, preparar anzóis, monitorar uma embarcação e até assar peixes.
- Bem, no momento não há procura neste ramo. Os japoneses já ocuparam todas as vagas. Se fosse escolher uma profissão, qual seria?
- A de publicitário. Creio que sou bom de propaganda.
- Que tipo de produto gostaria de vender?
- A felicidade.
- A felicidade?
- Sim, como o senhor escutou.
-Meu caro, a felicidade é o bem mais procurado do mundo. É uma demanda infinita. É o que todo mundo busca. Só que ninguém ainda descobriu como oferecê-la no mercado. O máximo que temos conseguido é tentar convencer que ela resulta da soma dos prazeres.
- Como assim?
- Se você usar esta roupa, tomar aquela bebida, passar no cabelo aquele produto, viajar para tal lugar, você haverá de encontrar a felicidade.
- Mas isso é enganar a freguesia. A felicidade não se confunde com nenhum bem de posse. Ela só pode ser encontrada no amor.
- Bela teoria! E pensa que as pessoas não têm medo de amar?
- Têm medo porque não têm fé. Se acreditassem em alguém e em si mesmas, amariam despudoradamente.
- Vejo que você é mesmo bom de lábia. Quer um emprego de vendedor de cosméticos?
- Prefiro não vender ilusões. Melhor oferecer esperanças.
- Esperanças? Do jeito que o mundo está? Cara, trate de ganhar seu dinheiro  Hoje em dia é cada um por si e Deus por ninguém.
- Não penso assim. Se houver esperança de um futuro melhor, haverá indignação frente ao presente injusto. Então as pessoas haverão de mudar as coisas.
- Pelo que vejo você gosta de política.
- Não sou político, mas exerço o meu direito de cidadania. Defendo os direitos dos pobres.
- Desconfio que você é um desses vagabundos utópicos que nas praças divertem os jovens aos domingos. Você bebe?
- Só vinho.
- Como é o seu nome?
Jesus, mas pode me chamar de Emanuel.

FLORES PARA OS NOSSOS MORTOS

As flores apontam para a beleza e ajudam a superar o rosto indesejado da morte
Uma criança da comunidade que, semanalmente, vai levar flores no túmulo de sua mãe, falecida em acidente. Um dia desses, um dos funcionários do cemitério perguntou à criança qual era o motivo de sua prática semanal. Com toda a espontaneidade, a criança respondeu: “Faço isso porque sei que a mãe está viva e as flores têm vida!”
O que faz esta criança pensar assim e dar sinais do que crê é uma certeza que, antes de estar na mente, está no coração e no sangue. Como ela, multidões fazem isto em homenagem aos que partem. No sepultamento de uma pessoa minha, eram incontáveis as coroas de flores que lhe serviram de homenagem. Uma a uma, eram todas colocadas ao redor do caixão, transformando o cenário num verdadeiro jardim. Alguém, misturando as lágrimas com a gratidão, por tantos sinais de solidariedade, dizia-me: “nesta hora o que nos consola é a fé em Deus e a solidariedade das pessoas amigas”.
A solidariedade se confirma também na presença silenciosa e nas flores para nossos mortos. Estes são gestos simbólicos que se transformam em hinos à vida. O símbolo das flores aponta para a beleza, que ajuda superar o rosto indesejado da morte. Flores vivas em homenagem à vida são, por si só, reveladoras de fé que transcende a aparência e apontam para uma vida que continua.
É quase impossível que um humano consiga ficar indiferente diante da realidade da morte dos outros e da certeza da morte que já carrega consigo. Como revesti-la de flores se tudo parece espinho? Como acolhê-la com ternura, se ela nos agride radicalmente em nosso desejo de viver? Há alguns anos assisti um inédito teatro sobre a vida de São Francisco. Quando chegou o momento da morte ele cantava: “Vem, ó doce morte! Traga contigo o perfume da eternidade! Vem, ó doce morte!” Na cena, então, aparece a Irmã Clara trazendo-lhe flores do campo. Ao colocá-las em seu peito, deu o último suspiro. Será isso somente poesia?
Será a prática semanal da criança que vai levar flores para sua mãe falecida, apenas uma rotina? As coroas nos velórios dos amigos serão apenas uma formalidade de conveniência? Na verdade, creio que as flores sinalizem um pouco do mistério daquela fé escondida e silenciosa que até os descrentes podem experimentar. Se negamos que a vida continua e a eternidade habita em nós, as flores para nossos mortos não passariam de uma inútil formalidade.
Sabemos que o cristianismo tem autoridade para oferecer o significado imenso dos pequenos gestos em homenagem à vida. Uma flor desabrochada sinaliza a semente plantada, que se sujeitou a morrer para confirmar a beleza da ressurreição no desabrochar para a fecundidade da vida. Uma poetisa alemã, enfrentando as angústias da sua história, escreve: “Ainda tenho flores do deserto em meus braços. Ainda trago em meus cabelos o orvalho dos vales da primeira humanidade. Ainda tenho orações, nas quais ecoam os campos. Ainda sei como se vive piedosamente a tormenta e como se bendiz a água...”

POLUIÇÃO DO AR CAUSA CÂNCER



Conclusão é da OMS e cita, principalmente, tumores de pulmão e bexiga

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na semana passada que catalogou a poluição do ar exterior como fator cancerígeno para os seres humanos. “O ar que respiramos tem sido contaminado por uma mistura de substâncias que provoca câncer”, afirmou o doutor Kurt Straif, da Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC, na sigla em inglês), vinculada à OMS.
“Agora sabemos que a contaminação do ar exterior não apenas é um risco maior para a saúde em geral, mas também uma causa ambiental de mortes por câncer”, diz comunicado da IARC, acrescentando: “Os especialistas concluíram que existem provas suficientes de que a exposição à poluição do ar provoca câncer de pulmão e notaram uma associação com um risco maior de câncer de bexiga”.
A agência admite a variação considerável na composição do ar e dos níveis de exposição, mas salienta que suas conclusões se aplicam a todas as regiões do mundo. Dados recentes da agência mostram que, em 2010, mais de 223 mil pessoas morreram de câncer de pulmão relacionado à poluição do ar.
Em nota, a IARC afirma que a poluição atmosférica ao ar livre e o material particulado devem passar a ser classificados como agentes carcinogênicos do Grupo 1. Essa classificação abrange mais de cem outros agentes cancerígenos, como amianto, plutônio, poeira de sílica, radiação ultravioleta e cigarro. Esta é a primeira vez que os especialistas classificam o próprio ar poluído dos ambientes externos como uma causa do câncer.

