Cada vez mais italianos adultos estão vivendo com os
pais. E não se trata de uma questão exclusiva de comodismo. Segundo
especialistas, o fenômeno cresce principalmente devido à crise econômica na
Europa - o desemprego médio no país gira em torno de 10%, índice que pula para
30% entre os jovens de 20 aos 30 anos.
Chamados de “bamboccioni” (crianças
grandes), cerca de 30% dos italianos moram hoje com os pais. Dado foi apurado
por pesquisa da Coldiretti, associação nacional de produtores agrícolas, e da
Censis, empresa de pesquisa de mercado. Se for tomada apenas a faixa etária
entre 18 e 29 anos, o percentual salta para 61%.
Essa situação não é nova. A
Itália sempre valorizou muito a união familiar, a mãe conserva um papel
destacado na sociedade e os italianos, independente de classe social e idade,
têm apego muito forte com a região de origem – exagerado, em muitos casos. Prova
desse apego é que os jovens italianos viajam muito menos do que seus
contemporâneos na Grã- Bretanha, Alemanha, ou Austrália. Mas a tendência
cultural foi se acentuando em razão da crise - o número de jovens italianos que
moram com os pais cresceu muito em comparação aos 48% de 1990.
Os italianos
precisam permanecer juntos mais do que nunca por causa do aumento cada vez maior
dos combustíveis e dos alimentos, das demissões e do rigoroso pacote de
austeridade montado pelo governo de Mario Monti, o primeiro-ministro tecnocrata
que substituiu o desacreditado Silvio Berlusconi.
É simplista demais, e até
injusto, afirmar que os italianos que moram com os pais são preguiçosos. Mas há
uma geração que luta apenas para se alimentar e se vestir. São os chamados Neet
– nada de emprego, educação e nem treinamento -, sem possibilidades de morar por
conta própria. Nessa condição, vale o título do relatório da Coldiretti e da
Censis: “A crise econômica - viver melhor, vivendo juntos”.
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