sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O ANO QUE VEM NÃO PODE SER UMA AVENTURA SOLITÁRIA, MAS UM CAMINHO DE SOLIDÁRIOS.

Na sequência normal das horas e dos dias que se sucedem no cotidiano, não parece haver muitas novidades. Quando um ano termina e outro começa, continuamos o mesmo ritmo do tempo, porém vivemos diferentes sentimentos, motivações, ritos e símbolos. Comemoramos o fim de ano como um capítulo que termina, com avaliações e balancetes, com perdas e ganhos, mas sempre aprendizes do tempo vivido e esperançosos do tempo que está por vir.
Para os atentos e sábios até os erros de nossa vida ensinam como não tornar a repeti-los. Os acertos vão se tornando luzes a guiar um caminho de aperfeiçoamento e qualificação do futuro. Na trama dos fatos e realizações está implicada a vida. No tempo vivido em prestações de segundos, minutos, horas, dias, meses e anos, também definimos nossa eternidade.
Com a chegada do fim de ano, vamos guardando ou jogando fora ou queimando calendários, agendas e arquivando planejamentos como capítulos históricos de instituições e organizações. Ao olharmos, diante de Deus, as coisas passadas, elas não desfilam apenas em nossa frente, mas se incorporam em nós como algo de nossa vida.
A reflexão sobre o ano que passou nos leva ao encontro de nosso próprio mistério da vida. Contemplando os resultados concretos, sentimos quem somos verdadeiramente e o que vai permanecendo em nós como essencial de uma existência que vai se consolidando. Com isso, nos damos conta que não bastam os fogos de artifício, a champanhe e outros cardápios especiais. O balancete da vida diante de Deus é que vai fazer a diferença de quem não se contenta em somar anos à vida, mas vida aos anos.
Participando da virada de ano, é possível fazer acontecer também em nós uma virada. Novas agendas, novos calendários e planejamentos podem provocar em nós um dinamismo de mudança, um impulso de esperança, novas decisões, novos rumos e novos horizontes.
Deus é sempre surpreendente em sua atuação de amor. Colocando a confiança no Senhor, como se tudo dependesse dele, e assumindo com responsabilidade a nossa história, como se tudo dependesse de nós, viveremos com mais coerência e autenticidade. O caminho do futuro terá êxito na proporção das verdadeiras alianças que buscamos cultivar.
O ano novo não pode ser uma aventura de solitários, mas um caminho de solidários. Assegurados na Palavra de Deus saberemos por onde andar e como construir a casa sobre a rocha. Cito as palavras do poeta e místico Angelus Silesius: “Tempo é como eternidade, e eternidade, como o tempo, desde que tu mesmo não estabeleças uma diferença. Eu mesmo sou eternidade quando deixo o tempo e me reúno em Deus e Deus em mim”.
O novo começo só dará certo quando se iniciar lançando bases seguras e profundas e forem consideradas todas as áreas de nosso corpo e de nossa alma. Sem mergulhar nas profundezas não há renovação de nossa vida.

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