quarta-feira, 7 de julho de 2010

COBERTURA DA COPA: SUPERFICIAL

Uma legião de jornalistas foi à África do Sul para cobrir um acontecimento de importância mundial, mas o produto oferecido ao consumidor de informações foi provinciano e descartável, resumiu-se ao festivo e superficial. Criticar a seleção no transcurso da Copa é crime de lesa-pátria e lesa-cerveja. O jornalismo futebolístico encaminha-se a passos largos para a consagração do oba-oba. Os mais experientes sabem que não podem insistir. Excesso de veemência tira o torcedor dos estádios.

A moçada da imprensa suou a camisa (apesar do frio), dormiu pouquíssimo para atender às diferenças do fuso horário, mas não respondeu às perguntas básicas. A pauta impunha amenidades e oferecia numerologia. Quando não se têm fatos e evidências, o jeito é recorrer às estatísticas. O histórico dos confrontos Brasil-Holanda indicava uma barbada, comentaristas veteranos a vaticinaram. Ferram-se.
Ferramo-nos. Quando começou o catastrófico segundo tempo, antes do gol de empate e a tragédia já se insinuava, ninguém ousou levar a sua perplexidade ao microfone ou batucar no twitter a pergunta crucial: o que aconteceu no vestiário? A Holanda voltou outra, o Brasil ficou o mesmo – de salto alto. Esborrachou-se.

Nenhum comentário:

Postar um comentário