domingo, 29 de julho de 2012

OS SETE PASSOS PARA A SUPERAÇÃO DO CONTROLE DO EGO.



Olá amigos!
Estamos constantemente envolvidos com as armadilhas do ego, é preciso vigiá-lo constantemente e toda atenção é pouca. A filosofia budista considera que o ego é o grande demônio da humanidade. Mas ao mesmo tempo, ele tem sua importância em nosso processo de individuação. Portanto, nosso crescimento e aprendizado não envolve "destruí-lo", mas sim colocá-lo em seu devido lugar. Nós não somos apenas o ego, a mente. Somos muito mais...
Compartilho um resumo do texto de Wayne W. Dyer que pode nos ajudar a transcender alguns conceitos enraizados. Vamos a ele:

1. Pare de se sentir ofendido.
Existe a ofensa apenas quando você se enfraquece. Se procurar por situações que o aborreça, as encontrará em cada esquina. É o ego no controle convencendo você que o mundo não deveria ser do jeito que é. Mas é possível tornar-se um observador da vida e alinhar-se com o Espírito da Criação universal. Não se alcança o poder da intenção sentindo-se ofendido. Procure erradicar, de todas as formas possíveis, os horrores do mundo que emanam da identificação maciça do ego, e esteja em paz. Ficar ofendido cria o mesmo tipo de energia destrutiva que a princípio o feriu, e leva a agressão, ao contra-ataque e a guerra.

2. Abandone o querer vencer.
O ego adora nos dividir entre ganhadores e perdedores. É impossível vencer sempre. Algumas pessoas serão mais rápidas, mais sortudas, mais jovens, mais fortes e mais espertas que você e acabará se sentindo insignificante e sem valor diante delas. Você não se resume em suas conquistas e vitórias. Não há perdedores num mundo onde todos compartilham da mesma fonte de energia. Só se pode afirmar que, em determinado dia, sua atuação esteve num certo nível comparada a outras. Mas cada dia é diferente, com outros competidores e novas situações a serem consideradas. Você continua sendo a infinita presença num corpo que está a cada dia ou a cada década, mais velho. Seja um observador, perceba e aprecie tudo sem a necessidade de ganhar um troféu. De forma inusitada, as vitórias aparecerão mais em seu caminho quanto menos as desejá-las.

3. Abandone o querer estar certo.
O ego é a raiz de muitos conflitos e desavenças porque o impulsiona julgar as pessoas como erradas. Quando a pessoa é hostil, houve uma desconexão com o poder da intenção. O Espírito de Criação é generoso, amoroso e receptivo; e livre de raiva, ressentimento ou amargura. Cessar a necessidade de ter razão nas discussões e nos relacionamentos é como dizer ao ego; "Não sou seu escravo. Quero me tornar generoso. Quero rejeitar a necessidade de ter razão". Mas fique atento, pois o ego é um combatente determinado. Tenho visto pessoas terminarem lindos relacionamentos por apego a necessidade de estarem certas. Quando estiver no meio de uma discussão, pergunte a si mesmo; "Quero estar certo ou ser feliz?" Ao optar por ser feliz, amoroso e predisposto espiritualmente, a conexão com a intenção se fortalecerá. A Fonte universal começará a colaborar com você para uma vida criativa ao qual foi predestinado a viver.

4. Abandone o querer ser superior.
A verdadeira nobreza não é uma questão de ser melhor que os outros. É uma questão de ser melhor ao que você era. Concentre-se em seu crescimento, consciente de que ninguém neste planeta é melhor que ninguém. Não julgue as pessoas pelas aparências, conquistas, posses e outros índices do ego. A distinção sempre leva a comparações. Baseia-se na falta vista no outro, e se mantém pela procura e ostentação das falhas percebidas. Perceba a expansão de Deus em cada um. Todos nós emanamos da mesma força de vida criadora. Todos temos a missão de realizar nossa pretendida essência, tudo que precisamos para cumprir nosso destino está ao nosso alcance. Mas nada é possível quando nos sentimos superiores aos outros.

5. Deixe de querer ter mais.
O mantra do ego é "mais". Ele nunca está satisfeito. Não importa o quanto conquistou ou conseguiu, o ego insiste que ainda não é o suficiente. Ele põe você num estado perpétuo de busca e elimina a possibilidade de chegada. Na realidade, você já está lá e a forma que opta para usar esse momento presente da vida é uma escolha. Ao cessar essa necessidade por mais, as coisas que mais deseja começam a chegar até você. Sem o apego da posse, fica mais fácil compartilhar com os outros. Você percebe o pouco que precisa para estar satisfeito e em paz. A Fonte universal é feliz nela mesma, expande-se e cria vida nova constantemente. Nunca obstrui suas criações por razões egoístas. Cria e deixa ir. Ao cessar a necessidade do ego de ter mais, você se unifica com a Fonte. Como um apreciador de tudo que aparece, aprende a lição poderosa de São Francisco de Assis: "É dando que se recebe". Ao permitir que a abundância lhe banhe, você se alinha com a Fonte e deixa essa energia fluir.

6. Abandone a idéia de você baseado em seus feitos.
É um conceito difícil quando se acredita que a pessoa é o que ela realiza. Deus compõe todas as músicas. Deus constrói todos os prédios. Deus é a fonte de todas as realizações. Posso ouvir os egos protestando em alto e bom som. Mas, vá se afinizando com essa idéia. Tudo emana da Fonte! Você e a Fonte são um só! Você não é esse corpo ou os seus feitos. Você é um observador. Veja tudo ao seu redor e seja grato pelas habilidades acumuladas. Quanto menos atribuir a si mesmo suas realizações, mais livre será para realizar e muito aparecerá em seu caminho. Quando nos apegamos às realizações e acreditamos que as conseguimos sozinhos abandonamos a paz e a gratidão à Fonte.

7. Deixe sua reputação de lado.
Sua reputação não está localizada em você. Ela reside na mente dos outros. Você não tem controle algum sobre isso. Ao falar para 30 pessoas, terá 30 imagens. Conectar-se com a intenção significa ouvir o coração e direcionar sua vida baseado no que a voz interior lhe diz. Esse é o seu propósito aqui. Ao preocupar-se demasiadamente em como está sendo visto pelos outros, mostra que seu eu está desconectado com a intenção e está sendo guiando pelas opiniões alheias. É o seu ego no controle. Você se desconecta da fonte de poder, convencido de que seu propósito é provar o quão poderoso e superior é. Desperdiça energia na tentativa de obter uma reputação maior entre outros egos. Guie-se sempre pela voz interior conectada e seja grato à Fonte. Atenha-se ao propósito, desapegue-se dos resultados e assuma a responsabilidade do que reside dentro de você: seu caráter. Como o título de um livro diz: O que você pensa não me diz respeito!

Sejamos felizes!

terça-feira, 24 de julho de 2012

O FUTURO,,, É A GENTE QUE FAZ.


Felicidade não é loteria. É fruto do trabalho, planejamento e capacidade de esperar
A ema é a maior ave do continente americano. A envergadura de suas asas pode alcançar um metro e meio e seu peso chega a atingir 36 quilos. Seu ninho tosco é feito numa depressão do terreno em campo aberto e, quase sempre, acolhe mais de 20 ovos. O casal se reveza na tarefa de chocar esses ovos.
Um fazendeiro adquiriu um casal de emas e cuidou dele com todo o capricho. Certo dia notou que existiam, dispersos, alguns ovos. Com cuidado, recolheu-os na fazenda, evitando que fossem devorados por predadores, esperando o momento certo para que fossem chocados. Os dias passaram, a fêmea não se interessou por eles e acabaram se estragando. Consultou um veterinário, que explicou o modo de agir dessas aves.
Quando a ema vai chocar seus ovos, primeiro põe, estrategicamente colocados, alguns ovos junto à área onde irá construir seu ninho. Esses ovos não serão chocados e, futuramente, servirão para o alimento de seus filhotes. Os ovos estragados atrairão centenas de moscas e outros insetos que servirão de alimento para os esfomeados filhotes. A cada dia rompem a casca de um ovo e com ele os pais darão aulas práticas sobre a maneira de sobreviver. E o veterinário concluiu a explicação quanto ao caso do fazendeiro: prevendo a falta de alimentos, a mamãe ema não chocou ovo algum.
Planejar é preparar o amanhã. Desde cedo a criança precisa aprender a arte de planejar. Elas devem ser orientadas, desde pequenas, a arrumar seus quartos, cuidar dos livros e lembrar onde deixaram suas coisas. Quando isso não acontece, teremos um adulto dependente e incapaz de tomar decisões corretas. Na vida há causas e consequências. O amanhã é preparado hoje. Todo o ganho supõe algum tipo de perda, e toda a perda pode originar um ganho.
Nem sempre a juventude aceita esperar. Querem ser felizes agora. E a felicidade não é loteria. É fruto do trabalho, do planejamento e da capacidade de esperar. A natureza nos ensina isso de muitas maneiras. Um pinheiro da floresta demora até 30 anos para tornar-se adulto, mas a aboboreira precisa de apenas algumas semanas para completar seu ciclo. A ema nos ensina a pensar no amanhã. E o futuro não é simplesmente um espaço que nos aguarda; nós o construímos.
Este futuro terá a dimensão de nossos sonhos. O milagre da vida é muito grande para ser ignorado. Não podemos contentar-nos com o mínimo necessário para marcar nosso lugar, mas devemos lutar pelo máximo possível. Sorte ou azar pode acontecer uma vez ou outra, mas a lógica da vida se impõe na maioria absoluta dos casos. Cada um é autor e executor de sua história, do seu projeto. Podemos optar pela lei do menor esforço ou assumir a dimensão do desafio. Não devemos ter a preocupação de superar os demais; devemos superar a nós mesmos. É a escolha entre a abóbora e o pinheiro.

ESTRATÉGIAS POLÍTICAS E NERO... TUDO A VER.