O VELHO JOGO DO PODER

O“golpe de mestre” de Marina Silva ao aderir ao PSB de Eduardo Campos comprova o quanto o Brasil necessita, urgente, de profunda reforma política.
As manifestações de rua, em junho, demonstraram que expressiva parcela da população, sobretudo jovens, não confia em partidos políticos. Estes se desgastaram devido à falta de fidelidade a seus princípios estatutários e programáticos.
Mais do que rezam as cartas fundadoras dos partidos, na prática valem a fome de poder, o “toma lá, dá cá”, as alianças e coligações, ainda que espúrias, promíscuas e seladas pelo vil metal da corrupção.
A eleição presidencial de 2014 está fadada a se reduzir a uma competição de “caciques” políticos. Nos bastidores, as coligações partidárias, de olho em maior tempo de TV na propaganda eleitoral gratuita, serão armadas à base de promessas na distribuição dos ministérios, caixa dois, loteamento de cargos e funções.
Ainda que os candidatos proclamem maravilhas aos eleitores, no frigir dos ovos, anunciado o resultado da eleição, terão importância apenas os acordos de bastidores firmados no decorrer do processo eleitoral. Eis o neocoronelismo, o Brasil dividido em currais eleitorais, as discordâncias programáticas escanteadas pelas ambições pessoais, o anseio de se apropriar da máquina do poder.
Esse maquiavelismo é muito anterior ao próprio Maquiavel. Jesus foi vítima dele. Pilatos, governador da Judeia e interventor romano, não era benquisto aos olhos do Sinédrio de Caifás, o poder judaico. Os dois poderosos, entretanto, se puseram de acordo quando se tratou de defender a (des)ordem vigente criticada por Jesus, em especial ao derrubar as mesas dos cambistas no Templo de Jerusalém (equivalente a impedir, hoje, o funcionamento da Bolsa de Valores). Prisioneiro político, Jesus foi condenado pelo duplo poder.
Como é difícil suscitar esperanças nos jovens, incutir utopia, convencê-los da importância de não ficarem indiferentes ao processo eleitoral, quando se constata que nenhum candidato coloca o projeto Brasil acima de seu projeto de poder! As opiniões dos marqueteiros terão sempre mais importância que as reivindicações dos eleitores.
Desde 1980, quando foi fundado, até 2002, quando Lula se elegeu presidente pela primeira vez, o PT defendeu, como imprescindível ao Brasil, a reforma agrária. Após 10 anos no poder, pouco se fez nesse sentido. Ao contrário, os latifúndios se ampliaram, grandes extensões de terra têm sido apropriadas por estrangeiros, o agronegócio avança sobre a Amazônia e trata os povos indígenas como estorvo ao progresso.
Não sou ingênuo a ponto de acreditar que a política depende de lideranças carismáticas, ainda que elas sejam privilegiadas captadoras de votos. A melhor liderança não poderá jamais ser coerente a seus princípios enquanto perdurar essa estrutura política intrinsecamente antidemocrática, elitista e corrupta. De boas intenções o inferno está cheio...
Enquanto não se convoca uma Constituinte exclusiva para a reforma política, resta ao eleitor manifestar-se nas ruas, demonstrar a sua indignação, organizar a esperança, e fazer de seu voto recurso de aposentadoria compulsória do caciquismo e promoção daqueles candidatos que, comprovadamente, estão dispostos a quebrar o ferrenho tabu de que as estruturas brasileiras são intocáveis.
Como alertou Cazuza, muitas de nossas ilusões estão perdidas, nossos sonhos foram vendidos, e de nada vale ficar em cima do muro. Precisamos todos de uma ideologia que imprima sentido às nossas vidas e à nossa política.
Caso contrário, seremos todos ludibriados pelo neoliberalismo, que busca fazer de todos nós consumistas, e não cidadãos; pelo fundamentalismo religioso, que insiste em negar a laicidade do Estado; pelos partidos que, como descreveu Lampedusa, pregam mudanças para que tudo permaneça como está.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

VÍCIO DIGITAL




Em tempos de hipermodernidade, estamos cada vez mais interagindo com o mundo através de ambientes virtuais. Muitos pais, desde cedo, entregam seus filhos aos cuidados das babás eletrônicas modernas: TV, computador, smartphones, tablets e vídeo game. Com a rotina atribulada e com a violência crescente nos grandes centros, acaba tornando-se mais cômodo para todos que os filhos fiquem mais tempo em casa.
Cuidado, pois você pode estar criando um ambiente favorável para que o seu filho torne-se dependente de internet e afins. Temos apenas que ter a noção de que todos nós precisamos de momentos de qualidade em família e em um círculo de amizades. Isso ajuda a nos motivar a continuar firme na caminhada.
Um adolescente que passa muitas horas por dia na frente de um computador pode estar deixando de vivenciar muitas coisas, mesmo que todo esse tempo seja em uma lan house com "amigos reais". Se isso passar batido, quando esse mesmo adolescente tornar-se um adulto, apenas irá transferir o mesmo padrão.
É preciso estar atento ao isolamento social, esse é um dos maiores perigos de um possível vício em internet. Por mais que aparentemente estejamos 24h rodeados de pessoas no mundo virtual, essas relações passam a ser baseadas apenas em siglas (facebook, twitter, youtube, games).
Alguns sintomas podem servir de alerta para medir uma possível dependência em redes sociais, games e/ou internet:
- Prefere ficar conectado a se relacionar com pessoas fora das redes;
- Utiliza o smartphone/tablet enquanto faz suas refeições e com isso acaba ignorando e deixando de interagir com quem está na mesma mesa que você;
- Utiliza enquanto está caminhando, deixando de observar as coisas a sua volta;
- “Fala” com quem está a sua frente sem olhar nos olhos e continua teclando no celular;
- Usa o aparelho na cama antes de dormir e acaba se esquecendo do seu parceiro(a);
- Em casa, passa horas em frente ao computador, tablet ou smartphone e deixa de interagir com os outros entes da família;
- Mesmo sem nenhum compromisso, checa os e-mails várias vezes por hora, bem como as redes sociais;
- Esses sintomas também se relacionam a jogos on-line: dar preferência a jogar no computador/console do que jogar uma partida de basquete com a turma, por exemplo; 
- mudança repentina ou gradual no comportamento: o adolescente aparenta estar mais impulsivo, grosseiro e violento com os pais;
- isolamento: o jovem fica muitas horas por dia encerrado no quarto, e prefere ficar lá a desempenhar atividades com amigos ou familiares;
- alteração no padrão de sono: o jovem passa a dormir muito tarde, dorme pouco. Isso acarreta problemas de concentração nos estudos, bem como na retenção de conteúdos, pois a memória de curto prazo fica comprometida;
- queda no desempenho escolar: com as horas na frente do computador aumentando, e os livros de deixados de lado, as notas na escola começam a cair. Também por culpa da alteração do padrão de sono;
- alteração repentina ou gradual do círculo de amizades: o jovem “perde” os amigos ou então faz outros apenas pela internet. As amizades passam a ser rasas e puramente digitais.


Estes dados são fornecidos por um Psicólogo de renome e que também lembra que nos Estados Unidos, onde tudo isso começou e bem antes do que aqui, já existem Colonias de Desintoxicação onde o viciado Digital, reaprende a viver em comunidade e aprende a conviver moderadamente com a tecnologia a seu dispor. Quanto tempo ainda vai demorar para que isso, aconteça por aí?

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O ABRAÇO DE DEUS.

