quarta-feira, 18 de março de 2020

SE FAZER DE BONITINHO COM O CHAPÉU DOS OUTROS,


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Jair Bolsonaro denominou de “histeria” a pandemia que já matou mais de sete mil pessoas em todo o mundo. No Brasil, já há dois óbitos e a expectativa de estarmos no momento ascendente dos casos de contágio, que na Itália têm feito médicos abandonarem o tratamento em idosos com mais de 80 anos, para salvar os mais jovens, força de trabalho indispensável, em um mundo capitalista, tal o número de infectados a serem tratados.

Este não é mais um aspecto irresponsável e prepotente da personalidade presidencial. É, de novo, a tradução da sua misoginia crônica, conhecida antes mesmo dele entrar em campanha. Só não viu quem não quis. Seu ímpeto em desfechar bolachas em Maria do Rosário foi assistido por milhões de brasileiros. Vejamos:

Nas palavras de Freud: "O nome “histeria” tem origem nos primórdios da medicina e resulta do preconceito, superado somente nos dias atuais, que vincula as neuroses às doenças do aparelho sexual feminino”. Bingo! Aí está o ponto visitado por Jair.

“Na Idade Média, as neuroses desempenharam um papel significativo na história da civilização. Surgiam sob a forma de epidemias, em consequência de contágio psíquico, e estavam na origem do que era factual na história da possessão e da feitiçaria”, nos traduz a Wikipedia, sem nem mesmo ser necessário buscar os originais dos estudos de Freud. E Bolsonaro sempre volta ao “feminino” e sua dificuldade em lidar com ele.

Sem recursos intelectuais para interagir com os seus pares nem sequer da América do Sul, que se organizaram em teleconferência para armar estratégias de combate ao vírus e trocar experiências, ele segue negando as evidências e afrontando números, dados concretos e as carências do seu povo.

Já se falou dos locais onde é preciso escolher entre comprar pão ou sabão. O que dizer de álcool gel, a $R 30,00 o frasco? Já se comentou o aglomerado das vielas estreitas das comunidades pobres, onde o metro quadrado costuma abrigar famílias com quatro filhos, dormindo embolados, sob teto de plástico.

Mas ele, tal como o seu ministro da Economia, Paulo Guedes, não conhece a miséria genuína, (não estão nem aí para elas) e se sentem desconfortáveis em falar de uma realidade que para eles só são gráficos e, no máximo, costuma ser traduzida em resultados econômicos. Como parar todo mundo? Perguntam perplexos. Na visão deles, pelo menos uma turma de trabalhadores tem de ficar ali, arcando com as consequências. O país vai parar? Vai, senhor ministro, se assim for necessário.

Até o seu “modelo”, Donald Trump, já está revendo posição e entendendo que o Estado vai precisar intervir, e investir nos negócios dos que não conseguirão sustentá-los, sob pena de não sobrar país após a pandemia.

Em coletiva, Paulo Guedes não conseguiu esconder o desconforto ao falar das medidas econômicas, e destinar recursos para a população atingida pelo coronavírus. O único momento de entusiasmo demonstrado por ele foi quando mencionou as “robustas reservas” que o país possui, para fazer frente à crise e aos gastos. O PT não quebrou o Brasil??? Guedes se esqueceu de dizer que estas reservas foram uma “herança bendita” dos governos Lula e Dilma. É fazer bonitinho com o chapéu dos outros.

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