Para os recursos daqueles dias e daqueles tempos, a mídia do imperador era mais do que poderosa. Em poucos dias Roma inteira era informada do que ele quisesse e como ele quisesse.
Quando no ano 64 Nero incendiou Roma, havia muitas tramas no perigoso jogo do poder. Em Roma, imperadores eram mortos por qualquer “dá cá aquela palha”. Era só questão de conseguir aliados. Um incêndio daria fôlego político a Nero. A reconstrução, a solidariedade, os empregos, a honorabilidade e o orgulho romano, tudo o ajudaria a ficar no poder. Incendiar era fácil. As casas eram geminadas, próximas, havia muito pano e, além disso, não precisaria ser Roma inteira. Bastaria uns quarteirões chamativos.
Foi o que ele fez. Numa noite Roma ardeu em fogo. No dia seguinte e em menos de uma semana acharam os culpados: os seguidores de um bandido galileu rebelde crucificado, chamado Cristo, que em Jerusalém desafiara Roma trinta anos antes. Era vingança. Seus seguidores eram todos terroristas…
O historiador Tácito disse que nunca se poderia provar que a ordem partira de Nero, mas os rumores acusavam o palácio. O esperto imperador deu um jeito de desviar a atenção achando os culpados na oposição e fora do palácio. Morreram milhares, empalados, crucificados ou queimados.
É próprio de quem detém o poder roubar, matar, tramar e, já que também detém razoável parcela da mídia, jogar ao povo simples e satisfeito pão e circo. É próprio de quem corteja o trono pôr a culpa no ocupante.
Em nosso país, a cada dois anos, governo e oposição baixam o nível, um acusando o outro de desmandos. A isso chamam de campanha política. Precisam desacreditar quem fez, diminuindo o que fez e sentem necessidade imperiosa de demolir a pessoa e o partido que poderia ou ficar ou subir ao poder.
São todos neronianos. Lembram a estratégia do imperador romano corrupto que precisava sobreviver e não hesitou em crucificar os inocentes para salvar seu trono. Ontem, a mídia maldosa de Nero e dos opositores. Hoje, a mídia maldosa dos governistas e da oposição. Admitir o que houve de bom ou o que há de bom? Nunca! Candidato ao poder não pode ser honesto a ponto de elogiar o que o outro fez ou faz de bom. Foram treinados para atacar e atacam. É briga grande de hienas contra pitbulls…

RELACIONAMENTOS, COMO COMEÇAM?

Onde começam os bons relacionamentos? Temos a tendência de imaginar que esses dependem dos outros e a nós cabe esperar o melhor. No entanto, assim pouco ou nada acontece. Como o verdadeiro amor sempre começa por uma iniciativa e nunca no jogo de espera, assim também são os bons relacionamentos de proximidade, amizade e solidariedade.
Um dia vi um grupo de crianças brincando de roda. A professora ensinava que o jogo de roda mostra o verdadeiro jeito de aproximação. Quando cada criança dá um passo em frente todas se aproximam. Quando cada uma teima em ficar onde está a distância continua. Se umas dão o passo em frente e as outras não, rompe-se a roda criando a desarmonia. Assim acontece no mundo dos humanos relacionamentos. Cada pessoa é chamada a dar o primeiro passo.
Uma pessoa bem relacionada cria bons relacionamentos. Na vida, precisamos nos convencer que ninguém é melhor do que ninguém, mas todos somos menos sem o outro. Todos necessitamos de ajuda e podemos ajudar. Ninguém é tão pobre que nada tenha a oferecer e ninguém é tão rico que nada precise receber.
A vida de cada um de nós se enriquece ou se empobrece conforme nossos relacionamentos. Disto podemos deduzir que cada pessoa pode oferecer uma riqueza especial para os outros, quando souber se antecipar e oferecer o melhor de si. É mais fácil que alguém nos ofereça um sorriso se antes formos sorridentes. É mais garantida a saudação dos outros, se antes soubermos saudar. É mais provável a solidariedade dos outros para nós, quando soubermos ser solidários. “Pois, é dando que se recebe; perdoando que se é perdoado” (São Francisco). É amando que se é amado.
O jeito é não ficar esperando para que os bons relacionamentos venham a nós, mas aprendamos a sair de nós para que os outros entrem em nosso coração.


POLUIÇÃO E POBREZA FAZEM PARTE DA DEGRADAÇÃO DO PLANETA;

A questão ambiental é também uma questão social. A conclusão é da Royal Society, a mais conceituada academia científica do Reino Unido.
Em dois anos de pesquisas ela constatou que não basta falar em preservação ambiental, energias renováveis e desaquecimento global, sem tocar no tendão de Aquiles apontado pelo velho Marx no século 19: a desigualdade social.
Os países ricos e emergentes consomem excessivamente bens naturais, como água e energia. E o fazem através de processos extrativos que não levam em conta danos ambientais e efeitos sobre a população local, como é o caso da construção da usina de Belo Monte, no Brasil, ou o uso de energia nuclear mundo afora.
Aprendemos na escola que o nosso corpo reflete a composição do planeta: 70% de água. Da água do mundo, apenas 2,5% são potáveis. Dessa parcela, 69% estão congelados nos polos da Terra, e 30% que se acham sob o solo (aquíferos) são ainda inacessíveis à atual tecnologia. O resto – 140 mil quilômetros cúbicos – encontra-se em lagos, rios etc.
Um estadunidense consome 50 vezes mais água que um indiano. E 500 vezes mais energia. Assim como já se iniciou a guerra fria por alimentos, com o uso de poderosos mísseis como os transgênicos, em breve teremos a guerra pela água. Prevê-se que, em 2025, 1,8 bilhão de pessoas padecerão de escassez de água.
A carência de água deve-se sobretudo às mudanças climáticas. Devido ao consumismo, países desenvolvidos e emergentes – cerca de 20 ao todo - emitem 50 vezes mais gases estufa que países pobres. O uso excessivo de agrotóxicos provoca a erosão do solo e o desmatamento prolonga os períodos de estiagem, estimulando movimentos migratórios e acentuando a pobreza.
O planeta ganha, a cada ano, 80 milhões de pessoas, apesar da queda na taxa de fertilidade. Para o neoliberalismo, 80 milhões de consumistas (não confundir com consumidores) em potencial.
Entre 1960 e 2007 a fabricação de novos artefatos tecnológicos – cada vez mais descartáveis – quadruplicou a produção de cobre e chumbo, e aumentou em 77 vezes a exploração de minerais associados à alta tecnologia, como tântalo e nióbio.
A Rio+20, tanto na reunião dos chefes de Estado quanto na Cúpula dos Povos, deveria ter debatido como o consumismo desenfreado e a desigualdade de renda entre os povos afetam o equilíbrio ambiental. Considerar poluição e pobreza como fatores divorciados é adotar uma postura míope, equivocada, frente à degradação da Terra e a ameaça de escassez de seus recursos naturais.

DINHEIRO BRASILEIRO EM PARAÍSOS FISCAIS


Ricos brasileiros são os quartos no mundo em remessas a paraísos fiscais.Os super-ricos brasileiros detêm o equivalente a um terço do Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas produzidas do país em um ano, em contas em paraísos fiscais, livres de tributação. Trata-se da quarta maior quantia do mundo depositada nesta modalidade de conta bancária A informação foi revelada este este domingo por um estudo inédito, que pela primeira vez chegou a valores depositados nas chamadas contas offshore, sobre as quais as autoridades tributárias dos países não têm como cobrar impostos.O documento The Price of Offshore Revisited, escrito por James Henry, ex-economista-chefe da consultoria McKinsey, e encomendado pela Tax Justice Network, mostra que os super-ricos brasileiros somaram até 2010 cerca de US$ 520 bilhões (ou mais de R$ 1 trilhão) em paraísos fiscais.O estudo cruzou dados do Banco de Compensações Internacionais, do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial e de governos nacionais para chegar avalores considerados pelo autor Em 2010, o Produto Interno Bruto Brasileiro somou cerca de R$ 3,6 trilhões.


Quem envia
Segundo o diretor da Tax Justice Network, além dos acionistas de empresas dos setores exportadores de minerais (mineração e petróleo), os segmentos farmacêutico, de comunicações e de transportes estão entre os que mais remetem recursos para paraísos fiscais.
"As elites fazem muito barulho sobre os impostos cobrados delas, mas não gostam de pagar impostos", afirma Christensen. "No caso do Brasil, quando vejo os ricos brasileiros reclamando de impostos, só posso crer que estejam blefando. Porque eles remetem dinheiro para paraísos fiscais há muito tempo".
Chistensen afirma que no caso de México, Venezuela e Argentina, tratados bilaterais como o Nafta (tratado de livre comércio EUA-México) e a ação dos bancos americanos fizeram os valores escondidos no exterior subirem vertiginosamente desde os anos 70, embora "este seja um fenômeno de mais de meio século".

O diretor da Tax Justice Network destaca ainda que há enormes recursos de países africanos em contas offshore.

O SORRISO DE JAMES HOLMES


O ataque numa sala de cinema, que deixou 12 mortos e mais de 50 feridos na cidade de Aurora, subúrbio de Denver, nos EUA, é o mais recente capítulo de um sistema descrito pelo escritor mexicano Octavio Paz que “não pode senão provocar violentas rebeliões individuais”. As imagens de James Holmes mostram um jovem com feições de um adolescente norte-americano, sempre ostentando um sorriso no rosto. Paz também escreveu sobre esse tipo de sorriso que "nega a velhice e a morte, mas imobiliza a vida".  

QUE ESTÁ ESPERANDO? - REFLITA E AÇÃO.

Talvez, poucos minutos atrás, você estava refletindo sobre a tua vida, sobre uma frase lida, sobre uma fala de alguém.
Realmente, quais seres evolutivos, sabemos a importância que deve exercer a reflexão em nossas vidas.
Não raro, nos deparamos deitados em nosso leito, ou sentados contemplando o céu, ou ainda andando e sentindo a natureza e... refletindo.
No âmbito escolar é muito comum o exercício da reflexão: seja numa interpretação de texto, seja na análise de uma poesia ou na apreciação de uma peça de arte, seja um quadro ou uma escultura.
No ambiente empresarial a reflexão também é muito exercida: na elaboração de um orçamento, na previsão do semestre ou ano seguinte, na análise de resultados, na confecção de uma planilha de investimentos, etc.
Mas, a reflexão de nada vale se não for conduzida à ação ou à tua evolução.
Agora, agindo com grande sinceridade, quantas coisas que você determinou fazer, quantas maneiras que se propôs a agir, que não ficaram de lado beirando o esquecimento? Muitas, não? Pois é... como quer evoluir se tua reflexão não deixa de ser mera reflexão?
Perceba que a palavra reflexão possui conceitos diferentes diante de diferentes áreas, matérias ou disciplinas, mas todas conduzem ao mesmo ponto: ação. Veja:
Na psicologia: virtude onde o pensamento se volta para si com o objetivo implícito e explícito de examinar seus elementos e combinações.
Na filosofia: atenção aplicada às operações do entendimento, aos fenômenos da consciência e às próprias idéias.
Na administração: Consideração atenta de um assunto. Cálculo, raciocínio. Aplicação do entendimento e da razão.
No dicionário: ato ou efeito de refletir, prudência, juízo, tino, pensamento sério. Meditação.
O que está esperando? Reflita e Ação

JUVENTUDE RURAL ABANDONA O CAMPO


Cerca de 120 mil propriedades rurais gaúchas não têm sucessor definido
 A agricultura familiar, responsável por 70% da produção de alimentos que chegam às mesas do Brasil, está ficando sem sucessor. Há oito milhões de jovens de 15 a 29 anos que vivem no campo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Três milhões deles permanecem analfabetos”, alerta a secretária de Jovens Trabalhadores Rurais da Contag, Maria Elenice Anastácio.
A falta de herdeiros afeta o Rio Grande do Sul. O Estado possui 2.640.642 jovens, sendo que 336.026, o equivalente a 12,07% desse total, vivem no meio rural. Estimativas da Emater/RS apontam que mais de 30% das propriedades da agricultura familiar gaúcha não têm sucessor. Além disso, estudos da Universidade Federal do RS garantem que 54% dos rapazes e 74% das moças não pretendem ficar na atividade.
O cenário é desafiador. “Mulheres de 15 a 19 anos e homens de 20 a 24 anos têm optado por migrar para áreas urbanas”, disse a assistente técnica de juventude rural da Emater/RS, a psicopedagoga Vera Carvalho. “Em função disso, o campo está envelhecendo, pois não há sucessores nas propriedades”, enfatiza.
O esvaziamento rural preocupa toda a sociedade. “O desafio que se coloca aos gestores, movimentos sociais, sociedade civil, enfim a todos aqueles que sonham com um rural com gente, é somar esforços no sentido de encontrar alternativas eficientes que favoreçam a permanência do jovem no meio rural, produzindo alimentos saudáveis”, afirma a Vera.
“A sucessão rural não é apenas uma simples questão de responsabilidade familiar, restrita às relações de transmissão da propriedade da terra e herança”, opina Elenice. A dirigente afirma que a sucessão está relacionada com o direito de a juventude permanecer no campo, com garantia de acesso à terra, sustentabilidade ambiental, condições de trabalho decente e políticas públicas diferenciadas, sobretudo a educação.

