Todo verão, a camada de gelo que cobre o Oceano
Ártico, no Hemisfério Norte, derrete um pouco. O fenômeno é natural, o problema
é que, a cada verão, o degelo aumenta um pouco. Este ano, segundo cientistas do
governo americano, o derretimento foi recorde. Um efeito claro do aquecimento da
atmosfera.
O Ártico perdeu, em média, 91,7 mil km² de gelo por dia no mês de
agosto, segundo a Organização Mundial de Meteorologia (OMM), vinculada à
Organização das Nações Unidas (ONU). O derretimento diário aproxima-se da
extensão do Estado de Pernambuco, que tem 98 mil km² de território, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Boa parte gelo derretido
volta a se formar no inverno. O mês de agosto é considerado pelos
meteorologistas o mais seco do ano no Polo Norte. Este foi o quarto agosto mais
quente já registrado pela organização, com temperatura global média de 16,2º
C.
Trata-se do maior degelo anunciado desde o início do monitoramento via
satélite da região, iniciado em 1979. A área que permaneceu coberta pelo gelo
neste verão foi metade da registrada há cerca de 30 anos, ou seja, um quarto do
Oceano Ártico, que tem área total de 13 milhões de km2.
A última vez em que
um derretimento tão grande ocorreu foi em setembro de 2007, e ainda assim havia
mais massa polar do que a registrada agora. A camada de gelo chegou a 4,1
milhões de km² neste verão, 70 mil km² a menos do que em 2007, quando a extensão
do gelo no Ártico era de 4,17 milhões de Km2.
Os meteorologistas afirmaram
que neste verão o Polo Norte se aqueceu a um ritmo duas vezes maior do que o
resto do planeta. Segundo eles, isso afeta não apenas os habitantes e animais da
região - como o urso polar, símbolo do Ártico, ameaçado de extinção -, mas toda
a Terra, porque o Ártico funciona como um ar-condicionado que resfria a
atmosfera.
O degelo do Ártico é a imagem mais visível e irrefutável do
aquecimento global e está ocorrendo a uma velocidade bem maior do que os
cientistas previam. A boa notícia é que o fenômeno não é irreversível. Os
cientistas calculam que, se for reduzida a emissão dos gases que aquecem a
atmosfera (efeito estufa), a capa de gelo que cobre o Polo Norte voltará a
crescer, restabelecendo o equilíbrio do clima no planeta. Porém, é preciso agir
rápido.
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