Um cafeeiro não faz um cafezal. São necessários muitos pés de café para se falar em cafezal. Um bambuzeiro é uma moita de
bambus, mas só ele não faz um bambuzal. São precisos muitos bambuzeiros para se falar em bambuzal. Um grupo de cristãos não faz o cristianismo,
um grupo de católicos não faz o catolicismo e um grupo de evangélicos não
faz o evangelismo. É preciso muito mais do que fechar-se num grupo da mesma fé
cristã para se falar em Igrejas cristãs.
Quem se fecha no seu grupo e não
consegue ver valor e beleza nos outros; quem se mostra autossuficiente que só vê
valor nas suas reuniões, nos seus cantos, nas suas preces, nas suas celebrações
e nos seus pregadores, nega a essência do cristianismo que aponta para o
diálogo. Quem insiste em não ver Deus nas outras expressões de fé e de tal
maneira superlativiza e canoniza a sua, que se mostra incapaz de orar e
cantar com os outros, não entendeu Jesus. O mistério do Cristo é imenso demais
para que apenas um sujeito
ou um só grupo possa dizer que o abarcou.
Se
cremos em Jesus somos chamados ao diálogo e ao aprendizado. Há coisas que os
outros sabem e vivem que eu, você, nosso grupo não vivemos o que outros
viveram ou vivem. Mesmo que não desejemos viver ou expressar-nos daquela
forma, temos que ouvir e aprender com eles. Há riqueza no outro lado do rio. As
águas que correm perto da outra margem são tão limpas ou tão sujas como as nossas. Exclusivismos e exclusividades geram exclusões,
e a exclusão
desqualifica mais quem exclui e quem se exclui do que aquele que foi
excluído.Jesus é aproximador. Separador é o dia-bolus: o diabo. Pensemos
nisso na próxima vez que nos negarmos a cantar a canção dos outros, a menos que
contenha desvio da fé. Não negando eles a nossa fé, tentemos cantar, orar e
conversar com os outros. Mesmo que discordemos, demos a eles a chance de
mostrarem como creem. Reagir? Só quando aqueles irmãos negam a Bíblia ou ensinam
errado o Catecismo da nossa Igreja. Aí, quem sabe mais porque estudou o tema,
reaja!
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