SUICÍDIO ORTODOXO

A Espanha está sentenciada de morte pelos mercados.Sete meses depois de submeterem o país a uma terapia tóxica que esfarelou direitos trabalhistas, penalizou a infraestrutura, corroeu serviços públicos e abandonou 25% da população ao desemprego, obsequiosos ministros de Estado admitiam nesta 2ª feira: "A situação escapa à ação dos  governantes". O descontrole condensa-se em juros da ordem de 7,5% exigidos pelos investidores para financiar o Tesouro espanhol, refém de elevadas captações até o final do ano. A receita fiscal foi corroída pela endogamia entre recessão e 'austeridade', cujo objetivo era ganhar 'a confiança dos mercados', que agora deixam a despesa pública ao desamparo de taxas asfixiantes. A bola de neve joga a Espanha na sebosa ladeira da moratória, onde se encontram os despojos da Grécia, Portugal e Irlanda. Algo tardio, o ministro da Economia, Luis de Guindos, criticou a 'irracionalidade dos mercados', enquanto cedia -a exemplo da Itália-- ao pecado da regulação, proibindo operações especulativas em Bolsa. O velório espanhol confirma: não existe saída para a crise dentro do marco neoliberal; por tabela, fulmina quem equipara o suicídio ortodoxo ao 'novo normal' da história.

COLONO E MOTORISTA TEM SITUAÇÃO COMPLICADA

Duas das mais importantes categorias de trabalhadores, colono e motorista voltam a comemorar o dia a elas dedicado - 25 de julho. E neste ano com motivos adicionais.
O colono, identificado com a figura do agricultor familiar, segue rompendo limites de produção, ao ponto de ser o responsável por 70% dos alimentos que o brasileiro consome. E o motorista acaba de ter a profissão regulamentada, bandeira de décadas de luta.
Exercendo atividades que exigem aprimoramento, esforço e dedicação constantes, motorista e colono adotaram também um papel de complementaridade, ou de interdependência. O sucesso de um, muitas vezes, está atrelado ao do outro. Por melhor qualidade que tenha a fruta ou a hortaliça, ela vai para a vala do desperdício se não chegar ao mercado consumidor - e se não for vendida para gerar a receita que sustentará a família.
Apesar de indicadores positivos, colono e motorista estão envolvidos em situações complicadas. O produtor rural sente ameaçada a continuidade de seu trabalho pela falta de sucessores. Estão com o futuro incerto dezenas de milhares de propriedades gaúchas.
Já o motorista de caminhão, que festejou a regulamentação da profissão, vive realidade cercada de dúvidas e preocupação. Típico de leis criadas em gabinetes, o texto que deveria estar vigorando carrega pelo menos um item cujo cumprimento é impossível. O sonhado descanso de 11 horas por dia se tornou inviável porque não há infraestrutura para o caminhoneiro parar.
A legislação dos motoristas precisa ser adequada, com bom senso, para produzir os benefícios esperados pela categoria. E a atividade rural merece melhor atenção, com programas que mantenham o jovem no campo, garantindo ao adulto de amanhã qualidade de vida e perspectivas de crescimento. É o mínimo que governantes podem fazer por essas classes de trabalhadores.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

A CURA


Cura física e cura espiritual.
A cura espiritual é feita, obviamente por meios espirituais: seja por uma palavra, por um cântico ou louvor, por um agir muito particular de DEUS. Afinal, todos nós possuímos deficiências espirituais, sejam elas uma dose desequilibrada de amor, falta de compaixão, necessidade de autodomínio, dificuldade para sentir e entender DEUS, entre outras.
Agora, a cura física não é e não tem sido tratada somente fisicamente através de profissionais habilitados da medicina. Ela também tem sido feita espiritualmente. Fortes correntes religiosas embasam sua fé nisso.Vemos o caso, por exemplo, do Pentecostalismo (uma vertente do Protestantismo) e sua descendência. Eles atribuem muitas curas a DEUS e não raro, em suas pregações enfatizam isso, entendendo que o homem ou mulher de fé podem ser habilitados a curar, sendo usados quais canais de DEUS para isso, tendo como mediação, Jesus.Temos, não muito longe dessa linha, o Catolicismo que também acredita na cura Divina ou espiritual. No entanto, se diferem no sentido de creditar às curas aos santos ou a homens e mulheres de fé já mortos (que poderão ou não serem beatificados). Tais curas também são bastante difundidas pelos meios de comunicação e é evidenciada pela quantidade de devotos que regularmente se dirigem a uma igreja ou local sacro para agradecimentos.Numa linha diferente das citadas, há o espiritismo que entende que homens ou mulheres podem ser usados quais canais de espíritos (mediunidade) e uma vez que tais espíritos sejam de médicos falecidos ou de pessoas ligadas à saúde, estes podem utilizar-se de tais médiuns para a realização de curas, estas envolvendo inclusive a utilização de materiais cirúrgicos quando necessário.Isso sem citar o Xamanismo (de sua forma mais primitiva à mais atual), o Reiki, Johrei, entre tantos outros, que também promovem a cura.
O Veronismo também acredita na cura. Porém, entende que a cura é possível pelo ato da fé. Fé e entrega do canal emissor e fé e entrega do canal receptor. Segundo o Veronismo, todos possuem a habilidade da cura (inclusive para a auto-cura), no entanto para alguns seres esse processo é mais latente e de fácil execução, para outros, exige-se mais exercício e dedicação. Mas, existem algumas limitações: acredita-se que a cura é possível desde que sob ela esteja algum forte aprendizado espiritual que eleve ambos os canais (emissor e receptor) ou que a patologia existente seja advinda de alguma deficiência espiritual ou emocional (relação essa última que inclusive a medicina comprova).
E você? O que acha?

NÃO PERCA O FOCO


Olhar para frente. Fazer o que tem de ser feito. Seguir um caminho. Terminar o que começou. Manter-se no rumo. Para muitos, como isso é difícil! Uma tarefa árdua, nem sempre bem-sucedida.
Muitas são as causas para que desviemos nossa atenção: algumas intencionais, outras não, algumas vindas de fora, outras criadas por nós mesmos. Mas, é importante, essencialmente, que tomemos consciência disso. Afinal, ter esse senso autocrítico, permitirá que mantenhamos os nossos sentidos alertas para a correção desse “desvio”.
Já ouviu a frase: “Lutar contra o próprio corpo”? Pois é, precisamos de autodisciplina. É necessário determinação e vigilância constante. Por exemplo, ao pegar um livro, estipule metas alcançáveis de leitura para que consiga ver, de forma rápida, os resultados gerados. Comece com 02 páginas diárias e aumente gradativamente a quantidade ou a periodicidade à medida que você vai obtendo sucesso. Ou podemos citar uma tarefa qualquer, seja de trabalho, de casa, ou da universidade: mantenha os teus sentidos para o cumprimento ou finalização da tarefa, não se distraindo com conversas fúteis, internet ou televisão. Mantenha horários pontuais para a administração de tuas rotinas diárias, inicialmente de uma forma sistemática, rígida, até que você condicione a tua mente e teu corpo para que consiga dar conta, eficazmente, de teus afazeres de uma forma muito mais livre e natural.
Se cobre. Faça uma avaliação constante de como está tua evolução. Essa constância pode ser diária ou até em menores intervalos. Isso fará com que tua atenção se mantenha concentrada em teus objetivos

VALORIZAÇÃO DO SER HUMANO E O PIB


“O mundo está em um movimento de reavaliar o indicador de progresso.” A afirmação é da antropóloga Susan Andrews, coordenadora do conceito da Felicidade Interna Bruta (FIB) no Brasil, que participou de evento paralelo à Rio+20 que discutiu o estabelecimento de um novo modelo de sociedade. Para ela, “um indicador abrangente deve incluir três elementos: sustentabilidade, economia e felicidade. Deve valorizar mais o ser humano”, reforça.
Susan citou os exemplos dos Estados Unidos e da China, cujos PIB subiram, “mas a felicidade baixou”. A economista ressaltou que em vários países do mundo, o PIB está crescendo. Em contrapartida, o grau de felicidade das populações está diminuindo. “Para que serve o PIB então, se as populações estão menos felizes, além do fato de que estamos destruindo o planeta?”, indagou.
Não foi desta vez que os líderes globais aceitaram um novo indicador. Mesmo assim, segundo Susan, o FIB já está sendo aplicado em níveis distrital e local em vários países, entre os quais o Brasil, em um movimento que, talvez, comece a ganhar intensidade “de baixo para cima”. (Com informações da Agência Brasil)

UM POUCO DE ATENÇÃO


Três décadas atrás, lideranças rurais da Serra gaúcha corriam ziguezagueando, esquivando-se de rigoroso esquema de segurança, para entregar carta reivindicatória dos viticultores. Entre os pedidos, mais fiscalização interna e nas fronteiras, menos impostos e medidas para elevar o consumo de vinho.
Na semana passada, produtores de vinho comum entregaram documento ao ministro do Desenvolvimento Agrário, Gilberto Pepe Vargas. Eles solicitam desoneração tributária, ações para aumentar o consumo per capita de vinho no Brasil e um sistema diferenciado de arrecadação de tributos para pequenas vinícolas.
O atual titular do MDA era um líder estudantil quando, em 1981, sindicalistas faziam peripécias e desafiavam a truculência de seguranças para chegar a um assessor do ministro da Agricultura ou do presidente da República. Essas lembranças revelam que nem com a volta da democracia, com a alternância ideológica nos governos eleitos, com a passagem de pelo menos um terço de uma vida humana essa categoria conseguiu o atendimento a questões básicas. O pouco que foi feito, com a destinação de recursos para programas especiais, como o Fundovitis, é insuficiente.
Os números atuais são muito preocupantes. Nos últimos cinco anos quase dobrou a produção gaúcha de uvas comuns, as vendas de vinhos encolheram 6,5% e os estoques não pararam de subir. Viticultores são obrigados a vender o vinho de mesa por valor inferior ao preço de custo, prática suicida em qualquer segmento econômico - tanto que dezenas de cantinas já fecharam as portas.
Muitos dos que sofrem hoje são os mesmos que há 30, 40 anos pedem ajuda para continuar produzindo na área rural com um pouco de dignidade. Não querem as bilionárias somas que já beneficiaram bancos. Precisam do mínimo, que pode começar pelo estímulo, mas que tem de avançar com ações concretas e urgentes.

