quarta-feira, 31 de julho de 2013

DEVEMOS ACEITAR O POENTE


Tem feito enorme falta em muitas famílias a catequese do sol poente. Filhos e netos dos idosos e eles mesmos, os idosos, carecem desta mística que, ainda que apenas por questão de lógica e de filosofia, é como a catequese do rio que deságua no mar. Com fé fica melhor!
Velhice não é foz: é remanso de pré-foz. Filhos a quem coube cuidar dos pais que envelheceram, mais do que ninguém precisam desta visão serena de beira-mar. Aqui as cores e dores do entardecer; lá, no horizonte, o sol que se põe.
Se a manhã e o dia foram bonitos porque o sol rompeu as trevas e sua luz furou as nuvens, não há porque não achar bonito o seu poente. Há quem ache o entardecer triste. Há quem o ache poético e sereno. Além do mais não é o Sol que vai embora: é a Terra que gira e lhe dá o dorso.
Feliz de quem não teme nem lamenta a velhice, por mais dores e achaques que ela acumule. Alguns idosos preferem morrer logo a ter que depender dos outros. E há os que encaram com bom humor e bom amor o seu crepúsculo. O amor sereno e a fé serena amenizam o por de sol de cada dia. Falo por mim que cheguei aos setenta anos e às vezes rio de limites que vieram com as pequenas enfermidades e com a idade.
Sei que vim e sei que vou; só preciso mais fé para crer que vim de um Alguém infinito que nunca vi, mas verei porque estou voltando para Ele. Um dia passarei pelo portal . Mas pouco importa, porque terei ido para mais! Viemos para voltar. Somos peregrinos. Por isso, passemos com classe, porquanto envelhecer pode ser filosófico e teológico. Se cremos, mas não estamos sabendo aceitar nosso poente com serenidade, oremos! Envelhecer não é trágico! Trágico é envelhecer errado!

terça-feira, 30 de julho de 2013

OPÇÕES DE REFORMA PORIA EM PERIGO A VIDA DO PAPA.

Essa avaliação é do teólogo e filósofo Fermino Luís dos Santos Neto, um atento observador dos rumos da Igreja. Segundo ele, ameaças vêm da máfia internacional, que atua na máquina do Vaticano para lavar dinheiro da corrupção e do contrabando.
  A decisão do papa Francisco de realizar reformas em profundidade na estrutura e na prática da Igreja Católica Romana "pode representar ameaças à vida" do pontífice, por parte da máfia internacional e de outros grupos criminosos que atuam nos bastidores do Vaticano.

Essa avaliação é do teólogo e filósofo Fermino Luís dos Santos Neto, um atento observador dos rumos da Igreja. Em entrevista à Carta Maior, ele, que é graduado em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas/SP, afirmou que essas ameaças explicam os seguidos pedidos de oração feitos pelo papa em vários momentos de sua visita ao Brasil.

Segundo Santos Neto, o esquema de corrupção na máquina do Vaticano inclui lavagem de dinheiro, a partir de dirigentes de governos corruptos e de empresas privadas, vinculadas inclusive à indústria armamentista dos Estados Unidos e da Suíça, além de lucros obtidos na rede internacional de contrabando. Esses "negócios" foram feitos durante os pontificados de João Paulo II e de Bento XVI, totalmente à revelia desses papas.

Fermino traçou depois um paralelo entre os objetivos de João Paulo II, Bento XVI e Francisco, observando que os parâmetros de governo entre o atual papa e seus antecessores "são profundamente diferentes".

Explicou que Wojtyla e Ratzinger defendiam um modelo "ainda piramidal e monárquico" de governo da Igreja, enquanto Bergoglio segue o modelo de Igreja Povo de Deus, aprovado pelo Concílio Vaticano II e seguido, por exemplo, pela Teologia da Libertação.

Destacou que o apoio às reformas na Igreja Católica Romana "só pode vir das massas católicas e cristãs de todo o mundo", observou que, até agora, grandes mudanças no catolicismo foram feitas apenas pelo Concílio Vaticano II, e que só foi possível aprová-las por causa do carisma do papa João XXIII e também pelo clima de mudanças vivido pela Igreja no início da década de 60.

Destacou que hoje "o papa se apresenta como bispo de Roma, revelando que não se julga o dono do poder, lembrando-se de que esse conceito sempre foi escamoteado antes”. “Isso fortalece a unidade na igreja. A colegialidade dos bispos hoje está mais fortalecida, isso é um bom sinal", concluiu.

ABSORVER SABIAMENTE

Somos como grandes rios: que se formam e aumentam seu volume por receber água de seus afluentes, num fluxo contínuo.

Entretanto, as águas que estão nos formando ou nos enchendo podem estar poluídas. Podem matar a vida dentro de nós. Portanto, é preciso cuidado.

Alguns são mais receptivos a coisas negativas que outros. Ou simplesmente não filtram apropriadamente aquilo que lhes é canalizado. E isso vai minando as forças, destruindo as energias, fragilizando a alma. Pessoas assim, quando ouvem de alguém algo como: “Você está com uma aparência tão ruim...!” já começam a pensar em doença, ou já começam a pensar nos problemas, ou no mínimo pensam: “Nossa! Até ele percebeu que não estou bem!”...

Com isso você só está potencializando aquilo que não deveria: ingredientes que trazem a infelicidade, a tristeza, a excessiva preocupação, a regressão.

Não podemos e não devemos ser assim.

No caso acima, pense ou até diga:”Mas, estou muito bem!” ou se você realmente não está, então diga: “Isso é passageiro! Amanhã já estarei muito bem!” ou ainda: “Nada que um lavar o rosto ou uma maquiagem não resolva!” e sorria. Isso mesmo: sorria!

Devemos parar de ficar absorvendo palavras, pensamentos e energias que não sejam para nos trazer crescimento, alegria, evolução.

Sim, você pode bloquear tudo o que é negativo, tudo o que lhe é enviado de ruim ou destruidor. Basta querer e acreditar que você pode.

Por sua vez, seja receptivo a tudo aquilo que te eleva, que te faz bem, que aumenta tua auto-estima. Receba tais palavras ou pensamentos, como verdadeiras profecias de prosperidade para a tua vida!

Obviamente, cabe aqui lembrar que deve-se estar igualmente receptivo para receber conselhos, orientações, entendimentos até mesmo repreensões. Mas, também saiba canalizá-los. Verifique a fonte. Verifique as intenções por trás. E só então assimile profundamente.

Agora, uma coisa é certa: tudo o que vem de cima, dos céus, é para o nosso bem-estar e para nossa evolução. Tudo o que vem DELE é para nossa edificação e tornar melhor nosso eu. O que vem do ALTÍSSÍMO pode ser comparado à águas cristalinas que só têm uma intenção: a de nos dar vida e vida em abundância!

HAVIA UMA PEDRA NO CAMINHO

A estrada permanece a mesma de quando o Gustav passava por lá a cavalo, a caminho do moinho, com seu saco de milho, quando o Heinrich levava o pasto em sua carroça para alimentar a criação e o Teobald levava as galinhas e a banha para vender “lá fora”, na cidade.O tempo passou. As carroças e os cavalos foram sendo substituídos por carroças motorizadas. Mas a estrada se preservou original, mais fiel que alguns legados culturais. Continua a receber o mesmo tratamento de outrora. Em tempo de chuva, e de inverno, aparece um solícito trator da Prefeitura empurrando as pedras de um lado para outro e está feita a manutenção. Às vezes, fica uma pedra no meio do caminho.