Era uma vez uma mulher que ambicionava ver a Deus, face a face, e Dele receber um abraço. Em sua ótica merecia isso. Era muito piedosa, rezava muito e rezava - a pedido - pelos que não tinham tempo para Deus. Numa noite, em sonhos, ficou sabendo que poderia satisfazer seu desejo. Ficaram acertados a data e o local, o alto de uma montanha. Ela aproveitou os dias que lhe restavam, antes da entrevista, para aumentar o tempo e o número de suas orações. Naturalmente não queria apresentar-se de mãos vazias e, por isso, comprou um vistoso jarro, que encheu de orações, novenas e registros de muitas boas obras feitas. Ela já antecipava o sucesso do presente. E com ele o desejado abraço de Deus.
Bem cedo, no dia assinalado, a mulher começou a escalar a montanha com o jarro repleto de pedrinhas-símbolo. Chegando ao topo, uma grande decepção. Deus não estava esperando por ela. Esperou algum tempo, depois externou seu desencanto: “Senhor, onde estás? Tu me convidaste, não me decepciones!”. Foi então que ouviu uma voz vinda do alto: “Quem está lá embaixo? Por que tu te escondes de mim?”. Já animada, ela esclareceu: “Sou eu, Senhor, a mulher que te procura. Não estou escondida. E te trouxe, como presente, um lindo jarro, cheio de minhas preces e boas obras...”. E Deus esclareceu: “É por isso que não te vejo. Eu quero te abraçar, joga fora este jarro, eu quero abraçar a ti e não aquilo que fazes, nem teus presentes. Eu te quero como tu és!”.
Ver a face de Deus é um sonho milenar. Já o salmo 42 registra esse sonho. Mas esse desejo nem sempre acontece por problemas de ótica. Deus é puro espírito e por isso é invisível para nós. Mas em seu Evangelho Jesus nos mostra uma maneira muito simples de ver o rosto de Deus, de encontrar-se com Ele e trocar abraços. Diariamente podemos fazer isso e nem precisamos escalar montanhas. Na realidade, depois de subir aos céus, Jesus voltou disfarçado. Ele se esconde no rosto dos pobres, índios, negros, excluídos, crianças famintas, velhos abandonados... Ele vai mais longe. Se esconde também em rostos pouco recomendados, no rosto de prostitutas, presos, feridos à beira da estrada e no catálogo imenso de todos os não justos e marginalizados da terra.
E não se trata de um discurso ideológico, buscado na luta de classes de Marx, nem inventado pela Teologia da Libertação. Está no Evangelho e se constitui no vestibular para ingresso no Reino. Eu tive fome, tive sede,era estrangeiro,estava nu, estive preso, doente, com frio... E você me acolheu - opção certa - ou não me acolheu.  As oraçõe e boas obras são importantes e mesmo necessárias, mas elas devem fazer parte do indissociável eixo Fé e Vida. Nosso caminho para Deus passa por Jesus, um Jesus invisível. Só pode ser visto através da mediação do rosto do próximo. E podemos jogar fora o jarro das exterioridades.

O QUE FAZER PARA ENDIREITAR UM ESQUERDISTA.

Ser de esquerda é, desde que essa classificação surgiu na Revolução Francesa, optar pelos pobres, indignar-se frente à exclusão social, inconformar-se com toda forma de injustiça ou, como dizia Bobbio, considerar aberração a desigualdade social. Ser de direita é tolerar injustiças, considerar os imperativos do mercado acima dos direitos humanos, encarar a pobreza como nódoa incurável, julgar que existem pessoas e povos intrinsecamente superiores a outros.
Ser esquerdista - patologia diagnosticada por Lênin como “doença infantil do comunismo” - é ficar contra o poder burguês até fazer parte dele. O esquerdista é um fundamentalista em causa própria. Encarna todos os esquemas religiosos próprios dos fundamentalistas da fé. Enche a boca de dogmas e venera um líder. Se o líder espirra, ele aplaude; se chora, ele entristece; se muda de opinião, ele rapidinho analisa a conjuntura para tentar demonstrar que na atual correlação de forças...
O esquerdista adora as categorias acadêmicas da esquerda, mas iguala-se ao general Figueiredo num ponto: não suporta cheiro de povo. Para ele, povo é aquele substantivo abstrato que só lhe parece concreto na hora de cabalar votos. Então o esquerdista se acerca dos pobres, não preocupado com a situação deles, e sim com um único intuito: angariar votos para si e/ou sua corriola. Passadas as eleições, adeus trouxas, e até o próximo pleito!
Como o esquerdista não tem princípios, apenas interesses, nada mais fácil do que endireitá-lo. Dê-lhe um bom emprego. Não pode ser trabalho, isso que obriga o comum dos mortais a ganhar o pão com sangue, suor e lágrimas. Tem que ser um desses empregos que pagam bom salário e concedem mais direitos que exige deveres. Sobretudo se for no poder público. Pode ser também na iniciativa privada. O importante é que o esquerdista se sinta aquinhoado com um significativo aumento de sua renda pessoal.
Isso acontece quando ele é eleito ou nomeado para uma função pública ou assume cargo de chefia numa empresa particular. Imediatamente abaixa a guarda. Nem faz autocrítica. Simplesmente o cheiro do dinheiro, combinado com a função de poder, produz a imbatível alquimia capaz de virar a cabeça do mais retórico dos revolucionários.
Bom salário, função de chefia, mordomias, eis os ingredientes para inebriar o esquerdista em seu itinerário rumo à direita envergonhada - a que age como tal mas não se assume. Logo, o esquerdista muda de amizades e caprichos. Troca a cachaça pelo vinho importado, a cerveja pelo uísque escocês, o apartamento pelo condomínio fechado, as rodas de bar pelas recepções e festas suntuosas.
Se um companheiro dos velhos tempos o procura, ele despista, desconversa, delega o caso à secretária, e à boca pequena se queixa do “chato”. Agora todos os seus passos são movidos, com precisão cirúrgica, rumo à escalada do poder. Adora conviver com gente importante, empresários, ricaços, latifundiários. Delicia-se com seus agrados e presentes. Sua maior desgraça seria voltar ao que era, desprovido de afagos e salamaleques, cidadão comum em luta pela sobrevivência.
Adeus ideais, utopias, sonhos! Viva o pragmatismo, a política de resultados, a cooptação, as maracutaias operadas com esperteza (embora ocorram acidentes de percurso. Neste caso, o esquerdista conta com o pronto socorro de seus pares: o silêncio obsequioso, o faz de conta de que nada houve, hoje foi você, amanhã pode ser eu...).
Lembrei-me dessa caracterização porque, dias atrás, encontrei num evento um antigo companheiro de movimentos populares, cúmplice na luta contra a ditadura. Perguntou se eu ainda mexia com essa “gente da periferia”. E pontificou: “Que burrice a sua não estar governo municipal. Lá você poderia fazer muito mais por esse povo.”
Tive vontade de rir diante daquele companheiro que, outrora, faria um Che Guevara sentir-se um pequeno-burguês, tamanho o seu aguerrido fervor revolucionário. Contive-me, para não ser indelicado com aquela figura ridícula, cabelos engomados, trajes finos, sapatos de calçar anjos. Apenas respondi: “Tornei-me reacionário, fiel aos meus antigos princípios. E prefiro correr o risco de errar com os pobres do que ter a pretensão de acertar sem eles.”

A MORTE DO CORPO É A LIBERTAÇÃO DOS LIMITES: A DOÇURA DO MORRER.