CALCÁRIO É NECESSÁRIO PARA PRODUZIR GRÃOS


Destaque mundial na produção de grãos, o Brasil é apontado como principal celeiro para alimentar uma população mundial estimada em nove bilhões de pessoas em 2050. A abertura de fronteiras agrícolas e a descoberta de novas tecnologias para atender essa demanda está diretamente ligada à correção do solo, mais especificamente ao calcário. “Sem calcário nós não seríamos ninguém na agricultura”, afirma o pesquisador da Embrapa, João Kluthcouski.
A utilização de calcário tem dois objetivos. O primeiro: suprimento de cálcio e magnésio. O segundo: correção de acidez do solo. “O calcário é uma absoluta necessidade para produzir grãos”, completa. O produto extraído das jazidas ajuda a corrigir o solo, tornando-o mais permeável, e melhora a absorção dos nutrientes pelas plantas, principalmente a soja e o milho. “O solo brasileiro é dependente do calcário e não se consegue produzir sem o insumo”, afirma Vitor Hugo Johnson, presidente do Sindicato das Indústrias de Extração de Mármores, Calcário e Pedreiras do Paraná (Sindemcap).
Entretanto, a calagem não está presente no dia a dia dos produtores como devia, e isso impede que a produção seja maior. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (Abracal), Oscar Alberto Raabe, para uma correção ideal do solo, o Brasil deveria consumir em média 63 milhões de toneladas de calcário por ano, mas em 2011 usou apenas 30 milhões.
“Um produtor que coloca uma tonelada de adubo deveria colocar 2,5 toneladas de calcário para atender o nível estável de correção de solo e de produtividade, mas a realidade é outra: a proporção usada é geralmente uma porção de fertilizante para uma de calcário”, comenta Raabe.
Desperdício - Raabe ainda enfatiza que se a quantidade ideal estimada fosse usada, a agricultura brasileira aumentaria em 65% na produção de grãos. Nas condições de solo do país hoje, no mínimo 30% do fertilizante não são aproveitados pela planta por causa da acidez. “Pelo menos 30% de 30 milhões de toneladas resulta em cerca de 9 milhões de toneladas de fertilizantes postas fora. Essas toneladas de adubo que não são utilizadas, a um preço médio de R$ 1.000/tonelada, são R$ 9 bilhões que são desperdiçados por não ser feita correção adequada de solos”, estima.
Para o presidente da Abracal, o baixo consumo do calcário no país se deve a falta de conhecimento do produtor e um incentivo maior por parte do governo. “Os 50% que deveriam ser usados, e não são, precisam é de divulgação”, pontua. Ele lembra que é um produto essencialmente nacional, com uma relação custo-benefício alta e com comprovado aumento de produtividade.
A aplicação do calcário varia de região para região. No Sul do país, por exemplo, a aplicação recomendada é de seis em seis mesesaté dois meses antes do plantio. “A demanda atual se mantém forte até agosto, quando tradicionalmente ocorre o pico do consumo”, conclui Raabe.

LIXO


Fomos acostumados a associar o lixo à sujeira, imundice, a restos. Por isso, os brasileiros maltratam os resíduos sólidos. A quantidade de resíduos gerados no Brasil totalizou 61,9 milhões de toneladas, no ano passado, 1,8% a mais do que em 2010, de acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos, lançado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
Do total coletado, 42% do lixo acabam em local inadequado. “O aumento de resíduos sólidos de 2010 para 2011 foi duas vezes maior do que o crescimento da população, de 0,9% no período”, observa diretor executivo da Abrelpe, Carlos Silva Filho. “Se continuarmos nessa curva ascendente e não conseguirmos, de alguma forma, adotar ações adequadas para conter essa geração, certamente, em médio prazo, nossos sistemas de gestão de resíduos entrarão em colapso”, alerta.
Cobertura - O estudo mostra ainda que, em 2011, foram coletados 55,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos, o que resulta em uma cobertura de 90%. “Cerca de 10% de tudo o que é gerado acabam em terrenos baldios, córregos, lagos e praças. Nós vemos que esse problema é recorrente em praticamente todas as cidades do país”, disse Silva Filho.
Da quantidade coletada, o Sudeste responde por 53% e o Nordeste por 22%. Nessas duas regiões estão concentrados 75% de todo o lixo do território nacional. Segundo o Panorama, 42% dos resíduos foram destinados em locais inadequados como lixões e aterros controlados. Silva Filho considera a segunda opção inadequada porque, do ponto de vista ambiental, têm o mesmo impacto negativo que os lixões. Para ele, o aterro controlado não protege o meio ambiente como um aterro sanitário.
De acordo com a publicação, a quantidade de lixo levada para aterros sanitários pode ter sido maior em porcentagem, mas ao analisar a quantidade nota-se que em 2011 a situação piorou. “Em 2010 o volume de destinação inadequada foi de 22,9 milhões de toneladas contra 23,2 milhões de toneladas em 2011”, disse.
O Panorama indica ainda que dos 5.565 municípios, 58,6% do total afirmaram ter iniciativas de coleta seletiva, o que significa um aumento de 1% em comparação ao ano anterior. Com relação à coleta de lixo hospitalar, os municípios coletaram e destinaram 237,6 mil toneladas de resíduos de saúde, das quais 40% têm destino inadequado. “Dessa porcentagem temos 12% indo para lixão, sendo depositados sobre o solo sem tratamento prévio, não só contaminando o meio ambiente, mas trazendo risco muito grave para as pessoas que tiram seu sustento desses lixões”, conclui.

O ADEUS DE GEORGE


Mais um animal extinto! O solitário George, uma tartaruga gigante, considerada a última de sua subespécie (Chelonoidis nigra abingdoni), morreu recentemente na Ilha de Pinta, arquipélago de Galápagos, na costa do Equador. 
Estima-se que George tinha entre 100 e 120 anos. Sua carapaça media mais de um metro e o peso chegava a 98,6 quilos. Ambientalistas tentaram, por décadas, fazer com que a tartaruga se reproduzisse com fêmeas das ilhas, o que evitaria a extinção da espécie, mas não obtiveram sucesso.
No século XIX, os quelônios de Galápagos foram alvo de caçadores, que desejavam sua carne exótica, o que deu início ao processo de extinção dos animais. A subespécie de George foi descrita pela primeira vez em 1972, por uma cientista húngara. Sem ter gerado crias e na falta de outro indivíduo conhecido, George foi considerado o animal mais raro do mundo, e o mais ilustre morador de Galápagos.
Em homenagem a George, o Parque Nacional Galápagos já anunciou que promoverá um seminário internacional, ainda este mês, para elaborar uma estratégia de manejo das populações de tartarugas nos próximos dez anos.
Galápagos fica no Oceano Pacífico, a mil quilômetros a oeste da costa do Equador. Treze grandes ilhas e outras menores, de origem vulcânica, formam o arquipélago, que é considerado o maior laboratório “vivo” de biologia. Muitos animais habitam Galápagos, mas as tartarugas gigantes são a principal atração.

24% DOS BRASILEIRO0S TEM ALGUM TIPO DE DEFICIÊNCIA

Um em cada quatro brasileiros tem pelo menos um tipo de deficiência visual, auditiva, motora ou intelectual. São afetados 46 milhões, ou 24% dos 190 milhões de habitantes do país. Os dados foram apurados pelo IBGE, no Censo 2010, e divulgados na sexta 29.
A metodologia da pesquisa foi baseada na seguinte pergunta: “você tem dificuldade de...?”. A partir deste questionamento foi feita a captação da possível deficiência dos entrevistados e o respectivo grau de severidade. Não entraram na conta, por exemplo, quem usa óculos para ler um livro ou dirigir, ou se, pelas facilidades tecnológicas, não se considera um deficiente.
A deficiência visual foi a mais citada: 18,8% dos brasileiros têm dificuldade para enxergar ou são cegos. Os deficientes auditivos correspondem a 5%, os motores são 7% e mentais, 1,4%.

ATLETAS DE FIM DE SEMANA

Fazer exercícios físicos uma vez por semana pode ser um problema para a saúde. De acordo com especialistas de unidades vinculadas ao Ministério da Saúde, os atletas de fim de semana - aqueles que praticam alguma atividade física, como o futebol, no sábado ou no domingo - correm mais risco de sofrer lesão muscular ou problemas cardíacos.
O ortopedista do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO) José Inácio Salles destaca alguns dos perigos deste hábito. “As pessoas que jogam futebol nos finais de semana e não fazem exercícios regularmente correm mais risco de se machucar, de ter tendinite, artrose, ou, até mesmo, uma torção de joelho. Exercício físico uma vez por semana é risco sempre”, explica o ortopedista.
Além das contusões musculares, os atletas de fim de semana podem sofrer problemas do coração, segundo o cardiologista Justo Leivas, de Porto Alegre (RS). “Quem submete o organismo a uma carga muito grande de exercício pode sofrer algum problema cardiológico, como um infarto, arritmias graves ou, até mesmo, ter uma morte súbita”, alertou Leivas.
O cardiologista também defende a prática de exercícios regulares, cinco vezes por semana. Se isso não for possível, ele aconselha que a atividade física seja realizada, no mínimo, três vezes por semana. Neste caso, na sua opinião, o ideal é a prática em dias alternados, ou seja, não adianta malhar três dias seguidos e passar quatro sem fazer nada. Os médicos também aconselham colocar atividade física na rotina diária: usar a escada em vez do elevador, descer do ônibus algumas quadras antes para dar uma caminhada, ir a pé à padaria do bairro etc.
Moderação - Em geral, os médicos não aprovam a prática de esportes concentrada em apenas um dia. Mas, se essa é a única opção que a pessoa tem, alguns cuidados podem evitar danos. Entre ficar parado e praticar exercícios físicos apenas nos dias de lazer, a orientação é se exercitar. O cuidado, então, é praticá-los de forma moderada. Os problemas ocorrem quando a pessoa não respeita os limites de seu corpo, empregando um esforço exagerado. Nesse caso, as chances de surgirem lesões, crises de hipertensão, desidratação e até o popular mal súbito são bem maiores.
As regras básicas, para qualquer atleta, regular ou de fim de semana, são aquecer-se antes de iniciar a prática esportiva; fazer alongamento antes e depois da atividade; usar roupas, calçados e equipamentos adequados; ingerir água; não exercitar-se de estômago vazio nem sobrecarregado; evitar os horários de maior incidência dos raios solares e usar protetor solar em atividades ao ar livre.

