A perda de espécies não preocupa apenas pelo
desaparecimento de tais animais e plantas, mas também porque causa impacto
direto na alimentação e na produção de remédios e de água limpa. Ameaça bilhões
de seres humanos, segundo avaliação dos especialistas da União Internacional
para a Conservação da Natureza (UICN), que publica periodicamente a Lista
Vermelha das Espécies Ameaçadas de Extinção. A mais recente atualização do
documento foi publicada este mês, durante a Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável, realizada no Rio de Janeiro (Rio + 20).
Das
63.837 espécies avaliadas, 19.817 encontram-se ameaçadas de extinção. Desse
total, 41% são anfíbios, 33% corais formadores de recifes, 25% mamíferos, 13%
aves e 30% coníferas. A Lista Vermelha da UICN é considerada um indicador
crucial da saúde da biodiversidade mundial e um dos mais respeitados documentos
sobre o tema.
A maioria da população nos países ricos depende primordialmente
de espécies domesticadas para a sua alimentação, ao passo que milhões de outras
pessoas no mundo dependem de espécies selvagens. Fonte alimentícia importante,
os peixes estão ameaçados pelas práticas pesqueiras insustentáveis e pela
destruição do seu habitat.
No mínimo um terço da produção mundial de
alimentos depende da polinização efetuada por insetos, morcegos e aves. Segundo
a Lista Vermelha, 16% das borboletas endêmicas da Europa estão ameaçadas; assim
como 18% dos morcegos do mundo. Os beija-flores, notórios polinizadores, também
estão ameaçados. Além de serem polinizadoras, essas espécies ajudam a controlar
a população de insetos, que de outra forma poderiam até destruir lavouras
economicamente importantes.
Os anfíbios, por exemplo, desempenham papel vital
na busca de novos medicamentos, pois no couro de muitas rãs encontram-se
componentes químicos importantes. Contudo, 41% das espécies de anfíbios estão
ameaçadas de extinção.
Outros serviços importantes prestados pelas espécies
incluem a melhoria e o controle da qualidade do ar pelas plantas e árvores. Uma
árvore frondosa e madura produz a mesma quantidade de oxigênio inalada por 10
pessoas durante um ano.
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