A vida e a morte se misturam. Ao mesmo tempo que andam de mãos dadas, correm para lados opostos. Viver sempre? Seria muito bom! Para isso é necessário eternizar o melhor momento da vida e nesse momento permanecer. Viver caindo aos pedaços, não! Diante do fato da morte, realista, é a prece da criança feita ao Criador: “Deus, não seria melhor deixar sempre as mesmas pessoas na terra, em vez de fazer sempre gente nova? Daria menos trabalho para você!”. Nesta pergunta se esconde, também na criança, o desejo de não morrer.
O TRÁGICO DO MORRER. Morrer criança. Morrer na juventude. Morrer na surpresa de um acidente. Morrer na violência de uma briga ou de uma guerra. Morrer destruindo-se a si mesmo. É trágico demais! Essa morte não está na lei da vida e muito menos no pensamento de Deus. A morte não está nos planos e nem no pensamento de Deus. Está apenas nos planos humanos egoístas, que rompem o ciclo da vida. A morte-surpresa é trágica para quem morre. Deixa um rastro de tristeza e de problemas em outras pessoas. Deixa choro e sonhos não realizados. É trágico para quem fica, porque a dor e a perda causam um transtorno muito grande. Por isso, o suicidar-se e o causar a morte num acidente ou num ato violento não é um ato isolado, que simplesmente passou. Traz dentro de si conseqüências, pois somos responsáveis pelo passado, pelo presente e pelo futuro problemático que deixamos. Morrer tragicamente é muito trágico!
A DOÇURA DO MORRER. Já invejei mortes. Já quis estar ali, no lugar desta pessoa morrendo. Parentes e amigos ao redor. Cantos de vida e de esperança. Rezas de serenidade. Olhos se fechando ao olhar de tantos outros olhos! Morrer aos oitenta, aos noventa anos. Morrer porque o corpo não agüenta mais a vida. A vida é muito mais que um corpo. Morrer despedindo-se e agradecendo ao corpo que serviu para comunicar a vida.
Morrer cheio de gente! Diferente da morte trágica, que é morte na solidão. Morrer escutando músicas e rezas. Morrer sem morrer. Apenas acenando um adeus. Morte de um Francisco de Assis, que pediu para ser deitado na terra, e ali deitado, rodeado de irmãos dizer: “vem, irmã morte.”
VIVER PREPARANDO A MORTE. Diz o ditado: “como se vive, se morre.” Viver é uma escolha. Morrer também é uma escolha. Aprende-se a morrer vivendo. Aprende-se a viver morrendo. Viver intensamente como se fosse o único e último momento. Morrer aos poucos pelos atos de amor que vão sendo semeados na vida, como se fossem os últimos. Como diz o poeta: “morrer de amor.”
LIBERTANDO A VIDA. É um corpo que fica, como um dia, em nosso nascimento, uma placenta com seu útero ficou no mundo do passado. Houve um nascimento para uma nova vida. A mesma vida. A morte é a libertação de uma outra placenta, que é o corpo, que é o mundo material, para viver a liberdade em plenitude. O corpo é sagrado e é um instrumento para a comunicação da vida. Ao mesmo tempo é um limite. A morte do corpo é a libertação dos limites. A vida, num corpo glorioso e vitorioso, ressuscitado e imortal, não terá mais nem espaço e nem tempo. Todos serão tudo em todos. Quer dizer, aqueles que fizeram a escolha da vida. Para aqueles que escolheram a doçura da morte
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PARA PENSAR: SEXO É TERNURA.

Ternura é a virtude de quem é terno, suave, delicado, respeitador, gentil e capaz de ver a vida do ponto de vista do outro. O contrário é ser durão, violento, bruto, sem fineza e sem classe.
O que a Igreja afirma aos que praticam sexo é muito claro. O encontro sexual deve ser responsável, fruto de carinho e respeito na entrega e no acolhimento, doação, diálogo de corpo e de mente. Que um não force nem engane o outro. Ele não diga nunca “tenho uma mulher”, sem dizer também “sou dela”. Ela nunca diga que tem um homem sem dizer também “sou dele”. O sexo não significa posse. É, sim, doação e entrega serena e respeitosa das potencialidades de um e de outro no prazer mais bonito que puderem se dar. Que seja físico, mas também espiritual. Não seja apenas um encontro de carne e sim de pessoas que se admiram, e um não imagina a sua vida sem o outro.
A doutrina da Igreja trocada em miúdos seria mais ou menos assim: conseguir o corpo de alguém sem a pessoa e a ternura desse alguém não chega nem mesmo a ser um ato sexual, é um desatino sexual; não é laço, é nó cego; não é diálogo, é monólogo. Os corpos do homem e da mulher foram criados para um ajuste e um encaixe, como peças de uma engrenagem maravilhosa que gera afeto, paz e, se souberem o que querem, filhos do jeito certo e no tempo certo. Mas, para isso, é necessário educar o corpo e a alma.
O sexo começa e morre na cabeça. Os órgãos genitais apenas executam a tarefa. Se a cabeça for suja o ato também será. Se for serena e tranquila, o ato será cheio de paz. Para milhões de casais, é um magnífico ato espiritual que passa pelos corpos em festa. Quem disse que a Igreja é contra o sexo nunca leu direito os seus escritos. Ela abomina a grosseria, o erotismo burro, a pornografia sem-vergonha, a brutalidade, a leviandade, o desrespeito e o egoísmo. Para os cristãos, sexo tem que ter nexo e amplexo. Se não tiver, fica cada dia mais complexo e perplexo. Na poesia da vida, deixa de ser verso porque se fez perverso.

MEDO.

Pensador profundo e observador atento da realidade, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman diz que o medo é líquido. Pensando bem, creio ser mais apropriado afirmar que é pastoso, gelatinoso. Vai se esgueirando e colando nas paredes da garganta, fechando-a lentamente e paralisando corpo e coração como um todo. Sólido, líquido ou gasoso, o fato é que o medo reina triunfante e talvez mais poderoso do que nunca neste início de século XXI. Sob seu império, os seres humanos se encolhem e confinam, criando para si esconderijos e muralhas onde possam passar despercebidos ao olhar de seus semelhantes.
Medo da violência urbana. Nas cidades, a violência está de atalaia, esperando a cada um com seu bote mortal. Em cada esquina, em cada momento, em cada suspiro. Mesmo não participando do tiroteio, a bala perdida nos encontra e se aloja em nosso corpo. Mesmo não sendo de briga, estávamos passando no lugar errado no momento errado, na hora da briga. Mesmo não sendo ricos, nosso relógio chama a atenção do menino de rua que nunca teve um. Mesmo com cara limpa o traficante foge da polícia nos derrubando na passagem e nos fazendo vítimas inadvertidas de um fortuito acaso.
Medo do outro, do diferente. Qualquer um com aparência mais ou menos diferente que atravesse nosso caminho é olhado como bizarro e imediatamente excluído do convívio. É de outra raça, de outro sexo, de outra cor, de outra religião, de outra posição política, de outra classe social. Sua alteridade é incômoda e importuna. Remete-nos à nossa mesmidade, que se revolta furibunda diante da ousadia do outro que teima em ser outro e diferente. E atrevidamente nos interpela desde sua alteridade dizendo que o mundo não começa nem termina em nós mesmos.
Medo de amar. Talvez essa seja a mais funesta conseqüência de todos esses medos que crescem e vão formando um sombrio e tenebroso império que ameaça esmagar-nos nesse início de século. Assassinando nosso desejo de viver, nossa abertura confiante ao outro, nossa capacidade de abertura para as novas relações e oportunidades, o medo com suas unhas geladas escava dentro de nós um vácuo existencial que vai nos levar a ter medo de tudo. Inclusive e mesmo e sobretudo de amar. Pois amor, como dizia Camões, é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói e não se sente, é um descontentamento descontente, é dor que desatina sem doer. Perigoso porque nos arrebata, nos faz sair de nós mesmos, do próprio amor, querer e interesse, e iniciar um êxodo em direção ao outro, que passará a dispor do melhor de nós mesmos: capacidades, valores, energias, criatividade, tempo, dedicação.
Perigosa essa vida que teima em só encontrar sentido verdadeiro na saída de si em direção ao outro, enfrentando pelo caminho os perigos da violência, da diferença do outro, do futuro que não conhecemos. E, no entanto, em meio a esses perigos que são demais é quando parece que a vida vale a pena. Só nas infinitas formas que o amor inventa, desde a caridade mais oblativa à solidariedade mais planejada, o ser humano realiza plenamente sua vocação. O império do medo que hipertrofia os perigos para reinar soberano tem seus dias contados enquanto a humanidade ainda acreditar no amor
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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

LUTO PELAS MINHAS PAIXÕES.

