sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

O CRESCIMENTO DIGITAL E SEUS PROBLEMAS II

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Continuação...

Produção muito gulosa


No entanto, só a produção de todos esses equipamentos (computadores, smartphones, etc.), chamados terminais por estarem posicionados na extremidade da rede, é ao mesmo tempo altamente poluente e cara em termos de energia, antes mesmo de falar sobre seu uso. De fato, eles contêm metais preciosos e raros, cuja extração requer, por um lado, um consumo em larga escala de água e produtos químicos, poluindo o solo e as águas subterrâneas e, por outro lado, energia, desta vez produzida principalmente a partir de hidrocarbonetos, que emitem muito CO2. Essa produção, responsável por 45% do balanço total de energia digital, é distribuída entre smartphones (11%), computadores (17%) e televisores (11%). E sua gula é tamanha que 0,2% do consumo global de água doce é atribuível às tecnologias digitais, de acordo com a Green IT. Esse número pode parecer baixo, mas, na realidade, “a tecnologia digital acrescenta tensão a esse recurso, que já é constante e generalizado”, indica Frédéric Bordage.

Durante o ciclo de vida de um smartphone, sua produção representa 90% de sua pegada energética e sua fonte de alimentação (recarga de baterias) 10%. Mas a isso deve ser adicionado o funcionamento da rede que usa. De fato, qualquer ação na internet, como consultar um sítio, é equivalente a carregar dados no seu terminal. Dados que são armazenados em um servidor localizado em um centro de dados, os famosos data centers. Para chegar ao nosso terminal, os dados tomam as rodovias digitais que formam a rede, composta de cabos que cruzam o mundo, modems, antenas, etc. Em média, um dado digital percorre 15 mil quilômetros, diz a Agência Francesa de Meio Ambiente e Gestão de Energia (Ademe).

Muito calor

Toda essa infraestrutura está sob constante tensão elétrica. Ela é, portanto, gulosa na corrida. Na França, por exemplo, o digital representa 10% do consumo nacional de eletricidade, ou 40 tWh. A rede e os centros de dados respondem por 70% desse consumo, o equivalente a pouco mais de dois terços do consumo dos aquecedores elétricos domésticos. Os centros de dados são particularmente energívoros, porque os servidores não apenas consomem eletricidade para a sua operação, mas também e, acima de tudo, emitem calor. O usuário de um laptop simples, percebendo o calor emitido por sua máquina após algumas horas, pode facilmente imaginar como a temperatura aumenta nesses grandes hangares, onde dezenas de milhares de servidores operam continuamente. Para evitar o superaquecimento, os centros de dados são, portanto, constantemente resfriados, em parte por ventilação, mas também por ar condicionado. Uma fonte adicional de consumo de energia.

Tudo isso explica por que em nível mundial 55% da conta de energia digital vem do seu uso. Esse consumo associado ao uso é dividido igualmente entre os centros de dados (19%), a rede (16%) e o carregamento dos próprios terminais (20%), sejam smartphones, computadores ou televisores conectados.

Continua amanhã.

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