A PRINCIPAL VÍTIMA É O PREMATURO


Campanha defende a imunização de bebês contra vírus respiratório
 “Prematuro Imunizado é Prematuro Protegido.” Este é o slogan da campanha promovida pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) com o objetivo de alertar médicos, pais e cuidadores sobre a importância de imunizar bebês prematuros contra vírus aéreos diversos, em especial o VSR (Vírus Sincicial Respiratório). O período de maior incidência do vírus vai de abril a setembro.
Pouco conhecido, o VSR acomete as vias respiratórias, com elevada incidência no inverno. Segundo a Organização Mundial da Saúde, ele é responsável por 64 milhões de infecções anualmente no mundo e cerca de 160 mil mortes anuais. As taxas de hospitalização de crianças no primeiro ano de vida, com bronquiolite por VSR, são altas. Estudos apontam o vírus em cerca de 60% a 70% das hospitalizações de menores de um ano por males respiratórios.
Segundo o médico Renato Kfouri, neonatologista e presidente da SBIm, a infecção por VSR pode se manifestar de formas variadas, predominando o comprometimento da vias aéreas inferiores (pulmões) com bronquiolite, pneumonias e chiados nos bebês mais jovens, e infecções de vias aéreas superiores (nariz e garganta), semelhantes a um resfriado comum, em crianças maiores, adolescentes e adultos.
“O VSR é o maior causador de infecções respiratórias nesse período e o principal responsável pela hospitalização de bebês prematuros no primeiro ano de vida”, afirma. Daí a importância de se prevenir. A imunização é importante especialmente para os nascidos prematuramente. No Brasil, sete em cada 100 bebês nascem antes de completar o período ideal de 37 a 40 semanas dentro do ventre materno. Como só nos últimos meses gestacionais o bebê completa o desenvolvimento do sistema imunológico (de defesa) e respiratório, as infecções podem acometer de maneira mais grave estes bebês. Aproximadamente 15% dos prematuros são hospitalizados em decorrência de infecções causadas pelo VSR. “Ao lado do aleitamento materno e da não exposição ao tabaco, a imunização é parte fundamental no controle e redução de doenças respiratórias”, alerta Kfouri.

CRIANÇAS À ESPERA DE UMA FAMÍLIA


Os abrigos que acolhem crianças e adolescentes no país estão cheios, mas ainda assim famílias esperam anos na fila para adotar um filho. A demora nos processos de destituição do poder familiar, em que os pais perdem a guarda e a criança pode ser encaminhada à adoção, explica em parte esse fenômeno. Outro motivo é a discrepância entre o perfil das crianças disponíveis e as expectativas das famílias.
A maior parte dos pretendentes procura crianças pequenas, da cor branca e sem irmãos. Dos 28 mil candidatos a pais incluídos no Cadastro Nacional de Adoção, 35,2% aceitam apenas crianças brancas e 58,7% buscam alguma com até três anos. Enquanto isso, nas instituições de acolhimento, mais de 75% dos 5 mil abrigados têm entre 10 e 17 anos, faixa etária que apenas 1,31% dos candidatos está disposto a aceitar.
Uma barreira ainda mais difícil de ser superada é a adoção de irmãos. Apenas 18% aceitam acolher irmãos. Em contrapartida, 35% dos meninos e meninas cadastrados têm irmãos. A lei determina que, caso a criança ou adolescente tenha irmãos também disponíveis para adoção, o grupo não deve ser separado, aceitando-se o rompimento apenas em casos excepcionais, que são avaliados pela Vara da Infância.
Ainda há outros entraves para que um menor seja adotado, entre eles a presença de algum tipo de deficiência física ou doença grave, condição que atinge 22% dos incluídos no cadastro. Bianca*, sete meses, é um exemplo. Ela foi acolhida em uma instituição logo depois de nascer, o que facilitaria a adoção, mas a menina tem paralisia cerebral. A mãe biológica, usuária de crack, tentou fazer um aborto e a menina ficou com sequelas. Os médicos que acompanham o tratamento de Bianca, no Hospital Sarah, em Brasília, estão animados com a sua evolução, segundo a assistente social Renata Cardoso. “Mas a gente sabe que no caso dela a adoção vai ser difícil”, lamenta. (Com informações da Agência Brasil)

sexta-feira, 13 de julho de 2012

MÃOS CHEIAS DE PERFUME


Os gênios da lâmpada encantada fazem parte da literatura universal. Tradicionalmente, o gênio oferece a possibilidade de três pedidos, três desejos, que imediatamente se realizam. E nem sempre os pedidos são os mais inteligentes. A lenda das Mil e Uma Noites oferece muitas alternativas, mas sem esgotar as possibilidades.
Três amigos, reunidos numa casa, tiveram a visita do gênio, com sua lâmpada. Este, simplesmente, deu um buquê de rosas a cada um e desapareceu. Um pouco decepcionados, partiram para suas casas. Eles não haviam entendido o presente. Um dos amigos era muito generoso, o outro era ingrato e o terceiro conformado.
Aborrecido, o ingrato jogou suas rosas na lixeira. O outro, o conformado, levou
as rosas para sua casa e as colocou num vaso. O terceiro personagem, feliz pelo presente recebido, começou a distribuir suas rosas. Quanto mais distribuía, mais rosas
apareciam em seus braços. No dia seguinte, os três amigos reuniram-se para comentar o assunto. Novamente o gênio aparece e determina: as rosas que vocês receberam
se transformem em ouro!
O ingrato correu para a lixeira, mas esta já havia sido esvaziada. O conformado voltou para casa e encontrou seu vaso com rosas
de ouro, mas o generoso viu sua casa cheia
de rosas na mesa, sobre o armário, no
quarto... em toda a parte havia ouro.
Mais ainda, seus amigos e amigas, felizes, vinham agradecer a rosa de ouro.
Esta rosa tem muitos nomes, em nossa vida. É o amor, a generosidade, a amizade, a solidariedade, a família, a comunidade, a partilha, a prece. Quanto mais damos, mais recebemos em troca. Mas existe também o lado contrário. É aquele que joga seus dons – as rosas – na lixeira. Nada reparte e nada recebe de volta. Uma canção religiosa lembra: fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas.
Nenhum gênio virá satisfazer nossos desejos. É a vida que nos oferece mil possibilidades. Ela não nos dá o ouro, mas a possibilidade de consegui-lo. Ela não nos dá os frutos maduros, mas as sementes que irão produzir os frutos desejados. Os dons que recebemos não são nossos, mas emprestados, para serem colocados a serviço de todos. E o Evangelho fala do senhor, que ao viajar, distribuiu seus talentos de ouro aos empregados. Dois deles os multiplicaram, mas um deles – servo mau e preguiçoso – enterrou o talento (Mt 25,26). É a atitude egoísta e ingrata. São as rosas jogadas na lixeira.
O Evangelho fala da pobre viúva, que quase nada possuía, mas soube dar tudo o que tinha e por isso foi justificada pelo próprio Jesus: ela deu mais do que os outros. Ela multiplicou a rosa de sua generosidade.
E suas mãos ficaram cheias de perfume.

GOTAS DE OTIMISMO


Lembro a narrativa de uma experiência singular, fruto amargo de uma péssima convivência que se transforma em doce relacionamento. Uma vez havia uma nora intrigada com a sogra e uma sogra amargurada com a nora pelos maus tratos. O clima foi se tornando sempre mais insuportável, a ponto de a nora procurar um especialista que lhe indicasse umas gotinhas para matar lentamente a sogra.
O sábio especialista, muito humano e inteligente, se prontificou a ajudar no suposto homicídio lento. Passou para a nora um frasco de um produto fatal que ela deveria dar, em gotas, para a sogra detestada. Porém recomendou que, ao dar as gotas, ela procurasse agradá-la de todas as formas e tratá-la com muito carinho. Assim, após o tempo previsto para a morte, ninguém desconfiaria de seu crime.
Uma vez iniciado o processo homicida, entre as duas começou a se formar um clima bom, tranquilo e amável. Foram terminando as intrigas e ofensas mútuas e começou a nascer uma relação amistosa e saudável. Na medida em que o tempo ia passando tudo ia mudando. A casa não era mais o espaço dos ranços, mas de jovialidade e ternura.
O tempo previsto para o desfecho do homicídio vinha se aproximando. A amizade entre nora e sogra ia aumentando, a ponto de todos ficarem encantados com a mudança. A nora começou a ficar apavorada pelo risco de perder uma amizade redimida. Então, foi correndo ao especialista para ver se havia possibilidade de reverter o processo de morte de sua sogra. O sábio sorriu e disse não ter problema, pois ele havia dado um frasco de água, como se fossem gotas de veneno, para provocar uma nova convivência entre as duas. No final da história, o que era tempestade virou bonança, o que era ameaça de morte se tornara um agradável convívio e o veneno imaginado se tornou remédio.
O outro, ou a outra, é o que eu faço dele ou dela. A forma como trato os outros pode criar inimigos ou amigos para sempre.
O clima é sempre um elemento determinante para que a semente germine, cresça e produza frutos. O clima garante a vida ou a morte da natureza. Em clima prolongadamente seco desponta o deserto. Em clima excessivamente frio tudo se paralisa. Em clima de intenso calor o trabalho não flui e até a respiração se ressente. Todos desejamos um clima ideal.
Assim também acontece na vida e na convivência humana. Em clima tenso e opressivo ninguém se sente livre e tranquilo. Em clima de diálogo e alegria, há passagem serena para se transitar. Em clima de respeito e amor, de atenção e cuidado, a vida familiar germina, a casa atrai e aproxima, as pessoas se fortalecem e se lançam para qualquer direção, sem medo de cair na solidão.
Enfim, as gotinhas de otimismo e bom trato, de atenção e cordialidade podem redimir as mais complicadas relações, transformando o que parece ser um inferno em céu de agradável amor. Nunca é demais lembrar que tudo o que é bom, justo e agradável tem o seu preço. É melhor pagá-lo com o amor do que aprisionar-nos num labirinto de morte.


                                                                           

QUAL É O SEXO DE DEUS?