Todas as pessoas no final da vida deveriam escrever um livro sobre “minha luta”. Que cada um escrevesse ou contasse como foi sua luta de vivência - ou ao menos - de sobrevivência. Haveria histórias muito mais interessantes (não digo lindas) do que aquelas que a gente está acostumada a ver nas novelas e filmes. Muitas dessas histórias são de ficção. As histórias reais mexeriam com muitos corações. Em vez de histórias, tipo novelas, que são vidas de pessoas burguesas, assistiríamos a vida de donas de casa, de empregadas domésticas, de catadores de lixo, de construtores de pontes, de padeiros, de pescadores... Quantas histórias! Todas únicas. Todas fantásticas. Todas diferenciadas. Construídas dentro dos mesmos desejos e sonhos do coração humano: busca de vida e felicidade, de bem estar e satisfação, de momentos alegres e de eternidade. Nas lutas de todo o dia estariam presentes lutas de muitas faces.
LUTO PELAS MINHAS CRENÇAS. Luta-se por aquilo que se acredita. Gasta-se tempo, energias, saúde e vida por aquilo que se sabe que tem duração. Muito mais se luta pelas crenças que se eternizam. As crenças que ultrapassam o tempo de nossa vida é que merecem as energias de nossa luta. Saber que se vai morrer no corpo e que aquilo que está em nosso coração e mente permanece faz investir tudo o que se tem e o que se é. Infelizmente, nossa sociedade está povoada de pessoas que têm crenças muito pequenas, que apenas têm o tamanho do braço e o alcance da mão. Tais pessoas nada mais têm a fazer do que comer e beber, trabalhar e dormir, jogar e preencher o tempo. Lutar por crenças que se tem é dedicar a si mesmo além dos horários profissionais e do dever de cada dia. É ir além.
LUTO PARA SER UMA PESSOA BOA. Ser bom é o ideal. Ser bom é ser criativo e ser semelhante a Deus. Lutar para ser bom deve ser o ideal de todas as criaturas humanas que nascem e vivem para tornarem-se sempre mais semelhantes a Deus.
LUTO PELAS MINHAS PAIXÕES. Não as paixões bobas que matam e esterilizam o amor. Mas as paixões que dão vida. Que produzem. Paixões que são as forças represadas em meu coração e que devo construir condutores para que suas energias se tornem obras, artes, música, pintura, engenharia, mundo organizado e gostoso de viver.
LUTO PARA SER EU MESMO. Semente que desabrocha. Árvore que dá flores. Flores que se tornam frutos. Frutos que alimentam os sonhos. Ser eu mesmo é desenvolver o destino que está em nós. Os sonhos que estão em nós. Ser eu mesmo é tomar consciência que minha vida não acaba num túmulo e nem numa certa quantidade de anos. É desenvolver-me para ser eterno. Ultrapassar o tempo e o espaço. Luto pela minha vocação de eternidade.
LUTO por tudo aquilo que meu mundo corporal deseja. Por aquilo que meu mundo mental tem possibilidade. Por aquilo que minha espiritualidade tem sede e fome. Luto para ser alguém que vai se tornando um habitante do universo, nossa morada e nosso paraíso.

VOCÊ SABIA: JÁ EXISTE VELÓRIO VIRTUAL.

Em muitas cidades já é possível o velório virtual. Os parentes e amigos da pessoa falecida não mais precisam comparecer ao local para apresentar os pêsames aos familiares. As salas dos velórios são equipadas com câmeras que permitem, em tempo real, a visão do público e da pessoa que está sendo velada. Parentes e amigos - desde uma conveniente distância - podem mandar as condolências à família através da internet. Também podem acompanhar todos os lances das chamadas últimas homenagens, muitas vezes marcadas pelo choro e hipocrisia. Para evitar trotes, enganos e brincadeiras de mau gosto, o acesso é determinado pelos familiares.
Esta não é a última novidade nesse campo. Já foram patenteados alarmes contra furtos em sepulturas. Nos Estados Unidos já funcionam velórios festivos. Numa sala decorada e iluminada com bebidas, canapés, música suave e flores, reúnem-se os parentes e amigos. A ausência notada é a do próprio defunto. Mas esta é compensada por uma projeção de sua vida, num telão, com enfoque nos momentos felizes. A morte não está incluída na festa.
Entre as grandes certezas da vida, sem dúvida nenhuma, está a morte. Já a antigüidade grega garantia: os homens são mortais - Sócrates é homem - logo é mortal. As premissas são corretas, mas a lógica parece só funcionar para os outros.
Os outros é que morrem. No máximo admitimos que vamos morrer, num dia qualquer. E esse dia qualquer precisa ser varrido para longe. Falar de morte é de mau gosto, é doentio. Então fingimos que ela não existe. Ela não é real, é virtual.
Mesmo assim, o fantasma da morte está presente em todas as consciências. O universo religioso se fragmenta em cerca de 100 mil diferentes religiões. E todas elas buscam uma resposta para o mistério da morte e o depois. Para o ensaísta espanhol Fernando Salvater, o homem, porque sabe que vai morrer, está condenado a assumir algum tipo de religião. Mesmo os que desdenham crenças e igrejas sentem a necessidade de alguma postura religiosa. Para Salvater, a psicoterapia e a psicanálise são formas de religião para os ateus, agnósticos ou libertinos.
Mesmo os que passam a vida dando pouca importância aos valores religiosos, quando acontece a morte de um familiar, dão-se conta da felicidade de crer. Ou do vazio de sua ausência. A fé é a única resposta nesta hora.
Para os cristãos, a morte é um novo nascimento, o natal definitivo. Jesus desceu ao fundo do coração da morte e de lá nos trouxe uma vida definitiva: “Aquele que crê em mim, mesmo que tiver morrido, viverá”, garante Ele a Marta, a Maria e a seus discípulos em todos os tempos. A morte não é virtual, mas real. A vida eterna não é uma utopia, mas uma realidade.

VALE A PENA LER: DADOS CURIOSOS.