Pois vinha meu amigo na hora da Ave-Maria, pelo caminho que une, desde os primórdios da Colônia, a Alte com a Neue Pikade. A patrola havia passado há pouco, cumprira sua tarefa como desde sempre. No céu as primeiras estrelas anunciavam a noite, e eis que “no meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho”. Não dava mais para desviar e uma enorme pedra varreu o carro por baixo.
Roncando estranhamente, levou seu Schimmel ao pronto socorro. A pedra no meio do caminho havia causado um belo estrago. Assim, a aventura de transitar de carro onde deveria usar carroça, de preferência de rodas altas, transformou-se em desventura. A estrada continua recebendo tratamento adequado para ser usada pelos meios de transporte de outrora. Curioso que em nossa região se mantenham estradas como antigamente, mas que não haja grande empenho para preservar casas, edificações, isto é, o patrimônio coletivo material e imaterial (isso inclui a língua alemã) que destaca o lugar, confere-lhe singularidade. Quer dizer, mantém-se o que não se deveria mais manter e, o que se deveria manter, não recebe a atenção merecida. No entanto, queremos a região atraente para turistas e para os que tem que transitar pelo nosso querido e rico interior.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

A PRIVATIZAÇÃO DO PARLAMENTO BRASILEIRO


O parlamento brasileiro não é republicano. Para ser republicano deveria deixar de ser privativo das classes proprietárias.

O meio milhar de parlamentares de Brasília estão a serviço de um mosaico de interesses econômicos. Apenas menos de cem têm alguma preocupação com o chamado interesse público, fundado em matriz republicana. Esse dado indesmentível é a usina dos sucessivos escândalos que abalam o País. Acrescido do fato de o Poder Executivo ser refém desses interesses particularistas.

Na raiz disso está um formulismo eleitoral que desmembra a maioria conquistada na votação majoritária daquela votação pulverizada obtida na escolha proporcional de deputados.

A chamada governabilidade é fruto bichado que resulta do aliciamento de votos junto aos deputados mais sensíveis à força das prebendas e dos mimos. Tudo fica rebaixado ao nível das sarjetas. A República é apenas um nome, o que conta é a veniaga.

A agudização da crise política, para além da tarefa de separar o justo do meliante, deve apontar as saídas que superem esse quadro histórico de conseqüências degradantes.


Mais que o petismo, o lulismo, que empalmou nominalmente o poder em 2003, paga o preço por ter seguido os passos malditos da tradição brasileira. Não quis ousar fazer a reforma político-eleitoral por comodismo ou por conveniência de alguns quadros e dirigentes (e intelectuais orgânicos dessa condução deletéria) que já eram estranhos às bandeiras do partido. Preferiram a adesão incondicional ao sistema-pântano.

Darwin ensinou que as espécies sempre procuram buscar o seu habitat de origem; podem até migrar, mas um dia voltam para casa. O modelo de alianças adotado para garantir a “governabilidade” reforça a tese de que ninguém contraria a sua natureza, a sua pulsão vital. Não há força racionalista que seja capaz de impedir o impulso primitivo de certos indivíduos.

Thomas Hobbes, no século 17, entendeu que o Estado seria essa força de coerção do “estado de natureza” de indivíduos e grupos. Mas, e quando o Estado está anômico, desprovido de instrumentos e regramentos que coibam a ação continuada dos malfeitores sociais? Ora, há que dotá-lo desses aparatos, sob pena de graves responsabilidades históricas recairem sobre os condutores do Estado, marcando-os com as tintas do esquecimento e do desprezo popular.


A reforma política

A conjuntura crítica que vivemos hoje no Brasil aponta a necessidade de uma reforma político-eleitoral urgente. O modelo político-eleitoral-partidário brasileiro está esgotado, incapacitado para dar frutos sãos, só aberrações e deformidades. A forte influência do poder econômico corrompe as regras do jogo, onde a democracia formal transfigurada é uma caricatura de si própria. A representação pública deixa de ser popular e pública para ser a representação de setores e lobbies de interesses econômico-financeiros, num processo de crescente privatização de blocos inteiros do parlamento brasileiro.
No quadro atual, o presidente da República, embora tenha logrado conseguir cerca de 62% dos votos dos eleitores e, portanto, reunindo numericamente soberania e legitimidade suficiente para desenvolver e implementar seu projeto político, na prática está refém daqueles parlamentares privatizados.

Como superar isso? Com uma reforma política, com as seguintes modificações:

Voto em lista pré-ordenada

Partidos ou federações de partidos apresentam uma lista de candidatos, do presidente da República a senadores e deputados. A lista mais votada elege o presidente e tantas cadeiras no parlamento quanto for o percentual alcançado nas urnas. Se esse sistema eleitoral estivesse vigorando em 2002, o candidato Lula, que então alcançou 62% das preferencias de voto, teria no Congresso 62% de deputados e senadores relativamente ao total de vagas existentes. Estaria, portanto, em tese, assegurado ao Executivo os votos necessários à aprovação democrática dos seus projetos de governo. A lista de candidatos proporcionais seria pré-ordenada, conforme disputa democrática interna nas convenções partidárias, e os critérios de preenchimento dos lugares na lista seria de livre deliberação do partido e seus militantes, ou da federação partidária do qual ele faça parte.


Financiamento público de campanhas

Financiamento público exclusivo de campanhas eleitorais. Estima-se o valor de sete reais por eleitor o custo para o orçamento público de campanhas eleitorais, num total de 900 milhões para um pleito nacional como o do ano de 2002. A estimativa do custo total da campanha de 2002, somando os gastos de todos os partidos em todos os Estados da Federação, foi ao redor de 9 bilhões de reais. Nessas alturas astronômicos voam somente os pássaros agourentos da corrupção e da privatização de mandatos parlamentares.


Auditoria de campanhas

Auditoria pública durante a campanha eleitoral para verificação de balanço e caixa dos partidos. As campanhas seriam auditadas pela Justiça Eleitoral (e outras instituições públicas de apoio) 90 dias antes do pleito, 60 dias antes do pleito, e 30 dias antes do dia da votação geral. As prestações de contas depois do pleito seriam feitas até o trigésimo dia do mesmo, com auditagem geral de todo o processo eleitoral e divulgação na internet dos resultados parciais e totais.

Outras medidas podem ser acrescentadas a esse alinhavo mínimo. Lula, no seu discurso de posse, em janeiro de 2003, falou sobre a necessidade de uma reforma político-eleitoral. Não moveu uma palha para fazê-la, sucumbiu aos desígnios dos acontecimentos que estão lhe abreviando a passagem pela vida pública.

Com ou sem Lula, o Brasil precisa de uma República suficientemente forte para resistir aos ataques de bárbaros e malfeitores. Em Brasília, os primeiros aromas de orégano já prenunciam um grande acordo para acomodar parlamentares faltosos de todos os grandes partidos. Poucos são os apontados e muitos serão os impunes. E somente uma autêntica reforma político-eleitoral pode apontar para horizontes menos sombrios.

O SENTIDO DAS MANIFESTAÇÕES NÃO TERIAM SIDO A REFUNDAÇÃO DO BRASIL?

O que o povo que estava na rua no mês de junho queria, em último término, de forma consciente ou inconsciente? Para responder me apoio em três citações inspiradoras.

A primeira é de Darcy Ribeiro no prefácio ao meu livro O caminhar da Igreja com os oprimidos((1998):”Nós brasileiros surgimos de um empreendimento colonial que não tinha nenhum propósito de fundar um povo. Queria tão somente gerar lucros empresariais exportáveis com pródigo desgaste de gentes”.

