Inundações, secas, incêndios florestais, terremotos e
outras ameaças afetam cerca de 200 milhões de pessoas todos os anos no mundo, de
acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). Recentemente no Brasil, as
enchentes atingiram Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais, que afetaram
milhões de pessoas e desalojaram milhares.
Para mudar este quadro, é
fundamental que as cidades tornem-se resilientes, aquelas empenhadas em retornar
a seu estado de equilíbrio ecológico após passar por intenso processo de
urbanização (ver quadro).
No mundo, mais da metade da população vive a menos
de 60 quilômetros do mar e 75% das grandes cidades estão localizadas em região
costeira. Situação que as torna vulneráveis aos eventos climáticos. É o caso de
Santa Catarina, único Estado brasileiro que possui 10 cidades resilientes:
Lages, Araranguá, Rio do Sul, Tubarão, Itajaí, Florianópolis, Blumenau,
Joinville, Criciúma e Jaraguá do Sul. O secretário da Defesa Civil, Geraldo
Althoff, disse que a Secretaria está trabalhando para credenciar outros
municípios catarinenses. “Para aderir, o município precisa apresentar carta de
interesse, assinada pelo prefeito, e desenvolver os 10 itens essenciais
sugeridos pela ONU”, adiantou.
Já Curitiba figura entre as 10 melhores
cidades resilientes do mundo, conforme o ranking O U.S Green Building Council. A
capital dos paranaenses está em segundo lugar, perdendo apenas para Copenhagen,
na Dinamarca. O ranking se completa com Barcelona, Estocolmo, Vancouver, Paris,
São Francisco, Nova York, Londres e Tóquio.
A boa colocação se justifica.
Curitiba usa 82% de energia reciclável, tem baixa emissão de carbono de 2,1
toneladas per capita e ainda traz bons exemplos, como o uso do transporte
público por 70% de sua população e um sistema de prevenção de enchente através
do qual a cidade, além de se livrar dos transtornos causados por ela, ganhou
mais de 20 km² de parques ao longo dos leitos dos rios.
Providências - A
construção de uma cidade resiliente envolve 10 providências principais a serem
implementadas por prefeitos e gestores públicos. Cinco delas têm origem nas
prioridades estabelecidas em 2005 pelo Marco de Ação de Hyogo (Japão), quando
168 países se comprometeram a adotar medidas para reduzir o risco de desastres
até 2015.
Entre as medidas estão a criação de programas educativos e de
capacitação em escolas e comunidades locais, o cumprimento de normas sobre
construção e princípios para planejamento e uso do solo, o investimentos em
implantação e manutenção de infraestrutura que evitem inundações e o
estabelecimento de mecanismos de organização e coordenação de ações com base na
participação de comunidades e sociedade civil organizada.
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