Um dos maiores especialistas em linguagem portuguesa, tinha um enorme problema: prolação. Sabia tudo sobre
gramática e como escrever o português, mas não sabia falar de maneira
inteligível, comia todos os finais das palavras porque baixava demais a voz no
encerramento da pronúncia. Assim, o homem que sabia português a ponto de
ensiná-lo, até mesmo a outros professores, não sabia falar, pois um vício de
linguagem deixava as palavras pela metade.
O que aconteceu com esse
professor de português acontece com nós, mas, na hora de viver o que sabemos
ou expressar aquilo que conhecemos, temos dificuldade. Um cardiologista amigo
meu não conseguia se livrar do cigarro e sofria do coração e do pulmão. Um
médico que conheci desaconselhava bebida a todos, mas ele mesmo exagerava na
dose. E pode acontecer e acontece que o pregador ensina para os outros, mas ele
mesmo não vive.
A expressão é de Jesus: “Médico, cura a ti mesmo”. Ele a usou
repetindo um adágio do seu tempo. Temos, todos, a tendência de ensinar os outros
a viver, mas quando toca a nossa vez, vivemos apenas um pouco daquilo que cremos
ou ensinamos, faz parte da condição humana. Ensinar a perfeição é uma coisa,
coerência é outra.
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