A segunda é de Luiz Gonzaga de Souza Lima na mais recente e criativa interpretação do Brasil: ”A refundação do Brasil: Rumo à sociedade biocentrada (São Carlos, 2011): ”Quando se chega ao fim, lá onde acabam os caminhos, é porque chegou a hora de inventar outros rumos; é hora de outra procura; é hora de o Brasil se refundar; a Refundação é o caminho novo e, de todos os possíveis, é aquele que mais vale a pena, já que é próprio do ser humano não economizar sonhos e esperanças; o Brasil foi fundado como empresa. É hora de se refundar como sociedade” (contracapa).

A terceira é do escritor francês François-René de Chateaubriand (1768-1848): ”Nada é mais forte do que uma ideia quando chegou o momento de sua realização”.

Minha impressão é que as multitudinárias manifestações de rua que se fizeram sem siglas, sem cartazes dos movimentos e dos partidos conhecidos e sem carro de som, mas irrompendo espontaneamente, queriam dizer: estamos cansados do tipo de Brasil que temos e herdamos — corrupto, com democracia de baixa intensidade, que faz políticas ricas para os ricos e pobres para os pobres, no qual as grandes maiorias não contam e pequenos grupos extremamente opulentos controlam o poder social e político; queremos outro Brasil que esteja à altura da consciência que desenvolvemos como cidadãos e sobre a nossa importância para o mundo, com a biodiversidade de nossa natureza, com a criatividade de nossa cultura e com o maior patrimônio que temos que é o nosso povo, misturado, alegre, sincrético, tolerante e místico.

Efetivamente, até hoje o Brasil foi e continua sendo um apêndice do grande jogo econômico e político do mundo. Mesmo politicamente libertados, continuamos sendo recolonizados, pois as potências centrais, antes colonizadoras, nos querem manter ao que sempre nos condenaram: a ser uma grande empresa neocolonial que exporta commodities, grãos, carnes, minérios, como o mostra em detalhe Luiz Gonzaga de Souza Lima e o reafirmou Darcy Ribeiro em seus livros. Desta forma nos impedem de realizarmos nosso projeto de nação independente e aberta ao mundo.

Não serão estes milhares de manifestantes os protagonistas antecipadores do ancestral e popular sonho brasileiro? Assim o queira Deus e o permita a história.

HOMEM ROUBA MAIS DE U$ 40 MILHÕES EM JÓIAS DE UM HOTEL EM CANNES

Um homem armado roubou este domingo 40 milhões de euros em jóias que estavam em exposição num hotel de Cannes (Sul de França).
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De acordo com as primeiras informações policiais, o homem entrou sozinho no hotel empunhando uma arma e levou as jóias do hotel na Croisette que, desde 20 de Julho, tinha patente a exposição Diamantes Extraordinários, da casa de joalharia Leviev.
De acordo com a AFP, a polícia e a direcção do hotel têm instruções para não prestar mais esclarecimentos sobre o roubo que teve lugar depois da hora do almoço.
É o quarto grande roubo de jóias nesta cidade francesa este ano – três deles aconteceram durante o festival internacional de cinema. Também de um hotel foram levadas jóias Chopard no valor de um milhão de dólares (mais de 750 mil euros); um alto responsável do departamento de cinema da China chegou ao seu quarto, depois de jantar, e tinham levado a sua bagagem que continha jóias num valor não revelado; e a joalharia De Grisogono denunciou o roubo de um colar avaliado em dois milhões de dólares.
A Leviev é a marca que tem o nome do empresário e filantropo Lev Leviev, um israelita nascido na União Soviética proprietário de minas de diamantes em Angola.
A confirmar-se que as peças roubadas valem 40 milhões de euros, este é o segundo maior roubo de jóias em França. O recorde pertence ao roubo, em 2008, na casa Harry Winston de Paris de onde foram levadas jóias no valor de 80 milhões de euros.
O maior roubo de sempre de jóias aconteceu em Antuérpia (uma das principais cidades no comércio de diamantes), na Bélgica – cem milhões de dólares em 14 de Fevereiro de 2003.

domingo, 28 de julho de 2013

O SENTIDO DA MARCHA DAS VADIAS

Como o movimento virou um símbolo da afirmação das mulheres contemporâneas.
Uma das várias Marchas das Vadias no Brasil, no sábado
Uma das várias marchas das Vadiais, sábado no Brasil
O texto abaixo, de autoria da estudante de cinema Ana Carolina Iunes, foi publicado no Blog da Redação.
Uma saia curta não é convite para estupro, um corpo bonito não é motivo para cantadas grosseiras.
Segundo dados da ONU, aproximadamente uma em cada cinco mulheres será vítima de estupro ou tentativa de estupro no decorrer da vida.
O número de assédios sexuais está ligado à cultura machista e patriarcal que promove o pensamento da mulher como alguém inferior – além de fomentar ideias como a não liberdade sexual ou a criminalização do aborto.
O movimento feminista tem o papel de desconstrução do comportamento sexista, com o objetivo de uma vivência mais igualitária.
Apesar de ter raízes no século XIX, o feminismo teve seu ápice nas décadas de 1960 e 70, e agora retorna com movimentos por todo o mundo, tendo a “Marcha das Vadias” como um deles.
“Se ser livre é ser vadia, então eu sou vadia” – uma fala impactante, e que carrega um grito por liberdade e igualdade.
A declaração é uma resposta: em janeiro de 2011, na Universidade de Toronto, Canadá, o policial Michael Sanguinetti, ao falar sobre abusos sexuais, comentou: “As mulheres deviam evitar se vestir como vadias, para não serem vítimas”.
O argumento de Sanguinetti teve repercussão mundial e como reação surgiu a “Marcha das Vadias”. O movimento se espalhou no mundo e por todo o Brasil.
Não há líder, partido e nem um centro organizacional. As reuniões são feitas regularmente em locais diversos: a sala de uma faculdade, uma praça ou, até mesmo, um bar.
São designadas comissões – segurança, comunicação etc. Há divisão de tarefas sem hierarquização de poder.
É um movimento aberto – abarca pessoas de todas as cores, sexualidades e gêneros. Qualquer um pode participar da organização e da marcha em si; o contato é feito através de página online. 
Atualmente, luta-se pela laicidade do estado, regulamentação da prostituição, legalização do aborto, descriminalização de gênero e por mais liberdade sexual do indivíduo, sobretudo da mulher que é moralmente julgada quando exerce sua sexualidade livremente.
A Marcha vive, constantemente, um combate ideológico. O termo “vadia” assusta à primeira vista e muitos acabam por não compreender a verdadeira motivação ideológica.
O movimento tornou-se um espaço de fala, de argumentação com os ideais machistas tão intrínsecos e reafirmados, o tempo todo, na sociedade.
É como define Gabriela da Fonseca, 25 anos, estudante de História e integrante da Marcha: “Vivemos pequenas violências diariamente que não nos deixam ser plenas. A Marcha das Vadias é onde podemos reivindicar nossos direitos e expor nossos pensamentos
A Marcha do Rio de Janeiro conta com o apoio do movimento de outras cidades próximas: Viviane Faria pesquisadora de 36 anos, veio da Marcha da Baixada Fluminense.
Viviane canta letras de funk que ela mesma compôs, sempre colocando o papel da mulher em foco. Ela vê o funk como uma forte manifestação cultural de ideais feministas – mal elaborados, muitas vezes.
Além da presença de outras cidades, há também, na Marcha do Rio, a expressão da luta de transexuais e prostitutas por direitos iguais e respeito.
Indianara Siqueira, transexual de 42 anos e prostituta por opção desde os 18, é símbolo dessa luta; foi responsável pelo fim da “cafetinagem” em Copacabana, diminuindo a exploração de mulheres no local.
Indianara já morou na Europa e foi presa na França por ter dado abrigo a prostitutas que estavam em regime desumano de trabalho. Hoje se dedica à regulamentação da prostituição.
O movimento cresce, e cresce junto dele a conscientização. A Marcha é um ícone do feminismo atual: pretende muito mais do que só queimar sutiã em público: empenha-se para construir — e conquistar — uma vivência igualitária de direitos e condições de vida.

