segunda-feira, 30 de março de 2020

PAZ, SOBERANIA E GRANA.

Cunhagem - Origem, desenvolvimento e modernização


Cunhar e emitir moeda, assim como lançar e cobrar impostos e taxas são faculdades essenciais de um poder soberano há milênios. Tão mais legítimas quanto mais democrático for este poder.

Bem mais recentemente, na segunda metade do século passado, descobriu-se que renunciar a uma parte desta soberania para a construção de uma moeda comum poderia ser um elemento crucial na consolidação do processo de paz no velho continente europeu - que se digladiou em guerras fratricidas ao longo de muitos e muitos séculos.

Estes rudimentos de economia política, que não podem ser rotulados de neoliberais nem de desenvolvimentistas, parecem totalmente ausentes da cabeça de alguns responsáveis por políticas públicas.


No momento histórico em que as três instâncias de governo começam a se unir, com o apoio do setor privado e da sociedade civil e um amplo respaldo da opinião pública, para promover o que, não à toa, chamamos de "pacificação" - e que passa pelo restabelecimento do estado democrático de direito em território antes dominado pelo poder paralelo - eis que surge alguém com a brilhante ideia de criar uma moeda específica para estas comunidades.

Parece piada, mas não é: em algumas cidades, uma moeda destas começou a circular na semana passada - e já estão fazendo planos para criar outras, para mais cidades. Pior ainda parece a justificativa: evitar que a renda local escape da comunidade - quando o sentido todo do que está em jogo deveria ser o de promover a integração das comunidades, inclusive econômica.

O que os moradores das comunidades de todo o Brasil precisam é de Reais, moeda que conquistamos a ferro e fogo (e que temos que defender a todo custo, nestes tempos em que a inflação volta a dar sinais vitais preocupantes). Para tanto, mais do que de idéias maluquinhas, se fazem necessárias estratégias sérias de desenvolvimento nacional.

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