Ricos brasileiros são os
quartos no mundo em remessas a paraísos fiscais.Os super-ricos brasileiros
detêm o equivalente a um terço do Produto Interno Bruto, a soma de todas as
riquezas produzidas do país em um ano, em contas em paraísos fiscais, livres de
tributação. Trata-se da quarta maior quantia do mundo depositada nesta
modalidade de conta bancária A
informação foi revelada este este domingo por um estudo inédito, que pela
primeira vez chegou a valores depositados nas chamadas contas offshore, sobre as
quais as autoridades tributárias dos países não têm como cobrar
impostos.O
documento The Price of Offshore Revisited, escrito por James Henry,
ex-economista-chefe da consultoria McKinsey, e encomendado pela Tax Justice
Network, mostra que os super-ricos brasileiros somaram até 2010 cerca de US$ 520
bilhões (ou mais de R$ 1 trilhão) em paraísos fiscais.O estudo cruzou dados do Banco de Compensações
Internacionais, do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial e de governos
nacionais para chegar avalores considerados pelo autor Em 2010, o Produto Interno Bruto Brasileiro somou cerca
de R$ 3,6 trilhões.
Quem
envia
Segundo o diretor da Tax
Justice Network, além dos acionistas de empresas dos setores exportadores de
minerais (mineração e petróleo), os segmentos farmacêutico, de comunicações e de
transportes estão entre os que mais remetem recursos para paraísos
fiscais.
"As elites fazem muito barulho
sobre os impostos cobrados delas, mas não gostam de pagar impostos", afirma
Christensen. "No caso do Brasil, quando vejo os ricos brasileiros reclamando de
impostos, só posso crer que estejam blefando. Porque eles remetem dinheiro para
paraísos fiscais há muito tempo".
Chistensen afirma que no caso de México, Venezuela e
Argentina, tratados bilaterais como o Nafta (tratado de livre comércio
EUA-México) e a ação dos bancos americanos fizeram os valores escondidos no
exterior subirem vertiginosamente desde os anos 70, embora "este seja um
fenômeno de mais de meio século".
O diretor da Tax Justice Network
destaca ainda que há enormes recursos de países africanos em contas
offshore.
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