ADMINISTRANDO SABIAMENTE TUAS ATRIBUIÇÕES.

No decorrer de nosso crescimento e conseqüente amadurecimento, nos são delegadas diversas tarefas e atribuições. Em sua grande maioria, as recebemos com grande alegria e entusiasmo, mostrando-nos prontamente dispostos a administrá-las. Entretanto, vai se passando o tempo e muitos, infelizmente, não conduzem adequadamente e com responsabilidade o que lhes foi dado. Logo, a atribuição passa a tornar-se um fardo, um peso a ser carregado. Para exemplificar:

Um homem quando recebe a notícia que vai ser pai, geralmente sai gritando para os quatro cantos, comemora com amigos, sai fazendo uma série de planos, fabricando diversos sonhos. Daí, vem a fase de ter que compartilhar os cuidados do nenê e ele acaba deixando só com a mãe. Passam-se mais alguns anos, e na hora de brincar e passear o pai se faz presente, mas na hora de educar, corrigir, acompanhar o crescimento, ele se ausenta. E não adiante ser um pai só de carteirinha...

Ou ainda aquele que faz de tudo para receber uma promoção, e quando a recebe comemora com a família, celebra com os amigos, mas esquece-se que diante de novas responsabilidades, lhe serão exigidos mais tempo, empenho, estudo e aprimoramento contínuo em sua função. Logo, ele passa a ser visto como um peso, e acaba sendo descartado pela empresa na primeira oportunidade.

Em ambos os casos faltou entender que por detrás de algo delegado, seguem diversas peculiaridades e cuidados.

Sim, o mesmo entusiasmo que demonstrar ao receber uma nova atribuição, deve se manter durante toda a execução da tarefa ou do projeto. O progresso tem de se manter constante e a sede por novos conhecimentos e aquisição de novas habilidades deve ser contínua. Não se esqueça: toda nova atribuição sempre exigirá atenção, esforço, concentração, empenho, dedicação, visão, planejamento, cuidados e uma alta dose de responsabilidade.

Pense nisso, aja assim e administre sabiamente as tuas tarefas. Com isso, estará acumulando grandes tesouros nos céus e aqui na terra!
Que o SÁBIO ADMINISTRADOR seja contigo e em ti, hoje e em todos os teus dias!

sexta-feira, 26 de julho de 2013

MÉDICO QUE DIZ QUE ESTRANGEIROS É ENGANAÇÃO, TEM 2 FILHOS IMPORTADOS DE CUBA

Quem passa pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) nem precisa perguntar qual a posição da entidade sobre a “importação” de médicos estrangeiros.
O banner cobrindo praticamente toda a frente do edifício-sede sede, em Porto Alegre, fala por si só.

Com 15 mil associados —  apenas estão fora da base Santa Maria, Rio Grande, Novo Hamburgo e Caxias –, seu presidente é o médico Paulo de Argollo Mendes. Há 15 anos no poder, ele reeleito para mais um mandato, o triênio 2013-2015.
Acordo ‘demagógico’ e ‘ideológico’’, classificou Argollo em 7 de maio, dia seguinte à revelação do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, de que o governo brasileiro negociava um pacto para trazer 6 mil médicos cubanos.
Em entrevista ao Viomundo, Argollo reforça: “Nós somos frontalmente contrários à vinda médicos estrangeiros, é enganação, pura demagogia. Se um médico estrangeiro cometer eventual barbaridade, quem vai pagar? É uma insegurança absoluta para o próprio paciente”.
Ele acrescenta: “O governo quer trazer médicos pela porta dos fundos, dispensando o Revalida [ Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos, criado e feito pelo governo federal]. Eu fico achando que eles são incompetentes, pois se não fossem, o governo não evitava o Revalida. São médicos de segunda classe para tratar pacientes de segunda, porque é assim que o governo enxerga os pacientes do SUS”.
Felizmente, em tempos de internet, as máscaras caem muito rápido.
O presidente do Simers tem dois filhos médicos.  De 1997 a 2004, cursaram medicina no  Instituto Superior de Ciências Médicas de Camagüey, em Cuba.
Naquela época,  papai  Argollo derretia-se em elogios a Cuba e à medicina cubana.

Documentos como o acima, obtidos pela Renovação Médica, possibilitaram a inscrição no Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), de dezenas de médicos cubanos, sem prova de revalidação.
Em 2005, os filhos de Argollo formados  em Cuba, em ações separadas, entraram na Justiça contra a Universidade Federal do Rio Grande do Sul,  porque  a UFRGS se recusou a validar automaticamente o diploma de médico de ambos.
Pleitos:  registro automático do diploma independentemente do processo de revalidação e  indenização de R$ 20 mil a título de danos morais sofridos. Na época, não existia ainda o Revalida. Cada universidade federal fazia a sua própria validação.
– Não é contrassenso o senhor execrar a “importação” de médicos, já que seus filhos estudaram em Cuba, entraram na Justiça para não fazer a revalidação do diploma no Brasil e ainda cobraram da Universidade Federal do Rio Grande do Sul R$ 20 mil por danos morais? – esta repórter questionou-lhe.
“Não”, diz candidamente Argollo. “Primeiro, porque eles validaram o diploma se eu não me engano em Fortaleza; foi a primeira universidade federal que abriu inscrição. Segundo, quando foram para Cuba, havia um acordo bilateral entre Brasil e Cuba para revalidação automática de diplomas. Enquanto eles estavam lá, o governo Fernando Henrique  revogou esse convênio.  Então, eles tinham o direito adquirido.”
Realmente, Brasil e Cuba eram signatários de um acordo, cujos Estados-Parte assumiram o compromisso de registro automático dos diplomas emitidos pelas instituições de ensino superior. No Brasil, a decisão foi promulgada pelo decreto presidencial nº 80.419, de 27 de setembro de 1977.
Porém, em 15 de janeiro de 1998, o Brasil comunicou à Unesco o término do pacto, que foi extinto exatamente um ano depois. Em 30 de março de 1999, o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) revogou o decreto nº 80.419/77.
Reiteradas decisões da Justiça Federal negaram os pleitos dos irmãos Argollo; a um deles  o juiz determinou ainda o pagamento das custas e honorários advocatícios da outra parte. Alguns trechos delas:
A colação de grau do autor ocorreu em 2004 (fl. 31), ou seja, em momento posterior à revogação do Decreto Presidencial nº 80.419/77, de modo que inexiste direito adquirido ao registro do diploma independentemente de processo de revalidação.
…como, no caso, o demandante não possuía, ao tempo da edição do Decreto nº 3.007/99, o diploma expedido pela universidade estrangeira, não há como pretender valer-se das disposições da convenção internacional para eximir-se do cumprimento dos requisitos exigidos pela legislação pátria.
Resolução nº 1, de 28 de Janeiro de 2002, a realização de avaliação é necessária para verificar o real preparo do estrangeiro. Nesse sentido, deve o autor prestar a referida avaliação para obter a revalidação de seu diploma.
Conclusão: os filhos de Argollo são médicos ” importados” de Cuba e tentaram entrar pela porta dos fundos, já que não queriam validar o diploma no Brasil.
Será que, em função disso, a priori, os filhos mereceriam ser tachados de incompetentes e médicos de segunda classe, como o pai-sindicalista tenta carimbar hoje os “estrangeiros”?
Argollo, relembramos, acusou ainda o anunciado acordo Brasil-Cuba de ser “ideológico”.
Então, será que quando os filhos estudaram no Instituto Superior de Ciências Médicas de Camagüey, ele não sabia que o regime político de Cuba é o comunismo? Ou será que foi enganado pela propaganda vermelha? (do Blog Viomundo)

"MAIS MÉDICOS", O BOLSA FAMÍLIA DA SAÚDE?

