domingo, 19 de dezembro de 2010

DESCOBERTA MUDA COMPREENSÃO DA VIDA

Não foi desta vez que cientistas anunciaram a descoberta de seres extraterrestres, como muitos imaginavam, mas a existência de um organismo capaz de se desenvolver e de se reproduzir utilizando arsênio, um elemento tóxico para a maioria dos seres vivos, muda a compreensão sobre a vida na Terra e amplia as possibilidades de busca de seres vivos em outros planetas.
Todas as formas de vida conhecidas até então dependen de seis elementos químicos para formar as moléculas que compõem seus corpos: oxigênio, hidrogênio, carbono, fósforo, enxofre e nitrogênio. Todas têm a mesma estrutura de DNA. A bactéria descoberta por cientistas do Instituto de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos e do Instituto de Astrobiologia da Nasa é diferente de todos os outros seres vivos, pois no lugar do fósforo utiliza o arsênio em sua composição.
Em outras palavras, é como se cada organismo fosse um livro, escrito com o mesmo alfabeto, mas cada um com um texto diferente. O que se descobriu agora foi um DNA um pouco diferente, capaz de substituir o fósforo pelo arsênio, ou seja, um livro escrito com um alfabeto quase igual ao dos outros, mas que tem uma letra nova.
Como todas as formas de vida tinham a mesma estrutura de DNA, a ciência trabalhava com a hipótese de que todas vieram de um mesmo ancestral. A nova bactéria é uma exceção à regra, podendo ter um ancestral diferente. Para os cientistas, a descoberta abre caminho para a busca de seres vivos em outros planetas. Agora, trabalha-se com novas concepções de vida, não baseadas nas formas tradicionais conhecidas.
Batizado de GFAJ-1, o novo micro-organismo faz parte de um grupo comum de bactérias. Foi encontrado em sedimentos do lago Mono, na Califórnia (EUA), que é extremamente salgado e tem elevados teores de arsênio, elemento que, na tabela periódica, fica logo abaixo do fósforo e é parecido com ele. A bactéria tinha uma “alimentação” que incluía fósforo, mas que era complementada com doses de arsênio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário