quarta-feira, 5 de junho de 2019

DE VOLTA A 1974

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Neste 2019, completam-se 45 anos da grande guinada da sociedade brasileira, sobre um regime que, há 10 anos - desde o golpe de 1964 - a sufocava. Nas primeiras "eleições" pós golpe, promovidas pelo ditador de plantão, Ernesto Geisel, houve a escolha para senadores em 22 estados. A oposição venceu em 16. Foi a guinada que os militares não esperavam, e o início da marcha ladeira abaixo, da ditadura que subjugava o país.

Agora, retrocedemos tanto, que hoje temos um cenário semelhante, como bem lembrou o analista político, Breno Altman, ao comentar o momento catastrófico, porém, em seu entender, promissor, que nos apresenta a eleição para prefeitos em 2020. Tal como naquela ocasião, a economia - reflexo do arrocho efetuado pelos ditadores – gerou a insatisfação na população. O quadro foi acrescido da crise do petróleo, no ano anterior, (colocando fim no milagre econômico) e pelos acidentes na política mundial, com a renúncia do presidente americano, Richard Nixon. Em consequência, o panorama interno era de desconfiança e pouco investimento. Sem contar, a total falta de liberdade. A resposta foi dada nas urnas. Uma derrota que levou Geisel à TV, reconhecer o tombo.

A eleição, que escolhia também deputados federais, deputados estaduais e prefeitos para alguns municípios do país, acabou por levar para Brasília uma avalanche de novas lideranças, - Itamar Franco, Orestes Quércia, por exemplo -, comprometidas com a única oposição possível, no plano da política partidária.

É bom lembrar que só existiam Arena (o partido dos ditadores) e o MDB, uma "benevolência" da ditadura, para manter a fachada de um regime "legal" e, (hahaha) democrático. A expressiva vitória do MDB e a perda de espaço da Arena no Senado assustou o Regime que nos anos seguintes lançou a Lei Falcão e o Pacote de Abril, (mudando as regras do jogo nas próximas eleições), com o objetivo de desfavorecer a oposição e, com isto, mantendo a ditadura por mais onze anos. Para senador, o MDB venceu o pleito, com mais de 14,5 milhão de votos, contra pouco mais de 10 milhões da Arena.

Reproduzo, aqui, a opinião do jornalista e editor do Portal Opera Mundi, resumida numa matéria em tela no 247. Neste trecho, Altman analisa "a pré-composição do pleito eleitoral em 2020 e considera que os três partidos que compõem o "núcleo fundamental da nascente união das forças populares", o PT, o PSOL e o PCdo B "deveriam fazer o mais rapidamente possível um acordo de ter chapas unitárias ao menos nos quatro grandes centros do sul e sudeste". Para Breno, os candidatos devem ser: Fernando Haddad (PT) em São Paulo, Freixo (PSOL) no Rio, Manuela (PC do B) em Porto Alegre e Áureas Carolina (PSOL) em BH."

Desta forma, com as candidaturas consolidadas, a campanha fortalecida, tal como em 1974, a sociedade poderá dar, nas urnas, uma resposta ao (des)governo de Bolsonaro. Também 2020 terá um caráter plebiscitário, ao mesmo tempo em que ter domínio sobre as grandes capitais permitirá à oposição sair na frente para - principalmente em São Paulo –, preparar novos rumos para um futuro não muito distante, mas que deve, por enquanto, ser deixado lá, no futuro.

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