quarta-feira, 17 de agosto de 2011

QUE FALTA FAZ UM HAZARE



Indiano, ativista, 74 anos. Cabelos brancos, semblante de um quase santo.
Como faz falta um Anna Hazare no Brasil.
Ele virou o símbolo da luta contra a corrupção da Índia. É seguido, idolatrado por milhões de indianos, sobretudo jovens.
Em abril passado, ele fez uma greve de fome por uma lei anticorrupção. Estava decidido a morrer. Calcula-se que 150 pessoas o seguiram no jejum político. No centro dessa lei estava um comitê independente que teria poderes para investigar e punir os corruptos. Só cedeu quando o governo topou materializar a lei. Hazare deu então limonada aos seguidores que jejuavam e depois disso tomou ele também a limonada.
Mas.
Mas a versão do governo para a lei era diferente. O primeiro-ministro e o Judiciário ficariam fora do alcance do comitê.
Pataquada. Ou “piada”, como disse Hazare.
Outra vez ele entrou em greve. E ontem milhares de pessoas saíram às ruas na Índia em seu apoio. Centenas de prisão foram efetuadas, entre elas a de Hazare. Os protestos perduram hoje.
Hazare – cujos bens totais não chegam ao equivalente a 3 000 reais — diz, mais uma vez, estar disposto a morrer pela causa. Ninguém pode ficar acima da lei. Nem o primeiro ministro.
É um homem que está transformando a Índia, e também o mundo. Décadas atrás, foi seu ativismo que levou escolas e hospitais para o vilarejo paupérrimo em que ele nasceu.
Que falta faz um Hazare para o Brasil.





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