sábado, 28 de setembro de 2013

AO REDOR DA MESA

O convite para um café permitiu que alguns amigos se encontrassem. Além do açúcar e do adoçante, um misto de saudade foi adicionado à refeição, que caiu bem junto com a alegria que prevaleceu no decorrer do encontro.
Ao entrar no ambiente, os convidados foram surpreendidos com um cartaz na parede: ‘favor desligar celulares e outros aparelhos. O diálogo não pode ser interrompido!’ Silenciosamente, todos, após alguns risos, atenderam à sugestão que soava como uma delicada imposição.
O que estava sobre a mesa era até abundante, mas o que se passou ao redor da mesa se tornou indescritível. Risos e algumas histórias prenderam a atenção de todos, apesar do olhar alcançar seguidamente o simples mas enfático cartaz.
É incrível como os lares estão repletos de eletrônicos. A distância já não mais existe. Todos estão conectados. Uma ansiedade parece penetrar nas profundidades das pessoas e, de forma compulsiva, acessam sem cessar seus aparelhos. Não podemos negar que o computador e a internet exercem fascínio e sedução. Além do desafio do autoconhecimento, as pessoas
terão que lidar com a dependência e até vício em relação às redes sociais.
Se não houver um despertar para os limites, muitas vidas estarão enclausuradas. Isolamento e solidão são gestados pelo uso compulsivo de computadores, tablets e celulares. Não são poucos os que preferem as quatro paredes de seus quartos em detrimento do relacionamento espontâneo e alegre com familiares e amigos. A convivência dentro de um lar não pode ser colocada em segundo plano. Evidente que não se trata de proibir o acesso às redes sociais. Mas o essencial, que é a vida em família, deve estar acima de tudo.
A tecnologia segue rumos incontroláveis. As inovações vão além do tempo. Pais e educadores deverão usar toda a criatividade para promover o avanço também no campo dos valores humanos. Somente uma pessoa bem estruturada poderá dar conta da verdadeira felicidade num mundo de tantos desafios.
A missão da família é preparar os filhos para estarem no mundo, sem serem do mundo. Uma missão que não pode ser delegada. Pois, só a família é capaz de deixar aquelas marcas
existenciais que o tempo não apaga. A escola tem um papel específico: ensinar. A família educa, a escola ensina.

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