Deus não é nem masculino nem feminino. É uma pena que tenhamos que dizer isso, mas dizê-lo é preciso. Por causa dos limites intelectuais e da falta de uma reflexão mais profunda, muitos pregadores falam de um Deus masculino e Deus não é masculino. Muitos agora falam de um Deus feminino e Deus não é feminino. Ele é mais do que masculino e mais do que feminino, porque o masculino, embora seja uma qualidade, é também um limite e Deus não tem limites. O feminino, embora seja uma qualidade, é também um limite e Deus não aceita limites.
Dar a Deus um gênero que se assemelhe ao masculino é limitar Deus. Dar a Ele o gênero feminino é também limitá-lo. Por isso não podemos dizer apenas que Deus é pai e não podemos dizer apenas que ele é mãe. Talvez seja por isso que algumas pessoas estejam buscando melhores expressões, estejam dizendo que Deus é Pai e Mãe, mas isso ainda não define Deus.
Nossa mente, por ser limitada, toda vez que pensa em Deus dá-lhe atributos masculinos; em outros povos, recebe atributos femininos. Mas Deus não é nem neutro, nem masculino, nem feminino. Ele não se parece com nada do que nós conhecemos, por isso é que ele é Ele mesmo. Se pudéssemos resumir esta questão, talvez acertaríamos melhor ao dizer: Deus é Deus. Assim não correríamos o risco de dizer que Deus é Ele ou que Deus é Ela. De qualquer forma, quem quer anunciar Deus tome cuidado para não anunciar um Deus excessivamente masculino ou feminino. Anuncie um Deus diferente de tudo o que conhecemos, porque é isso que Ele é.

RIO + 20 UM FRACASSO

Terminou em fracasso a Conferência da ONU para o Desenvolvimento Sustentável. Foram gastos US$ 150 milhões para promovê-la. Dinheiro jogado fora. Teria sido melhor utilizado na preservação de florestas.
O documento final, aprovado por 193 países, é pífio. Como nenhum país, sobretudo os mais ricos, queria se comprometer com medidas a curto prazo, o texto sofreu tantos cortes, para não desagradar a ninguém, que desagradou até mesmo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon – que depois, pressionado pelo Brasil, voltou atrás e defendeu o documento, que não levou em conta as sugestões da sociedade civil.
Nada de concreto foi decidido, todos os compromissos pela sustentabilidade ficaram para depois... Acordou-se que, no ano que vem, serão definidos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Em 2014, a resolução de onde virão os recursos para financiá-los. E a partir de 2015 devem ser implementados.
O evento se equipara à crônica de uma morte anunciada. Os líderes dos países ricos viraram as costas à Rio+20. Obama não veio. E ainda teve o descaramento de enviar sua Secretária de Estado, Hillary Clinton, apenas no último dia, quando tudo já estava debatido e aprovado.
Em discurso inócuo, ela anunciou que os EUA destinarão US$ 20 milhões de dólares à proteção ambiental de países da África. Uma esmola, sobretudo considerando que os EUA figuram, ao lado da China, como principal culpado pela degradação da natureza.
O que a Rio-92 representou de avanço, a Rio+20 representa de retrocesso. Em 1992 foram aprovadas a Carta da Terra, a Agenda 21 e três importantes convenções: biodiversidade, desertificação e mudanças climáticas. A partir de então, muitos países criaram ministérios do meio ambiente.
O entusiasmo durou dez anos. Em 2002, na Conferência de Johannesburgo, os governos se recusaram a prestar contas do que haviam acordado no Rio. Já tinham constatado que não há compatibilidade entre preservação ambiental e modelo de desenvolvimento – predador e excludente - centrado na acumulação privada do capital. Tivemos então dez anos (2002-2012) de conversa fiada.
A Rio+20 propôs aos governos, via G-77 (grupo dos países menos desenvolvidos), criarem um fundo de US$ 30 bilhões para financiar iniciativas de sustentabilidade em seus países. A proposta não foi aprovada. Ninguém mexeu no bolso. Isso uma semana depois de o G-20, no México, destinar US$ 456 bilhões para tentar sanar a crise na zona do euro.
Não falta dinheiro para salvar bancos. Para salvar a humanidade e a natureza, nem um tostão. Os donos do mundo e do dinheiro vivem na ilusão de que a nave espacial chamada Planeta Terra possui, como os voos internacionais, primeira classe e classe executiva.
O fato é que os governos, com raras exceções, não estão interessados em investir na sustentabilidade. Isso depende de um esforço a médio e longo prazos. E governos buscam resultados propagáveis nas próximas eleições.
Sustentabilidade é como saneamento. Segundo o Ministério das Cidades, 57% da população brasileira não têm esgoto coletado. Como esgoto passa por debaixo do solo, nossos políticos dão as costas, interessados no que traz visibilidade.
Os governos querem desenvolvimento entendido como multiplicação do capital. Nada de proteger a biodiversidade.
A voracidade do capital venceu na Rio+20. Hoje, 7 bilhões de pessoas sobrevivem consumindo um planeta e meio. Em breve, chegaremos a dois planetas. Como os recursos naturais são limitados, as gerações futuras correm o sério risco de padecerem a carência de bens essenciais, como água e alimentos.
A chuva que caiu sobre o Rio durante o evento era como lágrimas de Gaia que, com certeza, tinha esperança de que a Rio+20 a livrasse do estupro que sofre em mãos de quem procura apenas tirar proveito dela, indiferente aos direitos das gerações futuras.
Valeu estar ali e participar da Cúpula dos Povos, onde povos indígenas se misturavam com ambientalistas, jovens e crianças, para preservar ao menos a esperança de que vale a pena lutar por um outro mundo possível e sustentável.

O CRIME VENCEU.


Que o brasileiro sente medo, efeito dos elevados e crescentes índices de violência, ninguém jamais duvidou. Mas os dados apurados pela pesquisa do Sistema de Indicadores de Percepção Social (Sips) vão além das projeções mais realistas e coerentes. Mais de 60% dos entrevistados revelaram sentir muito medo de assalto à mão armada, assassinato e arrombamento de residência.
Além desse temor generalizado, o levantamento realizado com pessoas de todas as regiões do país mostra falta de confiança nas polícias, em especial na Civil e na Militar. Somente a Polícia Federal teve índice superior a 10% na resposta ‘confia muito’.
Se o brasileiro está com medo e não tem confiança em quem deveria dar-lhe proteção, significa que ele está vivendo em total insegurança e sem perspectivas de que o atual cenário possa mudar sequer a médio prazo. Talvez isso explique um pouco melhor os altos muros, as cercas eletrificadas e os guardas particulares ao redor de residências e condomínios. Não passam de uma tentativa desesperada de obter segurança. Verdadeiros bunkers servem apenas como vitrine para a sensação de tranquilidade que se dilui a cada nova estatística.
Isso vale para as cidades e o campo, com a diferença de que quanto mais se penetrar no interior menor será a presença de policiais. E se na cidade, aonde eles atuam com mais intensidade e de forma ostensiva, os índices de criminalidade não param de crescer, no interior, marcado pela ausência quase absoluta, o medo é maior ainda.
Que os números da pesquisa possam influenciar governantes a se empenharem para atingir um estágio mínimo de segurança para todos. Viver sob o domínio do medo é abrir mão da liberdade, do convívio em sociedade, da cidadania e da própria alegria. É o palco ideal para a peça temida por todos, cujo cartaz estampa: o crime venceu.

FAZENDO A DIFERENÇA.


Um senhor gordo, de cerca de 140 kg, ainda sem sentar-se, esperava providências na entrada do avião. Assim que as portas fecharam uma jovem aeromoça perguntou aos presentes: - Alguém magro está sentado perto de algum assento vazio? Uma mocinha se apresentou e mudou de lugar com o senhor gordo que não cabia na própria poltrona.
O senhor pôde então acomodar-se em duas poltronas. Agradecido, contou a ela que não recebera o mesmo tratamento em outros voos, e ela lhe disse: - Meu pai tem 130 kg e eu faria isso por ele e faço pelo senhor, mas mesmo que meu pai não fosse gordo eu ainda faria, porque sei que o senhor tem direito a um assento que lhe sirva. A companhia não vai me expulsar por ser gentil e justa.
Ela não sabia que ao lado, ouvindo a conversa, estava um dos presidentes da companhia. Dois dias depois o presidente a chamou, teve uma entrevista com ela e a promoveu. - É de funcionários como a senhorita que precisamos. A partir de agora quem cuidará do assunto “pessoas especiais” será você. E não se trata de assunto pequeno: é grande o número de enfermos, crianças, idosos e pessoas com sobrepeso que viajam em aviões. Nem sempre se cuida desse pormenor.
Aquela aeromoça praticava duas virtudes - a justiça e a generosidade. No mundo de hoje são poucos os grupos e corporações que colocam em primeiro lugar a necessidade alheia e só depois o lucro. Aeromoças como aquela jovem fazem a diferença.


FALANDO COM O FILÓSOFO

Ao revisitar o Parthenon, na segunda semana de junho, encontrei próximo do Teatro de Dionísio, pensativo, meu amigo Sócrates.
― Como vão as coisas aqui na Grécia? – indaguei.
― Perdemos a sabedoria, meu caro. Urge reencontrar a lâmpada de Diógenes para enxergar luz no fim do túnel. Por sorte, nas eleições de 17 de junho, os partidos xenófobos não alcançaram maioria. E a esquerda ficou em segundo lugar, com boa representação no parlamento.
― Turista acidental, vi que muitos gregos temiam pelo pior – comentei. ― Na semana precedente às eleições havia filas para retirar dinheiro dos bancos e muitas famílias estocaram alimentos.
― Nós nos metemos numa enrascada – observou o velho filósofo. ― Somos uma nação de 11 milhões de habitantes. Segundo Pitágoras, que entende de números, a Grécia não deveria ter abandonado o dracma e adotado o euro. O Reino Unido e a República Tcheca preservaram suas moedas e estão menos vulneráveis à crise. Agora é tarde.
Estamos irremediavelmente reféns dos bancos. Tanto que empréstimo agora é chamado de resgate.
― A que atribui essa crise estrutural que assola a Europa?
― À obsessão neoliberal pelo consumismo. Nos últimos vinte anos desfrutamos de um padrão de vida ecologicamente nocivo e eticamente ofensivo ao resto do mundo.
― Acredita que a crise reforça o neonazismo representado pelo partido Aurora Dourada?
― As pessoas preferem segurança à liberdade – lamentou Sócrates. ― A xenofobia se alastra. Temos hoje 1 milhão e 400 mil imigrantes, mais de 10% de nossa população. Gente em busca dos empregos que nos faltam.
― Hipócrates me disse que os neonazistas ameaçam expulsar os imigrantes dos hospitais.
― Veja a que ponto chegamos – exclamou o filósofo. ― Nosso sistema de saúde faliu. Faltam médicos, aparelhos cirúrgicos, medicamentos. O problema não são os imigrantes. A causa da crise é mais profunda. Se não houver mudança de paradigma de desenvolvimento, a Europa e o mundo não terão futuro.
― A seu ver, qual a saída?
― Falei ontem com Platão. Sabe como é, os idealistas se cobrem de otimismo. Ele acredita que graças aos empréstimos garantidos pela Alemanha haveremos de sair do buraco.
― E Aristóteles, concorda?
― Ari é mais pragmático. Sublinhou que o problema não é só grego. É global. Espanha, Itália, Portugal, Irlanda também caminham para o buraco. Os EUA estão em recessão. E a boia de salvação lançada pelo neoliberalismo é a mais furada possível: apertar o cinto. Até parece que as medidas de austeridade foram ditadas por Antístenes. Na verdade, querem salvar os bancos, e não as pessoas.
― Haveria que seguir o exemplo da Islândia – opinei - afetada duramente pela crise de 2008. Ela apertou o cinto sem estender o pires aos bancos e conseguiu, sem se endividar, superar as dificuldades.
― Ou do Brasil – frisou Sócrates. ― Vocês romperam com o FMI e estimularam o consumo interno, aumentando o salário mínimo, facilitando o crédito e combatendo a inflação.
― É verdade. Porém, como ainda somos uma economia periférica, a espada de Dâmocles da crise nos ameaça. Ainda não promovemos reformas estruturais e mantemos uma economia muito dependente das exportações.
― Hoje o mundo depende das finanças. Não há mais filosofia – comentou Sócrates. ― As pessoas já não querem um sentido para a vida, mas apenas lucros. Aqui na Grécia trocamos o Areópago pelo Banco Central Europeu. A política é, hoje, refém da economia. E não há quem controle a economia, exceto o interesse egoísta de acumulação privada da riqueza. Estou a ponto de tomar cicuta de novo.
Preparei-me para deixar o Areópago, enquanto Sócrates contemplava o Parthenon. Vi-o tão pensativo que decidi retornar.
― O que tanto o preocupa, mestre?
― Contemplo esta maravilha, o Parthenon. Algo, porém, me incomoda. As pinturas que decoravam este monumento de valor universal se encontram, hoje, no Museu Britânico. E o marido de Elizabeth II, o príncipe Phillips, é grego, nascido na ilha de Corfu. Bem que ele poderia nos devolver o que a nós pertence.

