O Brasil continua sendo um dos líderes mundiais em
acidentes de trabalho. Ocupa a 4ª posição no ranking com mortes, atrás da Coreia
do Sul, El Salvador e Índia, e a 15ª em acidentes gerais. O dado oficial mais
recente, de 2010, revela cerca de 725 mil acidentes, em média 1.986/dia - ou
82,7/hora. São números trágicos, assim como os demais que compõem esta
estatística.
Em 2009, de acordo com informações oficiais, morreram em
acidentes de trabalho 2.496 brasileiros - só entre assalariados regidos pela CLT
e segurados pelo INSS. Se forem considerados servidores públicos, militares,
trabalhadores informais e acidentes não comunicados ao INSS, morrem quase 4 mil
pessoas, segundo estimativa de José Augusto da Silva Filho, do Fórum Sindical
dos Trabalhadores.
Incluindo os acidentes não fatais, foram 723.500
ocorrências em 2009. O total é um pouco inferior ao do ano anterior, mas muito
acima de 2005 e de 2004 (456 mil). Ou seja: as tentativas de
reduzir os acidentes de trabalho não têm sido eficazes.
Há outro dado
importante, revelado pelo Jornal do Senado às vésperas do Dia Mundial em Memória
das Vítimas de Acidentes de Trabalho (28 de abril): o Brasil perde de 2,5% a 4%
do seu Produto Interno Bruto (PIB) por ano com afastamento de trabalhadores e
pagamento de auxílio-doença. Convertendo os 4%, equivaleriam, em 2009, quando o
PIB brasileiro atingiu R$ 3,143 trilhões, a R$ 127,2 bilhões. Naquele ano, só
com acidentes de trabalho, os gastos somaram R$ 14 bilhões. Em relação ao PIB de
2011, os 4% representariam US$ 92 bilhões (uns R$ 175 bilhões). Em qualquer dos
comparativos, os prejuízos são gigantescos.
Com base em 2009, o maior volume
de acidentes ocorre na faixa etária dos 20 aos 29 anos e de doenças laborais,
dos 30 aos 39 anos. 77,1% das vítimas eram homens e 22,9%, mulheres.
Em 2007,
nos setores de indústria e serviços, ocorreram 45% e 44% do total de acidentes,
respectivamente, e no agrícola, 4%. Os acidentes mais comuns no país são
ferimentos (como cortes, esmagamentos, amputações, queimaduras, abrasões),
fraturas e dores nas mãos, punhos, pés e coluna. Nas doenças laborais,
destacam-se as relacionadas a movimentos repetitivos.
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