O sucesso delineado na expressiva adesão dos municípios ao programa ‘Mais Médicos' merece análise exaustiva.Talvez represente mais que um alívio pontual no cerco conservador anabolizado pelas manifestações de junho, cuja corrosão no apoio ao governo tem sido meticulosamente atualizada, em  rodízio reiterativo, pelos  institutos de pesquisa. O  programa lançado pelo ministério da Saúde, há menos de um mês,  poderá inspirar uma bem-vinda reconciliação com a dimensão política da luta pelo desenvolvimento, esgarçada por um certo economicismo nos últimos anos. Não se trata de desdenhar o que é fundamental: o planejamento público de longo prazo, algo de que tanto se ressente a economia brasileira. Mas não se pode reduzir um governo a um escritório de acompanhamento de projetos. Intuitivamente, o ‘Mais Médicos' ataca esses desvios. Seu desenho resgata um modelo de ação engajada cuja cepa  remete às premissas da política de segurança alimentar, combate à fome e à miséria, lançada no início do governo Lula, em 2003. Atacar o emergencial e o estrutural, ao mesmo tempo e com igual intensidade, era o cerne da estratégia contra o que se tornou intolerável. Fixar prazos críveis e benefícios visíveis no horizonte imediato da população, um ingrediente mobilizador. Outro: estabelecer metas de apelo popular que colocavam sob pressão  instancias políticas e administrativas, de cuja adesão dependia o sucesso da política. O ‘Mais Médicos' foi lançado em oito de julho.Até 8 de agosto estará estruturado. Em 30 dias terá dado sinais concretos de uma mudança  na vida de cidades e cidadãos até então condenados a uma combinação perversa de precariedade e incerteza no acesso a um serviço vital. O 'Mais Médicos' pode se tornar o Bolsa Família da saúde pública. O governo não deve desperdiçar o potencial dessa experiência. E as lições que ela encerra para outras áreas

VOCÊ TEM MEDO?

Por que temos medo?

Medo possui uma característica ambígua. Ora nos protege quando estamos em meio ou à frente de um perigo real, ora nos afasta de conquistas pelo receio de tomarmos algumas ações: seja por uma experiência passada, seja por ainda não termos vivenciado a situação...

Então, o medo é benéfico ou não?

Na maioria das vezes não. Embora ele seja um vital sinalizador que visa nosso bem estar físico, emocional e espiritual, constantemente ele se mostra desajustado.

Um exemplo? Utilizemos mais de um:

Quando crianças, dependendo do estilo de nossos pais conduzirem nossa criação, ouvimos muitas vezes um "não faça isso" "não faça aquilo" com base nos "medos" que carregavam consigo, seja por uma experiência pessoal deles, seja por um excesso de zelo, etc. Se demos a devida atenção às suas exortações, com certeza vimos, ao longo dos anos, colegas nossos fazerem, com habilidade, coisas que achávamos ser impossíveis ou "muito perigosas". Desde se equilibrar num muro a andar de bicicleta, andar de patins a brincar na chuva, empinar pipa a jogar bola ou simplesmente brincar na rua. Sobre este último item, use de sinceridade: quantas crianças atropeladas você já viu? Com certeza, mesmo que tenha visto, a porcentagem é mínima e não suficiente para associarmos que brincar na rua é muito perigoso. Agora, converse com quem brincava, ou lembre-se de quando brincava... certamente verá boas lembranças desta época...

Seguindo os mesmos exemplo acima citados, podemos ter alimentado também medos por termos vistos algo ou alguém se machucar em cima de uma das situações acima. Por exemplo, ao termos visto um parente próximo ou um amigo se acidentar com sua bicicleta, podemos ter criado uma aversão à bicicleta, evitando-a. Entretanto, dificilmente analisamos o porquê do acidente, os motivos que conduziram para tal... Simplesmente associamos a bicicleta ao acidente. E não vemos se houve alguma imprudência, alguma falta de manutenção ou outro motivo para que o acidente viesse a ocorrer.

Os dois exemplos utilizados acima podem ser conduzidos e adaptados a diversas situações e a diversos setores de nossas vidas ao longo dos anos. Deixemos que sua reflexão interior permita maior abrangência.

Percebe então que o medo pode se mostrar um indicador ineficiente ou até desnecessário em vários momentos?

Isso mesmo. Se o medo, ou a sensação de, pode nos proteger, igualmente pode nos impedir de alcançar muitas experiências maravilhosas e inesquecíveis.

Dose o teu medo. Se buscas a sabedoria, o entendimento, a perspicácia e tua evolução, por que não ousar? Por que não vencer alguns de seus medos e deixar-se levar? Verá que para muitas coisas, vale muito a pena...

Obviamente, não tratamos aqui de medos de origem patológica (as fobias), mas ainda assim, embora na maioria dos casos necessitem de uma orientação médica para sua extinção, os mesmos poderão ser amenizados por você: creia, você pode eliminar teus medos!

Não limite teus movimentos, não talhe tuas ações, não obstrua o teu caminho. Vamos, ouse e viva uma vida mais satisfatória! Viva cada segundo como se fosse o teu último! Aproveite, responsavelmente, mas com bastante ousadia e alegria o teu maior presente: a tua vida!

FRANÇA REVOGA LEI QUE PROIBIA MULHER DE USAR CALÇAS

Foi derrubada nesta segunda-feira uma lei de criada há dois séculos que proibia as mulheres de usarem calça.
paris
A ministra francesa dos Direitos da Mulher, Najat Vallaud-Belkacem, disse que a lei foi cassada porque não estava alinhada com os valores da França atual.
Instaurada em 1800, logo após a Revolução Francesa, a lei exigia que mulheres que quisessem se vestir como homens pedissem permissão para a polícia.
Na virada do século 20, foi adotada uma emenda na lei, permitindo que as mulheres usassem calças, mas apenas diante de duas situações: “se estiverem segurando um guidão de uma bicicleta ou as rédeas de um cavalo”.
As mulheres parisienses lutavam pelo direito de usar calças desde a Revolução, quando os trabalhadores passaram a usar calças compridas de algodão, em vez dos culotes de seda – calça larga na parte de cima e justa a partir do joelho –, como fazia a aristocracia.
O vestuário feminino continua a despertar paixões políticas na França. Em maio, a ministra da Habitação, Cécile Duflot, foi criticada por usar uma calça jeans durante o primeiro encontro do gabinete do presidente François Hollande.
Alguns meses depois, antes de começar um discurso na Assembleia Nacional, ela foi alvo de assobios e gracinhas por parte de muitos políticos por estar usando um vestido floral.
“Já trabalhei em canteiro de obras e nunca vi nada assim”, disse Cécile. “Isso diz muito sobre alguns dos parlamentares. Eu fico pensando nas mulheres deles…”

ELA ERA FELIZ E NÃO SABIA.

