sexta-feira, 18 de novembro de 2011

DIABETES: POPULAÇÃO IGNORA O PROBLEMA

Pesquisa inédita realizada pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) com mais de 2.000 pessoas constata: a população ainda tem dúvidas sobre o que é o diabetes e como a doença pode ser controlada. Segundo o levantamento, 38% dos entrevistados acreditam que o diabetes tem cura e menos da metade (49%) soube defini-la.

O diabetes é uma das doenças crônicas que mais avança entre a população. Dados da Federação Internacional do Diabetes estimam que hoje existam cerca de 250 milhões de pessoas com a doença em todo o mundo e esse número deve chegar a 380 milhões em 2025. No Brasil, estima-se que cerca de 11 milhões de pessoas tenham diabetes atualmente. No Rio Grande do Sul, segundo dados do Sindicato Médico, a doença atinge 400 mil pessoas; entre elas, 9 mil crianças e adolescentes.
Muitos não sabem que estão doentes. Como o diabetes demora a apresentar sintomas, só é descoberto por meio de exame que mede o nível de glicemia no sangue. Pessoas com taxas muito altas de açúcar no organismo podem apresentar sede excessiva, muita vontade de urinar, perda de peso, fome exagerada, visão embaçada, infecções repetidas, fadiga, dores na pernas e formigamento nos pés, machucados que demoram a cicatrizar.
“O aumento de casos da doença, especialmente do tipo 2, em países em desenvolvimento, decorre de alguns fatores como aumento da obesidade, sedentarismo, maus hábitos alimentares e o próprio envelhecimento da população”, afirma Walter Minicucci, endocrinologista, vice-presidente da SBD.
O estudo também indicou que 51% dos entrevistados não sabiam diferenciar os tipos da doença. O diabetes tipo 1 está relacionado à genética e se caracteriza pela ausência de produção de insulina pelo organismo, manifestando-se geralmente ainda durante a infância. O tipo 2 inicia com resistência à insulina e, com o tempo, também evolui para deficiência de produção do hormônio. Os hábitos alimentares inadequados e o sedentarismo contribuem para o desenvolvimento desse tipo de diabetes, além da tendência genética. O diabetes gestacional manifesta-se em algumas mulheres durante a gravidez devido às alterações hormonais próprias deste período.
De acordo com Minicucci, é fundamental que as pessoas sejam mais informadas sobre como prevenir e tratar o diabetes. Quando não controlada adequadamente, a doença pode acarretar complicações graves, como retinopatia diabética, que pode causar perda visual definitiva; catarata precoce; alteração da função renal, às vezes levando o paciente para a hemodiálise; alterações neurológicas que ocasionam dores em membros inferiores; atrofias musculares e complicações cardiovasculares, principalmente infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). “Mas também é preciso lembrar que nada disto ocorrerá se o tratamento for efetivo e contínuo”, reforça o especialista.



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