sábado, 4 de abril de 2020

COMO SERÁ A MINHA PÁSCOA.


Páscoa é época de renovação. Veja como alguns países celebram a ...

E, finalmente, é chegado o domingo, da overdose de CHOCOLATE!

Pronto, acabou a Semana santa e os humanos podem tocar a vida (ou a morte?) em frente. A pedra do túmulo fecha-se sobre meu coração...

Não, minha Páscoa não vai ter ovo oco, mas desejo de Vida Plena. Por isso começarei a Semana Santa rezando um trecho do Evangelho de Mateus (Mt.13, 1-9) onde me vejo diante de palavras e gestos de vida, vindos de Jesus.

"Jesus saiu de casa, sentou-se à beira do Mar da Galileia e começou a ensinar. A multidão que se ajuntou à sua volta era tão grande que ele entrou num barco e se afastou alguns metros da margem. Ali sentou-se novamente e o povo ficou em pé, na praia. Jesus disse:

Um homem saiu para semear. Quando estava espalhando as sementes, algumas caíram na beira do caminho, e os passarinhos comeram tudo.

Outra parte das sementes caiu num lugar onde havia muitas pedras e pouca terra. As sementes brotaram logo porque a terra não era funda. Mas, quando o sol apareceu, queimou as plantas, e elas secaram porque não tinham raízes.

Outras sementes caíram no meio de espinhos, que cresceram e sufocaram as plantas.

Mas as sementes que caíram em terra boa produziram na base de cem, de sessenta e de trinta grãos por um.

E concluiu, dizendo: Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam."

O que importa é ouvir a voz que vem do coração...

Em mim falará a voz da memória que reza: estarei nas Ilhas do Chafariz, sentado em frente a um dos muitos recantos daquele lugar bonito. Diante de mim, a natureza cumpre seu papel. Contra a luz do sol eu posso ver milhares de pequenas sementes que, em flocos, caem das árvores, flutuando e dançando no ar, em direção ao solo. O chão é recortado por caminhos de pedras entre as quais há plantas, gramados, uma explosão de verde. Mais verde que pedra...

Ali, contemplarei, ao vivo, a Parábola do Semeador.

A Graça de Deus cairá como as sementes. Abundante, permanente. Cairá movida pelo vento que sopra onde e como quer. Se o vento cessa, ela cai bem menos, mas não deixa de cair. É melhor quando o vento agita as árvores, incomoda, tire-as da imobilidade.

Reparo que algumas sementes que caem ao encontro do chão terminam sobre as pedras. Outras repousam no verde acolhedor da grama ou na terra adubada e fecunda. A pedra é estéril, penso, e ali a semente tornar-se-á inútil.

Então, duas rolinhas descem suavemente do céu e pousam sobre as pedras. Ali, pacientemente, catam as sementes uma a uma. Logo, há um bando de rolinhas fartando-se de sementes.

Mesmo sobre a pedra a semente encontra uma forma de ser útil.

Olho de novo a natureza e vejo meu coração.

Mais pedra que verde...

Meu olhar percorre os caminhos que trilhei nos últimos tempos e percebo que tenho ficado tão preso às pedras que nem reparei no verde, ou pelo menos não o valorizei como deveria.

Meu olhar se estende para além do jardim...

Passar para a outra margem. Da pedra ao verde. Deixar que o vento do novo agite as árvores estáticas do meu coração e faça chover sobre ele a Graça santificadora do Pai.

Não ignorar as pedras. Fazer delas caminhos para ir muito além do jardim...

Isso é Páscoa. Isso é Passagem da morte para a vida que, um dia, se fará Vida Plena.

Vem comigo, Senhor Jesus!

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