“Não tenho um caminho novo. O que tenho de novo é um jeito de caminhar.”

Depois de longas horas de trabalho, primeiro na loja, depois em casa, uma dona de casa desabou no sofá. Estava exausta. Sempre a mesma vida, lamentou, estou sendo explorada. O marido volta do trabalho, senta no sofá, lê o jornal e bebe seu aperitivo. Depois do
jantar preciso lavar a louça e deixar a casa em ordem. Quando sento para ver minha novela favorita é a vez dos filhos. Os dois meninos e a menina disputam a atenção. Eles querem brincar ou contar os pequenos incidentes da escola. Além disso, preciso cuidar da casa de meus velhos pais, isto por duas ou três vezes na semana. E ninguém agradece. A única coisa boa é dormir, afundar no sono e dormir para sempre.
Foi para a cama e o sono veio logo. O tempo começou a girar loucamente. Depois uma névoa envolveu todas as coisas. Um homem de Deus, talvez um anjo, dirigiu-se à senhora. “Seus desejos foram ouvidos e vou aliviar sua vida. Vou dispensar você do trabalho, das tarefas do lar, do esposo, dos filhos e até mesmo dos pais. Você terá o merecido descanso. Você não precisará mais cuidar de ninguém”.
Espantada, a boa senhora protestou: mas meu trabalho, meu marido, meus filhos, meus pais? O anjo garantiu-lhe que havia respostas para tudo. Para os pais fora arranjada uma casa de repouso; certamente eles se acostumarão lá. Para o trabalho já contrataram
outra pessoa. Desempregada, ela está muito feliz. Ao marido foi dada uma boa senhora. Filha única, cuidou dos pais, deixou o tempo passar e não tivera ocasião de casar. Ela
está feliz, nunca parece estar cansada, adora o esposo e parece não perceber seus
pequenos defeitos. Aceitou os filhos como se fossem seus. Todos estão felizes.
Não pode ser, protestou a mulher. Quero de volta o meu trabalho, minha casa, meu marido, meus filhos e meus pais. Tenho ainda tantos sonhos a realizar. Aquela viagem longamente planejada, tudo o que sonhei para os filhos - a menina fará em breve a
primeira comunhão - a universidade, o casamento... Infelizmente é tarde, esclareceu o homem de Deus, tudo já foi decidido.
Isto é injusto, protestou a senhora, quero minha família de volta, não fui consultada sobre isto! Talvez pela exaltação, falou alto... O marido, que dormia ao lado, acordou,
olhou a esposa com ternura e perguntou: o que foi querida? Nada, nada. Um pesadelo! Depois de um pouco de silêncio, beijou o marido e disse: sabe, o bom Deus me
visitou e me deu nova oportunidade.
O poeta amazonense Thiago de Melo um dia garantiu: “Não tenho um caminho novo. O que tenho de novo é um jeito de caminhar”. Independente de ser homem ou mulher, você não precisa mandar rezar missas em ação de graças, não precisa fazer cópias e enviá-las
às amigas. Aproveite a oportunidade.

ESSES CABELOS BRANCOS

Um idoso é um resumo da história, mas é muito do que somos... Cuidar é uma forma de amar

Os tempos são outros. No ontem, a idade estava relacionada à cor dos cabelos. Hoje, nem sempre se sabe quando alguém já está com os cabelos brancos. Mas isso não importa. Os anos podem ser disfarçados, a certidão, porém, não aceita rasuras. É bem verdade que alguns números não são essenciais. Entre eles, está a idade. Não convém recordá-la a todo instante. A existência é muito mais do que o registro cronológico. O que conta mesmo é o entusiasmo direcionado ao viver. Há pessoas que nunca perdem a jovialidade. Acostumaram-se a ficar de pé diante das adversidades da vida. Entre estas pessoas, estão os pais de nossos pais.
O dia dos avós não é muito badalado. Convém falar baixo. Particularmente acho muito bom que não se comercialize exageradamente algumas datas. Merecem, no entanto, uma bela festividade de reconhecimento. Falar dos avós é recordar os cabelos brancos da experiência, da doação, da ternura e do amor. Primeiramente, viveram pelos filhos. Com a chegada dos netos, voltaram a exercitar o cuidado e o carinho. Agora, mais maduros, parecem ter destravado os sentimentos, outrora um tanto contidos.
A dinâmica que envolve os laços familiares é fantástica. Nada é mais significativo do que a pertença familiar. Talvez sejam os sentimentos que mais facilmente se eternizam. Não há superficialidade quando o amor perpassa e faz surgir uma nova geração que está interligada pelo cuidado mútuo. Ao menos deveria ser. Com algumas exceções, a família continua sendo o espaço ideal para que a vida seja gerada, cuidada e plenificada.
Um jeito elegante de celebrar o dia dos avós pode ser visualizado através do carinho, respeito e reconhecimento. Se os avós já não conseguem dar conta das tarefas, cuidá-los não é sacrifício e nem incômodo. Afinal, só existe uma nova geração porque a anterior se esmerou na doação. Evidente que há situações e situações. O bom senso deve prevalecer. Pois, não é necessário perder alguém para saber o valor que tinha.
A cor do cabelo pouco importa, quando o amor é intenso. Um idoso é um resumo da história, mas é muito do que somos. Que os mais jovens consigam exercitar a gratidão para com os seus genitores. O encontro de gerações convida ao exercício da paciência e de valorização da diversidade. Cuidar é uma forma de amar.

O EVANGELHO ASSUME A FEIÇÃO DOS JOVENS

Os jovens estão nos dando testemunho da perene vitalidade do Evangelho
 Quando do primeiro “encontro mundial” do Papa com a Juventude, em 1984, a preocupação era garantir que a grande diferença de idade não inviabilizasse o diálogo. Colocar frente a frente gerações tão diferentes parecia provocar o desencontro. A iniciativa tinha sido de João Paulo II, o incansável peregrino, obstinado a se encontrar com todo o mundo. Dessa vez a aposta era com a juventude. E o resultado foi surpreendente: entre o ancião que representava a velha guarda, e os jovens que representavam as novas gerações, na verdade havia muito mais concordâncias do que divergências, mais sintonias do que dissonâncias, mais empatia do que oposição. 
Esta primeira experiência acendeu a luz inspiradora, para construir uma plataforma dinâmica de diálogo entre a Igreja e a juventude de nosso tempo. Outro fato concomitante veio corroborar esta proposta: a ONU acabava de estabelecer 1985 como o “Ano Internacional da Juventude”.
O Papa não perdeu tempo: convocou outro encontro com os jovens, ainda em 1985, e nele expôs sua intenção de criar a “Jornada Mundial da Juventude” (JMJ), a ser realizada em cada ano, por todas as dioceses, no Domingo de Ramos. Também ficou estabelecido que, a cada dois ou três anos, haveria Jornadas da Juventude, em grandes cidades do mundo, que contariam com a presença do papa. E assim já aconteceu em 1986, ano em que se realizou a primeira JMJ, que inaugurou a série que continua até hoje.
O fato é que os jovens se tornaram, através das Jornadas Mundiais, uma referência positiva de sensibilidade cristã, de vontade de recuperar valores perenes que motivam nossa existência, e sobretudo de generosidade em abraçar as causas da humanidade e a missão da Igreja. Nem é de estranhar que entre juventude e Evangelho exista uma profunda afinidade e uma mútua cumplicidade. Pois na verdade o Evangelho sempre traz a dinâmica da renovação, da recuperação de sentido, da mudança e da conversão pessoal com repercussões na sociedade.
Não é por nada que por definição, o “evangelho” é uma “Boa Notícia”, que tem a força de se renovar sempre, encontrando nas “novas gerações” a porta aberta para entrar e ser acolhida. Se nos perguntarmos o que está acontecendo nestes dias com a JMJ, podemos dizer que é o Evangelho assumindo as feições da juventude de hoje, e mostrando de novo como ele é o caminho verdadeiro para a plena realização de nossa vida. Os jovens estão nos dando o testemunho da perene vitalidade do Evangelho de Cristo.

