Mais complicada, menos sedutora, é a percepção de que a corrida atrás das inovações é enganosa. O ideal iluminista do homem racional, autônomo, livre de dogmas e preconceitos, acabou produzindo em apenas duzentos anos – uma ninharia na história da civilização – legiões globais de escravos das modas.
O futuro já não é o que era – miragem inalcançável, desafio invencível, sonho, esperança. Representava um salto, ascensão, agora com um clique (re)baixa-se da rede. O futuro era transcendental, agora uma banalidade de última geração em formato de história em quadrinhos onde os protagonistas são fantásticos equipamentos e os humanos, meros acessórios.
A modernidade caminha em alta velocidade para tornar-se um retrocesso. Não venceu a intolerância nem o fanatismo como prometera e ainda conseguiu o milagre de fazer da religião um agnosticismo e, deste, uma religião. A modernidade convive com as mentiras, a corrupção, a arbitrariedade e a barbárie graças às infindáveis e anestésicas repetições em tempo real.
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