terça-feira, 3 de abril de 2012

A CORRUPÇÃO DESENFREADA E O NOSSO PAPEL COMO CIDADÃO...

O crescente número de denúncias de corrupção envolvendo órgãos oficiais brasileiros remete à pergunta: as irregularidades sempre existiram em quantidade e abrangência similares às de hoje mas só recentemente passaram a ganhar publicidade, ou elas se multiplicaram à sombra da impunidade?

A resposta não é tão simples. Provavelmente tenha ocorrido as duas coisas: mais casos obtiveram exposição a partir da ação investigativa da imprensa e do trabalho policial e, ao mesmo tempo, a inexistência de punições severas estimulou os golpistas.
O fato é que a periodicidade com que as denúncias ganham manchetes encurtou - a do ano passou a ser mensal, e esta, semanal ou até diária. Corruptos e corruptores demonstram não ter limites para agir, nem poderes constituídos a respeitar. Investem contra a saúde, a educação, o transporte, as rodovias - minam, esvaziam orçamentos, esbaldando-se em desonestidades que vão das tradicionais comissões ao abusivo superfaturamento.
Atacam o dinheiro que poderia salvar vidas com a construção de hospitais; a verba que ergueria escolas ou levaria água e energia elétrica a comunidades carentes; até a que compraria alimentos para famintos. Acumulam escândalos, reincidem, mas a maioria não passa da denominação de suspeito, mesmo alguns enlameados por operações policiais. Até quando?
Punir com rigor é uma forma de conter essa avalanche de crimes. Mas existe outra, com raízes mais profundas, que passa pelo comportamento da sociedade: combater as pequenas irregularidades que perpassam todas esferas sociais, as atitudes antiéticas do cotidiano com as quais as pessoas se acostumaram a conviver por omissão ou por também serem beneficiadas com vantagens. Além da indignação, do lamento e da estupefação pela ousadia e descaramento com que quadrilhas dilapidam cofres públicos, ao cidadão cabe o dever de reagir.

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