DEPOIS DO FRIO, CHUVA BAIXO DO NORMAL NO TRIMESTRE.

Alerta - O prognóstico para o Rio grande do Sul nos próximos três meses é de temperaturas mínimas abaixo do padrão em agosto, especialmente no sul do Estado, valores médios em setembro e um pouco acima do padrão em outubro. O mesmo quadro deve se repetir em relação às temperaturas máximas – abaixo do padrão em agosto, na média em setembro e um pouco acima em outubro.
A análise feita por representantes de cinco centros ligados ao clima projeta ainda chuvas abaixo do normal e com irregularidades, principalmente no começo do trimestre, retomando a média histórica em outubro. Os meteorologistas, após reunião na semana passada, recomendaram atenção especial com os recursos hídricos naturais. Isso porque as precipitações ficaram em geral abaixo do padrão nos últimos meses e os prognósticos permanecem indicando redução em agosto. Embora a tendência da precipitação seja mais próxima do padrão a partir de setembro, salienta-se que a partir deste período a demanda evaporativa aumenta significativamente.

UMA INVERSÃO QUE ALIMENTA A VIOLÊNCIA

A morte de um jovem é lamentável em qualquer circunstância. Ela foge da ordem cronológica da vida, interrompe fases, sonhos e aspirações e, por isso mesmo, provoca mais sofrimento entre os familiares, amigos e colegas. Quando a perda de vida é por violência, em especial assassinato, à dor soma-se a revolta, a indignação e o desejo irremovível de punição aos responsáveis.
O Mapa da Violência 2013, divulgado na semana passada pelo Centro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), mostra que os homicídios de jovens brasileiros cresceram 326% entre 1980 e 2011. Revela ainda que o Brasil está em sétimo lugar no ranking mundial de assassinatos, uma posição muito desconfortável. E que os negros são maioria entre as vítimas – uma discriminação gestada pelo ambiente de desigualdades que o país conserva?
Os dados impressionam. Mas tão ou mais preocupante é o conteúdo de depoimento do responsável pelo estudo, Julio Jacobo Waiselfisz. Segundo ele, há no país a tendência de se culpar as vítimas de homicídio, o que acaba se tornando um grande entrave para combater a violência. Essa inversão, que com frequência se transforma em perversidade, acaba estimulando a tolerância aos crimes praticados contra grupos mais vulneráveis, justamente aqueles que deveriam ter proteção ampliada pelo Estado. Existe ainda um agravante: isso não ocorre apenas com crianças e jovens marginalizados, mas em geral.
Na pratica, isso significa que quem deveria combater a violência tenta justificá-la com a incriminação da vítima. Esse comportamento, reflexo de uma forma equivocada de encarar a realidade, é um atalho para a inação, um desvio para a omissão. Ou, como alegam especialistas, uma relevante contribuição para que a violência continue crescendo, ceifando vidas, produzindo injustiças e espalhando sofrimento.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

DANE-SE O FONDUE!

O inverno, dentre outras coisas, traz consigo uma turma de sofisticados que acham uma beleza beber um vinhozinho, degustar um fondue, curtir uma lareira. Quando ouço esse tipo de coisa, tenho ganas de sacar a arma que não possuo e bradar feito um Caxias na Guerra do Paraguai: Dane-se o fondue!
Declarei alhures que me impressiona o verdadeiro ritual em que se transformou o simples ato de beber vinho em um restaurante. No inverno, então, o babado é forte.
O garçom serve um mísero gole e aguarda, com cara de tacho, que o cliente experimente o tinto, avalie a qualidade da safra, verifique a harmonização com o cardápio de fondues, balance a cabeça e autorize, vinte minutos depois, que a bebida seja servida.
Há também os especialistas em tecer considerações – aos berros - sobre a psicologia e os aspectos emocionais da bebida. Sim, é exatamente isso. Os vinhos são analisados com rigores freudianos. O camarada toma uma taça, faz pose de quem limpa bosta de galinha com colher de prata e arrisca uma análise das características emocionais da bebida:
- É um vinho que se mostra, ao primeiro gole, um tanto tímido. Aos poucos, porém, vai ganhando um toque de agressividade que o equipara aos melhores rascantes. Honra a tradição e tem personalidade. Harmoniza bem com fondue de carnes vermelhas.
O outro, sem perder a pose, faz cara de galã do cinema mudo e manda brasa:
 - O vinho padece de um acanhamento excessivo. Poderia ser um pouco mais arrojado, sem perder a sensibilidade. Acho que harmoniza com fondue de carne de vitela ao molho de queijo de búfala desmamada marajoara.
O terceiro resolve entrar de sola:
- As características do mosto da uva atribuem um toque de excentricidade à bebida. É, todavia, um vinho corajoso. Eu diria que tem caráter. É isso; eis um vinho de caráter. Harmoniza bem com fondue de escama de peixe espada ao molho de tamaras flâmbadas no conhaque.
O quarto dá o tiro de misericórdia:
 - Talvez falte certa ousadia. Mas é, sem dúvidas, um vinho que tem alma e notas de madeira de demolição. Harmoniza com a minha própria personalidade. Esse vinho, esse frio, esse fondue, sou eu.
Quando ouço essas barbaridades, pergunto aos meus botões velhos de guerra: Como pode uma bebida ser tímida, agressiva, acanhada, arrojada, sensível, excêntrica, corajosa, de caráter, ousada e possuir alma?
As mesmas malas de plantão estão começando a invadir o reino das cervejas. Nada contra conhecer e beber bem. O siricotico público e as divagações existenciais típicas de quem não come ninguém é que incomodam.
A acreditar nessas avaliações, qualquer bebida é um ser humano mais complexo do que eu. Não me surpreenderei se um dia souber que algum médium incorporou uma garrafa de vinho ou uma cerveja frutada do Cazaquistão em um centro de mesa branca e saiu dando consultas. É o caminho natural. Só não contem comigo para bater cabeça para as entidades.

DIMINUIR O NÚMERO DE MINISTÉRIOS OU DEIXAR EM 39?

