Vem do Paraná um bom exemplo. Um grupo de 33
agricultores familiares, voltados principalmente à pecuária leiteira,
suinocultura e cultivo de milho, é beneficiado por um projeto desenvolvido por
vários parceiros, entre eles Embrapa, Emater, Itaipu Binacional e prefeituras.
Em regime de condomínio, produzem a energia térmica e elétrica a partir do
biogás de dejetos da agropecuária. De quebra, promovem o saneamento ambiental,
sequestram gases do efeito estufa, geram biofertilizante e fazem a secagem de
grãos. Futuramente, poderão também abastecer veículos rurais.
Cerca de R$ 3,8
milhões foram investidos, o que permitiu a instalação de biodigestores em todas
as propriedades e de 25,5 quilômetros de gasodutos. A infraestrutura inclui
também um sistema de armazenamento de biogás, filtros de purificação, secador de
grãos e grupo motogerador de 75 kW. Segundo Gedson Vargas, presidente da
Coperbiogás (cooperativa criada para administrar o Condomínio de Agroenergia
Ajuricaba), o grupo está pronto para conectar a energia elétrica gerada à rede
de distribuição.
Números - Com rebanho de mil cabeças de bovinos e 3.000
suínos, o condomínio gera cerca de 15,8 mil m3 de dejetos por ano. Durante o
processo de decomposição, os dejetos produzem 266,6 mil m3 de biogás/ano, que
por sua vez produzem 445 mil kWh/ano, quantidade de energia suficiente para
abastecer 2.200 residências de porte médio.
Em cada propriedade há um medidor
que indica a quantidade de biogás enviada à microcentral, permitindo um rateio
proporcional das receitas geradas. Outro benefício é o secador de grãos. O
agricultor não precisa mais enviar a produção a uma cerealista.
Nos últimos
12 meses, um dos produtores do Ajuricaba, Pedro Regelmeier, economizou R$ 2.500
em fertilizantes minerais e aumentou em R$ 1.800 a renda com o leite, impacto
significativo nas receitas de um agricultor familiar. Regelmeier ainda
substituiu o gás de cozinha pelo biogás em sua residência.
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