sábado, 11 de abril de 2020

PÁSCOA

O verdadeiro símbolo da Páscoa | CPB Educacional
Na páscoa  lembramos:
a vontade que habita dentro de nós, em nossos temores de sermos livres, em nossa vontade de que os outros se submetam a nossos desejos, em nossa dificuldade de conviver com o diferente.
Que a nossa vontade interna não enxerga nem escuta, que é ignorante porque pensa que sabe tudo, e substitui o poder do sentimento pelo sentimento do poder.
E que os opressores externos podem ser derrotados, mas o opressor interno deve ser enfrentado durante toda nossa vida.
Como conta a Bíblia: foi curto o confronto com a vontade, mas foram necessários quarenta anos de travessia no deserto para aprender a viver em liberdade.
Por isso não saímos do Egito se somos escravos do dinheiro e do poder.
Nem quando somos dominados por ressentimentos e ódios.
Ou quando oprimimos outros indivíduos e povos.
E demonizamos os que discordam de nossas posições.
Gritando em vez de conversar, falando sem escutar e procurando a perfeição e não o melhor possível.
Porque não saímos de Egito quando humilhamos e ofendemos.
E permitimos que nossa a vontade de omnipotência nos retire a capacidade de ouvir, compreender e aceitar nossas limitações e as dos outros.
E a capacidade de rir de nossas limitações e dificuldades.
Não tratando nossos seres queridos como possessões, no lugar de apoia-los para que construam suas próprias identidades e caminhos, cada um com sua forma de ser.
Porque deixar de ser escravo não significa liberdade e autonomia.
Que depende de nossa capacidade de enfrentar adversidades e imprevistos.
E de não agir guiados pelo primeiro impulso de nossas emoções, sem refletir antes de falar ou fazer.
Porque o tamanho de nossa humanidade é dado pela capacidade de compreender as adversidades vividas pelos outros.
Não permitindo que a arrogância ocupe o lugar de nossas inseguranças.
Nem a vontade de controlar nosso entorno se transforme numa camisa de força que não nos permite respirar e tira o oxigênio dos outros.
Não deixando que nossos sofrimentos passados controlem nosso presente, pois quem vive em tempos mortos está morto em tempos vivos.
Por isso festejamos cada ano a páscoa para lembrar que a liberdade não é dada, nem nunca totalmente conquistada. Ela dever ser construída a cada momento, por cada povo, por cada geração, e por cada indivíduo. E assim agradecemos:
Que vivemos, que existimos, que chegamos a este momento

Nenhum comentário:

Postar um comentário