A ESCRITA DE SÍ.

Um escritor francês de quem muito gosto, Gilbert Cesbron, dizia que o único critério de verificação para alguém saber se é realmente ou não um escritor é perguntar-se se pode viver sem escrever. Fiz a mim mesma esta pergunta algumas, várias, muitas vezes. E a resposta foi sempre a mesma. Não, não consigo viver sem a página em branco – agora tela em branco - que me convoca e a pena na mão que treme, hoje substituída pelos dedos no teclado... que também tremem.
Por que o tremor? Por causa do temor... íntimo, profundo e quase santo da responsabilidade que é criar um texto, formar palavras, agrupar letras, encadear sílabas que outros lerão. E quando o leitor ou leitora é apenas o eu que treme não é menor o temor, nem menos avultada a responsabilidade.
Pois escrever é fixar, é guardar, é inscrever no tempo e no espaço da folha ou da tela algo que, mesmo desconhecido para a maioria, passará a fazer parte da história da humanidade como síntese única e experiência irrepetível. E porque sabiam disso, os grandes mestres espirituais da história sempre disseram a seus discípulos que escrevessem.
Pois ao lado da escolha por escrever para dar sentido à vida está presente igualmente a pulsão pela escrita de si para salvar-se da morte. Quem escreve um diário busca, além de entender-se e ao mundo que o rodeia, colocar-se protegido do caos e do tempo que passa, inexorável. E assim, como afirma Maurice Blanchot, salvar o vivido no escrito e salvar a vida mediante a escrita.
Em todo caso, exercício ascético, literário ou filosófico, o fato é que escrever-se é uma prática recorrente e viva por parte da humanidade. Testemunhas disso são os preciosos diários e livros confessionais e de memórias que brotaram da experiência e da pena de tantos gênios e santos (como Inácio de Loyola, Etty Hillesum, Pedro Nava, Walter Benjamin e inúmeros outros e outras).
Michel Foucault, em seu memorável texto “A escrita de si”, reflete sobre a escrita dos movimentos interiores como exercício ascético. Escrever os próprios desejos, pensamentos, impulsos, é aprender a conhecê-los e, consequentemente, poder dominá-los e exercer controle sobre eles. Assim também escrever tentações, pensamentos destrutivos, arranca o desejo do anonimato em que se encontra, escondido ao fundo da liberdade humana, e o expõe no código da escrita.
Refletindo sobre o citado por Foucault - exalta as virtudes da escrita como disciplina excelente que descobre os maus pensamentos, tentações e pecados ao próprio indivíduo e exerce papel semelhante ao da comunidade que corrige fraternamente o homem religioso que busca a perfeição. “Aquilo que os outros são para o asceta numa comunidade, sê-lo-á o caderno de notas para o solitário”
No fundo, toda essa reflexão vai demonstrando que por mais objetiva que seja a escrita e por maior neutralidade que pretenda o escritor, escreve-se sempre para si mesmo e a partir de si mesmo. Não escreve quem não passou pelo crivo da experiência a narrativa que constrói, os personagens que cria, as situações que inventa. E tampouco as definições, argumentações e teses que rigorosamente encadeiam no texto acadêmico, dirigindo-se à razão alheia, mas não deixando de tocar nos elementos vitais sem os quais essa razão não merece o nome de humana.
Em um tempo em que a narrativa – como experiência, como exercício, como prática lúdica ou docente – parece estar em crise ou mesmo desaparecendo, a escrita de si adquire o cunho de resistência, resiliência, de quem não desiste de permanecer na contramão do tempo cronológico.

TEMPO ESGOTADO


Entre a inconsciência e o sonho tive a visão de um palácio maravilhoso, feito de cristais. Uma placa informava: Livro da Vida. O anjo que cuidava do palácio informou-me que lá estavam os registros da vida, digitalizados, de todos os habitantes da Terra. Na primeira página estava o passado de cada um, imutável, definitivo. No verso o futuro de cada um. Quem tivesse acesso ao palácio poderia modificar o futuro, excluindo todo o negativo e substituí-lo por coisas positivas. Ou até fazer o contrário. Depois de muito implorar, o anjo permitiu que eu entrasse no palácio por cinco minutos. Quase não acreditei na maravilhosa chance. Eu seria uma pessoa feliz, inteiramente feliz.
A porta se abriu e logo vi o Livro da Vida do meu pior inimigo. Não resisti. O passado correspondia ao que sabia dele, mas seu futuro não era tão ruim. Existiam coisas boas. Rapidamente, apaguei as coisas boas e tornei ainda piores as coisas más. Encontrei também o livro da vida do meu primeiro professor. Ele parecia ter gosto em me humilhar e me dava notas bem inferiores às merecidas. Mais uma vez, substitui coisas boas por algumas menos boas. Bem ao lado, o livro da vida de um político de sucesso. O que o futuro reservava para ele? Finalmente, o livro da minha vida. Eu apagaria as dores e fracassos e colocaria tudo o que me fizesse feliz. Nisto o anjo tocou no meu ombro e disse: Tempo esgotado! Os cinco minutos haviam passado. Não haveria prorrogação. Coloquei as mãos no
rosto e chorei. E saí da sala.
Na vida, cada um de nós tem a possibilidade de escolher ser feliz. Porém gastamos muito tempo controlando a vida dos outros. Colocamos nelas o tempero da maldade, e até mesmo um pouco de inveja, na perspectiva que sua felicidade diminuiria a nossa. Também criamos versões nada caridosas do bem que elas fazem. E cuidando dos demais, esquecemos nossa vida e nossas falhas.
A comparação entre nossa vida e um livro procede. As primeiras páginas não são nossas. Não escolhemos nossos pais, não escolhemos o tempo de nascer, nem escolhemos a escola. Aos poucos, porém, assumimos a autoria do livro. Cada página representa uma ou algumas escolhas nossas. As pequenas escolhas encaminham escolhas maiores. Fazemos nossas escolhas e elas fazem nossa vida.
Nós somos o resultado de nossas escolhas. Não das escolhas feitas no passado, mas das escolhas que fazemos hoje. A vida tem uma lógica: as causas geram consequências. No entanto, temos a incrível possibilidade de quebrar esta sequência. Cada um de nós pode dizer: de hoje em diante será diferente. E assim começamos a reescrever o livro de nosso futuro. Podemos e devemos substituir a maldade, a mágoa, a inveja, o egoísmo, por outros valores: o serviço, a partilha, a bondade, a prece. Podemos modificar a distribuição de nosso tempo e nossas prioridades.
Se uma coisa é importante, deve ser feita hoje, agora. Agora são os cinco minutos em que podemos modificar nosso futuro, povoando-o de felicidade.  Deus dá a todos o perdão e a possibilidade de recomeçar, mas não garante a ninguém o dia de amanhã. A qualquer momento poderemos escutar a frase: tempo esgotado!

terça-feira, 3 de julho de 2012

ANDAR NA CONTRAMÃO É MUITO PERIGOSO


A comunicação global e instantânea permite que muitos alcancem seus 15 minutos de celebridade. Correu o mundo a notícia que o agricultor gaúcho, Leo Deimling, 55 anos, percorreu a movimentada BR 116 na contramão por 15 quilômetros. Após alguns acidentes, foi detido pela polícia. Alcoolizado ou distraído – talvez as duas coisas – o motorista teve dificuldade em compreender o que fizera. Esclareceu que era a primeira vez que andava nesta estrada. A existência de cerveja e cachaça serve como agravante.
Andar na contramão sempre foi perigoso. Hoje muitos têm dificuldades em perceber qual é a via preferencial, qual é a contramão. No trânsito, as instâncias competentes estabelecem leis que todos estão convidados a observar, evitando assim acidentes. Na vida, a situação é mais complexa. Muitos decidem, por conta própria, as leis da caminhada. E, na vida, só se anda pelo mesmo caminho uma única vez. Na legislação civil não vale a desculpa: não sabia. No campo da vida esta desculpa pode ser um atenuante, mas não invalida os acidentes do percurso.
Deus quer que seus filhos e filhas sejam felizes. Diante da dificuldade e da miopia humanas, Ele colocou os  Mandamentos, que são sinais de trânsito no complicado caminho da vida. Os Mandamentos não são imposições de Deus, mas indicam a maneira de ser feliz. Eles não são contra a pessoa, mas a favor dela. Indicam as vias preferenciais e seguras.
Por ignorância, teimosia ou desconhecimento, muitos pretendem estabelecer suas próprias leis e imaginam saber como encontrar a felicidade. O Evangelho fala de dois caminhos, um é espaçoso, o outro é estreito. O primeiro leva à perdição, o segundo conduz à Vida.
O caminho largo e espaçoso é o caminho do comodismo e da autossuficiência. Por vezes, é o caminho considerado politicamente correto. E se arranjam justificativas para isso alegando: “isto ninguém mais faz” ou “todo mundo faz”. A assustadora sequência dos acidentes na vida individual, familiar e social parece não preocupar aos transeuntes do caminho fácil. O caminho é bom quando nos conduz ao destino desejado. De nada adianta ser largo e pavimentado se nos leva a um lugar onde não quereríamos ir.
Um dia, no Dia da Verdade, ficará claro qual a via preferencial e qual a contramão. Muitos que pareciam andar na contramão, na verdade andavam na via preferencial. E os alegres viajantes da vida fácil e dos desvios dar-se-ão conta que andavam na contramão. Deixar a contramão e passar para a via preferencial é sinal de inteligência.