No Brasil, reduzir o analfabetismo entre mulheres em apenas 1% equivale a evitar 415 mortes por ano. Aumentar em 1% a rede de esgoto significa evitar 216 mortes/ano. Se o número de casas que recebem água tratada aumenta 1%, 108 mortes são evitadas/ano. E se o número de leitos nos hospitais aumenta 1%, 27 mortes são evitadas/ano. Os dados são do estudo de Mário Mendonça e Ronaldo Motta, Saúde e Saneamento no Brasil, Ipea.
Duas em cada cinco pessoas no mundo vivem com menos de R$ 6 por dia. Não têm acesso ao saneamento básico 2,4 bilhões de pessoas. Metade das infecções por HIV ocorre entre jovens.
No ano de 2007, pela primeira vez, teve mais habitantes nas zonas urbanas que nas rurais. Em 2015, teremos 22 megacidades com mais de 10 milhões de habitantes cada, das quais 16 em países pobres. Em 2030, 60% da população viverá em centros urbanos, o que equivale a 5 bilhões de pessoas. Em 2050, o planeta terá 8,9 bilhões de habitantes. (Fonte: Relatório sobre a situação da população mundial, ONU).
Nos EUA são gastos, anualmente, cerca de US$ 60 bilhões em produtos de beleza. Na Europa, US$ 50/ano no consumo de sorvetes.
Tome em mãos dez moedas. Cole uma etiqueta em cada uma, numerando-as de 1 a 10. Ponha-as no bolso. Agora tente pegar a de nº. 1. Você tem uma chance em dez. Tente pegar a 1 e, em seguida, a 2. Sua chance é uma em 100. Se quiser pegar a 1, a 2 e a 3, em seqüência, a chance cai para 1.000. E você tem uma chance em dez bilhões de pegá-las todas em seqüência. Segundo Cressy Morrison, que presidiu a Academia de Ciências de Nova York, são necessárias as mesmas condições para a vida na Terra ter acontecido por acaso. Maior “milagre”, caro(a) leitor(a), é você e eu estarmos aqui.
Na vida dos políticos, os números também são intrigantes. Lula é marcado pelo 13. A mãe vendeu a terra em que morava por 13 contos de réis. A viagem de pau-de-arara de Garanhuns a São Paulo, em 1952, levou 13 dias. O número do PT é 13. Ele foi eleito presidente no 113º ano da República.
Fidel nasceu em 1926. Em 13 (metade de 26) de agosto. Tinha 26 anos quando iniciou a revolução em Cuba, com o assalto ao quartel Moncada, em Santiago de Cuba. Isso ocorreu no dia 26 de julho de 1953.
Na natureza, a decomposição do papel leva de 3 a 6 meses; dos tecidos, de 6 meses a 1 ano; dos chicletes, 5 anos; da madeira pintada, 13 anos; dos plásticos, 500 anos; do vidro, 1 milhão de anos; da borracha, tempo indeterminado.
Uma tonelada de aparas pode substituir quase 4m/2   de madeira. A reciclagem evita a morte de cerca de 30 árvores. Para fabricar uma tonelada de papel no processo tradicional são necessários 100 mil litros de água. Se o papel é reciclado, bastam 2 mil litros.
Caro(a) leitor(a), elenquei esses dados porque talvez um deles seja do seu interesse. Se não for, azar nosso.

SAIBA COMO DE FATO FUNCIONA O AUXILIO-RECLUSÃO NO BRASIL

Seguramente você já deve ter recebido como eu, inúmeras mensagens por e-mails ou em redes sociais "denunciando" o auxílio-reclusão. Usando informações fragmentadas, estas mensagens em tom de denuncia costumam carregar uma boa dose de desinformação, confusão nos fatos e um mal disfarçado preconceito social, servindo apenas para desinformar e alimentar toda a sorte de discursos de ódio.
Mas, como de fato funciona o auxílio-reclusão no Brasil?
Para responder esta pergunta e tentar auxiliar para diminuir a desinformação espalhada na rede, seguem algumas informações sobre como o auxílio-reclusão funciona de verdade.


O que é o auxílio-reclusão?
É um benefício legalmente devido aos dependentes de trabalhadores que contribuem para a Previdência Social. Ele é pago enquanto o segurado estiver preso sob regime fechado ou semi-aberto e não receba qualquer remuneração da empresa para a qual trabalha, nem auxílio doença, aposentadoria ou abono de permanência em serviço. Dependentes do segurado que estiver em liberdade condicional ou em regime aberto perdem o direito de receber o benefício.

Todos os presidiários recebem o auxílio-reclusão?
Não, ao contrário do que afirma muitas correntes na internet, somente os familiares de presos que contribuíam para a Previdência Social tem direito ao benefício.

Esse benefício é pago ao preso?
O preso não recebe qualquer benefício. Ele é pago a seus dependentes legais. O objetivo é garantir a sobrevivência do núcleo familiar, diante da ausência temporária do provedor. Dessa forma, o auxílio-reclusão nada mais é do que a garantia de que a família de um indivíduo recolhido à prisão não será ela também “penalizada”.

Qual o valor do auxílio-reclusão?
Ao contrário das correntes online, que afirmam ser o auxílio-reclusão um benefício no valor de R$915,05, esta é apenas a renda limite para a concessão do benefício.
O auxílio-reclusão terá valor correspondente a 100% do salário-de-benefício, que, por sua vez, é a média dos 80% maiores salários-de-contribuição do período contributivo, a contar de julho de 1994. Dessa forma, o valor do auxílio-reclusão não é fixo e vai variar de acordo com as contribuições de cada segurado, sendo o valor de R$915,05 o valore máximo que uma família pode receber.


O auxílio-reclusão é proporcional à quantidade de dependentes?
Não. O valor do benefício é dividido entre todos os dependentes legais do segurado. É como se fosse o cálculo de uma pensão. Não aumenta de acordo com a quantidade de filhos que o preso tenha. O que importa é o valor da contribuição que o segurado fez. O benefício é calculado de acordo com a média dos valores de salário de contribuição.

O "povo" esta "pagando salários para presidiários"?
Está é uma das confusões que circulam na rede com grande frequência. O benefício é pago com orçamento da Previdência Social. O orçamento, por sua vez, é obtido através das contribuições dos filiados ao INSS. Ou seja, quem paga o auxílio-reclusão são os contribuintes do INSS, através das contribuições previdenciárias, e não todos os brasileiros, através de impostos, taxas, etc.
O INSS funciona como um seguro de automóvel, por exemplo. Todos os segurados contribuem e o seguro presta a assistência aos que necessitam. Há prazos de carência para alguns benefícios. Mas não é o caso do auxílio-reclusão. A partir da primeira contribuição previdenciária e enquanto o segurado mantiver esta qualidade, seus dependentes terão direito ao benefício.
Os contribuintes do INSS não pagam a conta apenas dos beneficiários presos. Pagam também a conta dos aposentados, dos enfermos, das viúvas, etc. Pela lógica, protestar contra o INSS financiar o auxílio-reclusão em nada se diferencia de protestar por financiar as aposentadorias dos idosos, por exemplo.

Que princípios norteiam a criação do auxílio?
O princípio é o da proteção à família: se o segurado está preso, impedido de trabalhar, a família tem o direito de receber o benefício para o qual ele contribuiu, pois está dentre a relação de benefícios oferecidos pela Previdência no ato da sua inscrição no sistema. Portanto, o benefício é regido pelo direito que a família tem sobre as contribuições do segurado feitas ao Regime Geral da Previdência Social.

Desde quando ele existe?
O auxílio não foi criado pelo PT, na verdade ele foi instituído já faz mais de 50 anos, pelo extinto Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM) e posteriormente pelo também extinto Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (IAPB), e depois incluído na Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS (Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960). Esse benefício para dependentes de presos de baixa renda foi mantido na Constituição Federal de 1988, o consolidando como um direito dentro dos marcos republicanos.

A família do preso pode perder o direito de receber o auxílio?
Sim, desde que o segurado obtenha sua liberdade, fuja ou sua pena progrida para o regime aberto. Pela legislação, os dependentes têm que apresentar a cada três meses, na Agência da Previdência Social, a declaração do sistema penitenciário atestando a condição de preso do segurado.

Quantos benefícios de auxílio-reclusão são pagos atualmente no país?
De acordo com o Boletim Estatístico da Previdência Social (Beps), o INSS pagou 33.544 benefícios de auxílio-reclusão na folha de janeiro de 2012, em um total de R$ 22.872.321. O valor médio do 
benefício por família, no período, foi de R$ 681,86.

TERNURA É FUNDAMENTAL!

