“Um morto na esquina pode ser mais importante do que cem mortos no outro lado do mundo.” Com este axioma repetido nas redações ao longo de quase um século, a imprensa construiu um modelo paroquial de cobertura e cidadania interrompido apenas no caso das grandes guerras ou catástrofes.
Os vazamentos do Wikileaks estão forçando a mídia a alargar os seus horizontes. Os editores de Internacional deveriam retribuir e eleger Julian Assange como o seu grande benfeitor, porque obrigou os veículos a ampliar o espaço e o tempo que a mídia concede à política internacional.
É inacreditável e inaceitável que um país com pretensões de grande potência como o Brasil não tenha percebido a importância do acompanhamento regular dos acontecimentos nos quatro cantos do mundo. A globalização da economia multiplica os interesses, o país dos imigrantes transforma-se rapidamente em país de emigrantes, o turismo de massas converte o mundo em parques temáticos, mas nossa mídia continua olhando para o umbigo. Sai mais barato.
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