NÃO ESQUEÇA: O VOTO VAI PRIMEIRO PARA O PARTIDO E DEPOIS PARA O CANDIDATO

Candidato, vocábulo que deriva de cândido, puro, íntegro. Quem dera a maioria correspondesse a essa etimologia... A ingenuidade de muitos candidatos a vereador se desfaz quando, convidado a concorrer às eleições, acredita que, se eleito, não será “como os outros” (quantos não disseram isso no passado e hoje...) e prestará excelente serviço ao município.
O que poucos candidatos desconfiam é que servem de escada para a vitória eleitoral de políticos que eles criticam. Para se eleger vereador, deputado estadual ou federal, é preciso obter quociente eleitoral - aqui reside o pulo do gato.
A Câmara Municipal comporta de 9 a 55 vereadores, de acordo com a população do município. Cândidos eleitores imaginam que são empossados os candidatos que recebem mais votos. Ledo engano. João pode ser eleito ainda que receba menos votos do que Maria. Basta o partido do João atingir o quociente eleitoral.
Vamos supor que o município tenha 6.000 eleitores. Destes, 1.500 deixaram de votar, votaram em branco ou anularam o voto. São considerados válidos, portanto, 4.500 votos. Como a Câmara Municipal tem 9 vagas, divide-se o número de votos válidos pelo número de vagas. O resultado dá o quociente eleitoral: 500 votos. Todo candidato que obtiver nas urnas 500 votos ou mais, será eleito vereador.
É muito difícil um único candidato obter, sozinho, votos suficientes para preencher o quociente eleitoral. Casos como o do Tiririca são raros. A Justiça Eleitoral soma os votos de todos os candidatos do mesmo partido, mais os votos dados apenas ao partido, sem indicação de candidato.
A cada 500 votos que o partido recebeu, o candidato mais votado vira vereador. Se o partido obteve 1.500 votos, ele terá, na Câmara Municipal, três vereadores. Os demais candidatos, que individualmente receberam menos votos do que os três empossados, ficam como suplentes. E o partido que obtiver menos de 500 votos, neste exemplo, não faz nenhum vereador.
A lei permite que um partido apresente um número de candidatos até uma vez e meia o número de vagas na Câmara. Se o partido se coliga com outros partidos, a coligação pode apresentar candidatos em número duas vezes superior à quantidade de vereadores que o município comporta. Para uma Câmara que comporta 9 vereadores, cada partido pode ter 14 candidatos, e cada coligação, 18. Esta a razão pela qual os partidos lançam muitos candidatos. Quanto mais votos os candidatos obtêm, mais chance tem o partido, ou a coligação, de atingir o quociente eleitoral. E, portanto,
de eleger os candidatos com maior votação individual. 
Ora, se você pensa em ser candidato, fique de olho. Pode ser que esteja servindo de degrau para a ascensão de candidatos cuja prática política você condena, como a falta de ética. Enquanto não houver reforma política, o sistema eleitoral funciona assim: muitos novos candidatos reelegem os mesmos políticos de sempre!
Se você é, como eu, apenas eleitor, saiba que escolher o partido é mais importante que escolher o candidato. Votar de olho somente no candidato pode resultar, caso ele não seja eleito, na eleição de outro candidato do partido. Como alerta o sociólogo Pedro Ribeiro de Oliveira, “mais frequente, porém, é a derrota e a frustração de pessoas bem-intencionadas, mas desinformadas. Ao se apresentarem como candidatas, elas mobilizam familiares, amigos e vizinhos para a campanha. Terminadas as eleições, percebem que sua votação só serviu para engordar o quociente eleitoral do partido ou da coligação... Descobrem, tarde demais, que eram apenas ‘candidatos alavancas’”.
Convém ter presente que o nosso voto vai, primeiro, para o partido e, depois, para o candidato. São raríssimos casos como o da manicure Sirlei Brisida, eleita vereadora em Medianeira (PR) com apenas 1 voto. Seu partido, o PPS, concorreu nas eleições de 2008 com nove candidatos. Pelo quociente eleitoral, apenas Edir Moreira tomou posse. E se mudou para o PSDB, acompanhado pelos outros sete suplentes. Sirlei, que adoeceu durante a campanha eleitoral, e não pediu votos nem à família, permaneceu filiada ao PPS. Agora, a Justiça Eleitoral decidiu que o mandato pertence ao partido, no caso, ao PPS.
Edir foi cassado e Sirlei, empossada.

A MARAVILHOSA ALEGRIA DE FRANCISCO

Começamos lembrando o que São Francisco disse de si mesmo: “O Senhor me disse que queria fazer de mim um novo louco no mundo e Ele não quer dar-me outra sabedoria, a não ser essa” . Francisco sabia que a pessoa não é só razão, ou trabalho, ou adoração, ou palavra, ou somente corpo. A pessoa é também festa, celebração, espontaneidade, humor, fantasia, criatividade etc...
Ao natural, Francisco era alegre e de um temperamento jovial e festivo. A conversão não anulou essa tendência, mas a potencializou a ponto de transbordar no cântico das criaturas, composto no momento mais crítico de sua vida, quando nada o favorecia. Francisco sabia que a alegria é um dom de Deus. Merece ser respeitado, acolhido e comunicado. Isso o fazia uma pessoa de fina cortesia e fineza de espírito. O primeiro biógrafo diz que ele “acolheu a morte cantando”.
A literatura do Romantismo atribui a Francisco o título de trovador, jogral, cavalheiro e artista . Esse novo modo de aparecer no cenário da história poderia ter enterrado Francisco no esquecimento, se apenas fosse visto na ótica da eficiência e da produtividade. Um olhar utilitarista e capitalista jamais se interessaria por um tipo de louco assim.
Com suas loucuras e extravagâncias, Francisco se inseria no ambiente sócio-cultural mais popular, porém, sem se identificar com o mesmo. Assume a ironia, o cômico, o festivo e a jovialidade, como caminho de aproximação para alcançar os seus objetivos humanos e evangélicos. Toda essa estrutura cavalheiresca revelava a sua maneira singular de relação com Deus, com a Igreja, com as pessoas, com a pobreza, com a vida e com a morte.
Na alegria de Francisco há uma forma de profecia. De um lado ele anuncia um jeito livre e feliz de viver, mas também denuncia a escravidão da ganância, do poder e do nervosismo desgastante do insaciável desejo de acúmulo. Todos percebiam que ele era muito mais alegre e feliz do que seu pai, dominador e ganancioso. Ele “gostava de alegrar-se e cantar, andando a toa em Assis, dia e noite, com um grupo de amigos”.
O temperamento festivo de Francisco não se manifestava somente quando a vida lhe sorria e a boa sorte o acompanhava, mas também nos momentos de infortúnio, solidão e desespero. Assim o confirmou na prisão durante a guerra entre Perúgia e Assis onde “zombava e ria das correntes”.
Quando se sente envolvido com a presença total de Deus, sabe que Ele o convida a uma nova viagem em sua existência. Francisco vê-se tomado de um incontida alegria, expressa em saltos, cantos e gestos. Deus não era símbolo da lei, mas uma festa e uma celebração constante de vida e amor.
Quem assistiu o filme “Irmão Sol, Irmã Lua”, lembra Francisco inaugurando a igrejinha de São Damião e a festa da criação que celebrava o Deus próximo do povo, e a proximidade do povo com seu Deus.

JÁ OUVIU FALAR EM LIBERDADE?


Ele era um homem feito. Tinha 41 anos. Nunca se casara, mas tinha tido quase todas as meninas que queria, porque era bonito, tinha dinheiro, carro e motos possantes. Só não teve as que sabiam o que queriam da vida. Era vazio demais para os sonhos delas. Sua vida se passava em torno da sua liberdade naquela moto.
O tempo foi passando. Dos 26 passou para os 30 e 35 até chegar aos 41, sem nenhum projeto de vida, além da sua liberdade, da sua moto e do seu direito de ter quem ele quisesse sem compromisso algum. O casamento atrapalharia. Por isso não se permitiu amar nenhuma das moças que levou na garupa.
Um dia ela apareceu. Bonita, sorridente, maravilhosa, inteligente. Aceitou aquela garupa, mas deixou claro que buscava mais do que uma carona e a liberdade de voar. Namoraram seis meses. Ele achando que poderia fazer a cabeça dela e escapar do compromisso; ela achando que poderia segurá-lo. Ele queria a velocidade da moto; ela, a estabilidade de um lar. Não deu certo. Venceu a moto. Terminaram.
Seis anos depois, ela está muito bem casada, tem dois filhos. Encontrou um homem que a amava e queria um lar com ela. Ele tem 47 anos e continua montado naquela moto, mas as meninas estão escasseando. Pega mal andar com ele. Quando a liberdade se torna um fim em si mesmo perde a sua razão de ser.

A IMPORTÂNCIA DA REFLEXÃO.


Não raro, nos deparamos deitados em nosso leito, ou sentados contemplando o céu, ou ainda andando e sentindo a natureza e... refletindo.
No âmbito escolar é muito comum o exercício da reflexão: seja numa interpretação de texto, seja na análise de uma poesia ou na apreciação de uma peça de arte, seja um quadro ou uma escultura.
No ambiente empresarial a reflexão também é muito exercida: na elaboração de um orçamento, na previsão do semestre ou ano seguinte, na análise de resultados, na confecção de uma planilha de investimentos, etc.
Mas, a reflexão de nada vale se não for conduzida à ação ou à tua evolução.
Agora, agindo com grande sinceridade, quantas coisas que você determinou fazer, quantas maneiras que se propôs a agir, que não ficaram de lado beirando o esquecimento? Muitas, não? Pois é... como quer evoluir se tua reflexão não deixa de ser mera reflexão?
Perceba que a palavra reflexão possui conceitos diferentes diante de diferentes áreas, matérias ou disciplinas, mas todas conduzem ao mesmo ponto: ação. Veja:
Na psicologia: virtude onde o pensamento se volta para si com o objetivo implícito e explícito de examinar seus elementos e combinações.
Na filosofia: atenção aplicada às operações do entendimento, aos fenômenos da consciência e às próprias idéias.
Na administração: Consideração atenta de um assunto. Cálculo, raciocínio. Aplicação do entendimento e da razão.
No dicionário: ato ou efeito de refletir, prudência, juízo,  tino, pensamento sério. Meditação.O que está esperando? Reflita e Ação!