sexta-feira, 15 de julho de 2011

QUANDO A VIDA É SAUDÁVEL?

Conheço cegos sorridentes e bem relacionados que cultivam um olhar otimista da vida. Conheço tantos que enxergam demais, de rosto fechado e isolados em seu mundo, de mal com a vida. Conheço homens e mulheres enfermos, há muitos anos, com uma incrível capacidade de bom humor e acolhimento, enquanto há tantos que esbanjam saúde, mal-humorados e agressivos como se estivessem sendo ameaçados pela vida.

Já vi pobres, morando em barracos, cuidando de seu espaço como se fosse um palácio e gente com elevadas contas bancárias vivendo como mendigos. Vi jovens com velhice precoce, amaldiçoando seus dias e atormentando todo mundo ao seu redor. Partilhei a mesa com pessoas, acima de 90 anos, transbordando um dinamismo juvenil capaz de contagiar a todos com seu entusiasmo e alegria.
No mundo dos humanos há multidões que têm corpo perfeito, força física e condições para construir e vão passando pela vida sem deixar nenhuma contribuição, nem lembranças, nem saudade. Há mutilados que clamam piedade daqueles que os veem, reunindo vontade e determinação para se humanizar e fazer o que parece impossível em sua situação.
Há quem faz o muito com o pouco e há quem faz pouco ou quase nada com o muito. Pior ainda, quando se usa as capacidades humanas para enganar, prejudicar e matar.

A essa altura da conversa, uma pergunta se faz evidente: afinal, quais são mesmo os critérios para confirmar vidas saudáveis? Seria suficiente o resultado positivo dos exames de laboratório? Bastaria a palavra de um médico depois de uma consulta? E a palavra de um psicólogo não poderia ajudar? Diante de tantas situações contrastantes, a pergunta continua aberta: quando a vida é saudável?
Creio firmemente que os critérios mais verdadeiros para se confirmar vidas saudáveis, estão em outro nível muito mais profundo e mais elevado, além e aquém do simplesmente humano. A vida mais saudável é aquela cujo sentido a torna “amor” em carne e osso, em pensamento, afeição e obra. Vidas animadas pelo dinamismo do amor são aquelas que se apresentam como mais saudáveis na sociedade. Estas vidas, qualificadas pelo amor, jamais serão esquecidas.

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