quarta-feira, 18 de setembro de 2019

E EU É QUE SOU LOUCO

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Sou humano. E, por ser humano, estou exposto, tanto quanto todos os meus colegas humanos, a esse velho mal do novo século chamado “Ansiedade”.

Ansiedade: substantivo feminino; grande mal-estar físico e psíquico; aflição; agonia; desejo veemente e impaciente”. Tá tudo aí...

Senti o monstro (ou a monstra, já que é feminino) crescendo dentro de mim à medida que lia o livro “Depois a louca sou eu”, da Tati Bernardi. Como escreve bem e vive mal essa moça.

Não, não a estou recriminando ou julgando, ao contrário, me senti absolutamente solidário a ela. Mas, o que pode ter sido divertido para muitos leitores, para os ansiosos de plantão a leitura do livro é uma tortura sem fim, uma dolorosa experiência de auto reconhecimento.

Ainda bem que há, no livro, um capítulo chamado ‘Você não está sozinho’.

Somos tantos que, sabendo que somos muitos, a indústria farmacêutica e o mercado paralelo de felicidade instantânea investem milhões para tomar os nossos trocados, que somados, transformam-se em bilhões. E a promessa é sedutora: felicidade assim, tipo miojo, em três minutos. É só seguir as instruções da embalagem...

Senão, vejamos:

1: Consuma alimentos que ajudem a combater a ansiedade. Salmão, por exemplo, é ótimo, mas se você não tiver grana pra comprar um salmão vai ficar mais ansioso ainda e vai acabar devorando um XisTudo no Komilão, no começo de uma longa madrugada. Na sequência, vai trocar ansiedade por culpa, o que vai lhe trazer mais ansiedade ainda.

2. Então, saia do Komilão e pratique exercícios físicos, o que vai ser difícil graças justamente aos quilos a mais adquiridos no Komilão.

3. Ok, teste o ‘mindfulness’, uma técnica de se interiorizar e parar de se preocupar. Simplesmente preencha sua mente com o vazio. Preencher a mente com o vazio... É assim: feche seus olhos e medite, prestando atenção à sua respiração e aos barulhos do seu corpo. O problema é que alguns barulhos do seu corpo podem ser desagradáveis e incômodos (especialmente para quem estiver próximo), o que pode facilitar o esvaziamento intestinal mas dificultar o esvaziamento mental.

4. Faça exercícios respiratórios. Os gurus indianos dizem que quando passamos por momentos de ansiedade devemos fechar os olhos e respirar profundamente por 10 vezes. O risco é ficar ansioso contando as respiradas; ‘Já dei dez? Não, foram oito? Estou tonto, acho que foram 53...’.

5. Tente relaxar. O relaxamento pode ser feito sempre que a ansiedade bater à sua porta. Deite e se imagine em uma praia ou em uma cachoeira. Respire profundamente aliviando todas as tensões do dia. Coloque uma música suave e “entre na música”, acalme-se e deixe os problemas de lado.

Cuidado onde vai se deitar. Seu colchão com a mola espetando não é exatamente uma esteira numa praia do Caribe. E se imaginar-se na Bahia, imediatamente vai aparecer um nativo dizendo “vai uma água de coco, meu rei?”. E vai ser difícil imaginar-se numa cachoeira ou ‘entrar numa música’ com o trânsito, o vizinho, o cachorro do vizinho, todos rugindo bem ali, na sua janela.

6. Use ervas medicinais. Nada como um chá de camomila para acalmar os ânimos mais exaltados. Outra opção é ter um travesseiro com camomila dentro, isso te relaxará ainda mais ao deitar.

Ou seja, é bem simples: sua vida vai ser perfeita se você comer salmão, praticar exercícios físicos, fizer mindfulness, respirar dez vezes e relaxar, desde que esteja morando numa horta de camomila...

Ou... tome um Rivotril

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