Casar sem se ajustar é o mesmo que comprar uma casa pronta e não fazer nenhum reparo. Mais cedo ou mais tarde descobrirão que o cômodo não é necessariamente o melhor. O carpinteiro que colocou a porta principal da nova casa teve que fazer muitos ajustes até que a porta funcionasse. Mexeu no batente, na porta, nos gonzos e na fechadura. Depois veio o pintor. Os dois levaram quase três dias para ajustar uma porta pré-fabricada. É que ela estava preparada, mas não estava pronta.
A ternura é a porta principal do casamento. Por ela entrará a felicidade dos dois e também muita coisa perniciosa. Dependerá do tipo de chave, de trave de segurança e do cuidado que terão com aquela porta. Quando alguém é cioso do que tem não deixa a porta escancarada. Mas para que a porta funcione os dois precisarão fazer ajustes.
Nada mais errado do que um casamento onde um, em nome do seu trabalho ou de sua profissão, ou do projeto que fez para ambos, exige que o outro engula tudo. Afinal, diz, ele (ou ela) está cuidando da felicidade do casal! É o seu ponto de vista, mas não é o dos dois. Quem casa quer amar e ser amado e isso exige gentilezas, atenção, cuidados, proximidade, presença, intimidade e momentos quase sagrados e só deles. E não pode ser nem pouco nem de qualquer jeito. Os ajustes do casamento são fundamentais para que os dois possam viver bem e segurar aquela relação.
Nossa sociedade supervalorizou o indivíduo em detrimento da comunidade. Mas é de comunidade que se trata quando alguém se casa. Quem quer que o outro se adapte, mas não faz nenhum esforço para que a pessoa com quem se casou se sinta bem, prometeu e não cumpriu sua parte do trato. A ternura é fundamental. Se não funcionar vai haver conflitos.

EDITOR ALEMÃO MANTÉM A DECISÃO DE NÃO PUBLICAR O LIVRO DE SARNEY "O BERLUSCONE DO BRASIL".


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O editor e filósofo Thomas Neumann, coproprietário da editora Königshausen & Neumann, disse não se intimidar com a ameaça do senador José Sarney de interpelação por meio de um advogado. Em carta publicada ontem no GLOBO, o ex-presidente respondeu à decisão de Neumann de não distribuir a primeira edição de seu livro “Saraminda” em alemão, já impressa, depois que o consulado do Brasil em Frankfurt deixou de cumprir contrato que previa a aquisição de 500 exemplares.

Para Sarney, Neumann fez contra ele declarações “injuriosas” — em entrevista ao GLOBO, Neumann afirmou que só incluiu o livro em seu catálogo por insistência do consulado e porque “não sabia direito quem era Sarney”, “espécie de Berlusconi do Brasil”, nas palavras dele.

Ontem, declarando encerrado o projeto de publicação de “Saraminda” em alemão, Neumann reiterou a sua decisão de não distribuir o livro, por motivos principalmente ideológicos.

— Eu sou social-democrata, e depois de tudo o que li sobre o autor decidi que ele não combina com a minha posição ideológica. Na Alemanha, há liberdade de expressão e é permitido dizer isso e tudo o que tinha dito antes — afirmou Neumann.

UM ESTUDO DIZ QUE CÉREBRO FAZ "FAXINA" DE TOXINAS DURANTE A NOITE.



Um estudo americano mostrou que o cérebro faz uma espécie de “faxina” das toxinas deixadas para trás após um dia de “trabalho pesado”, quando se pensa bastante. A “limpeza” seria uma das principais razões para o sono, segundo os pesquisadores.

O estudo liderado pela pesquisadora Maiken Nedergaard e publicado na revista Science mostrou que as células do cérebro, provavelmente as neuróglias, encolhem, abrindo espaço entre os neurônios, permitindo que um fluído “lave” o cérebro.

A pesquisa do Centro Médico da Universidade de Rochester, no Estado de Nova York, sugere ainda que distúrbios cerebrais podem estar relacionados à “falhas” nesse tipo de “limpeza”.

Já se sabe que o sono desempenha um papel importante na fixação da memória e no aprenzidado. Os pequisadores da universidade americana agora acreditam que a “faxina cerebral” é uma das principais razões do sono.

“O cérebro tem energia limitada e precisa escolher entre dois estados funcionais – ou está acordado e atento, ou dormindo e fazendo a faxina”, disse Nedergaard.

“É como uma festa em casa. Ou você recebe os convidados, ou limpa a casa. Não dá para fazer os dois ao mesmo tempo”, disse.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A IMPORTÂNCIA DE SABER GANHAR.

Todos querem ganhar. Ganhar dinheiro, fama, poder. Ganhar no esporte, na discussão, no jogo de todo dia. Ninguém nasceu para ser perdedor. Somente as pessoas que têm complexo de inferioridade é que até sentem prazer em perder. Mas não é normal. Se já fomos um espermatozoide vencedor no meio de outros milhões, muito mais queremos vencer agora que temos cabeça e coração, inteligência e vontade.
NA VIDA HÁ O GANHA/PERDE. É a pessoa que acha que sempre tem que vencer, mesmo às custas do outro. Sente prazer em ganhar vendo a outra pessoa perdendo. É o espírito do dono da torta. Quero toda a torta para mim. Quanto mais para mim, melhor, mesmo em prejuízo do outro. Infelizmente esse é o tipo de educação que acontece em nossas famílias, sociedade e escola. O filho tem que ser o melhor, mesmo servindo-se do outro como degrau para subir. É querer sempre vencer, mesmo às custas do outro. Usando as outras pessoas. É o pecado do orgulho e da ganância. É o pecado da prepotência.
NA VIDA HÁ O PERDE/GANHA. É a atitude do falso humilde. Contanto que o outro ganhe, eu me sinto bem. É o complexo de inferioridade. É o tipo do caipira que canta: “eu nasci para sofrer até na hora da morte”. É a pessoa vítima. Vai se acostumando a perder. São as pessoas que já não sonham. Já estão vencidas na vida. O tempo e os anos, as doenças e o cansaço foram os vencedores. Ser um perdedor é deixar a morte vencer a vida. Isso acontece na empresa, na comunidade, na organização a que se pertence. Há pessoas que se entregam de corpo e alma para a organização e não percebem que, com o correr do tempo, se tornam uma inutilidade, desgastadas, cansadas e desanimadas. São pessoas perdedoras. Não souberam fazer da doação um crescimento pessoal, mas apenas um desgaste.
NA VIDA HÁ O PERDE/PERDE. Todos perdedores. Contentar-se com o fracasso comum. É a mentalidade de muitos brasileiros: “Quanto pior, melhor”. É a mentalidade das pessoas pessimistas e entreguistas: “Tomara que aconteça algo terrível para que esta humanidade acabe, menos eu”. É sentir satisfação em ver todos perdendo. Há comunidades assim. Há igrejas assim. Há nações assim. A história é testemunha de grupos humanos que desapareceram porque se entregaram à derrota.
NA VIDA HÁ O GANHA/GANHA. Todos podem vencer. Todos têm direito à vitória. Todos têm um lugar social para o crescimento. Um pode ajudar o outro a ser vencedor. É o time de futebol organizado e ensaiado para a colaboração. Naturalmente será vencedor. O grito de “gol” pertence a todos. Assim é a vida. Sociedade e comunidade organizadas e colaboradoras. Todos têm seu lugar de crescimento. Um apoiando o outro, forma-se a grande corrente dos vencedores. É o gesto, o olhar, a palavra, a mão que ajuda. Tudo soma para a vitória da vida e dos sonhos.