Nos últimos meses, o Governo Federal tem sido atacado por dois coros bem diferentes: um cobra mais ação do Estado para a solução dos problemas nacionais; o outro, curiosamente entoado pelas mesmas pessoas, pede a redução do tamanho do Estado, especialmente da quantidade de Ministérios na Esplanada. O número atual, 39, seria um evidente exagero.
Os críticos não são só os editorialistas de sempre. Vão desde grandes empresários como Jorge Gerdau Johannpeter , que sugeriu a redução de pastas “a uma meia dúzia” (mesmo número de diretores-executivos do Grupo Gerdau), até a socialite Narcisa Tamborindeguy, que avaliou que “tem um monte de burro e de gente que não faz nada” no Ministério de Dilma. Ninguém há de questionar sua qualificação para o julgamento.
Para espanto geral, até o PMDB resolveu aderir ao clamor pelo enxugamento . A Presidenta sabidamente não tem o hábito de resistir a pressões, e já prepara uma reforma ministerial. Talvez esta torne a Administração mais eficaz – mas qual seria o impacto nas contas públicas?
Há quem imagine que, reduzindo as pastas pela metade, o Estado como um todo também terá suas despesas cortadas ao meio. A história dá uma lição diferente: Collor reduziu os Ministérios a 12. O resultado foi conseguir desarticular o Estado sem reduzir o déficit público.
Primeiro, é preciso desmistificar. O Brasil não tem 39 Ministérios, mas 24. Os outros 15 “Ministérios” que entram na conta da imprensa são, na verdade, Secretarias e Órgãos com status ministerial.
Lula deu ao Presidente do Banco Central “status de Ministro” por uma razão tática (blindar Henrique Meirelles de denúncias), mas obviamente isso não importou na criação de um Ministério novo. O orçamento do BC já estava e continuou sob a rubrica do Ministério da Fazenda. O mesmo se diga do Advogado-Geral da União e do Controlador-Geral da União. Se estas pessoas deixarem de ter status de Ministro, nada mudará nos orçamentos nem na estrutura administrativa dos respectivos Órgãos.
Os titulares dos Órgãos e Secretarias Especiais ocupam espaço na foto oficial do Ministério, e podemos supor que, diferentemente de um pintor, o fotógrafo cobra o mesmo cachê para tirar uma foto com 20 ou 40 pessoas, mas tais pastas têm, quase todas, orçamento muito pequeno. A Casa Civil (que muita gente pensa que é um Ministério, mas é um Órgão com status de Ministério) tem pouquíssimos funcionários e funciona no próprio Palácio do Planalto.
Não é muito diferente a condição do Gabinete de Segurança Institucional, da Secretaria de Relações Institucionais, da Secretaria Geral da Presidência da República, da Secretaria de Assuntos Estratégicos…
As duas únicas Secretarias com orçamento significativo são a de Aviação Civil e a de Portos. Esta última era vinculada ao Ministério dos Transportes, mas o orçamento da pasta pouco aumentou por conta do remanejo administrativo.
A SAC era, até dois anos atrás, vinculada ao Ministério da Defesa: com a mudança, passou a ter espaço próprio no Orçamento da União, enquanto o orçamento da Defesa foi reduzido na mesma proporção. Vale observar que quase todo o orçamento da pasta é dedicado à Infraero, uma empresa pública que, apesar dos pesares, dá lucro.
Secretarias como as de Igualdade Racial e de Políticas para as Mulheres, criadas por Lula, têm orçamentos ínfimos, que não fazem nem cócegas. O Ministério da Pesca, também criado por Lula, a partir de uma secretaria do Ministério da Agricultura, é outra vítima de bullying midiático, mas é, de longe, o Ministério com menor orçamento, inferior até ao das duas maiores Secretarias da Presidência.
O orçamento do Executivo da União Federal para 2013 foi de cerca de R$ 1,5 trilhão. Destes, 40% (R$ 600 bilhões) foram direcionados para o pagamento de juros da dívida pública, e o curioso é que os mesmos jornalões e revistonas que defendem a redução do número de Ministérios não perdem uma chance de advogar o aumento dos juros…
Dos R$ 900 bilhões restantes, os 24 Ministérios ficam com 99,3% do orçamento. Se contarmos as Secretarias de Portos e de Aviação Civil, vamos a 99,9%. Os demais 13 Órgãos e Secretarias, além dos staffs da Presidência e da Vice-Presidência, ficam com 0,1% – e status. Representam quase nada nas contas públicas. Se a Presidenta quiser fazer marketing, como parece provável, e como parece ser a única forma de calar os críticos, é só tirar o status de Ministro dos titulares daquelas pastas, mas isto não representará mudança significativa no Orçamento nem na estrutura da Administração.
Ainda sobre os R$ 900 bilhões que a União pode gastar, a Previdência fica com R$ 360 bilhões, mas nesta conta estão verbas que foram alocadas para o Ministério por manobra contábil, para serem redirecionadas ao longo do ano para obras públicas. A Saúde fica com R$ 100 bilhões, a Educação com R$ 80 bilhões (sobe para R$ 95 bilhões se incluir a Cultura e a Ciência e Tecnologia).
Em seguida aos mencionados, os Ministérios com maior orçamento são o da Defesa (R$ 68 bilhões, baixo para um país do porte do Brasil) e o de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que gere programas como o Bolsa-Família (R$ 62 bilhões). Portanto, os recursos destinados ao financiamento da dívida pública, previdência, educação e cultura, saúde, assistência social elementar e forças armadas importam em 85% do orçamento do Executivo Federal.
As contas públicas são apertadas, mas a eliminação de Ministérios “desnecessários”, embora possa ajudar na racionalização da máquina pública, não significará nenhum alívio: e os críticos bem informados do governo sabem disso. Se é o que eles querem, parece que é o que terão. Marketagem com marketagem se paga.

DILMA FOI APEDREJADA POR CONHECER A HISTÓRIA

Pinzon chegou ao Brasil antes de Cabral
Pínzón chegou ao Brasil antes de Cabral
Ela sabia que espanhóis estiveram no Brasil antes de Cabral e pagou o preço disso.
Lula disse, estes dias, que Dilma apanha da mídia ainda mais que ele.
É difícil discordar, mesmo considerando que Lula apanhou e apanha muito.
Um episódio recente é ilustrativo.
Numa visita ao Ceará, Dilma disse que o Brasil se iniciara ali.
Em alguns blogues conservadores, Dilma foi ridicularizada pelo alegado erro. Burra, ignorante, dois neurônios – a lista de insultos foi enorme.
Mas o fato é que ela estava muito mais equipada e informada que seus detratores.
Historiadores admitem, hoje, que antes de Cabral navegadores espanhois estiveram no Brasil.
Um deles era Vicente Yañez Pinzón.
Reproduzimos abaixo trechos de um bom artigo sobre este assunto publicado há poucos meses pela revista História e republicado pelo Guia do Estudante, ambos da Abril.
“Em 1498, para apressar a exploração do Novo Mundo, os soberanos espanhóis decidiram permitir que empreendedores particulares montassem viagens ao outro lado do Atlântico.
Ao saber da notícia, um navegante da cidade de Palos de la Frontera animou-se em organizar sua expedição.  (…)
Juntando seus recursos e alguns empréstimos, montou uma expedição com 4 caravelas e partiu para o Novo Mundo em novembro de 1499. Seu nome era Vicente Yañez Pinzón.
A pequena esquadra de Pinzón tornou-se a primeira expedição espanhola a cruzar a linha do Equador. (…) Meio perdidos, levados pelo vento e com a ajuda de uma tempestade, eles avistaram terra e desembarcaram no Brasil em 26 de janeiro.
(…) Historiadores defendem que o tal cabo fosse a Ponta de Mucuripe, em Fortaleza. Essa é uma das poucas controvérsias que existem acerca da viagem de Pinzón, pois sua existência e seus passos são muito bem registrados.”
Por saber o que seus detratores não sabiam, Dilma foi chamada de “anta”, “presidanta”, “dois neurônios” e por aí vai por aquela classe média tão bem descrita por Marilena Chauí.
É gente que não lê livros, não se ilustra, é dominada por preconceitos e é coberta por um maciço véu de ignorância.
Com todos estes atributos, enxergam nos outros o que eles próprios são.