PARA PENSAR: "MERECER A PRÓPRIA MORTE"?

Condenado pelo assassinato, a sangue frio, de dois vizinhos, Patrick Brian Knigth, depois de 16 anos de batalha judicial, foi executado. Antes de ir para a cadeira elétrica, no Texas, Patrick, 39 anos, pediu, pela internet, que lhe enviassem piadas e desenhos humorísticos. Queria morrer rindo da última piada. Instantes antes de morrer, já no corredor da morte, falou a seus companheiros: “A morte vai me libertar. Esta é a melhor piada. A mereço”. Quando a porta fatal ia se abrindo, alertou os carcereiros: “Parem esta execução: eu não sou Patrick Brian Knigth!”. E, após pequena hesitação dos guardas, pediu: “Em frente. Terminei”.
Há uma íntima ligação entre a vida e a morte. Num certo sentido, a morte não existe. Existe a vida que um dia termina. É o apito final de um jogo, bem ou mal jogado. O apito final não altera nada. Prevalece o placar do jogo. A morte torna definitivo o que a pessoa foi em vida. E, nesse sentido, mais que julgar, Deus respeita a decisão de cada um, mesmo quando for a mais infeliz. É a graciosa possibilidade e responsabilidade da liberdade humana. “Faz me tremer a idéia de ser livre”, filosofava Jean Paul Sartre.
Vida e morte são feitas do mesmo tecido. Quando a vida é uma tragédia, a morte também é trágica. Quando a vida é bela, a morte também é bela. Há vidas que se revestem de heroísmo e de santidade. Mas há vidas construídas na alienação. São piadas de mau gosto.
Martin Luther King comparava a vida a um livro. Cada dia é uma página e as páginas vão formando um enredo, com um desfecho lógico. “Cada dia é dia de julgamento, e nós, com nossos atos e nossas palavras, com nosso silêncio e nossa voz, vamos escrevendo continuamente o livro da vida. A luz veio ao mundo e cada um de nós deve decidir se quer caminhar na luz do altruísmo construtivo ou nas trevas do egoísmo. Portanto, a mais urgente pergunta a ser feita nesta vida é: o que fiz hoje pelos outros?”
A interrogação de Luther King deixa evidente a possibilidade de recomeçar. Hoje é o tempo de Deus. O bom ladrão recomeçou horas antes de morrer. Mas a experiência de cada dia também nos garante que é mais fácil continuar o que somos do que mudar. É a lógica dos hábitos que adquirimos, bons ou maus. Os bons hábitos nos possibilitam caminhar com facilidade ao encontro dos outros e de Deus. Os maus hábitos criam a facilidade em praticar o mal. Além de nos encaminhar para o mal, tentam legitimá-lo. Isso significa considerar como certo o que é errado.
Cada um deve merecer a própria morte. Podemos morrer na pobreza de uma piada ou numa prece redentora. Francisco de Assis, em seu leito de morte, exortava a si e aos frades presentes: “Comecemos hoje, porque até agora pouco fizemos”. Assim como a vida, a morte pode ser uma tragédia, uma comédia ou a aurora da ressurreição.

OLHA QUE EXEMPLO: JESUS NÃO FORÇOU NINGUÉM.

Fazia parte do jeito de ser de Jesus a expressão “se queres”. Propôs ao moço rico uma vida mais perfeita, se ele quisesse; respondeu que queria, ao leproso que lhe propunha que, se quisesse, o curasse; perguntou aos doze em dúvida se não queriam ir embora. Perguntou ao paralítico na piscina se queria sarar.
Não consta que tivesse forçado o centurião romano a se converter, nem à cananéia, nem à samaritana. Jesus tinha outras ovelhas que não eram do seu rebanho e as respeitava. A pessoa não tinha que ser do seu grupo para operar em nome dele, desde que fosse sincera. Foi o que ele disse aos discípulos quando estes proibiram alguém que não era do grupo de expulsar demônios em nome de Jesus.
Jesus sabia respeitar a escolha das pessoas, sabia dialogar, não foi nem nunca seria sectário. Por isso soube dialogar com fariseus, escribas, mulheres de má reputação, com a samaritana, cuja vida não era um modelo de virtudes, com Zaqueu, o coletor de impostos, com gente contrária, gente alheia e gente que nem era do seu povo. Jesus não saiu por aí ameaçando com o inferno a quem não aderisse a ele. Só foi duro com pessoas mal intencionadas.
Veio para os de boa vontade e respeitou a vontade de gente boa que não aderiu a ele. Não temos provas de que Nicodemos ou José de Arimatéia tenham se tornado cristãos. Jesus teve pena do moço rico, mas não o condenou por sua escolha. E não amaldiçoou os que o deixaram. Foi misericordioso inclusive com Judas, que planejava traí-lo. Jesus era um pregador que não impunha a fé. Oferecia com um sereno “se queres”.
Quem não quisesse, ou não pudesse era amado do mesmo jeito. Há uma diferença enorme entre Jesus e alguns pregadores modernos que chegam a ofender a quem discorda, não adere e não ora do jeito deles. É que Jesus amava a todos e eles não conseguem. Só consideram irmão quem ora como eles.
Precisam crescer, por isso encaram a pregação como uma guerra. O outro é adversário e precisa ser derrotado. O cristão de verdade é diferente. É fraterno com todos, mesmo com os que não pensam nem vivem como ele. Vale a pena ouvir Jesus. Seu Evangelho é forte, mas sereno. De fanático Jesus não tem nada. Alguns de seus seguidores precisam aprender também isso. Jesus era ecumênico e respeitava os outros. Eles é que não conseguem, nem desejam!...

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

ESTAMOS CHEGANDO AOS 50 MIL ACESSOS

Acredito que amanhã,nosso blog vai chegar aos 50 mil acessos. É para nós um marco.  Isso é muito legal! Só posso dizer muito obrigado pelo prestígio. Como agora  o marcador esta determinando 49819 visitas acredito que no decorrer da noite e amanhã durante o dia chegaremos aos 50 mil acessos. Vamos aguardar para ver.
Abraços a todos!

VIVA A VIDA




Viva a vida que te foi dada,

Desfrute ao máximo desta linda dádiva,

Não se oponha a novas oportunidades, dê chance ao novo,

Busque viver não somente parte, mas sim o todo.



Experimente novas sensações, novos ares,

Deixe-se levar um pouco pela intuição, pelas vontades,

E descubra em si novas estradas, novos caminhos,

Lugares nunca antes vistos ou pouco conhecidos.



Desperte todo dia com vontade, com vigor,

Dê bom dia ao dia, dê bom dia ao teu interior,

Deseje o melhor, o mais bonito, o mais perfeito,

Respire esse ar: faça-o mover-se em teu peito.



Olhe para si, olhe para o lado, olhe para cima,

Veja tudo mover-se, cooperando para tuas novas conquistas,

E não se esqueça: agradeça, peça, retribua

Pois sempre haverá luz em teu caminho: seja do sol ou através da lua.



Some-se ao universo, seja dele estrela,

Ilumine a tua vida, clareie tua vereda,

Busque dividir com quem não tem, ou a quem de luz necessita,

Estenda a mão e teu amor a quem dele precisa.



Sorria para si, sorria para a vida, sorria para o mundo,

Irradie alegria, emane de si um sentimento puro, profundo,

Erga tua cabeça e determine como será o teu dia,

Viva a vida, viva!